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Elaboração
Stela Virgilio
Produção
Sumário
APRESENTAÇÃO................................................................................................................................. 4
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
CAPÍTULO 1
ANEMIA FERROPRIVA.............................................................................................................. 18
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
TALASSEMIAS .......................................................................................................................... 42
CAPÍTULO 7
ANEMIA FALCIFORME............................................................................................................. 52
UNIDADE II
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
UNIDADE III
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
UNIDADE IV
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
5
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Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a m de que o aluno faça uma pausa e reita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Praticando
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Atenção
Saiba mais
Sintetizando
Exercício de xação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e xação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).
Avaliação Final
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Introdução
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Figura 1. Processo de maturação das células sanguínea de uma maneira simplificada. Diagrama mostrando a
Eritrócitos
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A hemoglobina (Hb) contida no interior dos eritrócitos é essencial para a vida, uma
vez que é responsável pelo transporte de oxigênio (O2) dos pulmões para os tecidos e
do dióxido de carbono (CO2) recolhido dos capilares teciduais para os pulmões. A sua
estrutura é de uma proteína esferoide, quaternária, formada por quatro subunidades,
compostas de dois pares de cadeias globínicas, polipeptídicas, sendo um par denominado
de cadeias do tipo alfa (alfa e zeta) e outro de cadeias do tipo não alfa (beta, delta, gama
e épsilon), compondo um tetrâmero com formato globular (Figura 3). Cada cadeia (alfa
e não alfa) é quimicamente unida a um núcleo prostético de ferro (heme) que detém
a propriedade de receber, ligar e/ou liberar o oxigênio nos tecidos. Em relação aos
grupos heme, cada um possui em sua composição ferro na forma ferrosa (Fe2+) para
que a ligação com o oxigênio seja possível. A oxidação do ferro (Fe3+) leva à formação
de metahemoglobina, sem função respiratória (ASSIS; PUGLIESE, 2012).
Figura 3. Modelo espacial do tetrâmero da molécula de hemoglobina formado por duas globinas do tipo alfa e
duas do tipo beta, com um grupo heme inserido em cada uma das globinas.
Leucócitos
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Plaquetas
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Objetivos
EPIDEMIOLOGIA E
FISIOPATOLOGIA DAS UNIDADE I
PRINCIPAIS ANEMIAS
Anemia pode ser denida como uma diminuição nas contagens de hemácias, na
mensuração da hemoglobina contida nelas ou na diminuição do hematócrito, sendo
que todas essas alterações são detectadas no hemograma (ROCHA, 2011). Os valores
de hemoglobina, para serem considerados como limiares para a denição de anemia,
variam de acordo com a idade, sexo, status siológico, entre outros. A Tabela 1 mostra
os valores de hemoglobina para a denição de anemia.
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Eritropoese
As hemácias iniciam suas vidas, na medula óssea, por meio de tipo único de células
referido como célula-tronco hematopoética pluripotente, da qual derivam todas as
células do sangue circulante (GUYTON; HALL, 2011). A origem dos eritrócitos maduros
se dá a partir de células-tronco após serem estimuladas por várias citocinas. Formam-se
os proeritroblastos que passam pelas diversas etapas de diferenciação na medula óssea.
Os eritroblastos ortocromáticos perdem os núcleos por expulsão através do citoplasma,
e o que sobra das células sem núcleo é o eritrócito jovem recém-formado no sangue
periférico, rico em hemoglobina ou reticulócito. Este vive cerca de três dias na circulação,
transformando-se em eritrócito maduro (Figura 6). A maturação dos reticulócitos
acontece na circulação porque eles contêm restos de ácido ribonucleico, além de
excesso de membrana citoplasmática que faz com que necessitem de alguns ajustes
(LORENZI, 2006). A Figura 6 mostra as divisões sucessivas das células pluripotentes
para formar as diferentes células sanguíneas periféricas e as características dessa
hemácia em alguns diferentes tipos de anemia.
Figura 6. Gênese das hemácias normais e suas características em diferentes tipos de anemia.
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Classificação morfológica
O HCM é calculado pela divisão das concentrações de hemoglobina pelo número total
de eritrócitos por mililitro de sangue e fornece informações referentes à quantidade
de hemoglobina no interior das hemácias. Como a hemoglobina apresenta coloração
avermelhada, esse índice dá ideia da “cor” dos eritrócitos, classicando-os em
normocrômicos ou hipocrômicos. O VCM é calculado pela divisão do hematócrito pelo
número total de eritrócitos por mililitro de sangue. Como o hematócrito é determinado
pela “compactação” dos eritrócitos sob uma força centrífuga e esta compactação depende
diretamente do tamanho das células, este índice classica as células em microcíticas,
normocíticas ou macrocíticas. Por m, o CHCM é calculado pela divisão dos valores de
hemoglobina pelo hematócrito e fornece parâmetros que avaliam a distribuição média
da hemoglobina nos eritrócitos (PINCINATO, 2012).
Classificação fisiopatológica
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» Anemiashiperproliferativas:anemiafalciforme,talassemias,hemoglobinúria
paroxística noturna, deciência de G6PD, anemia autoimune, pedras
hemorrágicas agudas ou crônicas, dentre outras (PINCINATO, 2012).
Porém achar uma causa para uma determinada anemia não é algo muito simples.
Existem vários tipos de anemias com causas e tratamentos diferentes. Essas causas ou
origens das anemias poder ser classicadas em três grandes grupos:
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Portanto, convém destacar que para o tratamento correto das anemias é preciso
saber e combater a causa, caso contrário, apenas será controlado os sintomas ou as
manifestações clínicas.
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CAPÍTULO 1
Anemia ferropriva
Figura 7. Distensão de sangue periférico em anemia ferropênica. As células são microcíticas e hipocrômicas com
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Causas
A anemia ferropriva pode ser causada por uma grande variedade de fatores, dos quais
se pode citar:
Além dos fatores acima descritos, existem atualmente estudos relacionando mutações
genéticas com risco de desenvolvimento de anemia ferropriva. Quatro polimorsmos
genéticos já foram descritos como promissores marcadores de risco para o
desenvolvimento de anemia ferropriva, dois deles associados ao gene da transferrina
e dois associados ao gene HFE. Por se tratar de uma anemia hipoproliferativa, uma
vez que a medula óssea não consegue produzir quantidades normais de hemoglobina
por diminuição de ferro, observa-se diminuição na contagem de reticulócitos. Porém
para e ter uma melhor caracterização de uma anemia por deciência de ferro, outros
marcadores devem também ser analisados (PINCINATO, 2012). Um resumo desses
marcadores é apresentado no quadro a seguir:
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Quadro 1. Característica dos marcadores de metabolismo do ferro na anemia ferropriva. CTLF = Capacidade
Sintomas
A anemia ferropriva pode estar associada à doença subjacente e seus sintomas podem
se mesclar aos da doença de base. Entretanto, a maioria dos pacientes procura o médico
pelos sintomas de anemia. O aparecimento dos sinais e sintomas da anemia ferropriva
é insidioso e gradual. Os principais sintomas decorrem da anemia propriamente dita e
incluem palidez, cansaço, adinamia, sonolência, cefaleia, tonturas, zumbido no ouvido,
alterações da visão, dispneia, batedeira, claudicação intermitente e baixo desempenho
no trabalho. Entretanto, outras manifestações clínicas originam-se provavelmente da
carência de outros compostos que contêm ferro e incluem em ordem decrescente de
frequência: gastrite atróca (75%), glossite a atroa papilar (50%), coiloníquia (18%),
estomatite e queilite angular (14%). Normalmente a esplenomegalia é discreta, com
a ponta do baço na borda costal e a sua patogênese é desconhecida. A relação entre
deciência de ferro, anormalidades da imunidade e maior suscetibilidade a infecções é
contraditória (ZAGO et al., 2004).
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CAPÍTULO 2
Anemia sideroblástica
A maioria dos casos de anemia devido à disfunção medular tem um agente etiológico
claramente demonstrável. Entretanto, existe um grupo de afecções de etiologia não
muito clara, representando as entidades não tão bem conhecidas da hematologia, que
se apresentam como anemias com a medula óssea preservada, mas funcionalmente
inoperante. Como esta inoperância determina um acúmulo de ferro nos precursores
da eritropoiese, os eritroblastos, estas anemias foram denominadas como anemias
sideroblásticas. Ou seja, anemias que se caracterizam, morfologicamente, pela
presença de eritroblastos contendo ferro em seu interior. A disposição deste depósito
assume uma forma de anel, perinuclear. Esta disposição é característica de sobrecarga
mitocondrial e obedece a um mecanismo alterado na síntese das porrinas. Se a síntese
de porrina é prejudicada, as mitocôndrias dos eritroblastos tornam-se saturadas com
ferro e tais células são denominadas sideroblastos mitocondriais ou mais comumente
sideroblastos em anel. (OLIVEIRA, 1990).
Figura 8. Sideroblastos em anel, com um anel perinuclear de grânulos de ferro, na anemia sideroblástica.
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HEREDITÁRIA ADQUIRIDA
Distúrbios no cromossomo X Primária
» mutação em ALA-S; » Mielodisplasia (anemia refratária com sideroblastos em anel).
» síndrome de Pearson associada à Secundária
degeneração espinocerebral e ataxia.
» Formação de sideroblastos em anel também pode ocorrer na medula óssea em:
Em geral, ocorre em homens e é transmitida
› outras doenças malignas da medula óssea (por exemplo outros tipos de mielodisplasia,
por mulheres; também ocorre raramente em
mielofibrose, leucemia mieloide, mieloma);
mulheres.
› fármacos e agentes químicos (por exemplo tuberculostáticos [isoniazida, cicloserina], álcool,
Outros tipos raros.
chumbo);
› outras condições benignas (por exemplo anemia hemolítica, anemia megaloblástica, síndromes
de má-absorção, artrite reumatoide).
Fonte: Hoffbrand e Moss, 2013.
Hereditária
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Adquirida
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Não se conhece bem onde está o distúrbio na síntese do heme na forma primária
adquirida. Contudo há fortes indícios que mutações no DNA mitocondrial prejudicam
a ação de uma enzima que converte o íon férrico em íon ferroso. O íon férrico não
consegue ser incorporado à protoporrina. Tais mutações podem determinar outras
consequências nas células hematopoiéticas da medula, provocando uma síndrome
mielodisplásica, que pode fazer parte do contexto das anemias adquiridas. Ou após
uma mutação de um clone progenitor hematopoiético ou eritroide, este ganha uma
“vantagem proliferativa” sobre as células da hematopoiese normal. Portanto, um grupo
de células derivadas de um mesmo clone começa a se sobressair na medula óssea. O que
caracteriza uma síndrome mielodisplásica é o fato deste clone ser “defeituoso” – neste
caso com um distúrbio na síntese do heme (MISODOR, 2010).
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CAPÍTULO 3
Anemia megaloblástica
» deciência de folato;
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Folato e vitamina B12 são fundamentais para que haja uma correta síntese de DNA e
RNA, portanto, na deciência de tais fatores, os precursores celulares começam o ciclo
de divisão celular, duplicam suas organelas e aumentam de tamanho (fase G1 do ciclo de
divisão celular), porém não conseguem duplicar seu material genético, resultando em
precursores maiores e, no caso dos neutrólos, hipersegmentados. As hemácias crescem
de modo excessivo, assumindo formas anômalas, sendo denominadas megaloblastos
(PINCINATO, 2012; GUYTON; HALL, 2011).
Anemia perniciosa
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Sintomas
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Pacientes com espru intestinal, em que o ácido fólico, a vitamina B12 e outros
compostos da vitamina B são muito pouco absorvidos, desenvolvem com frequência
anemia megaloblástica. Como os eritroblastos não conseguem se proliferar de forma
sucientemente rápida para formar o número normal de hemácias, as células vermelhas
produzidas são, em sua maioria grandes, com formas bizarras e membranas frágeis.
Essas células se rompem com facilidade, de modo que a pessoa precisa com urgência de
quantidades adequadas de hemácias (GUYTON; HALL, 2011).
A deciência severa de B12 pode causar neuropatia progressiva, que afeta os nervos
sensitivos periféricos e os cordões posterior e lateral da medula espinal. A neuropatia
é simétrica e afeta com mais frequência os membros inferiores do que os
superiores. O paciente tem formigamento dos pés e diculdade para deambular; em
ambiente escuro, pode cair. Raramente há atroa óptica ou sintomas psiquiátricos
graves. Quando há neuropatia, a anemia pode ser severa, leve e até ausente, mas o
hemograma já mostra macrocitose e o aspecto da medula óssea sempre está alterado
(HOFFBRAND; MOSS, 2013).
Figura 9. Alterações megaloblásticas na medula óssea de paciente com anemia megaloblástica severa. (a-c)
Eritroblastos mostrando cromatina nuclear com aspecto frouxo (primitivo), com um pontilhado fino, inclusive nas
células já diferenciadas (citoplasma pálido com alguma formação de hemoglobina). (d) Metamielócitos gigantes
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CAPÍTULO 4
Anemia aplástica
Aplasia de medula óssea signica falta de funcionamento da medula óssea. Por exemplo,
pessoa exposta à alta dose de radiação ou quimioterapia para tratamento de câncer
pode danicar as células-tronco da medula óssea, seguido em algumas semanas por
anemia. Da mesma forma, altas doses de alguns agentes tóxicos, como inseticida ou o
benzeno na gasolina, podem causar o mesmo efeito. Em distúrbios autoimunes, como
lúpus eritematoso, o sistema imune ataca células saudáveis, como as células-tronco
da medula óssea, que podem levar à anemia aplástica. Em aproximadamente metade
dos casos de anemia aplástica, a causa é desconhecida, condição chamada de anemia
aplástica idiopática. Pessoas com anemia aplástica grave morrem se não forem tratadas
com transfusões de sangue, o que pode aumentar temporariamente o número de células
vermelhas do sangue, ou por transplante de medula óssea (GUYTON; HALL, 2011).
Classificação
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Patogênese
O defeito básico em todos os casos parece ser uma diminuição substancial do número de
células-tronco hematopoéticas pluripotentes e uma falha das remanescentes, ou uma
reação imunológica contra elas, que as torna incapazes de se dividir e de se diferenciar
sucientemente para povoar a medula óssea, como mostra Figura 10. Também foi
sugerido um defeito primário no microambiente da medula óssea, mas o sucesso do
transplante de células-tronco (TCT) mostra que ela só pode ser uma causa rara, pois as
células normais do doador, normalmente, são capazes de se desenvolver na cavidade
medular do receptor (HOFFBRAND; MOSS, 2013).
Figura 10. Anemia aplástica: microscopia em pequeno aumento da medula óssea mostra acentuada redução
das células hematopoéticas e aumento dos espaços gordurosos. (a) Fragmento aspirado; (b) biópsia com trefina.
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A idade de aparecimento da anemia de Fanconi é dos 5 aos 10 anos. Essa anemia foi
relatada pela primeira vez em 1927 pelo médico Guido Fanconi, que relatou três irmãos
sofrendo de anemia hipoplásica associada a várias anormalidades físicas que acometiam
o SNC e as gônadas. Cerca de 10% dos casos desenvolvem leucemia mieloide aguda.
O tipo Fanconi tem herança autossômica recessiva, e quase sempre se associa a retardo
do crescimento e defeitos congênitos do esqueleto (por exemplo microcefalia, ausência
do rádio ou de polegares, estatura menor que o normal), do trato renal (por exemplo
rim pélvico ou em ferradura), e da pele (áreas de hiper e hipopigmentação); às vezes,
ocorre retardo mental. Alguns pacientes praticamente não apresentam malformações,
o que diculta o diagnóstico antes do desenvolvimento da aplasia. A anemia Fanconi
incide igualmente em mulheres e homens e é encontrada em todos os grupos étnicos
(HOFFBRAND; MOSS, 2013; LORENZI, 2006).
É o tipo mais comum de anemia aplástica, correspondendo a pelo menos dois terços
dos números global de casos adquiridos. Na maioria dos casos, o tecido hematopoético
é alvo de um processo imunológico, dominado pela expressão oligoclonal de linfócitos T
citotóxicos, que secretam interferon-γ e fator de necrose tumoral. Em cerca de um terço
dos casos, são encontrados telômeros curtos nos leucócitos, especialmente em casos de
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A anemia aplástica secundária quase sempre é causada por lesão direta à medula
hematopoética por radiação ou fármacos citotóxicos. Os antimetabólitos (como o
metotrexato) e os inibidores mitóticos (por exemplo daunorrubicina) causam apenas
aplasia temporária, mas os agente alquilantes, em particular bussulfano, podem causar
aplasia crônica, muito semelhante à doença idiopática crônica. Alguns indivíduos
desenvolvem anemia aplástica como efeito colateral idiossincrásio raro a fármacos,
como cloranfenicol ou ouro, que não são citotóxicos. A doença também pode aparecer
alguns meses depois de hepatite viral (raramente hepatite A, B ou C, em geral não A,
não B, não C). Como a incidência de toxicidade à medula óssea por cloranfenicol é alta,
esse fármaco deve ser reservado para tratamento de infecções que põem a vida em risco
e nas quais ele é o antibiótico de escolha (por exemplo febre tifoide). Produtos químicos,
como benzeno, também podem ser implicados; raramente a anemia aplástica é o quadro
clínico de apresentação da leucemia aguda linfoblástica ou mieloide, em especial na
infância. Mielodisplasias também podem se apresentar com medula hipoplástica
(HOFFBRAND; MOSS, 2013).
Sintomas
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Sangramento volumoso em qualquer órgão pode ocorrer e ser a causa de óbito, como
observado principalmente no SNC e no pulmão. Os episódios hemorrágicos graves
acontecem em fase mais tardia da doença, associados a infecções, a refratariedade
às transfusões de plaquetas, a medicamentos como os corticoides e a procedimentos
terapêuticos invasivos, como passagem de cateter venoso central (ZAGO et al.,
2004).
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CAPÍTULO 5
Anemia hemolítica
Diversas anormalidades das hemácias, muitas das quais hereditárias, tornam as células
frágeis a ponto de se romperem facilmente quando passam pelos capilares e, de forma
especial, pelo baço. Essas doenças podem ser facilmente identicadas porque, além de
anemia, esses pacientes exibem sinais clínicos e laboratoriais de aumento do catabolismo
de hemoglobina. Embora o número formado de hemácias seja normal ou até mesmo
maior do que o normal em algumas doenças hemolíticas, o tempo de vida das hemácias
frágeis é tão curto que as células são destruídas muito mais rapidamente do que podem
ser formadas com o consequente desenvolvimento de anemia grave (GUYTON; HALL,
2011; ZAGO et al., 2004).
» anormalidades da hemoglobina;
Classificação
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HEREDITÁRIA ADQUIRIDA
Membrana – Esferocitose hereditária, eliptocitose hereditária. Imunológicas – Autoimune (tipo anticorpo quente, tipo anticorpo
frio), aloimune (reações hemolíticas transfusionais, doenças
hemolítica do recém-nascido, aloenxertos, especialmente
transplantes de células-tronco), associada com drogas
Sintomas
O paciente pode ter palidez de mucosas, icterícia leve utuante e esplenomegalia. Não
há bilirrubina na urina, mas esta pode tornar-se escura à conservação pelo excesso de
urobilinogênio. Cálculos vesiculares de pigmento (bilirrubina) são uma complicação
frequente, e alguns pacientes (em particular com anemia de células falciformes)
têm úlceras em volta do tornozelo. Podem ocorrer crises aplásticas, geralmente
precipitadas por infecção com parvovírus, que “desliga” a eritropoese, caracterizadas
por intensicação súbita da anemia e por queda da contagem de reticulócitos.
Raramente uma deciência de folato pode causar crise aplástica na qual a medula óssea
é megaboblástica (HOFFBRAND; MOSS, 2013).
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Esferocitose hereditária
Eliptocitose hereditária
Figura 11. (a) Distensão de sangue na esferocitose hereditária. Os esferócitos são fortemente corados e com
diâmetro pequeno. Células maiores policromáticas são reticulócitos (confirmados por coloração supravital). (b)
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Deficiência de glicose-6-fosfato-desidrogenase
Trata-se de uma das doenças genéticas mais comuns no mundo, sendo que mais
de 400 milhões de pessoas possuem deciência de atividade da glicose-6-fosfato-
desidrogenase (G6PD). É encontrada em muitas populações e com maior frequência
entre negros africanos e em mediterrâneos. Sua elevada prevalência em algumas
populações humanas está relacionada com uma vantagem seletiva contra a malária.
Essa deciência é causada por um defeito enzimático das hemácias que pode causar
episódios de hemólise aguda ou anemia hemolítica crônica ou ainda ser assintomática.
De fato, a maioria dos afetados são assintomáticos (ZAGO et al., 2004; HOFFBRAND;
MOSS, 2013).
» icterícia neonatal;
A hemólise imune, caracterizada pela destruição precoce das hemácias devido à ação
da resposta imunológica humoral, pode causar anemia caso o setor eritroblástico da
medula óssea não apresente hiperplasia compensatória suciente (ZAGO et al., 2004).
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As anemias autoimunes causadas por anticorpos frios também são classicadas como
primárias (idiopáticas) e secundárias, associadas à infecção, como mononucleose
infecciosa, citomegalovírus etc., desordens autoimunes ou desordens linfoproliferativas
(PINCINATO, 2012).
Já nas anemias hemolíticas autoimunes com anticorpos frios, o paciente costuma ter
anemia hemolítica crônica agravada pelo frio e quase sempre associada à hemólise
intravascular. Icterícia leve e esplenomegalia podem estar presentes. O paciente pode
desenvolver acrocianose (pele arroxeada nas extremidades) na ponta do nariz, nas
orelhas nos dedos e nos artelhos, causada por aglutinação de eritrócitos nos pequenos
vasos (HOFFBRAND; MOSS, 2013).
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Também conhecida como eritroblastose fetal, acontece quando a mãe gestante tem
anticorpos contra substâncias do sangue do próprio lho. Para que a mãe tenha
esses anticorpos é necessário, em primeiro lugar, que ela não tenha essas proteínas
em sua constituição corporal e, em segundo lugar, que ela tenha tido contato com
essas proteínas estranhas, os antígenos. Esse contato prévio geralmente se dá em
uma primeira gestação. Por isso, é comum esse tipo de anemia só ocorrer na segunda
gestação. Na primeira gestação a mãe pode ser exposta ao antígeno e é sensibilizada,
mas só na segunda gestação a reação é desencadeada (ROCHA, 2011).
No primeiro parto, ainda não existem anticorpos prontos, por mais que a mãe seja
exposta naquele momento, pois demora para que a produção dos anticorpos se conclua,
já que eles não são produzidos imediatamente. Em uma gestação posterior, quando os
mesmo antígenos que sensibilizaram a mãe se apresentarem a ela, os anticorpos, com
suas memórias imunológicas, vão atacar as hemácias do bebê (ROCHA, 2011).
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CAPÍTULO 6
Talassemias
A hemoglobina é formada por quatro cadeias globínicas, sendo que cada cadeia
polipeptídica da globina é composta por uma sequência de aminoácidos, sendo que
as cadeias alfa possuem 141 aminoácidos e as cadeias beta 146. As combinações entre
as diversas cadeias de proteínas dão origem às diferentes hemoglobinas presentes nos
eritrócitos desde o período embrionário (intrauterino) até a fase adulta, produzidas
no decorrer das distintas etapas do desenvolvimento humano. As alterações das
hemoglobinas envolvem a síntese estrutural e quantitativa dos aminoácidos que
compõem as diferentes cadeias globínicas, bem como as moléculas e enzimas que
participam da formação do grupo heme. Partindo deste princípio podemos dividir as
hemoglobinas anormais, conceitualmente, em grupo:
O termo thalassa tem origem grega e signica “mar”. Sua descoberta se deu em
indivíduos oriundos da região do Mar Mediterrâneo (principalmente da Itália e Grécia).
Porém, devido ao grande uxo de imigração, podia ser encontrada em outras regiões.
Como vimos, as talassemias constituem um tipo de hemoglobinopatia hereditária ou
adquirida que se caracteriza pela diminuição da síntese das cadeias polipeptídicas da
globina, portanto, trata-se de um defeito quantitativo, ou seja, a função da hemoglobina
está prejudicada devido a uma menor produção ou ausência das cadeias normais alfa
ou beta (ASSIS; PUGLIESE, 2012).
Fisiopatologia
Classificação
As talassemias são doenças genéticas hereditárias, como erros ou defeitos nas cadeias
alfa ou beta dos polipeptídeos das hemoglobinas que compõem as hemácias, e são
classicadas de acordo com o tipo de cadeia cuja síntese está comprometida. Assim,
na alfa talassemia ocorre diminuição ou ausência de produção das cadeias alfa e, na
beta talassemia, diminuição ou ausência das cadeias beta. As talassemias podem ainda
apresenta-se sob a forma de homozigotas e heterozigotas, dependendo da limitação da
síntese da cadeia em questão (total ou parcial). Os dois tipos de talassemias, a alfa e a
beta, podem apresentar-se de forma leve, moderada ou grave (ROCHA, 2011; ASSIS;
PUGLIESE, 2012).
Talassemia alfa
Em 1955, foi descrita pela primeira vez nos Estados Unidos e na Grécia uma nova
hemoglobina denominada de Hb H, com características instáveis, formando corpúsculos
de inclusões nos eritrócitos e visualizados quando submetida à incubação com corantes
vitais. Esses achados estavam associados às alterações morfológicas dos eritrócitos,
desde que afastadas as possibilidades de que a anemia microcítica e hipocrômica fosse
devido à deciência de ferro. A identicação de que a Hb H era composta por tetrâmeros
de globinas beta, realizada por técnicas de hibridização e por análises bioquímicas,
sugeriu que se tratava de uma doença causada por defeito nos genes alfa. A Hb H tem
anidade ao oxigênio 10 vezes maior do que a Hb A, ausência de efeito Bohr e liga-se
ao cromo mais rapidamente do que a Hb A. Os portadores dessa alteração molecular,
denominada Doença de Hb H, apresentavam anemia signicativa, hipocromia,
microcitose e poiquilocitose, diminuição da fragilidade osmótica, reticulocitose e
presença de Hb H nos eritrócitos e em eletroforese (NAOUM, 2012).
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Portanto, as células dos indivíduos diploides normais contém 4 genes α. Por esse
motivo, as manifestações clínicas da α talassemia vão de indivíduos portadores sãos ou
silenciosos (deleção de um gene α) até incompatíveis com a vida (hidropsia fetal) como
mostra a gura a seguir.
Figura 12. Reprodução esquemática das principais categorias de alfa talassemia, os retângulos escuros
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É importante destacar que as talassemias alfa podem ter duas causas de origem:
hereditária e adquirida. Evidentemente as formas hereditárias são as mais comuns e
atingem, pelo menos, 20% da população brasileira dos quais 17% são assintomáticos
e com valores hematimétricos (Hb, Ht, VCM e HCM) normais; 3% tem discretos
graus de anemia microcítica e hipocrômica, e 1:5.000 pessoas é portadora da doença
de Hb H. As formas adquiridas são secundárias a um processo patológico primário,
por exemplo: doenças linfo e mieloproliferativas, anemia sideroblástica, entre outras
(NAOUM, 2012).
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Talassemia beta
O primeiro relato de talassemia beta ocorreu em 1925 por Thomas Cooley e Pearl Lee,
em que foi descrito uma forma severa de anemia associada à esplenomegalia e mudanças
ósseas características de ocorrência em crianças de origem italiana. As talassemias
beta são mais heterogêneas do que as do tipo alfa. Aquelas ocorrem nos estados de
homozigose e heterozigose (ASSIS; PUGLIESE, 2012; NAOUM, 2012).
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afetada, por diminuição parcial (b+) ou bloqueio total (b0), a relação α/β supera o valor
de equilíbrio que é de 1,0. A globina alfa, que não teve sua síntese alterada, apresenta
produção normal, e como não há globina beta suciente para formar tetrâmeros α2β2
ocorrerá a presença de globinas alfa livres, cuja intensidade é proporcional à piora
do quadro clínico do portador, seja recém-nascido, ou com idade acima de 6 meses
(NAOUM, 2012).
Por outro lado, as células que têm maior hemoglobinização, mesmo que seja pela
presença de Hb Fetal, apresentam-se com menores graus de lesões e, portanto, maior
período de vida. Ainda em nível de células eritroblásticas, a precipitação de globinas alfa
causa o bloqueio da síntese de DNA com consequente interrupção da síntese de globinas.
O somatório das situações anteriormente mencionadas: precipitação de globina alfa,
rigidez celular e lesão do DNA provoca a eritropoiese inecaz que é responsável pela
situação de anemia e pelo aumento da absorção do ferro (NAOUM, 2012).
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delta, pseudogene beta-1, os genes gama alanina e gama glicina e até o gene embrionário
épsilon (NAOUM, 2012).
As beta talassemias em homozigose são classicadas como β0 (beta zero) quando não
há síntese de globinas e β+ (beta mais), quando há alguma síntese. Sua patogenia está
baseada no acúmulo de cadeias alfa livres, devido à ausência ou menor produção das
cadeias β, que formam tetrâmeros alfa. Esses tetrâmeros alfa se precipitam induzindo
hemólise. O padrão de hemoglobinas nos indivíduos com beta talassemia homozigota
é variável, possuem Hb Fetal aumentada (20-90%), Hb A2 normal ou elevada e Hb
A somente aparece nos casos em que há deciência parcial da síntese de cadeia beta
(ASSIS; PUGLIESE, 2012).
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alfa tem sua síntese normal. Muitos dos doentes afetados morrem na infância ou na
adolescência, podendo, entretanto, alcançar a terceira década, conforme a atenção
médica e terapêutica recebidas. Destaca-se, porém, que as principais causas de óbito
são infecções ou insuciências cardíacas, devido à deposição de ferro no miocárdio.
O acúmulo de ferro é decorrente da extensa e prematura destruição dos eritrócitos,
tanto daqueles que são continuamente produzidos para suprir a anemia hemolítica,
quanto dos recebidos em transfusões sanguíneas frequentes e necessárias, bem
como da absorção gastrointestinal aumentada do ferro recebido pela dieta alimentar
(NAOUM, 2012).
Talassemia intermediária
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CAPÍTULO 7
Anemia falciforme
Na anemia falciforme, que ocorre em 0,3% a 1,0% dos negros da África ocidental e
dos afro-americanos, as células contêm tipo anormal de hemoglobina, denominada
hemoglobina S, produzida por cadeias beta anormais da molécula de hemoglobina
(GUYTON; HALL, 2011). A causa que motivou a mutação do gene da hemoglobina
normal (Hb A) para o gene da Hb S ainda permanece desconhecida. Admite-se, porém,
que a origem da Hb S tenha sido multirregional, atingindo populações com diferentes
características genéticas além das clássicas teorias de Haldane (1949) e Allison (1954),
relacionadas à vantagem seletiva dos indivíduos heterozigotos para esta hemoglobina
(Hb S) contra os efeitos da malária causada pelo Plasmodium falciparum (ASSIS;
PUGLIESE, 2012).
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Figura 13. Reprodução de uma hemácia normal (à esquerda) e de uma hemácia em formato de foice,
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Hemoglobina S
Figura 14. Representação esquemática do processo de indução à falcização das hemácias pela polimerização
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Anemia falciforme
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Sintomas
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DIAGNÓSTICO E
TRATAMENTO DE UNIDADE II
ANEMIAS
CAPÍTULO 1
Diagnóstico das principais anemias
Estão surgindo diversos recursos para o estudo das alterações orgânicas e novas propostas
que serão testadas pela comunidade cientíca e médica e, dependendo dos resultados,
serão incorporados ou recusados. Pesquisadores se dedicam à tarefa de aperfeiçoar as
formas e métodos de investigações das doenças e suas várias apresentações, a m de
levar a um diagnostico rápido e preciso, mas mesmo com toda a tecnologia já conquistada
e a dedicação de prossionais qualicados, algumas pessoas ainda sofrem por falta
de recursos diagnósticos. Para um bom diagnóstico várias estratégias são lançadas,
dentre elas a anamnese, o exame clínico, os exames complementares e laboratoriais, de
preferência na ordem que foram citados (ROCHA, 2011). Neste capítulo serão expostas
várias abordagens disponíveis para o diagnóstico das principais anemias.
Cada conquista no campo médico pode representar uma vitória para uma ou
mais pessoas e a prorrogação de suas vidas.
Anamnese
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vezes, são nessas perguntas e respostas iniciais da consulta que se consegue direcionar
ou até mesmo concluir um diagnóstico (ROCHA, 2011).
Vale lembrar que somente o questionário não substitui um exame clínico ou laboratorial
especíco.
Esses exames podem ser feitos por médicos ou por alguém de sua equipe que tenha
passado por treino e orientação. Técnicos, auxiliares e enfermeiros são responsáveis
por exames físicos e tomada dos parâmetros de boa parte dos atendimentos. Todos os
parâmetros biológicos devem ser explorados no exame clínico – temperatura corporal,
frequência cardíaca e respiratória, cor das mucosas, perfusão capilar, pressão arterial
ou qualquer alteração de volume, cor, cheiro e aspecto são componentes do exame físico
do paciente, bem como o aumento de volume, inchaço, falta de tecido, uma úlcera,
uma hemorragia, presença de corpo estranho ou qualquer outra alteração que pode ser
percebida diretamente ou indiretamente nesse momento (ROCHA, 2011).
Para um bom exame físico ou clínico deve-se estar atento ao estado geral do paciente,
aspecto apresentado no rosto, como se acomoda no leito, observação de movimentos
involuntários do paciente, biótipo, peso, altura, temperatura, aspectos da pele,
características ou alterações em musculatura, veias da superfície do corpo, presença
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Exames complementares
Faz parte do hemograma e pode ser feita de forma manual ou eletrônica. Basicamente
serve para quanticá-las e observar o tamanho e a forma dos eritrócitos. Alterações
presentes nos eritrócitos podem indicar a presença de hemoglobinas anômalas.
Como as hemácias são muito pequenas, só podem ser vistas ao microscópio. Além
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Hemoglobina
Hematócrito
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do volume seja atingido, veda-se com massinha para vedação dos capilares e coloca-se
na centrífuga por cinco minutos. Todos os componentes sólidos se precipitarão pela
força centrífuga e na superfície do tubo restará a parte líquida do sangue, o plasma.
O hematócrito é a parte sólida em relação à parte líquida e expressa em porcentagem,
por exemplo, se após centrifugação tivermos metade do volume do sangue em células
e outra metade em plasma, então teremos um hematócrito de 50%. Diminuição do
hematócrito é considerada anemia (ROCHA, 2011).
Anemia ferropriva
Anemia sideroblástica
Anemia megaloblástica
Figura 15. Anemia megaloblástica: sangue periférico mostrando macrócitos ovalados e um neutrófilo
hipersegmentado.
Anemia aplástica
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Anemia hemolítica
Deficiência de glicose-6-fosfato-desidrogenase
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Figura 16. Distensão de sangue em caso de deficiência de G6PD com hemólise aguda depois de estresse
oxidativo. Alguns eritrócitos mostram perda de citoplasma, com separação da hemoglobina restante da
corados. A coloração supravital (como para reticulócitos) mostrou presença de corpúsculos de Heinz.
Laboratorialmente, a HPN pode ser identicada pelo teste de hemólise pela sacarose,
em que se observa maior hemólise do sangue do paciente em soluções com baixa força
iônica, ou ainda, pela análise de anticorpos anti-CD55 ou anti-CD59, além da presença
de hemoglobina e hemosiderina no teste de urina. Em alguns casos não são observadas
trombocitopenias, que podem ser brandas e persistem por anos. Devido à hemólise
crônica, pode-se observar um pequeno aumento no valor de VCM e CHCM e também
uma anemia ferropriva secundária. Nos casos de confusão diagnóstica, os pacientes
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Talassemias
Para o diagnóstico das talassemias, segundo Assis e Pugliese (2012), é importante levar
em consideração:
» origem étnica;
» reticulocitose;
» valores de Hb A2 e HbF.
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Anemia falciforme
Nos exames laboratoriais para anemia falciforme se observa anemia hemolítica grave
(hemoglobina média de 7,5 g/dL, com variação de 5,5 a 11 g/dL); anemia normocítica
e normocrômica (VCM e CHCM normais) com anisocitose, poiquilocitose e RDW
aumentado; presença de hemácias em foice (variável) e reticulositose (> 15%), presença
de eritroblastos (ASSIS; PUGLIESE, 2012).
Também é possível realizar o teste de falcização (Figura 17) que avalia qualitativamente
a presença ou ausência de Hb S nos eritrócitos. A pesquisa de hemácias falciformes em
lâmina é feita pela técnica clássica de Daland e Castle (1948), empregando-se como
agente redutor uma solução de metabissulto de sódio a 2%. O metabissulto de sódio
reduz a tensão de oxigênio e, quando adicionado ao sangue total, sob vedação, provoca
a falcização das hemácias devido à aceleração da formação de polímeros (Hb S), após
algumas horas de repouso. A leitura do teste de falcização, geralmente, é feita após 24
horas. Vários fatores interferem na sensibilidade e reprodutibilidade do teste, entre os
quais se destacam a proporção entre os volumes de sangue e da droga redutora, falha
na vedação do microambiente e tempo de reação. É importante lembrar que o teste de
falcização não diferencia a presença da hemoglobina S em homozigose ou heterozigose
e, além disso, há muitos casos de “falso negativo”, ou seja, eritrócitos com Hb S que,
submetidos ao teste de falcização, não falcizam (ASSIS; PUGLIESE, 2012; NAOUM,
2012).
Figura 17. Da esquerda para a direita, teste de falcização positivo e negativo, respectivamente.
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CAPÍTULO 2
Tratamento das principais anemias
Anemia ferropriva
Na anemia ferropriva a causa subjacente é tratada sempre que possível. Além disso,
é administrado ferro para corrigir a anemia e repor os depósitos. Para o uso de ferro
por via oral a melhor preparação é o sulfato ferroso; tem baixo custo e contém 67
mg de ferro em cada drágea de 200 mg (anidro). Deve ser ingerido com o estômago
vazio a intervalos de pelo menos seis horas. Se houver efeitos colaterais (náusea, dor
abdominal, constipação ou diarreia), eles podem ser amenizados administrando-se o
ferro com os alimentos ou utilizando-se uma preparação com conteúdo menor, como o
gluconato ferroso, que contém menos ferro: 37 mg por drágea de 300 mg. O tratamento
por via oral deve ser mantido durante um período suciente para corrigir a anemia e
repor os depósitos de ferro, o que signica pelo menos seis meses. A hemoglobina deve
subir cerca de 2 g/dL a cada três semanas. Falta de resposta ao ferro por via oral tem
várias causas possíveis e todas deverão ser consideradas antes da indicação de ferro via
parenteral (HOFFBRAND; MOSS, 2013).
A resposta hematológica ao ferro por via parenteral não é mais rápida que a resposta à
dosagem adequada de ferro por via oral, mas os depósitos são refeitos com mais rapidez.
Ferro intravenoso também tem mostrado resultado no aumento da capacidade funcional
e qualidade de vida em alguns pacientes com insuciência cardíaca congestiva, inclusive
na ausência de anemia. No Reino Unido três preparações estão disponíveis e a dose é
calculada de acordo com o peso corporal e o grau de anemia. Hidroxi-sucrose férrica,
ferrodextran e carboximaltose férrica são administradas via injeção intravenosa lenta
ou infusão. Nos Estados Unidos, também está licenciado o ferumoxitol para pacientes
com insuciência renal (HOFFBRAND. MOSS, 2013).
Anemia sideroblástica
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Anemia megaloblástica
A maioria dos casos necessita somente de tratamento com a vitamina apropriada. Doses
terapêuticas de ácido fólico (por exemplo 5 mg/dia) dadas a um paciente com deciência
de B12 provocam resposta terapêutica da anemia, mas podem agravar a neuropatia. Não
devem ser prescritas isoladamente, salvo se a deciência de B12 tiver sido excluída com
segurança. Em pacientes com anemia grave, que necessitam de tratamento urgente,
pode ser mais seguro iniciar o tratamento com ambas as vitaminas depois da coleta
de sangue para as dosagens de B12 e folato e do exame da medula óssea. Em idosos,
a presença de insuciência cardíaca deve ser controlada com diuréticos. Transfusões
de sangue devem ser evitadas se possível, pois podem causar sobrecarga circulatória
(HOFFBRAND; MOSS, 2013).
Anemia aplástica
Em geral, o tratamento para a anemia aplástica tipo Fanconi é feito com andrógenos e/
ou TCT. Na maioria dos casos, o hemograma melhora com andrógenos, mas os efeitos
colaterais, sobretudo em crianças, são incômodos (virilização e alterações hepáticas).
A remissão raramente dura mais que dois anos. TCT alogênico pode curar o paciente.
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» Transplante de células-tronco.
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Anemias hemolíticas
Esferocitose hereditária
Deficiência de glicose-6-fosfato-desidrogenase
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Talassemia
Anemia falciforme
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EPIDEMIOLOGIA E
FISIOPATOLOGIA UNIDADE III
DAS PRINCIPAIS
LEUCEMIAS
De acordo com o tipo celular predominante, as leucemias podem ser classicadas em:
As leucemias agudas em geral têm início abrupto, com sinais e sintomas relacionados
à depressão da medula óssea. Já as leucemias crônicas são processos malignos lentos
que envolvem a proliferação de células linfoides ou mieloides mais bem diferenciadas
(LEITE, 2012). Nos próximos capítulos serão descritas as características das quatro
subclassicações da leucemia e seus sintomas.
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CAPÍTULO 1
Leucemia mieloide aguda
» diminuição da apoptose;
A leucemia mieloide aguda (LMA), também conhecida como leucemia mielogênica aguda,
é uma neoplasia rapidamente progressiva derivada de precursores hematopoiéticos ou
das células-tronco mieloides. A LMA acomete as células mieloides na medula óssea,
causando anemia, neutropenia e trombocitopenia, que se devem ao acúmulo de células
blásticas indiferenciadas na medula, que não amadurecem e não desempenham sua
função, e ainda interferem na produção normal de outras células sanguíneas. A LMA
corresponde a 90% das leucemias na vida adulta. Afeta, principalmente, adultos com
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Nessa etapa ocorre hipoprodução e maturação anormal das células mieloides, sem o
comportamento maligno. A LMA é uma doença heterogênea, com vários subgrupos de
comportamentos biológicos distintos, o que pode explicar tantas falhas nos tratamentos
(LEITE, 2012).
Classificação
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Fonte: Figura adaptada de Haematological Malignancy Diagnostic Service, apresentada em Leite, 2012.
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Sintomas
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CAPÍTULO 2
Leucemia linfoide aguda
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Na LLA de células T são observadas translocações entre os genes TCR e HOX (TAL1,
TLX3, HOXA) ou genes codicantes de proteínas que interagem com a proteína E2A
(TAL1, TAL2, LMO1, LMO2, LYL1). Observam-se também a inativação do CDKN2A
(p16) decorrente de deleção, em cerca de 50% dos pacientes com LLA de células T,
além de mutações em genes codicantes das tirosinas quinases, como ABL1, LCK e RAS
(LEITE, 2012).
Classificação
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Figura 19. Subtipos FAB de leucemia linfoide aguda. (A) LLA - L1. (B) LLA - L2. (C) LLA – L3.
ASPECTO MORFOLÓGICO L1 L2 L3
Predominância de células
Diâmetro celular pequenas, homogêneas
Grandes, heterogêneas Grandes, homogêneas
Forma do núcleo Regular, podendo apresentar fenda Irregular, podendo apresentar fenda Regular, redondo ou oval
Fonte: Adaptado de Farias e Castro, 2004. L1 = Leucemia linfoide aguda tipo L1; L2 = Leucemia linfoide aguda tipo L2; L3 =
Leucemia linfoide aguda tipo L3.
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intracitoplasmático. A LLA comum representa 65% dos casos em crianças e 50% dos casos
em adultos, e expressam os antígenos HLA-DR, CD19, TdT, CD22 intracitoplasmático e
CD10 (LEITE, 2012).
Sintomas
A LLA tem por característica a manifestação repentina de sintomas, que incluem febre
branda, suores noturnos e perda de peso, provocados pelo aumento do metabolismo
das células leucêmicas em rápida proliferação. A anemia é a principal causa da fadiga
e cansaço apresentados pelo paciente. A expansão da medula óssea acarreta na dor e
sensibilidade óssea; as hemorragias são consequências da plaquetopenia. À medida que
a neutropenia evolui, aumenta o risco de infecções, contribuindo para a manifestação
da hipertermia. A inltração maciça de células leucêmicas origina a esplenomegalia,
hepatomegalia e linfoadenopatia generalizada, extremamente comuns na LLA e que
reetem no desconforto abdominal referido pelos pacientes. As células leucêmicas
também podem ultrapassar a barreira hematoencefálica. Dessa forma, se inltram no
sistema nervoso central provocando cefaleia, vômitos, náuseas, paralisias de nervos
cranianos, convulsões e coma. O comprometimento do SNC é mais comum em crianças
com LLA do que em adultos (LEITE, 2012).
O exame do fundo do olho pode mostrar edema de papila e, algumas vezes, hemorragia.
Manifestações menos comuns incluem tumefação testicular; na LLA-T, há sinais de
compressão do mediastino. Se houver predomínio de massas sólidas linfonodais ou
extranodais com < 20% de blastos na medula óssea, a doença denomina-se linfoma
linfoblástico, mas é tratada como LLA (HOFFBRAND; MOSS, 2013).
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CAPÍTULO 3
Leucemia mieloide crônica
Características
A LMC pode ocorrer em qualquer idade, se caracteriza pela presença de uma mutação
adquirida que afeta a célula tronco hematopoiética. Ela difere siopatologicamente de
outras leucemias por apresentar, em 95% dos casos, uma alteração genética adquirida,
o cromossomo Philadelphia (Ph). O cromossomo Ph é produzido pela translocação
t(9;22)(q34;q11) ou pelo rearranjo molecular dos genes BCR e ABL1, originados na
ruptura dos cromossomos 22 e 9, respectivamente, no qual parte do oncogene ABL1 é
transferido para o gene BCR no cromossomo 22, e parte do cromossomo 22 é transferido
para o cromossomo 9, conforme mostra Figura 20. O cromossomo 22 anormal é o
cromossomo Ph. Quando o gene da fusão BCR/ABL1 transcreve RNAm codicante
da proteína tirosinoquinase (proteína de fusão de tamanho 210 kDa), com atividade
excessiva em relação ao produto normal de 145 kDa do ABL1, as consequências da
síntese da proteína anômala incluem:
» inibição da apoptose;
» instabilidade genômica;
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Figura 20. Cromossomo Filadélfia (Ph). Há translocação de parte do braço longo do cromossomo 22 para o
braço longo do cromossomo 9 e translocação recíproca de parte do braço longo do cromossomo 9 para o
cromossomo 22 (cromossomo Ph). Essa translocação recíproca traz a maior parte do gene ABL para a região
BCR do cromossomo 22 (e parte do gene BCR em justaposição com a porção remanescente do ABL no
cromossomo 9).
Figura 21. Cariótipo exibindo a translocação t(9;22)(q34;q11). A seta mostra o cromossomo Ph.
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Sintomas
» mal-estar;
» cansaço;
» aumento do catabolismo;
» a perda de peso;
» lassidão;
» anorexia;
» suores noturnos;
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Nessa situação, o paciente deverá ser reavaliado em duas ou quatro semanas, uma vez
que a interrupção do tratamento da LMC pode provocar um aumento transitório no
número de células. A presença de 30 a 40% de blastos na medula óssea caracteriza a
crise blástica. O risco de desenvolvimento da fase acelerada ou da crise blástica na LMC é
baixo nos primeiros dois anos após o diagnóstico. Mas, com o passar dos anos apresenta
uma taxa de aumento de aproximadamente 15 a 20% por ano para pacientes que não
fazem uso da quimioterapia de manutenção. Em 70% dos casos de crise blástica ocorre
transformação mieloide, e em 20 a 30% a transformação acomete células linfoides.
Raramente a crise blástica é bifenotípica. Nas ocorrências de crise blástica linfoide são
frequentemente acometidas células B precursoras ou comuns, e raramente células T.
Na crise blástica mieloide, a transformação pode ocorrer em múltiplas linhagens ou
predominar em apenas uma linhagem:
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» mieloblástica;
» eosinofílica;
» basofílica;
» monocítica;
» megacarioblástica;
» eritroblástica;
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CAPÍTULO 4
Leucemia linfoide crônica
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Sintomas
A doença acomete pessoas idosas, sendo que apenas 15% dos casos ocorrem antes dos
50 anos de idade. Predomina no sexo masculino na proporção 2:1. A maioria dos casos
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Figura 22. Biópsias da medula óssea em três pacientes com leucemia linfocítica crônica, mostrando (a)
considerável aumento difuso de linfócitos (células com núcleos pequenos e escuros, densamente agrupadas); (b)
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Conforme ca evidenciado pela sobrevida prolongada possível em pacientes com LLC,
frequentemente o curso é benigno e muitos pacientes permanecem assintomáticos
durante anos. Visto ser a LLC uma doença do idoso, é relativamente comum a doença
não relacionada, mas coexistente, que se constituirá na causa de morte de cerca de
um terço de todos os pacientes. Comumente a morte atribuível a LLC é causada por
uma infecção descontrolada, graças à quimioterapia mielotóxica e à granulocitopenia
resultante, ou à hipogamaglobulinemia. Em geral, a deciência de anticorpos e a
frequência de infecções aumentam com a duração da doença (LEE et al., 1998).
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DIAGNÓSTICO E
TRATAMENTO DE UNIDADE IV
LEUCEMIAS
CAPÍTULO 1
Diagnóstico das principais leucemias
» mieloperoxidase;
» sudão negro B;
» fosfatase alcalina;
» naftol AS-D;
» cloroacetato esterase;
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Vários fatores podem inuenciar o prognóstico da LLA. Pacientes com menos de 50 anos
de idade têm melhor prognóstico do que pacientes mais velhos, assim como pacientes
que apresentaram contagem inicial de leucócitos inferior a 50 x 109/L no sangue
periférico. Pacientes que são afetados pela LLA de células T tendem a ter um melhor
prognóstico do que aqueles com células B maduras LLA (leucemia de Burkitt). A presença
do cromossomo Philadéla (Ph) em pacientes com LLA é desfavorável ao prognóstico,
assim como a falta de remissão após o primeiro ciclo de quimioterapia. Outros fatores
como a presença de células residuais na medula óssea, o comprometimento do SNC ou
a reincidência da leucemia também alteram o prognóstico do paciente (LEITE, 2012).
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Figura 23. Leucemia mieloide crônica: distensão de sangue periférico mostrando vários estágios de granulopoese,
Com relação à evolução da doença, os óbitos durante a fase crônica da LMC são raros. O
comportamento clínico da doença não se mantém estável ao longo do tempo, de forma
que aproximadamente um terço dos pacientes evolui subitamente para a fase acelerada
ou para a crise blástica da LMC. Os demais pacientes perdem progressivamente o
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controle na produção dos leucócitos. Essa perda de controle está associada ao aumento
da proporção de células blásticas, pró-mielócitos e basólos no sangue periférico e na
medula óssea. Nessa situação observam-se anemia e trombocitopenia. Alguns pacientes
podem ainda desenvolver insuciência medular com mielobrose. A sobrevida após a
crise blástica é estimada em três meses. Já a sobrevida após a ocorrência da fase acelerada
com mais de 30% de células blásticas na medula óssea e contagem de plaquetas inferior
a 100.000/mm3 está estimada entre 12 a 18 meses (LEITE, 2012).
Figura 24. Leucemia linfocítica crônica: distensão de sangue periférico mostrando linfócitos com fino bordo
de citoplasma, cromatina nuclear grosseira condensada e raros nucléolos. Células esmagadas típicas estão
presentes.
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ANTÍGENOS EXPRESSÃO
CD19, CD5, CD23 Forte
Imunoglobulinas de superfície (cadeia kappa, lambda) Fraca
CD79b e CD22 Fraca ou ausente
FMC7 Negativo
CD38 Variável
Fonte: Adaptado de Leite, 2012.
Na aspiração da medula óssea, a proporção de linfócitos é maior do que 30% e pode atingir
100% nos pacientes com LLC recém-diagnosticados. Porém, os linfócitos leucêmicos
não podem ser distinguidos dos linfócitos B pequenos normais pela microscopia óptica
ou eletrônica. As inltrações das células anormais na medula podem congurar quatro
padrões distintos, que tem valor no prognóstico. A inltração pode ser do tipo:
A doença com inltração difusa é a mais comum no estágio avançado da LLC, e torna-
se mais proeminente à medida que a doença evolui, caracterizando o mau prognóstico.
Estudos citogenéticos além de conrmar o diagnóstico podem servir como indicadores
prognósticos. As anomalias mais comuns são:
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CAPÍTULO 2
Tratamento das principais leucemias
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Figura 25. Leucemia mieloide aguda: fluxograma ilustrando um exemplo de um típico protocolo de tratamento.
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Figura 26. Leucemia linfoblástica aguda (LLA): fluxograma ilustrando um protocolo típico de tratamento.
INDUÇÃO
Por exemplo: vincristina, asparaginase, dexametasona (ou prednisolona), ± daunorrubicina
CONSOLIDAÇÃO
Por exemplo: daunorrubicina, citarabina, vincristina, etoposide, tioguanina ou mercaptopurina,
ciclofosfamida em um a quatro cursos
Possível transplante de
células-tronco
PROFILAXIA CRANIANA
Por exemplo: metotrexato sistêmico em altas doses ou metotrexato intratecal múltiplo ou
irradiação craniana (1.800 - 2.400 rads)+metotrexato intratecal
TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO
Por exemplo: mercaptopurina, metotrexato, vincristina, dexametasona (ou prednisolona)
TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO
idem ao tratamento de manutenção, por 2-3 anos
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é muito mais alta. Embora a curabilidade em crianças aproxime-se de 90%, não mais de
40% dos adultos permanecem livres de leucemia após cinco anos; a estatística é ainda
pior em pacientes mais velhos. Um fator provavelmente causal é a diferença de subtipos
genéticos de acordo com a idade. Hiperdiploidia e t(12;21), de bom prognóstico, e que,
juntos, correspondem a 50% dos casos da infância, são subtipos raros em adultos.
Em contraste, a presença do cromossomo Filadéla (LLA Ph+) aumenta com a idade
(HOFFBRAND; MOSS, 2013).
Um fator adicional que contribuiu para os maus resultados obtidos em adultos foi a
escolha tradicional do uso de doses menores de quimioterapia das que se costuma
prescrever para essa xa etária. Isso está sendo corrigido com introdução de regimes
de quimioterapia de alta intensidade ao menos em adultos jovens. A presença de DRM
após três meses de tratamento é sinal de mau prognóstico. TCT alogênico desempenha
um papel cada vez mais importante no tratamento de LLA em adultos. Deve ser
indicado na maioria dos pacientes com doador compatível na família ou não relacionado
(HOFFBRAND; MOSS, 2013).
O tratamento para a leucemia mieloide crônica (LMC) somente deverá ser iniciado
caso a contagem de leucócitos seja superior a 200.000/µL ou que existam evidências
de leucostasia, ou ainda esplenomegalia com possibilidade de infarto esplênico. O
tratamento da LMC deverá incluir:
» controle da hiperuricemia;
Nos últimos anos tem se destacado o uso dos inibidores de tirosinoquinase (imatinibe)
e o aumento do índice de sucesso nos transplantes de medula óssea alogênica. Assim, o
transplante de medula óssea e o uso dos inibidores da tirosinoquinase se tornaram hoje
as principais alternativas terapêuticas para pacientes com LMC. Ambos funcionam
melhor nas fases mais precoces da doença, diminuindo sua eciência à medida que a
leucemia progride para as fases acelerada e blástica (LEITE, 2012).
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Os quatro tipos de leucemias (LLA, LMA, LLC e LMC) são capazes de serem
tratados com o transplante de células-tronco (TCT) e cada um possui
tratamentos especícos como quimioterápicos para o LLA e LMA, fármacos
e anticorpos combinados com quimioterapia para o LLC e inibidores de
tirosinoquinase para o LMC.
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Na área médica, assim como em qualquer outra área prossional bem sucedido é
aquele que busca sempre novos aprendizados e com isso motivação para crescer
dentro da prossão e conhecimento para auxiliar aqueles que necessitam.
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Referências
ASSIS, Paulo Roberto Gnecco Rodrigues de; PUGLIESE, Luciana. Hematologia. São
Paulo: DCL, 2012. Cap. 4, pp. 62-82.
FARIAS, Mariela Granero; CASTRO, Simone Martins de. Diagnóstico laboratorial das
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