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Agricultura
de Precisão
Indaial – 2023
1a Edição
Elaboração:
Prof. Alexandre Dias Gomes
Prof. Bruno Marcos Nunes Cosmo
Prof. Flávio Antônio Zagotta Vital
Prof.ª Mara Lúcia Cruz de Souza Guimarães
196p.
ISBN XXX-XX-XXX-XXXX-X
“Graduação - EaD”.
1. Princípios 2. Agricultura 3. Precisão
CDD 630
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
Impresso por:
APRESENTAÇÃO
A agricultura é um setor produtivo que se encontra em constante evolução e
aperfeiçoamento tecnológico, se distanciando cada vez mais de uma perspectiva sim-
plória e tradicional, indo ao encontro de um modelo de organização automatizada. O au-
mento da eficiência da cadeia produtiva no setor agrícola está intimamente relacionado à
incorporação de recursos ligados à informática, ao sistema de gestão integrada, às tec-
nologias em geoprocessamento, aos sistemas de posicionamento global e aos demais
artifícios tecnológicos que facilitam a administração da empresa rural como um todo.
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REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 53
REFERÊNCIAS.....................................................................................................................125
REFERÊNCIAS.....................................................................................................................193
UNIDADE 1 -
INTRODUÇÃO À
AGRICULTURA DE PRECISÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de
reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
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1
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A TRILHA DA
UNIDADE 1!
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2
UNIDADE 1 TÓPICO 1 -
CONCEITOS INICIAIS EM
AGRICULTURA DE PRECISÃO
1 INTRODUÇÃO
A agricultura adotada no Brasil passou por uma grande modificação estrutural na
década de 1960, onde o modelo de produção tradicional foi gradativamente modificado
para um modelo de propriedade rural industrializada, extremamente dependente dos
insumos oriundos de outros setores industriais, tais como fertilizantes, defensivos
agrícolas e maquinário de produção e colheita, por exemplo (SAIZ-RUBIO; ROVIRA-MÁS,
2020; TAVARES, 2021a, 2021b).
3
e espaciais, associadas à tecnologia para melhorar a produção agrí-
cola, faturou US$ 7 bilhões em 2021, e deve alcançar US$ 12,8 bilhões
até 2025, com previsão de alta de quase 83%. Portanto, teoricamente,
nota-se que a sustentabilidade ambiental tende a ganhar mais espaço
na consciência dos agricultores, visto que a tecnologia disponível ao
setor começa a ser utilizada para analisar e atender à necessidade por
alimentos das gerações atuais e futuras sem comprometer a saúde
dos ecossistemas no entorno (SOARES, 2023, p. 42).
4
os aspectos conceituais do agronegócio brasileiro. Além disso, será abordado quais as
perspectivas futuras da Agricultura de Precisão com o advento da modernização das
tecnologias de gestão e obtenção de dados.
2 AGRONEGÓCIO BRASILEIRO
O agronegócio vigente no Brasil é caracterizado como um setor heterogêneo,
pois combina duas situações antagônicas: a tradição da agricultura convencional,
basicamente braçal; e a inovação tecnológica científica, fundamentada em um modelo
agrícola focado no mercado globalizado de exportação (MOLIN; AMARAL; COLAÇO,
2015; SOARES, 2023).
5
Devemos ter em mente que esses elevados índices do agronegócio brasileiro
só se tornam possíveis graças à produção em grandes áreas, associadas ao uso de alta
tecnologia ao longo de todo o processo produtivo, que se estende desde a compra de
insumos até a distribuição final de bens de consumos, produtos, subprodutos e também
de resíduos da produção que possam vir a ter valor econômico relativos a alimentos,
fibras naturais e bioenergia (ALVES et al., 2023). A gestão eficiente da produção é um
elemento chave do agronegócio de ponta do Brasil, o qual é intimamente dependente
da agricultura de precisão.
6
A laranja se destaca como a principal fruta produzida e exportada pelo Brasil,
principalmente em regiões de São Paulo e Minas Gerais, em regiões do Sudeste e
Triângulo Mineiro, totalizando 38% da produção mundial (ERPEN et al., 2018; TAVARES,
2021a). A produção da laranja no Brasil está relacionada a cerca de 50% da produção
mundial de suco de laranja, através de um sistema altamente mecanizado, o qual 98%
da produção é exportada (ERPEN et al., 2018). Outras frutas, tais como banana, mamões
frescos, mangas e melões têm tido o seu valor de exportação crescente, as quais são
produzidas principalmente nos estados São Paulo, Bahia, Minas Gerais, Santa Catarina,
Pará, Ceará e Pernambuco (SANTOS et al., 2018; TAVARES, 2021a).
7
Figura 1 – Esquema ilustrativo de mapas gerados pela Agricultura de Precisão que demarcam as áreas das
propriedades através da produtividade
8
campo, mas não explica a variabilidade observada. Assim, os dados de desempenho da
cultura no campo devem ser associados com outras informações, para o entendimento
das causas da variação observada (COELHO, 2005, p. 21).
9
Como vimos anteriormente, o uso de ferramentas na Agricultura de
Precisão permite encontrar formas exatas de gestão e tomada de decisão para a
heterogeneidade das lavouras, que variam em escala temporal e espacial (COELHO,
2005; MOLIN; AMARAL; COLAÇO, 2015; SCHIMMELPFENNIG, 2016).
10
O levantamento dos aspectos variáveis da propriedade permite a separação
de zonas uniformes, onde práticas de manejo serão específicas para cada área. Os
fatores desencadeadores e que caracterizam a variabilidade podem ser classificados
em três categorias básicas (COELHO, 2005; MACHADO et al., 2018; MOLIN; AMARAL;
COLAÇO, 2015):
Figura 3 – Mapa topográfico criado com princípios de Agricultura de Precisão correlacionando declividade do
terreno (A) e produtividade da soja (B
11
Fonte: adaptado de Alba et al. (2011)
ATENÇÃO
A aplicação da geoestatística na Agricultura de Precisão tem por objetivo
caracterizar a variabilidade espacial dos atributos do solo e das culturas,
estimando as interrelações desses atributos considerando a variabilidade
temporal e espacial de cada zona de manejo das propriedades. Os
modelos baseados no sistema de informações geográficas (SIG)
possibilita a fusão das informações de variabilidade temporal e espacial,
ampliando a capacidade de interpretação dos dados e auxiliando na
técnica de manejo a ser escolhida.
12
Além disso, deve-se também levar em consideração o impacto econômico e
social que a utilização da Agricultura de Precisão pode impor ao setor agrícola (ELIAS,
2021). Pequenos produtores com modelos agrícolas tradicionais, sem capacidade de
aquisição e implementação de tecnologias de ponta, podem se ver obrigados a abandonar
suas atividades produtivas, devido a incapacidade de competir com empresas agrícolas
de grande porte, as quais tem seu custo de produção reduzido pelo uso em larga escala
de modelos de Agricultura de Precisão (ALVES et al., 2023; SOARES, 2023).
13
na tomada e decisões. E por fim, quanto ao meio ambiente, seu uso
pode reduzir os danos causados e levar a uma produção com respon-
sabilidade ambiental (BORGES; NASCIMENTO; MORGADO, 2022, p. 73).
DICA
A Agricultura de Precisão se trata de um valioso artificio gerencial, o qual
pode ser utilizado para a elevação da rentabilidade agrícola. O artigo
intitulado Agricultura de precisão: ferramenta de gestão na rentabilidade
e produtividade de grãos, será apresenta conceitos de Agricultura de
Precisão utilizados para a produção de grãos. Acesse em: https://sea.
ufr.edu.br/SEA/article/view/1520.
14
IMPORTANTE
Para compreendermos a agricultura de precisão, é necessário que
tenhamos em mente as três tecnologias básicas utilizadas na obtenção
de dados, as quais são:
• Sensoriamento Remoto.
• Sistemas de Informações Geográficas (SIG).
• Sistema de Posicionamento Global (GPS).
15
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tema de aprendizagem, você aprendeu:
16
AUTOATIVIDADE
1 A Agricultura de Precisão reúne técnicas agrícolas que consideram particularidades
locais do solo ou lavoura a fim de otimizar o uso de recursos. Sobre como os sensores
participam do monitoramento dessas variabilidades presentes na área, assinale a
alternativa CORRETA:
I- A interpretação dos dados obtidos a partir das características do solo, com a utilização
de software específico, possibilita orientar a adoção de práticas de conservação,
como a aptidão agrícola de terras.
II- O sistema de posicionamento global (GPS) gera dados que contribuem para a
indicação de práticas conservacionistas de caráter edáfico (relativo ao solo).
III- O emprego da AP possibilita a sugestão de alternativas de manejo diferenciadas,
de acordo com a necessidade de cada área da propriedade, mas não abrange a
sustentabilidade do sistema.
17
3 Em lavouras de milho, soja, amendoim, cana-de-açúcar e arroz uma tecnologia de
manejo de destaque é a denominada Agricultura de Precisão (AP). Essa tecnologia diz
respeito ao gerenciamento localizado (e muitas vezes remoto) da cultura, utilizando
técnicas de informação para a coleta de dados e sua análise. Sobre a AP, classifique
V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
a) ( ) V – F – F – F.
b) ( ) V – F – V – F.
c) ( ) F – V – F – V.
d) ( ) F – F – V – V.
18
UNIDADE 1 TÓPICO 2 -
HISTÓRICO DA AGRICULTURA DE
PRECISÃO
1 INTRODUÇÃO
As tecnologias de Agricultura de Precisão estão em uso desde meados da década
de 1980, porém, disponíveis comercialmente apenas no início de 1990 (LOWENBERG-
DEBOER; ERICKSON, 2019; ZHANG; WANG; WANG, 2002). Este sistema, geralmente,
é definido como um modelo de gerenciamento agrícola baseado em informação e
tecnologia, a fim de identificar, analisar e gerenciar a variabilidade dentro dos campos de
produção, otimizando a lucratividade, sustentabilidade e proteção dos recursos naturais
(BANU, 2015; BORGES; NASCIMENTO; MORGADO, 2022; MOLIN et al., 2020).
19
implementação por meio de tentativa e erro sobre como tratar diferentes áreas, se
mostrando um método exaustivo (SCHIMMELPFENNIG, 2016). É nesse cenário de auxílio
e otimização do tempo que a Agricultura de Precisão se faz extremamente útil.
A proteção ao meio ambiente é essencial para garantir a proteção ambiental e
o desenvolvimento sustentável em todo o mundo. O cumprimento das leis ambientais
são rígidos e crescem cada vez mais em países como Estados Unidos, Austrália, Reino
Unido, Dinamarca e Alemanha, as quais vem pressionando os agricultores a reduzir
significativamente o uso de agroquímicos (SCHRIJVER, 2016).
20
A adoção de dispositivos móveis, o acesso à internet de alta velocidade,
os satélites confiáveis e de baixo custo (para posicionamento e
imagens) e os equipamentos agrícolas otimizados para Agricultura
de Precisão pelo fabricante são algumas das principais tecnologias
que caracterizam a tendência da agricultura de precisão. Alguns
especialistas sugeriram que mais de 50% dos agricultores no mundo,
atualmente, usam pelo menos uma prática agrícola de precisão
(TAVARES, 2018, p. 8).
21
3 AGRICULTURA DE PRECISÃO NO MUNDO
Os sistemas de produção agrícola têm se beneficiado da incorporação de
tecnologias e dos avanços tecnológicos desenvolvidos pelas indústrias, onde podemos
citar: o fluxo de mecanização de ponta; fertilizantes sintetizados para a agricultura;
e automação (ROSE; CHILVERS, 2018; SAIZ-RUBIO; ROVIRA-MÁS, 2020). Assim, a
Agricultura de Precisão surge como o elemento capaz de integrar todos estes avanços
em uma perspectiva agrícola objetiva e consciente (MOLIN; AMARAL; COLAÇO, 2015;
SCHIMMELPFENNIG, 2016; ZHANG; WANG; WANG, 2002).
22
disponível ao setor começa a ser utilizada para analisar e atender à
necessidade por alimentos das gerações atuais e futuras sem com-
prometer a saúde dos ecossistemas no entorno (SOARES, 2023, p. 42).
23
Canadá têm crescido consideravelmente na última década, demonstrando a aceitação
e a confiabilidade nos métodos tecnológicos de produção (BIRNER; DAUM; PRAY,
2021; PATHAK; BROWN; BEST, 2019). As aplicações de tecnologias de taxa variável nos
Estados Unidos vem sendo usados para finalizadas como a dosagem da calagem, taxas
de semeadura e densidade de plantio em milho híbrido (FOLADORI, 2022).
24
no meio rural podem contribuir para que o Brasil alcance ou supere essas expectativas,
fortalecendo a posição do país como um dos líderes mundiais na produção e exportação
de alimentos, com base no aumento da produtividade e no uso sustentável dos recursos
naturais (COSCOLIN, 2021a; ELIAS, 2021; MACHADO et al., 2018; MOLIN; AMARAL;
COLAÇO, 2015; SOARES, 2023).
25
De acordo com levantamento realizado em todo o Brasil para avaliar o uso de
tecnologias da Agricultura De Precisão, observou-se que o Estado de São Paulo é o
principal consumidor deste padrão de produção, especificamente, na produção de cana-
de-açúcar, utilizando dados de imagens de satélite (76%), sistema de piloto automático
(39%) e aplicações de insumos em taxa variável (29%) (BERTOLLO, 2019; BOLFE et al.,
2020; SILVA; DE MORAES; MOLIN, 2011).
26
Apesar dos benefícios projetados pelo uso de práticas de agricultura de precisão,
devemos ter em mente que esse modelo consiste na exploração em grande escala,
o qual usa toda a capacidade e potencialidade do solo voltado à produção agrícola
(SOARES, 2023). Portanto, a preservação ambiental deve ser uma pauta do manejo
produtivo, a fim de evitar uma degradação irreversível do meio ambiente.
27
modelo de agricultura permite que os agricultores produzam mais com menos insumos,
elevando o aumento da produtividade e lucratividade, o que implica em significativo
retorno econômico (LOWENBERG-DEBOER; ERICKSON, 2019).
28
Outro aspecto seria interromper a segregação tecnológica entre as economias
desenvolvidas, em transição e em desenvolvimento, especialmente, devido à natureza
adaptável das tecnologias de precisão, permitindo a sua adoção em diferentes
contextos e países, proporcionando, portanto, a possibilidade de salto de tecnologias
ultrapassadas, principalmente, aquelas baseadas em trabalho manual na agricultura
de subsistência, para a produção agrícola comercial atual em escala industrial que
encontra-se fundamentada em tecnologias contemporâneas (BIRNER; DAUM; PRAY,
2021; FOLADORI, 2022; YARASHYNSKAYA; PRUS, 2022).
DICA
A Agricultura de Precisão é uma estratégia de manejo de lavouras agrícolas
ou pecuárias em escala espacial menor do que aquela normalmente
adotada para toda a lavoura, alcançando uma especificidade que garante
melhores rendimentos. No artigo intitulado Impactos da Agricultura
de Precisão na economia brasileira, você identificará como esse meio
tecnológico de manejo afetou a cadeia produtiva do setor agrícola no
Brasil. Acesse em: https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_
id=2402363.
IMPORTANTE
A inovação responsável de tecnologias inteligentes, adotadas na
agricultura, precisa provar ser capaz de se moldar às trajetórias sociais
de inovação. Isso quer dizer que a Agricultura de Precisão deve ser
um modelo de produção agrícola que busca minimizar os impactos
ambientais e sociais, além de garantir a viabilidade econômica dos
sistemas de produção e sua sustentabilidade.
29
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tema de aprendizagem, você aprendeu:
• A Alemanha, os Estados Unidos e a Austrália são os países que mais utilizam esses
recursos em todo o mundo. A Agricultura de Precisão e a transformação digital que
vêm ocorrendo no meio rural podem contribuir para que o Brasil fortaleça a sua
posição dentre os líderes na produção e exportação de alimentos em todo o mundo.
Os estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Maranhão, Goiás e Tocantins
são os maiores utilizadores dessas tecnologias no país.
30
AUTOATIVIDADE
1 Cada vez mais a tecnologia será adotada na agricultura. Com relação à agricultura de
precisão, é CORRETO afirmar que:
31
3 Com novas tecnologias presentes no campo, cada vez mais produtores buscam o uso
dos insumos na medida, horário e local exatos, visando à redução de custos no agro-
negócio, menor impacto ambiental (maior longevidade do solo), redução de custos com
manutenção e assistência técnica de equipamentos. Sobre as diferenças entre Agri-
cultura de Precisão, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
a) ( ) F – V – V – V – V.
b) ( ) F – V – V – F – V.
c) ( ) F – V – F – V – V.
d) ( ) F – F – V – F – V.
32
UNIDADE 1 TÓPICO 3 -
APLICAÇÕES DA AGRICULTURA DE
PRECISÃO
1 INTRODUÇÃO
34
Esta estratégia tecnológica vem ao encontro do auxílio aos produtores agrícolas,
os quais se encontram sob crescente pressão para reduzir a taxa de utilização de
insumos agrícolas, principalmente, os fertilizantes, pesticidas e herbicidas, devido a sua
natureza tóxica e contaminante (Figura 4) (REYNS et al., 2002).
Figura 4 – Fluxo de insumos agrícolas até o consumo na propriedade rural
35
Quando analisamos o cenário de utilização de recursos tecnológicos da
Agricultura de Precisão no Brasil, identificamos que os sensores remotos de campo,
telemetria e automação e os aplicativos móveis permitem suportar maior sustentabilidade
dos sistemas de produção (BOLFE et al., 2020). O uso dessas tecnologias digitais tem
o potencial de aumentar a gestão sustentável dos recursos naturais, principalmente,
o solo e água, reduzindo o uso de insumos agrícolas, tornando as áreas agrícolas mais
produtivas (MOLIN; AMARAL; COLAÇO, 2015).
IMPORTANTE
Os insumos agropecuários podem ser categorizados em três tipos:
36
Uma das principais ferramentas da Agricultura de Precisão são os mapas
gerados pelos sistemas de informações geográficas. Os mapas gerados pela Agricultura
de Precisão podem ser usados para monitorar a produção de culturas ao longo do
tempo e para comparar diferentes áreas da fazenda. Isso permite que os agricultores
identifiquem padrões e tendências, avaliem a eficácia de suas práticas de cultivo e
tomem decisões informadas sobre como otimizar sua produção (NUNES et al., 2018;
REGHINI; CAVICHIOLI, 2020).
37
para a definição e consolidação de zonas com distintos potenciais
produtivos parece ser a maneira mais eficiente para caracterizar a
variabilidade das lavouras (SANTI et al., 2013, p. 511).
38
Figura 6 – Variabilidade do rendimento de grãos em uma plantação de arroz, auxiliada por mapas de produção
4 ZONAS DE MANEJO
O desenvolvimento de tecnologias para a Agricultura de Precisão tem concentrado
esforços no delineamento de zonas de manejo (ou zonas de gerenciamento), as quais
trabalham com dados multivariados das propriedades rurais, sendo eles referentes
a: topografia; aspectos pedológicos; crescimento da cultura e variabilidade temporal
(FRAISSE; SUDDUTH; KITCHEN, 2001; KAYAD et al., 2020; TORIYAMA, 2020).
39
Figura 7 – Zonas de manejo geradas através (A) dados topográficos e (B) dosagem de nitrogênio presente
no solo
40
inicial do estabelecimento das zonas (ALBA et al., 2011; BERNARDI et al., 2015; NUNES
et al., 2018).
Figura 9 – Classificação do campo em zonas de manejo. (A) Classificação em três camadas e (B) classifica-
ção em seis camadas, onde: (1) elevação; (2) inclinação; (3) curvatura do perfil; (4) curvatura tangencial; (5)
índice de componente topográfico e (6) capacidade de troca catiônica
41
Estudos comprovam que, à medida que zonas de manejo são adicionadas, uma
parte crescente da variação total do rendimento é explicada pelo particionamento da
zona (variação entre zonas), fazendo com que a variação total dentro da zona diminua,
ou seja, quanto maior a sobreposição, maior será a confiabilidade da análise (FRAISSE;
SUDDUTH; KITCHEN, 2001; TORIYAMA, 2020).
5 PLANEJAMENTO AGRÍCOLA
A complexidade do planejamento agrícola envolve diversos processos
ocorrentes nas propriedades, tais como: amostragem e zoneamento das áreas; aplicação
de insumos agrícolas; estabelecimento de estratégias para a colheita; programação
e automação da comercialização dos produtos gerados (BIRNER; DAUM; PRAY, 2021;
CHAUDHARY; SORATHIA; LALIWALA, 2004; NIKKILÄ; SEILONEN; KOSKINEN, 2010).
42
• Etapa formal – composta de dados, metadados e métodos para lidar com os dados
computacionais e de manejo.
• Etapa informal – constituída pela expertise e conhecimento de uma pessoa(s) com
capacidade técnica que analisa e interpreta de forma objetiva os dados colhidos na
etapa formal.
Isso faz com que a Agricultura de Precisão seja uma técnica computacional-
mente mais complexa do que a agricultura tradicional, pois além de requerer medições
e aplicações precisas, exige também a interpretação de um sistema de informação com
múltiplas variáveis (NIKKILÄ; SEILONEN; KOSKINEN, 2010). Um sistema de gerenciamen-
to de informações agrícolas é mais focado na transferência digital de dados, o que re-
quer conhecimentos, de intermediários a avançados, para a interpretação e manuseio
desses dados (ALVAREZ; NUTHALL, 2006; NIKKILÄ; SEILONEN; KOSKINEN, 2010; WOLF-
ERT et al., 2017).
43
Um detalhe importante a ser considerado nos sistemas de gerenciamento
agrícolas é referente ao armazenamento da maioria dos dados relacionados às operações
de campo, como documentações e backups, os quais serão de extrema importância
para planejamentos posteriores (CHAUDHARY; SORATHIA; LALIWALA, 2004).
44
Existem vários requisitos para software de gerenciamento agrícola eficaz,
em que a maioria inclui indiretamente o tamanho do grupo de usuários, os quais são
formados por conjunto de agricultores, exigindo que o treinamento de operação do
software escolhido deve ser bem planejado.
NOTA
Podemos perceber que a Agricultura de Precisão associa informações
tecnológicas aos processos produtivos, e, nesse sentido, programas
computacionais que criam zonas de manejo são extremamente úteis
no reconhecimento de padrões homogêneos dentro das propriedades.
No artigo intitulado Prospecção de zonas potenciais para manejo
diferenciado em Agricultura de Precisão utilizando-se padrões de solo-
planta-clima, pode-se observar como a integração das informações do
solo e da lavoura auxiliam no manejo da cultura do milho.
Acesse em: https://bit.ly/3NEkEoJ.
45
LEITURA
COMPLEMENTAR
AGRICULTURA DE PRECISÃO: MAPAS DE RENDIMENTO E DE ATRIBUTOS DE
SOLO ANALISADOS EM TRÊS DIMENSÕES
1 INTRODUÇÃO
46
Este trabalho teve como objetivo investigar a importância da altimetria (terceira
dimensão) na interpretação de mapas digitais de atributos de solo e planta, utilizados
na agricultura de precisão.
Figura 1 – Visualização do mapa de rendimento de soja na safra 2008/09 em duas dimensões (eixos x e y)
e em três dimensões (altitude, eixo z)
47
A altitude pode determinar vários processos que influenciam a produtividade
das culturas tais como as perdas de rendimento associadas às geadas nas cotas mais
baixas do terreno ou a incidência de doenças nos locais mais úmidos. Na Figura 2
observa-se que as cotas mais elevadas de altitude ocorrem ao norte da área.
Figura 2 – Modelos digitais da altitude representada por curvas de nível (a) e a declividade (b) da área
agrícola
a)
b)
48
água. Ainda, na Figura 3 observa-se a relação do fluxo de água com o rendimento de
milho obtido na safra 2007/08.
Figura 3 – Fluxos preferenciais da água (enxurrada) determinados com o Arcgis 9.3 a partir de imagem do
srtm e a declividade
5 CONCLUSÕES
Fonte: ALBA, P. J. et al. Agricultura de Precisão: mapas de rendimento e de atributos de solo. Enciclopé-
dia Biosfera, [s. l.], v. 7, n. 13, p. 29–41, 2011. Disponível em: https://conhecer.org.br/ojs/index.php/biosfera/
article/view/4090. Acesso em: 20 fev. 2023.
49
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tema de aprendizagem, você aprendeu:
50
AUTOATIVIDADE
1 O sensoriamento remoto possibilita a obtenção de informações dos objetos por
meio da interação da radiação eletromagnética com a superfície terrestre e pode
ser utilizado para estudos e análises em diversas áreas. Quanto as aplicações de
sensoriamento remoto poderem ser utilizadas para as áreas agrícolas e contribuírem
para a produção neste setor, assinale a alternativa CORRETA:
51
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença IV está correta.
( ) Os preços das imagens de satélite disponíveis no mercado, pois, geralmente, não se
encontram imagens gratuitas.
( ) A quantidade de cenas que você irá usar no mapeamento, pois, se for somente uma
cena, o mapa não terá qualidade.
( ) Os índices que podem ser calculados a partir das imagens, pois sem eles não se pode
fazer uma interpretação.
( ) A escolha do material a partir dos objetivos e escala de trabalho e o conhecimento do
comportamento espectral dos alvos.
a) ( ) V – F – V - V.
b) ( ) F – F – F – V.
c) ( ) F – V – F – V.
d) ( ) F – F – V – V.
52
REFERÊNCIAS
ALBA, P. J. et al. Agricultura de Precisão: mapas de rendimento e de atributos de solo.
Enciclopédia Biosfera, [s. l.], v. 7, n. 13, p. 29–41, 2011.
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BOLFE, É. L. et al. Precision and digital agriculture: adoption of technologies and percep-
tion of Brazilian farmers. Agriculture (Switzerland), [s. l.], v. 10, n. 12, p. 1–16, 2020.
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53
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formation system for effective planning of farm activities. In: INTERNATIONAL CONFEREN-
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58
UNIDADE 2 —
SISTEMAS DE NAVEGAÇÃO E
INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de
reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
59
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 2!
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60
UNIDADE 2 TÓPICO 1 —
SISTEMAS DE NAVEGAÇÃO GLOBAL POR
SATÉLITES (GNSS)
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tema de Aprendizagem 1, abordaremos sobre os Sistemas de
Navegação Global por Satélites (GNSS). O Sistema de Navegação Global por Satélites
(Global Navigation Satellite System – GNSS) é uma tecnologia que permite a localização
precisa de objetos, pessoas e veículos em todo o mundo, por meio de uma rede de
satélites que transmitem sinais de rádio para receptores na superfície da Terra.
DICA
As constelações mais utilizadas no Brasil são GPS e Glonass, as quais
possuem respectivamente, 31 e 24 satélites. Assim, apresentam melhor
cobertura e precisão quando utilizadas em conjunto (constelação de
satélites) (ZERBATO; CORRÊA; FURLANI, 2020).
61
Figura 1 – Constelação de satélites
Desde então, deu-se início à uma evolução armamentista espacial pelos Esta-
dos Unidos e União Soviética, com desenvolvimento de sistemas de localização cada
vez mais exatos (MOLIN; AMARAL; COLAÇO, 2015). No entanto, sendo necessária maior
exatidão, facilidade de uso e menores custos surgiu os Sistemas de Navegação por
Satélite (GNSS), os quais foram criados inicialmente para fins bélicos, porém, revolucio-
naram os métodos de localização terrestre.
De acordo com Setti Júnior et al., (2020), em 1970 foram iniciados os sistemas
globais de navegação por satélite, com o intuito de determinar instantaneamente a
posição, velocidade e tempo de determinado ponto, em qualquer condição atmosférica
e em qualquer localização geográfica. Desenvolvidos de maneira concomitante e
independente, o GPS e o Glonass foram os primeiros sistemas a serem desenvolvidos,
seguidos pelos sistemas Galileo e BDS.
62
A agricultura em larga escala possibilitou grandes avanços tecnológicos, visto
que uma grande área de uma lavoura pode apresentar diferenças no tipo de solo,
fertilidades, pragas, doenças, entre outros. Com isso, as novas tecnologias, como GNSS,
possibilitaram ao campo uma maior viabilidade operacional para essas grandes áreas,
podendo fazer os tratos culturais de acordo com a demanda de cada local, promovendo,
assim, uma grande inovação no setor agrícola (BERNADI et al., 2014).
63
Segundo Pusch, Machado e Amaral (2019), os receptores modernos podem ser
capazes de receber sinais de ambas as constelações, com os sistemas GPS e Glonass
completamente operacionais, promovendo maior precisão, além disso, possui maior
cobertura, com 55 satélites de localização ao redor da Terra. Ressalta-se que além dos
sistemas já mencionados, existem redes regionais que necessitam de menos satélites
em órbitas e até estacionários, com o intuito de ter uma cobertura de locais determinados
ou também para gerar sinais de correção do sinal GNSS.
Nesta unidade, vamos focar no sistema GPS, o qual é utilizado em maior escala
em nosso país. Este sistema, bastante conhecido, está em fase de modernização, foi
criado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, com o intuito de ser o sistema
de navegação mais bem aproveitado. O GPS possui a capacidade de fornecer o tempo,
a posição e a velocidade, com rapidez e exatidão, em qualquer instante e local de todo
globo terrestre. Por esse motivo, esse sistema é considerado o sistema mais eficiente e
por consequência, o mais usado (MOLIN; AMARAL; COLAÇO, 2015).
64
Figura 2 – Constelação de satélites representando o segmento espacial do gps
São modulados dois códigos para as duas ondas portadoras, que são chamados
pseudoaleatórios. Na banda L1, modula-se o código Clear Access ou Coarse Aquisition
(C/A) e o código Precise (P); já a banda L2 é somente modulada pelo código P. Esses
65
códigos correspondem ao Standard Positioning Service (SPS) – C/A, e ao Precise
Positioning Service (PPS) – P (KAPLAN; HEGARTY, 2006).
66
de referência, pode-se calcular as coordenadas do usuário no mesmo sistema de
referências dos satélites (MONICO, 2008).
Para o cálculo, o receptor se baseia na medida da distância entre ele e o satélite
visível. Dessa maneira, cada satélite transmite interruptamente sinais de rádio com sua
posição e medida de tempo, e cada canal do receptor sintoniza um desses sinais. Em
seguida o receptor mede o tempo para que o sinal percorra a distância entre o satélite
e a sua antena, enfim, esse tempo é utilizado para calcular a distância da antena a cada
satélite (MOLIN; AMARAL; COLAÇO, 2015).
Este cálculo utiliza a constante da velocidade da luz c (aproximadamente
299.792.458 m/s). O receptor mede o tempo t que o sinal gastou para chegar até ele e
calcula a distância d ao satélite com a equação da velocidade:
ATENÇÃO
Destaque importante deve ser dado à antena, a qual recebe os sinais
que sofrem interferências quando passam por algum obstáculo. Alguns
obstáculos podem causar redução dos sinais, como folhagem densa,
podendo dificultar a recepção, no entanto, algumas antenas conseguem
captar sinais debaixo de telhado de cerâmicas.
67
Os receptores GPS são classificados e divididos de diversas formas:
Figura 4 – Representação de uma condição de (a) alta exatidão e alta precisão; (b) baixa exatidão e alta
precisão; (c) baixa precisão e baixa exatidão
A B C
68
Todo sistema de posicionamento é baseado na medida do tempo que o sinal de
rádio gasta para sair do satélite e chegar no receptor. No entanto, o relógio dos satélites
pode causar erros no GNSS se não estiver funcionando corretamente. Se o relógio
estiver dessincronizado os sinais dos satélites serão recebidos com um erro de tempo,
o que pode resultar em erros na posição calculada pelo receptor GNSS. Segundo Molin,
Amaral e Colaço (2015) um erro de apenas 0,1 microsegundos nos relógios dos satélites
representa um erro de cálculo de distância de aproximadamente 30 metros.
69
A cintilação ionosférica é um efeito que ocorre quando o sinal GNSS atravessa a
ionosfera e sofre uma variação de fase e amplitude, resultando em variações temporais
na intensidade do sinal recebido pelo receptor GNSS. Essas variações podem resultar
em erros na determinação da posição do receptor (MOLIN; AMARAL; COLAÇO, 2015).
Observe que a maior dispersão dos satélites em uso (A) garante maior exatidão
de posicionamento que em (B).
DICA
Um artigo sobre o uso de GPS na agricultura intitulado como Applications of
GPS in Precision Agriculture: a review, publicado por Reddy e Kumar na Revista
Sensors (ISSN 1424-8220), em 2013, faz uma revisão sobre o uso do GPS na
agricultura. Neste artigo, os autores discutem as várias aplicações de GPS
na agricultura de precisão, incluindo a orientação de máquinas agrícolas,
mapeamento de áreas de cultivo, monitoramento do crescimento das
plantas, e gestão de insumos e fertilizantes. Os autores também abordam os
desafios enfrentados na implementação da tecnologia GPS na agricultura,
como a precisão do sinal em áreas com obstáculos, a necessidade de
calibração regular dos dispositivos GPS, e o alto custo de investimento
inicial. O artigo conclui destacando a importância da utilização do GPS na
agricultura de precisão e destacando a necessidade de pesquisa contínua
para melhorar a eficiência e eficácia da tecnologia.
70
2.1.1 Métodos de Posicionamento e Representação
Os sistemas de navegação por satélite (GNSS) são usados para determinar a
posição de um objeto ou pessoa na Terra. Esse processo (latitude, longitude e altitude)
segundo um sistema de referência (datum) é o processo de posicionar geograficamente
um objeto. Os métodos de posicionamento podem ser classificados e descritos de
diversas formas, sendo agrupados em posicionamento absoluto e diferencial, definidos
segundo Molin, Amaral e Colaço (2015).
ATENÇÃO
O posicionamento diferencial pode fornecer precisão de alguns
centímetros a alguns metros, dependendo da distância entre as estações
e das condições atmosféricas.
A correção diferencial diminui ou elimina erros que podem ser causados por
vários fatores, incluindo atraso ionosférico, atraso troposférico, erros orbitais e outros
fatores ambientais. De forma explicativa, as estações de referência são, geralmente,
equipadas com receptores GNSS de alta precisão e posicionadas em locais conhecidos
com coordenadas precisas.
71
Essas estações coletam sinais GNSS dos mesmos satélites que o receptor
de usuário e medem os erros nas posições determinadas pelos sinais GNSS (MOLIN;
AMARAL; COLAÇO, 2015). Esses erros são, então, enviados para o receptor de usuário e
aplicados para melhorar a precisão do posicionamento.
IMPORTANTE
O sistema RTK é usado em aplicações que requerem alta precisão,
como mapeamento, levantamento topográfico, agricultura de precisão,
construção civil, entre outras.
Figura 7 – Sistema de correção diferencial utilizando uma base fixa em coordenada conhecida e um link de
rádio entre esta e o receptor
72
Uma das limitações dessa técnica, em relação à área de abrangência, para a
realização de levantamentos por RTK é o alcance de transmissão das ondas de rádio.
Basicamente, o alcance máximo é definido em função da potência do rádio e das
condições locais em termos de obstáculos físicos. Além disso, esse link de rádio precisa
de licença, a qual deve ser concedida pela Agência Nacional de Telecomunicações
(Anatel) no Brasil (MOLIN; AMARAL; COLAÇO, 2015).
Este sistema utiliza uma rede de estações de referência GNSS para coletar dados
de satélite e gerar correções diferenciais para aeronaves na área de cobertura do sistema.
Essas correções são transmitidas para as aeronaves por meio de um canal de comunicação
de rádio. O LAAS é um sistema de correção diferencial altamente avançado que melhora
significativamente a precisão e a confiabilidade do posicionamento em aeronaves.
Este sistema utiliza uma rede de estações de referência GNSS para coletar
dados de satélite e gerar correções diferenciais. Essas correções são transmitidas para
73
um ou mais satélites de navegação, que retransmitem as correções para os receptores
GNSS em todo o território coberto pelo sistema (MOLIN; AMARAL; COLAÇO, 2015).
Figura 8 – Área de cobertura dos diferentes sistemas públicos SBAS de correção diferencial
SDCM
WAAS EGNOS
(and CWAS and Mexico)
MSAS
GAGAN
AFI
MALAYSIA
SACCSA
74
O sistema de barra de luz funciona usando uma antena GNSS para determinar
a posição do veículo e um computador de bordo para controlar os LED da barra de luz.
Quando o operador configura a largura da faixa que deseja seguir, o sistema calcula
automaticamente a posição ideal do veículo para seguir essa faixa e usa os LED da barra
de luz para indicar ao operador se ele está se afastando dessa posição.
De acordo com Molin, Amaral e Colaço (2015), a representação de uma posição pode ser
realizada por diferentes métodos, sendo a mais usual por meio de coordenadas geodésicas (ou
geográficas). Nesse sistema, a posição é identificada por coordenadas de latitude e longitude.
ATENÇÃO
A latitude tem valor zero sobre o equador, positiva no hemisfério Norte
e negativa no hemisfério Sul. A longitude, a partir do meridiano de
Greenwich, é positiva no sentido leste e negativa no sentido oeste. As
medidas das coordenadas são dadas em graus, minutos e segundos.
A representação de uma dada posição também pode ser realizada pelo
sistema de coordenadas planas UTM (Universal Transversa de Mercator),
na qual a Terra é dividida em 60 fusos de 6º.
Figura 10 – altitude ortométrica (h), elipsoidal ou geométrica (h) e a ondulação geoidal (n) entre o elipsoide
e o geoide
TE
H RR
EN
O
h
GE
OID
N E
ELIPSOIDE
H = Altitude Ortométrica
N = Ondulação Geoidal (MAPGEO 2010)
h = Altitude Elipsoidal
76
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tema de aprendizagem, você aprendeu:
• Um receptor GPS recebe os sinais dos satélites e usa esses sinais para calcular sua
posição precisa na Terra, através de um processo chamado triangulação.
77
AUTOATIVIDADE
1 Com o avanço da tecnologia, a navegação por satélite tornou-se uma ferramenta
indispensável em diversas áreas, como na aviação, navegação marítima, agricultura
de precisão, entre outras. Em 1970, foram iniciados os sistemas globais de navegação
por satélite com o objetivo de determinar instantaneamente a posição, velocidade
e tempo de determinado ponto, independentemente das condições atmosféricas e
localizações geográficas. Dentre esses sistemas, destacam-se o GPS, o Glonass, o
Galileo e o BDS. Sobre o principal objetivo dos sistemas globais de navegação por
satélite desenvolvidos na década de 1970, assinale a alternativa CORRETA:
78
3 Os sistemas de navegação por satélite (GNSS) têm sido amplamente utilizados para
determinar a posição de objetos ou pessoas na Terra. Esses sistemas permitem que
os usuários determinem sua localização com base em sinais de satélite, que são
recebidos por receptores GNSS. Existem diferentes métodos de posicionamento
GNSS, que podem ser classificados em posicionamento absoluto e diferencial. O
posicionamento absoluto, também conhecido como ponto único ou posicionamento
por pontos – Single Point Positioning – (SPP), é o método mais simples de
posicionamento GNSS. Nesse método, o receptor GNSS usa informações de um único
satélite para determinar sua posição. Sobre o posicionamento diferencial, classifique
V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
79
fatores ambientais. Existem diversos sistemas de correção diferencial disponíveis,
mas os mais utilizados na agricultura de precisão são aqueles que fornecem correção
em tempo real, como o Real Time Kinematic (RTK), o Local área Augmentation Sys-
tem (LAAS) e o Satellite-Based Augmentation System (SBAS). Defina esses sistemas
de correção:
80
UNIDADE 2 TÓPICO 2 -
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA
(SIG) E ANÁLISE ESPACIAL DE DADOS
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tema de Aprendizagem 2, abordaremos sobre os Sistemas de
Informação Geográfica (SIG). São sistemas computacionais que permitem capturar,
armazenar, manipular, analisar e apresentar dados geográficos, compostos por hardware,
software e dados geográficos, e utilizados em diversas áreas, como planejamento
urbano, gestão ambiental, agricultura, entre outras.
A análise espacial de dados é uma das principais funcionalidades dos SIG. Essa
análise permite visualizar e explorar a relação entre dados geográficos e outras variáveis,
como dados demográficos, socioeconômicos, ambientais, entre outros. Dessa forma, é
possível identificar padrões e relações espaciais que não seriam facilmente detectados
em análises convencionais.
81
os SIG são ferramentas essenciais para a gestão e o planejamento territorial, permitindo
a análise de diferentes cenários e contribuindo para a tomada de decisões mais
informadas e assertivas.
A utilização da agricultura de precisão em área agrícola demanda de grande
quantidade de dados levantados de forma especializada. Esses dados podem ser
coletados de forma adensada ou esparsos, de forma que, independentemente da forma
de coleta, o resultado final objetiva sempre representar a variabilidade espacial de
determinado fator. No entanto, para que esses dados representem uma informação útil
eles devem ser processados e analisados (MOLIN; AMARAL; COLAÇO, 2015).
Sistemas de Informação Geográfica (SIG) ou Geografic Information System (GIS)
são softwares capazes de organizar, analisar dados espaciais e produzir mapas temáti-
cos. Eles realizam o processamento computacional de dados georreferenciados, arma-
zenando informações sobre geometria e atributos. Esses sistemas possuem interface
de usuário, funções de entrada e edição de dados, análise de dados, processamento
gráfico e de imagens, visualização e plotagem, além de armazenamento e recuperação
de dados organizados em camadas de informação (DRUCK et al., 2004).
82
Em resumo, ao selecionar um SIG para uso em aplicações agrícolas que visam
gerenciar a variabilidade espacial das lavouras, há vários aspectos relevantes que devem
ser considerados pelo usuário. Nessa perspectiva, a praticidade e a disponibilidade das
ferramentas de tratamento e análise de dados são cruciais.
NOTA
Um mapa vetorial é uma representação de dados geográficos em
que cada objeto é descrito por meio de pontos, linhas e polígonos
utilizados para localização dos elementos no espaço (coordenadas
de latitude e longitude). Por exemplo, um mapa vetorial pode ser
usado para representar uma cidade, com suas ruas, edifícios e outras
características geográficas, como parques e rios. Um mapa raster
também conhecido como matriciais é formado por uma grade de
pixels (pequenos pontos) que representam uma área da superfície
terrestre, cada um com uma cor e um valor de atributo associado.
São usados para armazenar informações como elevação do terreno,
cobertura vegetal, uso do solo, temperatura, umidade, entre outras.
Assim, os mapas vetoriais representam as feições geográficas como
linhas, pontos e polígonos e os mapas raster têm uma resolução fixa
e são mais adequados para representar dados contínuos, como a
variação da temperatura em uma região.
83
Figura 11 – Comparação entre mapas de saturação por bases (v%) no solo nos formatos (a) Raster e (b)
Vetorial
N
A B
Em formato raster, essa tarefa é mais simples e clara, uma vez que os pixels
estão dispostos de forma regular e têm a mesma localização em todos os mapas, desde
que definidos corretamente pelo usuário, carregando o valor de cada atributo em uma
matriz. Aqui, as operações entre mapas são realizadas pixel a pixel e o resultado é uma
nova coluna na matriz de dados, para um novo atributo derivado (MOLIN; AMARAL;
COLAÇO, 2015).
ATENÇÃO
É fundamental lembrar que qualquer dado georreferenciado é
obtido ou criado com base em um sistema de referência específico,
que pode ser identificado pelo formato das coordenadas utilizadas
(geográficas, UTM) e o modelo de elipsoide (datum).
84
Figura 12 – Matriz de dados (tabela com linhas e colunas com valores para cada pixel) e camadas de infor-
mação (mapas em formato raster) que permitem a gestão localizada da lavoura
NDVI
Produtividade
Tipos de solo
Textura do solo
Imagem de satélite
85
INTERESSANTE
Recentemente, houve um aumento no uso de Sistemas de Informações
Geográficas (SIG) na agricultura, com o objetivo de melhorar a eficiência
e a produtividade dos cultivos, bem como reduzir o impacto ambiental.
86
Figura 13 – Mapa de uso e classificação do solo
Legenda
APA / PA - PSJ
Rio Paraíba do Sul / Jaguari
Perímetro Urbano
Limite Municipal
Classificação do solo
Água
Agricultura
Vegetação
Pressão Urbana
Solo exposto
Pasto
0 5 10 15 km
Sistema de Projeção:
UTM / STRGAS 2000
Fuso/Zona: 23/K
Com base nesses dados, é possível criar mapas temáticos que apresentam
informações relevantes sobre as características do terreno, como a altitude, a
declividade, a textura e a capacidade de retenção de água do solo, por exemplo. Esses
mapas permitem uma visualização clara e objetiva das características da área agrícola,
o que facilita a identificação de áreas com maior potencial produtivo e as que precisam
de manejo e cuidado especial.
88
DICA
Os mapas de Geoprocessamento na agricultura também podem ser utilizados
para a definição de estratégias de plantio, como a definição de zonas de
manejo, que consideram as diferentes necessidades da área em relação
ao solo, clima e outros fatores. Essas estratégias permitem uma gestão
mais eficiente dos recursos, o que pode resultar em maior produtividade e
rentabilidade para o produtor.
De acordo com Souza, Zózimo e Fonseca (2017), a precisão dos dados coletados
é fundamental para garantir a qualidade das análises espaciais que serão realizadas.
Portanto, é importante que a coleta de dados seja realizada com cuidado e atenção aos
detalhes. Uma vez coletados, os dados precisam ser tratados para se tornarem úteis
para a análise espacial. Isso inclui a criação de uma estrutura de dados geográficos que
permita o armazenamento, gerenciamento e análise dos dados.
89
Outra etapa importante do tratamento de dados é a transformação de dados. Isso
pode incluir a interpolação espacial, que visa estimar valores desconhecidos com base
em valores conhecidos próximos. Griffith e Antoni (2019) explicam que a interpolação
espacial pode ser usada para criar mapas de superfície, como mapas de temperatura,
que são úteis para a análise espacial.
NOTA
A análise de dados com SIG (Sistemas de Informações Geográficas) é uma
técnica usada para estudar dados georreferenciados. Esses dados são,
geralmente, associados a locais específicos na superfície terrestre, como
latitude e longitude, endereços, códigos postais ou outras formas de
coordenadas geográficas.
A análise de dados com SIG pode envolver diferentes técnicas, como análise
espacial, modelagem de dados geográficos, geoestatística e interpolação espacial. Essas
técnicas podem ser usadas para realizar uma variedade de tarefas, como identificação
de áreas de risco, análise de tendências, previsão de padrões, identificação de pontos
de concentração e visualização de informações geográficas em mapas.
Além disso, a análise de dados com SIG pode ser complementada com outras
técnicas de análise de dados, como análise de regressão, análise multivariada e análise
de séries temporais, para fornecer uma análise mais completa e abrangente dos dados.
90
• análise das superfícies obtidas;
• recomendação da intervenção.
Após a coleta e análise laboratorial das amostras, os dados devem ser integrados
às coordenadas de cada ponto e submetidos a análises descritivas e exploratórias dos
resultados obtidos pelo laboratório. Geralmente, os valores de um determinado atributo
em cada ponto são interpolados para gerar superfícies contínuas, formadas por pixels
cujo tamanho é definido pelo usuário. Essas superfícies permitem avaliar a distribuição
espacial de cada atributo na área em estudo.
91
A estatística descritiva fornece diversos parâmetros (média, mediana, desvio
padrão, variância, coeficiente de variação, valores máximo e mínimo, número de pontos,
curtose e assimetria da distribuição, entre outros) que podem ser inferidos por meio de
análise visual, utilizando diferentes tipos de gráficos.
Ainda, com base no seu comportamento, pode-se obter uma primeira ideia
se a variável analisada é relativamente homogênea, com distribuição próxima da
normal (uma única moda, Figura 13 C), ou com bastante heterogeneidade nos dados
apresentando histogramas bi ou multimodal (Figura 13D). Utilizando o histograma,
pode-se retirar pontos de limites extremos ou inconsistentes, no entanto essa técnica
deve ser realizada com critério, pois pode prejudicar a qualidade final dos dados.
Figura 14 – Gráficos utilizados para a análise exploratória dos dados: diagrama de caixas (boxplot) do teor
de fósforo (p) no solo
A B
35 300
250
30
Número de observações
200
P (mg dm³)
25
150
20
100
15
50
10 0
0
0
00
10 0
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
0
.0
.0
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
11
300 120
de observações
de observações
250 100
200 80
92
150 60
15
50
10 0
0
0
10 0
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
.0
.0
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
11
Produtividade (kg ha-1)
C D
350 140
300 120
Número de observações
Número de observações
250 100
200 80
150 60
100 40
50 20
0 0
0
0
0
10 0
00
00
0
0
10 0
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
00
.0
.0
.0
.0
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
11
11
Produtividade (kg ha-1) Produtividade (kg ha-1)
NOTA
De acordo com a Figura 13, (A) a linha tracejada indica a média dos dados
e os pontos indicam valores discrepantes; (B) apresenta o histograma
com distribuição inconsistente, ou seja, muito ruído nas mensurações da
produtividade; (C), o histograma com distribuição próxima à normal, mas
com valores suspeitos na produtividade, abaixo de 1.000 kg/ha, indicado
pela seta; (D), o histograma com distribuição bimodal da produtividade
As operações primitivas, como adição, divisão, entre outras, são realizadas en-
tre essas camadas, dependendo da finalidade. Para isso, são frequentemente utilizados
mapas interpolados no formato raster, que possibilitam a integração de equações en-
volvendo diversos atributos para cada pixel do mapa (MOLIN; AMARAL; COLAÇO, 2015).
A Figura 14 apresenta três mapas (Saturação por bases, CTC e doses de calcário),
em que é possível verificar através do tratamento e análise das imagens os locais com
maior necessidade de calagem e locais com menor necessidade de calagem.
93
Figura 15 – Mapas de CTC e saturação por bases (V%), seguindo o cálculo da recomendação de calagem
(NC) pelo método da saturação por bases, tendo como meta a V% = 70%
94
2.5 AMOSTRAGENS GEORREFERENCIADAS
Do ponto de vista estatístico, a amostragem tem como propósito representar
uma população estatística inteira, avaliando apenas uma fração dela (amostras). No
âmbito agronômico, a amostragem visa representar uma área de cultivo com base na
observação de apenas alguns pontos, seguindo uma metodologia específica para cada
parâmetro avaliado ou cultura (MOLIN; AMARAL; COLAÇO, 2015).
Figura 16 – Geração do mapa final a partir da interpolação dos dados obtidos nos pontos amostrais
95
especializado, no qual é definido o tamanho das células (que determina a densidade da
amostragem) e a posição do ponto amostral dentro de cada célula. A grade, ou apenas
os pontos georreferenciados, são então transferidos para um receptor GNSS que será
utilizado para navegar até eles (MOLIN; AMARAL; COLAÇO, 2015).
Os pontos próximos devem ser mais semelhantes do que pontos distantes entre
si. Essa definição da dependência espacial do parâmetro pode ser usada na interpolação
de dados. Acrescentar pontos extras perto de alguns pontos da grade regular (Figura 16)
pode alcançar o mesmo efeito, além de permitir uma melhor caracterização da depen-
dência espacial na etapa da análise geoestatística (MOLIN; AMARAL; COLAÇO, 2015).
Figura 17 – (a) grade regular; (b) alocação aleatória de pontos na célula; (c) adição de pontos próximo aos
pontos originais
De acordo com Molin, Amaral e Colaço (2015), uma opção alternativa à amos-
tragem por ponto é a amostragem por célula, que é recomendada quando o número de
amostras necessário no método por ponto é muito alto, tornando-o inviável para o produ-
tor. Nessa estratégia, a grade utilizada pode ser maior e o objetivo não é mais representar
o ponto, mas sim a área da célula da grade como um todo, por meio de um valor médio.
As células não precisam ser necessariamente quadradas ou retangulares, podendo ser
definidas com base em marcos físicos no campo, como terraços, por exemplo.
96
Figura 18 – Amostragem por célula e coleta de subamostras
97
Ademais, o mapeamento das áreas de solo pode ser usado para orientar a coleta
de amostras, desde que apresente uma escala e detalhamento suficientes (MOLIN;
AMARAL; COLAÇO, 2015). O mapa de produtividade é particularmente útil na seleção
dos pontos de coleta de amostras, pois é capaz de destacar áreas problemáticas ou de
alta produtividade que requerem investigação (Figura 18).
DICA
Recomenda-se o uso desses métodos de amostragem em áreas
que possuem histórico de dados suficiente para compreender
adequadamente sua variabilidade. Nesses casos, não é necessário
aplicar grades amostrais "cegas" (que não possuem orientação prévia)
para mapear os fatores de interesse. A amostragem serve principalmente
como ferramenta de monitoramento ou para subsidiar a compreensão
de relações de causa e efeito.
98
Figura 19 – Amostragem direcionada (a) por mapa de produtividade e (b) por unidade de gestão diferenciada
2.6 GEOESTATÍSTICA
A Geoestatística é um ramo da estatística que se concentra na análise de dados
georreferenciados, ou seja, dados que estão associados a uma localização geográfica
específica. Ela é frequentemente utilizada em estudos ambientais, de recursos naturais,
mineração, agricultura, geologia, engenharia e outras áreas onde a localização geográfica
é um fator importante.
Além disso, utiliza técnicas estatísticas para modelar a variação espacial dos
dados e fazer previsões em locais onde não há dados observados. Alguns dos métodos
mais comuns utilizados na geoestatística incluem análise exploratória, análise estrutural de
correlação espacial (modelagem de semivariogramas) e validação do modelo e interpolação
estatística da superfície, essa última caracterizada pela krigagem (SANTOS et al., 2021).
Figura 20 – Semivariogramas: (a) de nuvem e (b) experimental, obtido pelo cálculo da média ponderada das
semivariâncias do semivariograma de nuvem
100
Além disso, fornece informações sobre a dependência espacial de uma
determinada variável, indicando quanto da variação observada entre as amostras
é atribuída a diferenças de distâncias entre pontos e quanto é resultado de variação
aleatória. Ao ajustar o semivariograma teórico, três componentes principais são
definidos e utilizados nos cálculos para realizar a krigagem: efeito pepita, patamar e
alcance. A determinação precisa desses parâmetros é crucial para garantir a eficiência
da interpolação por krigagem e representar adequadamente a variável em estudo
(ALVES; MORAES; SILVA, 2021).
O efeito pepita representa a variação espacial aleatória que não pode ser
explicada pela estrutura de correlação espacial do fenômeno em estudo. O patamar
é a medida de variância do fenômeno regionalizado, ou seja, o máximo valor que a
covariância pode atingir. Já o alcance é a distância a partir da qual a covariância entre
dois pontos se torna desprezível, ou seja, a distância máxima em que um ponto pode
influenciar outro (MOLIN; AMARAL; COLAÇO, 2015).
101
de pontos. Dessa forma, situações em que poucas amostras de solo são coletadas
para avaliar a fertilidade de uma lavoura não permitirão que a krigagem alcance seu
desempenho máximo.
102
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tema de aprendizagem, você aprendeu:
• Com o uso de SIG, é possível realizar análises espaciais, a qual envolve a utilização
de técnicas de geoprocessamento e geoestatística para entender a variabilidade
espacial dos atributos da lavoura.
• O uso da geoestatística pode ser usada para coletar dados em diferentes pontos
da lavoura e criar um mapa de variabilidade, mostrando onde há diferenças na
qualidade do solo, produção de plantas e outros fatores que afetam o crescimento
das culturas.
103
AUTOATIVIDADE
1 Os SIG (Sistemas de Informação Geográfica) são sistemas computacionais responsá-
veis por processar dados georreferenciados e armazenar informações sobre sua ge-
ometria e atributos. Tipicamente, esses sistemas são constituídos por uma interface
de usuário, ferramentas para entrada e edição de dados, análise de informações, pro-
cessamento gráfico e de imagens, visualização e plotagem, e ainda, armazenamento
e recuperação de dados georreferenciados organizados em camadas de informação.
Sobre os SIG, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Possuem a função de diminuir ou eliminar erros que podem ser causados por
vários fatores, incluindo atraso ionosférico, atraso troposférico, erros orbitais e
outros fatores ambientais.
b) ( ) Permitem a visualização e a interpretação dos dados espaciais, possibilitando
uma melhor compreensão das relações espaciais entre diferentes fenômenos e,
assim, contribuindo para a tomada de decisões em diversas áreas.
c) ( ) É um componente importante do GNSS, pois é responsável por manter o tempo
preciso no receptor, que é usado para sincronizar os sinais recebidos dos satélites.
d) ( ) É uma representação de dados geográficos em que cada objeto é descrito por
meio de pontos, linhas e polígonos utilizadas para localização dos elementos no
espaço (coordenadas de latitude e longitude).
104
3 Os mapas são utilizados desde a antiguidade para representar a localização e as
características dos territórios. Contudo, a representação cartográfica com linhas
nem sempre é suficiente para retratar as nuances e complexidades dos fenômenos
geográficos em muitas aplicações modernas, tais como agricultura, silvicultura, meio
ambiente, entre outras. Para representar essas informações de forma mais precisa
e detalhada, os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) empregam duas principais
formas de representação cartográfica: os mapas raster e vetorial. Classifique V para
as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) F – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) V – F – V.
4 A análise de dados com SIG pode envolver diferentes técnicas, como análise espacial,
modelagem de dados geográficos, geoestatística e interpolação espacial. Antes de re-
alizar inferências sobre os dados coletados, é fundamental realizar uma análise des-
critiva e exploratória, independentemente da forma como foram coletados. Descreva
sobre a finalidade da análise exploratória e quais as formas de análises mais úteis:
105
106
UNIDADE 2 TÓPICO 3 -
VEÍCULOS AÉREOS NÃO TRIPULADOS
(VANT) NA AGRICULTURA DE PRECISÃO
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tema de Aprendizagem 3, abordaremos sobre os Veículos Aéreos
Não Tripulados (VANT), os quais têm se tornado cada vez mais comum na Agricultura de
Precisão. Esses equipamentos têm sido utilizados para coletar dados de forma rápida e
precisa em áreas agrícolas, possibilitando uma melhor gestão dos cultivos.
Nos últimos anos, o uso de Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT) tem se
popularizado em diversos setores, incluindo na agricultura. Segundo Tabb et al. (2019),
os VANT têm a capacidade de coletar dados em tempo real, proporcionando uma visão
mais detalhada das áreas cultivadas. Isso permite que os agricultores tomem decisões
precisas, maximizando a eficiência e reduzindo os custos de produção.
107
O VANT é composto não só pela aeronave, mas também por uma estação
de controle em solo, conhecida como Ground Control Station (GCS), que permite o
planejamento da missão e o acompanhamento do trabalho realizado remotamente.
Geralmente, a estação de controle exibe um mapa do local a ser monitorado com a
referência da posição do VANT (Figura 21).
Radiotransmissor/
receptor
Asas
giratórias
Câmera para geração Trem de
de fotos e filmes pouso
Trem de Câmera para Joystick
pouso geração de
fotos e filmes
Fonte: o autor
108
De acordo com Valavanis e Vachtsevanos (2015), o sistema de controle é o
componente principal dos VANT, responsável por manter a aeronave estável e executar
manobras para seguir uma rota e cumprir uma missão selecionada.
• Aeronave: é a parte física do VANT, composta por asas, fuselagem, trem de pouso,
motor, bateria, entre outros elementos.
• Sistema de controle de voo: é responsável por manter a aeronave estabilizada e
executar manobras de acordo com a rota e missão selecionada.
• Estação de controle em solo: é um sistema que permite planejar e monitorar
remotamente a missão do VANT. Através dela, o operador pode visualizar o mapa do
local a ser monitorado, bem como a posição atual do VANT.
• Sistema de posicionamento global (GPS): é responsável por determinar a posição
geográfica do VANT.
• Unidade de navegação inercial (IMU): é responsável por fornecer dados de orientação
e movimento do VANT com alta precisão, usando acelerômetros, giroscópios e
magnetômetros.
• Piloto automático ou Autonomous Flight Control System (AFCS): é um pacote
integrado fornecido pelo fabricante, responsável por receber os comandos da
estação de controle em solo e atuar de forma autônoma.
• Sensores: os VANT podem ser equipados com uma variedade de sensores, incluindo
câmeras de alta resolução, sensores infravermelhos, radares, entre outros,
dependendo da aplicação específica.
Sistema de comunicação: é responsável pela troca de dados entre o VANT e a
estação de controle em solo, permitindo a transmissão de imagens, vídeos, dados
de posição e outros.
109
Embora haja esses registros, a história oficial da aviação mostra que o padre
brasileiro Bartolomeu Lourenço de Gusmão realizou, em 1709, o primeiro voo de um
mecanismo desenvolvido com o propósito de voar. Ele também inventou o primeiro
aeróstato operacional, conhecido popularmente como "a passarola", que foi apresentado
diante da corte portuguesa. Esse feito foi registrado como o primeiro voo de um objeto
não tripulado, segundo Visoni e Canalle (2009).
Figura 23 – (1) passarola de Pe. Bartolomeu Gusmão, (2) esboço de Leonardo Da Vinci de uma máquina
voadora
NOTA
Para Assaiante e Cavichioli (2020), o primeiro uso de VANT ocorreu em
Veneza, em 1849, pelo exército austríaco, onde balões foram usados
para transportar explosivos. Devido aos altos custos e complexidade
de desenvolvimento, até recentemente, essas plataformas eram
exclusivamente destinadas a fins militares.
Na Alemanha, foi criado o Buzz Bomb, nome dado devido ao som que o drone
fazia durante o voo. Sua eficácia se deve ao fato de voar em linha reta com velocidade
constante, o que tornava os alvos presas fáceis e permitia interceptá-los de maneira
110
precisa. Os drones eram usados para preservar a integridade física dos soldados e
tinham funções como vigilância, ataques, espionagem e envio de mensagens.
De acordo com Alves Júnior (2015), o pioneiro VANT fabricado no Brasil foi o CTB
BQM-1BR, produzido pela empresa CBT (Companhia Brasileira de Tratores). Lançado em
1982, este modelo a jato podia atingir até 560 km/h e foi construído com uma estrutura
metálica de 92 kg, envergadura de 3,18 m, comprimento de 3,89 m e diâmetro de 28 cm,
com alcance máximo de 6.500 m e autonomia de 45 minutos (Figura 22).
111
De 1999 a 2005, foi feito um grande esforço no desenvolvimento da aeronave
de asa fixa desse projeto, patenteado pela Embrapa (JORGE et al., 2004), e ela se tornou
completamente autônoma em 2006 (TRINDADE JUNIOR; JORGE; AGUIAR, 2004).
De acordo com Bernardi et al. (2014), os VANT podem ser classificados quanto
ao alcance e altitude:
112
O veículo aéreo não tripulado do tipo multirotor é uma plataforma aérea com
sofisticada neletrônica embarcada que permite transportar diferentes sistemas de
captura de imagens. Sua instrumentação aviônica e sistemas de controle permitem
voos com alta estabilidade com reduzido tempo de treinamento operacional. Seu
tamanho compacto, facilidade de operação, segurança e custo operacional reduzido,
tornam esta classe de VANT a mais interessante para operação em mercados que tem
as seguintes necessidades (BERNARDI et al., 2014):
Luchetti (2019) classifica os VANT da seguinte forma: VANT de asa fixa (Figura
23): são aeronaves não tripuladas, que tem a necessidade de uma pista de decolagem
e para o pouso, além de ser preciso uma propulsão para o lançamento, havendo boa
duração de voo, tendo uma ampla cobertura de área.
VANT de asa rotativa é uma categoria de aeronaves não tripuladas que possuem
decolagem e pouso verticais, podendo planar no ar. Esses VANT apresentam diversas
configurações, com hélices principais e secundárias na cauda ou motores em eixos.
113
São mais acessíveis e fáceis de usar do que os de asa fixa, com a vantagem de ter uma
grande estabilidade, o que facilita a captura de fotos e vídeos aéreos.
NOTA
Os VANT podem ainda ser classificados em:
Blimps: reconhecidos como balões ou dirigíveis, sendo mais leves que
o próprio ar, possuindo longa duração de voo, contudo possui baixa
velocidade.
Flapping-wings: são conhecidos também por batedores de asas, pois
possuem asas flexíveis, assim como nos pássaros.
Híbridos: são aeronaves capazes de fazer a decolagem na vertical, e
depois desenvolver o voo como aviões, por meio da inclinação dos
motores ou da fuselagem.
114
Se a sobreposição linear em uma direção é N%, então a distância média entre um
ponto na imagem nessa direção é de 100-N%. De fato, para a largura ou comprimento da
foto, existem 1/(100-N)% pontos comuns por unidade de distância. Se a sobreposição
for uniforme em 2D, existem (1/(100-N)%)² pontos comuns por unidade de área.
IMPORTANTE
Considerando N para a sobreposição lateral e M para a sobreposição na
direção de voo, a densidade média de fotos em um determinado ponto
no mosaico pode ser calculada por (1/(100-N)%). (100-M)%. A densidade
deve ser observada de forma a obter a quantidade necessária para
a determinação do modelo de elevação do terreno ideal e garantir a
qualidade do resultado final. As coordenadas LAT, LONG e ALT, ou seja,
latitude, longitude e altitude devem ser armazenadas diretamente com
cabeçalho das fotos, em formatos padrões EXIFJPG ou GeoTIFF. Se não
for possível gerar automaticamente as imagens com coordenadas, é
necessário recorrer a softwares que permitam juntar o log de voo com
as imagens obtidas, de forma a adicionar as coordenadas necessárias.
De acordo com Chon, Kim e Lin (2010), um mosaico de imagens consiste em unir
grande quantidade de imagens em uma nova imagem. Os mosaicos aéreos agrícolas
têm a capacidade de direcionar as vistorias de campo durante o ciclo de cultivo ou após
a colheita, fornecendo um diagnóstico preciso da área cultivada (LEBOEUF, 2000). A
partir desses mosaicos, mapas de recomendações podem ser elaborados, tais como:
descompactação, fertilização e aplicação de insumos em taxa variável, auxiliando na
tomada de decisões. Além disso, a obtenção rápida e precisa de informações auxilia
no controle de pragas, doenças e queimadas (WULDER et al., 2004; LELONG et al.,
2008). Para atingir a precisão necessária nas informações, é preciso utilizar imagens
de alta resolução. Já para obter as informações rapidamente, é recomendado o uso de
processamento paralelo, a fim de reduzir o custo computacional envolvido na construção
de mosaicos de alta resolução.
115
LEITURA
COMPLEMENTAR
USO DA GEOESTATÍSTICA NA AGRICULTURA
116
e, consequentemente, manejo inadequado se a distribuição espacial não for levada em
consideração. Portanto, a geoestatística tem se mostrado uma alternativa viável para a
otimização de um número de amostras individuais de solo, considerando a dependência
espacial (MONTANARI et al., 2012), onde o semivariograma é a principal ferramenta
utilizada para a descrição da autocorrelação espacial (SEIDEL; OLIVEIRA, 2016).
117
Com base nas considerações anteriores, fica evidente que uma amostragem
criteriosa, que represente com precisão a área amostrada, visa à redução de custos e
otimização de recursos, garantindo a viabilidade agrícola. É fundamental estudar projetos
de amostragem para cada área, dependendo das características intrínsecas de cada
uma, pois a variabilidade pode ser afetada por diversos fatores como topografia, manejo,
vegetação e fatores de formação do solo (WELSCH et al., 2019). Assim, a geoestatística
é a ferramenta mais adequada para definir a densidade amostral quando comparada à
estatística clássica, pois a geoestatística leva em consideração a dependência espacial
encontrada na maioria das lavouras. Portanto, o parâmetro de alcance para definir o
número de amostras individuais de solo pode ser um método satisfatório para definir a
amostragem de solo.
Além dos fatores inerentes à espécie e seu biótipo, fatores climáticos, fisiográficos
e bióticos determinam a ocorrência e permanência de plantas daninhas em um determi-
nado ambiente e período (FRIED et al., 2019), e interferem na forma como as populações
são distribuídos: generalizados ou pontuais. A capacidade de descrever e mapear a dis-
tribuição espacial das plantas daninhas é o primeiro passo no estudo de sua variabilidade
espacial, garantindo um manejo eficiente os conceitos da agricultura de precisão.
118
daninhas (AVILA et al., 2019; CHIBA et al., 2010; IZQUIERDO et al., 2020; KALIVAS et al.,
2012; LÓPEZ-GRANADOS et al., 2016; METCALFE et al., 2016, SIQUEIRA et al., 2016).
119
Portanto, o mapeamento de plantas daninhas, favorece o entendimento de
como a comunidade de plantas daninhas está distribuída no campo e as razões de sua
distribuição, sejam elas de origem ecológica ou antrópica, possibilitando, não só um
manejo fitossanitário mais eficiente, mas também um profundo compreensão de sua
ecofisiologia (BOTTEGA et al., 2018; KRAHMER et al., 2020; MARTÍN et al., 2018).
120
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tema de aprendizagem, você aprendeu:
121
AUTOATIVIDADE
1 Na agricultura, os VANT (Veículos Aéreos Não Tripulados) têm sido utilizados para diver-
sas finalidades, como monitoramento de lavouras, aplicação de defensivos agrícolas,
mapeamento de áreas cultivadas, entre outras. O uso de VANT na agricultura traz di-
versas vantagens, como a possibilidade de monitorar grandes áreas de forma mais rá-
pida e precisa, identificando possíveis problemas nas plantações antes que se tornem
grandes problemas. Sobre os componentes dos VANT, assinale a alternativa CORRETA:
I- De mão, com 600 m altitude e alcance 2 km; OTAN, de 3000 m de altitude e alcance
até 50 km; hipersônico, 15200 m de altitude e alcance acima de 200 km.
II- Curto alcance, com 1500 m de altitude e 10 km de alcance; tático, de 5500 m de
altitude e alcance de 160 km; CIS, transporte lua-terra.
III- De mão, com 1500 m de altitude e 10 km de alcance; OTAN de 5500 m de altitude e
alcance de 160 km; ORBITAL, transporte lua-terra.
122
Assinale a alternativa CORRETA:
3 Os VANT (Veículos Aéreos Não Tripulados) estão sendo cada vez mais utilizados na
agricultura devido a sua capacidade de coletar dados e imagens precisas e em alta
resolução. Essas informações podem ajudar os agricultores a tomar decisões mais
informadas sobre o manejo de culturas e o uso de recursos. No entanto, para garan-
tir a efetividade do uso dos VANT na agricultura é necessário seguir as etapas para
Aplicação de VANT na agricultura de Precisão. Classifique V para as sentenças verda-
deiras e F para as falsas:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
123
complexidade do seu desenvolvimento, por muito tempo essas plataformas foram
exclusivamente voltadas para fins militares. Somente recentemente é que começaram
a ser utilizadas em outras áreas.
124
REFERÊNCIAS
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digital não métrica acoplada a um Veículo Aéreo Não Tripulado em áreas urba-
nas e rurais no Estado de Goiás. 2015. 114 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) –
Instituto de Estudos Socioambientais, Universidade Federal de Goiás, Goiânia. 2015.
CHON, J.; KIM, H.; LIN, C. S. Seam-line determination for image mosaicking: a techni-
que minimizing the maximum local mismatch and the global cost. ISPRS Journal of
Photogrammetry and Remote Sensing, [s. l.], v. 65, n. 1, p. 86-92, 2010.
125
COUTINHO, A. L. S.; TAVARES, J. P.; ANDRADE, E. M. Análise de semivariogramas de
variáveis ambientais do município de São João da Barra, Rio de Janeiro. Boletim de
Geografia, [s. l.], v. 39, n. 2, p. 204-222. 2021.
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In: DALAMAGKIDIS, K.; VALAVANIS, K. P.; PIELG, L. A. On integrating unmanned air-
craft systems into the national airspace system. [s. l.]: Springer, 2012.
GRIFFITH, D. A.; ANTONI, S. Interpolação espacial. In: The SAGE Handbook of Spatial
Analysis, Sage Publicações, [s. l.], p. 145-163, 2019.
KAPLAN, E. D.; HEGARTY, C. J. Understanding GPS: principles and applications. [s. l]:
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126
LELONG, C. C. D. et al. Assessment of unmanned aerial vehicles imagery for quantita-
tive monitoring of wheat crop in small plots. Sensors, [s. l], v. 8, p. 3557-3585, 2008.
LEICK, A. GPS Satellite Surveying. Nova Iorque: John Wiley & Sons, 2015.
MOLIN, J. P.; AMARAL, L. R. do; COLAÇO, A. F. Agricultura de Precisão. São Paulo, SP:
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PEREIRA, D. S. Aero, 2017. DRONES – A história por trás dessa nova era
tecnológica. Disponível em: https://bit.ly/3AUAbtc. Acesso em: 24 abr. 2023.
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PUSCH, M.; MACHADO, T. P.; AMARAL, L.R. Introdução à Agricultura de Precisão. São
Paulo: Unicamp, 2019. Disponível em: https://bit.ly/3N05Vo3. Acesso em: 20 abr. 2023.
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SIMÕES, G. DOS S.; FIORE, F. A.; SILVA, L. C. Mapping of ecosystem services provided
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TRINDADE JUNIOR, O.; Jorge, L. A. C.; Aguiar, J. G. B. Using UAVs for Precision Farming
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128
VISONI, R. M.; CANALLE, J. B. G. Bartolomeu de Gusmão: o primeiro cientista
brasileiro. Revista Brasileira de Ensino de Física, [s. l.], v. 31, n. 3, 2009.
WULDER, M. A.et al. comparison of airborne and satellite high spatial resolution data for
the identification of individual trees with local maxima filtering. International Journal
of Remote Sensing, [s. l.], v. 25, n. 11, p. 2225-2232, 2004.
129
130
UNIDADE 3 —
APLICAÇÕES DA
AGRICULTURA DE PRECISÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar
o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
131
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 3!
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132
UNIDADE 3 TÓPICO 1 —
MONITORAMENTO DAS LAVOURAS
1 INTRODUÇÃO
O monitoramento das lavouras é uma prática fundamental para garantir a
eficiência e rentabilidade da produção agrícola. Com o avanço da tecnologia, a Agricultura
de Precisão tem se consolidado como uma das principais ferramentas para otimizar o
monitoramento de variabilidades nas lavouras.
133
2.1 MONITORAMENTO DE VARIABILIDADES
O monitoramento de variabilidades é uma das principais aplicações da
Agricultura de Precisão no monitoramento das lavouras. Essa técnica consiste em
identificar e monitorar as diferenças de comportamento das plantas em diferentes áreas
do campo, a fim de entender as causas das variações e tomar medidas para corrigir
problemas específicos em cada área do campo.
134
Figura 1 – Mapa de produtividade
Com o aumento das áreas cultivadas com plantio direto, onde não há
revolvimento do solo, a compactação do solo pode se tornar mais problemática. O
tratamento da compactação do solo requer a medição do índice de compactação que
caracteriza o seu adensamento. Para monitorar o preparo do solo, é necessário usar
sensores que auxiliam no gerenciamento da operação. Esses sensores funcionam
com diferentes princípios, dependendo das propriedades que precisam ser analisadas.
Existem sensores eletromagnéticos, ópticos, eletroquímicos, mecânicos, acústicos e
pneumáticos (MOLIN; AMARAL; COLAÇO, 2015).
135
Figura 2– Monitor de produtividade na colhedora
Além disso, existem sistemas para medir a compactação ou dureza dos solos.
Os métodos tradicionais utilizam o princípio mecânico para avaliar a resistência do solo
a uma determinada deformação. Outro princípio empregado é o pneumático, que se
baseia na permeabilidade do solo a um determinado volume de ar comprimido, a fim
de analisar propriedades como umidade, estrutura e compactação. Já os sensores
acústicos se baseiam na premissa de que há uma mudança no nível de ruído quando
um objeto interage com as partículas de solo. No entanto, infelizmente, há poucos
resultados experimentais disponíveis para essa abordagem.
136
dosador é acionado por rodas de terra e regulado por combinações de rodas denteadas.
Em semeadoras para sementes miúdas, como dosadoras de fluxo contínuo, o motor
elétrico ou hidráulico controla a velocidade do rotor acanalado, enquanto em semeadoras
de sementes graúdas, o motor controla a velocidade do disco horizontal ou vertical.
137
fatores de produção. Esse mapeamento gera informação adequada para a visualização
da variabilidade espacial, o que pode auxiliar na identificação de fatores limitantes à
produção e seu tratamento de forma localizada.
Três usos podem ser atribuídos aos mapas de produtividade: (i) a compreensão
das relações causa e efeito, buscar entender por que a produtividade está sendo
prejudicada ou favorecida em determinado ponto; (ii) a reposição de nutrientes baseada
na exportação pela colheita ou o refinamento das equações de recomendações de
fertilizantes em taxas variáveis; (iii) o auxílio à delimitação de regiões com produtividades
contrastantes, que podem ser conduzidas de forma diferenciada. Para ter um confiável
conjunto de dados, não basta o mapeamento de apenas uma safra, são necessárias
informações de diferentes safras, suscetíveis a contrastantes variações climáticas e
variadas culturas.
138
Outra aplicação importante do monitoramento de variabilidades é o zoneamento
agrícola. Essa técnica consiste em dividir o campo em zonas homogêneas em termos
de características de solo e clima, para que seja possível aplicar diferentes práticas
agrícolas em cada zona. Isso permite que o produtor agrícola adote um manejo mais
preciso e eficiente, reduzindo os custos de produção e aumentando a produtividade.
Com a tecnologia avançada disponível atualmente, é possível fazer o monitoramento
de variabilidades com grande precisão, obtendo-se dados em tempo real e em alta
resolução. Isso permite que sejam tomadas medidas em tempo hábil, reduzindo o tempo
de resposta e minimizando eventuais danos à lavoura.
139
Além disso, a integração do monitoramento de variabilidades com outras tecnologias,
como inteligência artificial e drones, pode abrir novas possibilidades para a agricultura
de precisão (SOUSA et al., 2021).
DICA
O tema estudado é amplamente discutido em diferentes plataformas no
intuito de aprimorar cada vez mais as técnicas, sugere-se a leitura de ar-
tigos no site da Agrosmart. Acesse em: https://www.agrosmart.com.br/.
A Agrosmart é uma empresa de tecnologia agrícola que oferece
soluções para o monitoramento de variabilidade em lavouras. Podemos
encontrar neste site uma seção de blog com artigos sobre o assunto.
• Sensores e Medidores: esses dispositivos são usados para coletar dados sobre o
solo (Figura 4), a água, a umidade do ar e outras variáveis ambientais. Os agricultores
podem usar essas informações para determinar quando e o quanto irrigar, aplicar
fertilizantes e pesticidas, e monitorar a saúde das plantas.
• Drones e Satélites: a Agricultura de Precisão utiliza drones (Figura 5) e satélites
para coletar dados de campo em grandes áreas de terra. Com essas informações,
os agricultores podem identificar áreas com problemas, como doenças ou pragas, e
agir rapidamente para minimizar os danos.
• Sistemas de Irrigação Inteligente: esses sistemas usam sensores para medir a
umidade do solo e a temperatura, ajustando automaticamente a quantidade de
água fornecida às plantas. Isso ajuda a evitar a aplicação excessiva de água e a
economizar recursos hídricos.
• Software de Gerenciamento Agrícola: esses programas ajudam os agricultores a
gerenciar todas as operações agrícolas em um só lugar, incluindo a programação de
irrigação, o monitoramento de pragas e doenças, o gerenciamento de inventário e a
previsão de colheita. Com essas informações, os agricultores podem tomar decisões
mais acertadas sobre como otimizar a produtividade e reduzir custos.
140
• Veículos Autônomos: a Agricultura de Precisão também está avançando em direção
a veículos autônomos, como tratores e colheitadeiras, que podem ser programados
para operar de forma precisa e eficiente em grandes áreas de terra. Isso pode reduzir
a necessidade de trabalho manual e melhorar a eficiência do processo de colheita.
142
sustentável da agricultura. As perspectivas futuras para o desenvolvimento de novas fer-
ramentas e produtos da agricultura de precisão são bastante promissoras. Com o avanço
constante das tecnologias digitais, a tendência é que novas soluções sejam criadas para
atender às demandas de um setor agrícola cada vez mais competitivo e sustentável.
INTERESSANTE
Um artigo publicado na revista científica Precision Agriculture, intitulado
Sensores de imagem hiperespectral na agricultura: do solo às aplicações
em veículos aéreos não tripulados, por Abdullah-Al Mamun, James Taylor
e Nilantha Hulugalle, discute sobre os desenvolvidos sensores de
imagem hiperespectral que permitem a coleta de informações sobre
a composição química das plantas em tempo real. Esses sensores são
capazes de identificar com precisão a presença de nutrientes, água,
doenças e pragas nas plantas, permitindo um manejo mais eficiente e
preciso das lavouras. A tecnologia de sensores hiperespectrais também
tem potencial para a detecção precoce de doenças e pragas, o que pode
ajudar a prevenir a disseminação desses problemas na lavoura e reduzir
os custos de controle.
DICA
Um documentário interessante sobre a agricultura de precisão em cul-
turas anuais é Farmland (2014), que mostra a rotina de seis jovens agri-
cultores nos Estados Unidos, adotando o uso de tecnologias avançadas
para maximizar a produtividade e a eficiência em suas lavouras.
Outra opção é o livro Precision Agriculture Basics (2015), de James
Lowenberg-DeBoer, que oferece uma introdução detalhada aos
princípios da agricultura de precisão e sua aplicação em culturas anuais.
Pode ser encontrado em diversas plataformas de streaming, como
Amazon Prime Video, Google Play e YouTube Movies.
143
O estudo de Zaman-Allah et al. (2015) utilizou sensores de fluorescência para
monitorar a saúde das plantas de milho em tempo real. Os dados coletados pelos sensores
foram usados para identificar a resposta das plantas a diferentes condições ambientais,
como temperatura, umidade e luz solar, e para avaliar a eficácia das práticas agrícolas,
como o manejo da irrigação e a aplicação de fertilizantes. Os resultados mostraram que
a fluorescência das plantas de milho era altamente sensível às variações ambientais e
às práticas agrícolas, permitindo uma avaliação precisa da saúde das plantas.
Por fim, o uso de sistemas de posicionamento global (GPS) tem sido muito
importante na agricultura de precisão em culturas anuais. O GPS permite uma
localização precisa dos equipamentos utilizados na lavoura, o que facilita a realização
de tarefas como plantio, aplicação de defensivos e colheita. Além disso, o GPS pode
ser utilizado em conjunto com mapas de variabilidade do solo para guiar a aplicação
de insumos, garantindo que eles sejam distribuídos de forma homogênea em toda
a lavoura. Um estudo interessante que aborda o uso de GPS para orientar o plantio
em milho é o de Silva et al. (2003). Nesse estudo, os autores avaliaram a variabilidade
espacial da produtividade de milho e das propriedades do solo em um sistema de
plantio direto, usando um receptor GPS para orientar o plantio e aplicar diferentes taxas
de fertilizantes e defensivos de acordo com a variabilidade espacial identificada. Os
resultados mostraram que o uso do GPS para orientar o plantio foi uma estratégia eficaz
para aumentar a produtividade do milho em solos tropicais.
144
Figura 6 – Mapa de fertilidade para o elemento Magnésio
Diferentes culturas, como milho, soja, trigo e outras, podem se beneficiar dessa
prática que visa otimizar o uso dos recursos, aumentar a produtividade e reduzir os custos.
145
2.4 AGRICULTURA DE PRECISÃO EM CULTURAS
SEMIPERENES E PERENES
As culturas semiperenes e perenes são caracterizadas por um ciclo de
produção mais longo, o que significa que as práticas agrícolas aplicadas podem ter
efeitos duradouros e afetar a produção em várias safras. Além disso, essas culturas
são geralmente cultivadas em áreas maiores, o que pode tornar a coleta de dados mais
desafiadora. Os princípios da agricultura de precisão aplicados em culturas semiperenes
e perenes são semelhantes aos utilizados em culturas anuais. No entanto, há algumas
particularidades que precisam ser levadas em consideração, como a maior duração do
ciclo de cultivo e a presença de árvores ou plantas com longa vida útil.
146
como pragas, doenças e falhas no plantio. O robô, chamado de "Aline", é controlado
por uma plataforma de inteligência artificial e pode se deslocar sozinho pelos campos,
coletando dados sobre as condições do solo, do clima e das plantas em tempo real. Com
essas informações, os produtores podem fazer ajustes precisos no manejo da lavoura,
reduzindo custos e aumentando a eficiência na produção.
Além disso, a Solinftec está trabalhando em parceria com outras empresas para
integrar o robô com outras tecnologias de agricultura de precisão, como o uso de drones
para mapeamento aéreo da lavoura. A expectativa é de que essa nova abordagem de
manejo de culturas perenes traga benefícios significativos para os produtores, reduzindo
o uso de insumos agrícolas e aumentando a sustentabilidade da produção.
INTERESSANTE
Recentemente, a Embrapa anunciou que está desenvolvendo um
sistema de sensoriamento remoto para a agricultura de precisão
em culturas perenes, como café e citros. O sistema consiste em uma
plataforma aérea equipada com câmeras multiespectrais, que realizam
a coleta de imagens em alta resolução das plantações. Essas imagens
são processadas por meio de algoritmos de inteligência artificial, que
identificam e mapeiam a distribuição de pragas, doenças e deficiências
nutricionais nas plantas. De acordo com a Embrapa, o sistema de
sensoriamento remoto já está em fase de testes em algumas fazendas
experimentais. A expectativa é que a tecnologia esteja disponível
comercialmente nos próximos anos, contribuindo para o avanço da
agricultura de precisão em culturas perenes no Brasil.
147
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tema de aprendizagem, você aprendeu:
• O monitoramento das lavouras também inclui a coleta de dados sobre a saúde das
plantas, incluindo doenças, pragas e estresse hídrico. Os agricultores podem utilizar
essa informação para tomar medidas preventivas e corretivas, como a aplicação de
defensivos agrícolas específicos ou a redução da irrigação em áreas com excesso
de umidade.
• Essas ferramentas utilizadas tanto para culturas anuais quanto para agriculturas
perenes e semiperenes são fundamentais, permitindo que os agricultores ajustem
às práticas agrícolas de forma a maximizar a produtividade e a eficiência, reduzindo
os custos e minimizando o impacto ambiental.
148
AUTOATIVIDADE
1 O monitoramento das variabilidades é um aspecto chave da agricultura de precisão,
pois permite que os agricultores obtenham informações precisas sobre as diferenças
na qualidade do solo, na disponibilidade de água e nutrientes, no clima e nas
condições das plantas. Dessa forma, qual a principal finalidade do monitoramento
das variabilidades na agricultura de precisão?
149
( ) A agricultura de precisão pode ser aplicada em culturas anuais, perenes e
semiperenes.
( ) O monitoramento da variabilidade do solo e das plantas é fundamental na agricultura
de precisão em culturas perenes e semiperenes.
( ) A aplicação de insumos variáveis é uma prática da agricultura de precisão que
pode ser utilizada em culturas anuais, perenes e semiperenes.
( ) A agricultura de precisão é uma técnica que só pode ser utilizada em grandes
propriedades rurais.
a) ( ) V – F – V – V.
b) ( ) V – V – V - F.
c) ( ) F – V – F - V.
d) ( ) F – F – V – V.
150
UNIDADE 3 TÓPICO 2 -
SENSORES
1 INTRODUÇÃO
A Agricultura de Precisão tem se tornado cada vez mais popular nas últimas
décadas, oferecendo aos agricultores ferramentas e técnicas para melhorar a eficiência
e a sustentabilidade da produção agrícola. Entre essas ferramentas, destacam-se os
sensores agrícolas, que fornecem dados precisos e em tempo real sobre as condições
do solo, da cultura e do clima.
2 SENSORES
Sensores são dispositivos eletrônicos que medem e detectam uma variedade
de informações físicas, como temperatura, pressão, umidade, luz, movimento, entre
outros. Eles podem ser usados em diversas áreas, desde a indústria e medicina até a
agricultura e automação residencial.
151
uma mudança na temperatura ou um campo magnético, e uma parte eletrônica que con-
verte essa resposta em um sinal elétrico para processamento e análise (YU et al., 2019).
A coleta de dados pelos sensores ocorre por meio da conversão de sinais físicos
em sinais elétricos, que são então processados por um sistema eletrônico. Esses sinais
elétricos são então transmitidos para uma unidade de processamento central, que pode
ser um computador ou um dispositivo móvel, onde os dados podem ser armazenados
e analisados. Pode ser realizada de forma manual ou automatizada. Na coleta manual,
o agricultor precisa fazer a leitura dos dados coletados pelo sensor e registrar em
152
um sistema. Já na coleta automatizada, os sensores são integrados a sistemas
computacionais que permitem a coleta e análise dos dados de forma automática e em
tempo real (SABLANI; TADESSE; THOMPSON, 2014).
Em geral, a coleta de dados pelos sensores tem sido uma ferramenta muito
importante para a agricultura de precisão, permitindo uma produção mais eficiente e
sustentável. No entanto, é importante lembrar que a interpretação e análise dos dados
coletados pelos sensores são igualmente importantes para uma tomada de decisão
mais precisa e assertiva.
153
colheitas e aumentem a produtividade. Na geologia, as imagens de sensoriamento
remoto são usadas para mapear características da superfície terrestre, como formações
rochosas, vulcões, geleiras e falhas geológicas. Isso ajuda os geólogos a entender
melhor a estrutura e a evolução da crosta terrestre.
154
Após a captação das imagens, é necessário realizar o processamento dos
dados para extrair informações úteis. O processamento de imagem envolve a aplicação
de técnicas de correção geométrica, correção atmosférica e filtragem, que permitem
melhorar a qualidade das imagens e remover ruídos. Já a análise das imagens pode
ser realizada por meio de técnicas de classificação, detecção de mudanças e extração
de características, permitindo identificar diferentes tipos de cobertura vegetal, áreas
urbanas, corpos d'água, entre outros.
Essa técnica pode ser usada para monitorar o crescimento das plantas, detectar
desmatamento, avaliar a qualidade do solo e da água, prever mudanças climáticas, mape-
ar a expansão urbana, entre outras aplicações. Ele pode ser uma ferramenta importante
para ajudar na tomada de decisões e no planejamento estratégico em várias áreas.
155
A cobertura espacial e temporal também pode ser um desafio. Alguns sensores
remotos têm limitações em termos de cobertura espacial, o que significa que a área
que pode ser observada é limitada. Além disso, a cobertura temporal pode ser limitada,
o que significa que nem sempre é possível obter informações atualizadas sobre uma
determinada região. Por fim, o custo da tecnologia também pode ser um entrave. Alguns
sensores remotos são muito caros, o que pode limitar o acesso a eles.
156
temperatura do solo são utilizados em diferentes profundidades e essas informações
são úteis para entender o comportamento da planta em diferentes épocas do ano e
também para monitorar a atividade de microrganismos no solo.
• Sensores de nível de nutrientes: utilizados para medir a quantidade de nutrientes
disponíveis no solo, permitindo que os agricultores determinem quando é necessário
aplicar fertilizantes.
• Sensores de condutividade elétrica: Esses sensores são utilizados para medir a
condutividade do solo, ou seja, a capacidade do solo de transmitir eletricidade.
Essas informações são úteis para determinar a quantidade de nutrientes presentes
no solo e também para monitorar a salinidade do solo.
• Sensores de pH do solo: permitem que os agricultores determinem o nível de acidez
do solo, o que é importante para a absorção de nutrientes pelas plantas.
• Sensores de presença de pragas e doenças: utilizados para monitorar a presença
de pragas e doenças nas plantas, permitindo que os agricultores identifiquem
problemas precocemente e tomem medidas preventivas.
• Sensores de clorofila: os sensores de clorofila são utilizados para medir a quantidade de
clorofila presente nas plantas. A clorofila é responsável pela fotossíntese, ou seja, pela
conversão de energia solar em energia química. Portanto, a medição da quantidade
de clorofila pode ajudar a determinar a saúde da planta e a necessidade de nutrientes.
• Sensores de fluorescência: os sensores de fluorescência são utilizados para medir
a quantidade de luz fluorescente emitida pelas plantas. Essa luz é emitida quando
a planta está sob estresse, seja por falta de água, nutrientes ou outros fatores.
Essas informações são úteis para detectar problemas nas plantas antes que eles
se tornem aparentes.
• Sensores de luz: os sensores de luz são utilizados para medir a quantidade de
luz disponível para as plantas. Essas informações são úteis para determinar a
quantidade de luz necessária para o crescimento das plantas e também para avaliar
o potencial de crescimento em diferentes épocas do ano.
• Sensores de vento: os sensores de vento são utilizados para medir a velocidade e a dire-
ção do vento. Essas informações são úteis para determinar a evapotranspiração, ou seja,
a quantidade de água que é perdida pelas plantas devido à transpiração e à evaporação.
• Sensores de posicionamento: os sensores de posicionamento são utilizados
para determinar a localização exata dos equipamentos utilizados na agricultura
de precisão, como tratores e colheitadeiras. Essas informações são úteis para
determinar a melhor rota para a máquina, evitando a sobreposição de áreas já
tratadas e garantindo que todas as áreas sejam tratadas de forma uniforme.
157
• Aplicação de sensores em pomares de maçãs na Nova Zelândia: em um estudo de
caso publicado na revista Precision Agriculture, pesquisadores utilizaram sensores
de clorofila e de umidade do solo para monitorar as condições de crescimento das
macieiras. Isso permitiu a aplicação precisa de fertilizantes e pesticidas, resultando
em uma redução no uso de produtos químicos em até 50%, além de um aumento
na produtividade de até 10% (TURNER et al, 2013).
• Monitoramento de pragas em plantações de algodão nos Estados Unidos: em um
estudo realizado no estado do Texas, sensores acústicos foram utilizados para
monitorar a presença de pragas em plantações de algodão. Esses sensores foram
capazes de detectar a emissão de sons pelas larvas de insetos, permitindo que os
agricultores identificassem as áreas afetadas e tomassem medidas de controle de
forma mais eficiente (MA et al., 2017).
• Detecção de doenças em plantações de batata na Europa: em um estudo realizado
na Holanda, sensores hiperespectrais foram utilizados para detectar doenças
em plantações de batata. Esses sensores foram capazes de identificar as áreas
afetadas antes mesmo dos sintomas se tornarem visíveis a olho nu, permitindo que
os agricultores tomassem medidas preventivas para reduzir as perdas de colheita
(WESTRA et al. 2012).
ATENÇÃO
O uso de sensores na agricultura tem crescido no Brasil, impulsionado
pela necessidade de aumentar a produtividade, reduzir os custos e
garantir a sustentabilidade da produção agrícola em um país com grande
potencial agrícola como o Brasil.
158
atuarem com alta precisão e eficiência. É uma área da tecnologia que se concentra
no desenvolvimento de robôs capazes de realizar tarefas de forma autônoma ou
semiautônoma. Na agricultura de precisão, a robótica é usada para automatizar tarefas
agrícolas e melhorar a eficiência do cultivo de plantas.
Os robôs também podem ser usados para coletar dados sobre as plantas, como
temperatura, umidade do solo, pH e outros indicadores importantes. Esses dados podem
ser usados para ajustar o cultivo de plantas de forma mais precisa e eficaz, garantindo
que cada planta receba o tratamento ideal. Além disso, a robótica também é utilizada
em estufas automatizadas para monitorar e controlar as condições de crescimento das
plantas. Os robôs podem regular a temperatura, a umidade e a iluminação nas estufas,
garantindo que as plantas cresçam em condições ideais.
159
Figura 8 – Robôs colhem couve em fazenda
160
atividades agrícolas. Com o uso de robôs e sistemas autônomos, é possível reduzir o
consumo de combustível e a emissão de gases de efeito estufa, além de minimizar a
compactação do solo e a erosão.
Esses são apenas alguns exemplos de como a robótica pode ser utilizada
na agricultura de precisão. Em geral, essas tecnologias têm ajudado a melhorar
a produtividade e a sustentabilidade da agricultura, reduzindo o uso de insumos,
aumentando a eficiência da produção e minimizando o impacto ambiental. À medida
que a tecnologia continua a evoluir, é provável que vejamos ainda mais inovações na
área da robótica na agricultura de precisão.
161
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tema de aprendizagem, você aprendeu:
162
AUTOATIVIDADE
1 Os avanços recentes na tecnologia de sensores agrícolas têm permitido a coleta de
dados ainda mais determinantes e em tempo real, tornando a Agricultura de Precisão
ainda mais eficaz para a agricultura. Mediante essa informação, qual é o principal
benefício do uso de sensores na agricultura?
163
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F – V.
b) ( ) V – V – F – F.
c) ( ) F – V – F – V.
d) ( ) F – F – V – F.
164
UNIDADE 3 TÓPICO 3 -
SISTEMAS DE ORIENTAÇÃO E
AUTOMAÇÃO EM MÁQUINAS
1 INTRODUÇÃO
A agricultura é uma atividade econômica de grande importância para a socie-
dade, uma vez que é responsável pela produção de alimentos e matérias-primas essen-
ciais para a nossa sobrevivência e bem-estar. Com o objetivo de aumentar a eficiência e
a produtividade no campo, a indústria agrícola tem investido cada vez mais em tecnolo-
gias avançadas, como os sistemas de orientação e automação em máquinas agrícolas.
165
Já os sistemas de automação permitem que as máquinas agrícolas realizem
suas tarefas de forma autônoma, sem a necessidade de intervenção humana. Esses
sistemas são capazes de controlar as funções das máquinas de plantio, irrigação
e colheita, de acordo com as necessidades específicas de cada cultura. Além disso,
eles podem ser integrados a outros sistemas de monitoramento e gestão da produção
agrícola, permitindo uma gestão mais eficiente e sustentável dos recursos naturais.
166
e, assim, garantir a saúde das plantas e maximizar a produtividade da colheita. Outra
aplicação da automação agrícola é o controle de pragas e doenças. Os sensores
instalados nas plantações podem detectar a presença de pragas e doenças em estágios
iniciais, antes que elas se espalhem e causem danos significativos às plantas. Com essa
informação em mãos, os agricultores podem utilizar defensivos agrícolas de forma mais
precisa e eficiente, reduzindo assim os custos de produção e os impactos ambientais.
167
Também é utilizada no plantio e na colheita de culturas, onde robôs e outros
equipamentos automatizados podem realizar tarefas repetitivas de forma mais rápida
e precisa do que os trabalhadores humanos. Isso reduz a necessidade de mão de obra
manual e permite que os agricultores aumentem a produção de forma mais eficiente e
rentável.
É uma tendência que tem ganhado cada vez mais espaço na agricultura
moderna. Ela pode ainda otimizar processos, como a redução de custos e a melhoria
da qualidade dos alimentos produzidos. Com o avanço da tecnologia, é possível que a
automação agrícola se torne ainda mais sofisticada e eficiente, contribuindo para um
setor agrícola mais sustentável e produtivo. Também pode ser uma aliada na adoção de
práticas agrícolas mais sustentáveis. Por exemplo, a utilização de sistemas de geração
de energia renovável, como a energia solar e eólica, pode ajudar a reduzir a dependência
dos agricultores em fontes de energia não renováveis, como o petróleo. Além disso, a
automação pode ser usada para monitorar o uso de recursos naturais, como água e
energia, e garantir que eles sejam utilizados de forma eficiente e responsável.
168
Outro benefício da automação agrícola é a possibilidade de reduzir a necessidade
de mão de obra física, o que pode ajudar a aumentar a segurança e a saúde dos
trabalhadores rurais. Muitas atividades agrícolas são realizadas em condições perigosas,
como o manuseio de maquinários pesados ou a exposição a produtos químicos tóxicos.
Com a automação, essas atividades podem ser realizadas remotamente, reduzindo o
risco de acidentes e doenças ocupacionais.
A automação agrícola tem sido vista como uma das principais soluções para aten-
der às crescentes demandas globais por alimentos, mas sua implementação ainda enfrenta
desafios significativos. Um dos principais desafios é a necessidade de investimentos signi-
ficativos em tecnologia e infraestrutura, o que pode ser um obstáculo para os agricultores
com recursos limitados. A automação agrícola é um campo que envolve a integração de di-
versos sistemas e tecnologias, desde a coleta de dados até o controle de máquinas e equi-
pamentos. A integração desses sistemas pode ser um desafio, pois é necessário garantir a
compatibilidade de tecnologias e a eficiência dos sistemas de comunicação.
Isso ocorre porque existem muitas tecnologias diferentes que podem ser
usadas na automação agrícola, cada uma com suas próprias especificações e requisitos
de compatibilidade. Além disso, as tecnologias usadas em diferentes etapas do
processo agrícola podem ser incompatíveis entre si, o que torna a integração ainda mais
desafiadora. Ainda há uma necessidade de sistemas de comunicação eficientes.
169
agrícola ainda não têm uma regulamentação clara. É necessário que haja um esforço
conjunto dos governos e das empresas para estabelecer regras claras e garantir a
segurança e a privacidade dos produtores.
Por fim, é importante destacar que a automação agrícola deve ser vista como
uma ferramenta para melhorar a produtividade e a sustentabilidade da agricultura,
mas não como uma solução única. É fundamental que haja uma integração entre as
tecnologias de automação e as práticas tradicionais de cultivo, para que os benefícios
da automação sejam maximizados e os desafios e preocupações possam ser superados.
NOTA
A Internet das Coisas, também conhecida como IoT (do inglês Internet
of Things), é um conceito que se refere à conexão de dispositivos
eletrônicos à internet, permitindo a troca de informações e o controle
remoto desses dispositivos. A ideia por trás da IoT é que cada vez mais
objetos do nosso cotidiano, como eletrodomésticos, carros, sensores de
monitoramento e outros dispositivos, sejam capazes de se comunicar
entre si e com outros dispositivos conectados à internet, formando uma
rede de dados. A expectativa é que nos próximos anos, a quantidade de
dispositivos conectados à internet cresça significativamente, permitindo
que a IoT se torne cada vez mais presente no nosso dia a dia.
170
2.2 TECNOLOGIA EMBARCADA EM MÁQUINAS E
IMPLEMENTOS
A tecnologia embarcada em máquinas e implementos é um dos principais
avanços tecnológicos na agricultura moderna. Ela permite que os produtores rurais
tenham um maior controle sobre suas operações, aumentando a eficiência e a
produtividade no campo. Com o avanço da tecnologia, a integração entre máquinas e
dispositivos eletrônicos tem sido cada vez mais comum e vantajosa.
171
década de 1970, os sistemas de controle eletrônico começaram a ser incorporados
em máquinas agrícolas, como tratores e colheitadeiras, para melhorar a eficiência e a
precisão do trabalho.
172
Com a evolução da tecnologia, os sensores e atuadores estão se tornando
cada vez mais sofisticados. Alguns equipamentos agora contam com sensores que
medem a vibração do motor, a inclinação do terreno e até mesmo a qualidade do solo.
Os atuadores também estão sendo aprimorados, com sistemas eletrônicos e hidráulicos
que proporcionam maior precisão e controle.
173
A tecnologia embarcada em máquinas e implementos têm evoluído rapidamen-
te nos últimos anos, e as tendências futuras indicam que essa evolução deve continuar.
Uma das principais propensões é a utilização de tecnologia avançada, como inteligên-
cia artificial e aprendizado de máquina, para permitir a tomada de decisões mais in-
formadas e precisas. Além disso, a predisponência é que as máquinas e implementos
se tornem cada vez mais conectados, permitindo a comunicação em tempo real entre
as máquinas e os sistemas de gerenciamento. Isso permitirá o monitoramento remoto
das máquinas e a detecção precoce de problemas, reduzindo o tempo de inatividade e
aumentando a eficiência.
A tecnologia de robótica também está sendo cada vez mais utilizada em máquinas
e implementos, permitindo a automação de tarefas complexas e perigosas. Isso reduz a
necessidade de mão de obra e oferece maior segurança para os trabalhadores. Por fim,
a tendência é que as máquinas e implementos se tornem cada vez mais sustentáveis,
com a utilização de tecnologias de eficiência energética e redução de desperdícios.
Isso ajudará a reduzir o impacto ambiental das atividades industriais e a promover a
sustentabilidade das operações. Essas perspectivas oferecem uma visão promissora
para o futuro das indústrias que utilizam essas tecnologias.
174
Uma das principais tecnologias utilizadas nesse sentido são as telas sensíveis
ao toque. Elas permitem que o operador acesse diversas funções da máquina de
maneira rápida e fácil, além de possibilitar a visualização de informações importantes
sobre o desempenho da máquina e do trabalho realizado. Essas telas são geralmente
de alta resolução e podem ser personalizadas para atender às necessidades específicas
do usuário. Outro recurso de interface do usuário que tem se tornado cada vez mais
popular são os sistemas de voz. Com eles, é possível controlar as funções da máquina
por meio de comandos de voz, permitindo que o operador mantenha as mãos livres
e se concentre em outras atividades. Esses sistemas podem ser programados para
reconhecer diferentes idiomas e sotaques, o que amplia o seu alcance e torna o uso da
máquina mais acessível a um público diversificado (LEITE; OLIVEIRA, 2021).
DICA
O documentário "The Smartest Machines on Earth" aborda o tema
de tecnologia embarcada em máquinas e implementos e é muito
interessante. O documentário explora como as máquinas estão se
tornando cada vez mais inteligentes e como a tecnologia embarcada está
transformando a forma como as indústrias operam e como as pessoas
vivem suas vidas. Apresenta entrevistas com especialistas e líderes de
empresas que estão na vanguarda do desenvolvimento da tecnologia
embarcada em máquinas e implementos, além de mostrar exemplos
de como a tecnologia está sendo usada na prática. É possível encontrá-
lo em plataformas de streaming pagas, como Amazon Prime Video e
iTunes. Também é possível encontrar trechos e clipes do documentário
no YouTube.
175
2.3 SISTEMAS DE DIREÇÃO AUTOMÁTICA
Os sistemas de direção automática são uma das tecnologias mais importantes
em agricultura de precisão. Esses sistemas permitem que máquinas agrícolas realizem
tarefas de forma autônoma, melhorando a eficiência e a qualidade das operações.
Figura 10 – Equipamento de arrasto sem sistema de direção automática (a) e com sistema de direção auto-
mática e antena de GNSS independente, indicada pela seta, da mesma forma que sobre o trator (b)
176
garantindo uma distribuição uniforme e evitando desperdícios. Além disso, a tecnologia
embarcada pode ser usada para monitorar o desempenho dos implementos e identificar
problemas, como falhas mecânicas, de forma mais rápida e precisa.
Além disso, existem sistemas de direção automática que podem ser integrados
a outros equipamentos agrícolas, como tratores, colheitadeiras e pulverizadores,
permitindo que várias máquinas trabalhem juntas de forma autônoma para realizar
operações agrícolas mais complexas. Cada tipo de sistema oferece recursos e
funcionalidades diferentes para atender às necessidades específicas dos agricultores,
permitindo que eles melhorem a eficiência e a precisão das operações agrícolas.
177
Figura 11 – Trator sem cabine: veículos já são criados para operar somente com o piloto automático
178
de precisão. A implementação bem-sucedida do sistema pode trazer benefícios
significativos, incluindo a redução de custos e a melhoria da produtividade.
Os sistemas de direção automática são uma tecnologia cada vez mais presente
na agricultura de precisão. No entanto, eles ainda apresentam alguns desafios e
limitações que devem ser considerados ao implementá-los em uma operação agrícola
existente. Um dos principais desafios é a necessidade de manutenção e calibração
regular dos sistemas, garantindo que os sensores e atuadores estejam funcionando
corretamente para fornecer as informações de posicionamento e direção necessárias.
DICA
Uma antena de GNSS independente é um componente utilizado
em sistemas de navegação por satélite GNSS (Global Navigation
Satellite System), como o GPS. Essa antena é projetada para operar
de forma autônoma, sem precisar de conexão física com a unidade de
processamento ou com outros equipamentos. Elas são capazes de receber
sinais de satélite de alta precisão e fornecer informações de localização
com precisão submétrica ou até mesmo milimétrica, dependendo do tipo
de antena e da tecnologia GNSS utilizada.
179
INTERESSANTE
A empresa alemã Fendt lançou um trator autônomo movido a energia
solar chamado e100 Vario. O trator possui um sistema de baterias que
pode ser carregado por meio de painéis solares instalados no teto de
um abrigo especialmente projetado para ele. O e100 Vario pode ser
programado para realizar tarefas agrícolas específicas, como semear,
cultivar e colher, sem intervenção humana.
180
Figura 12 – Mapeamento de solo
Diversas tecnologias são utilizadas para a aplicação em taxa variável, cada uma
com suas vantagens e desvantagens.
Uma das tecnologias mais comuns para a aplicação em taxa variável é o GPS
(Global Positioning System), que utiliza sinais de satélite para determinar a localização
exata do equipamento utilizado na aplicação. Com o GPS, é possível criar mapas de
prescrição que indicam as áreas do campo que precisam de mais ou menos insumos,
permitindo que o equipamento ajuste automaticamente a quantidade de insumos
aplicada em cada área. Outra tecnologia utilizada na aplicação em taxa variável
é o mapeamento de colheita, que utiliza sensores para coletar informações sobre a
produtividade em diferentes áreas do campo. Com essas informações, é possível criar
mapas de prescrição que indicam as áreas que precisam de mais ou menos insumos,
permitindo que o equipamento ajuste automaticamente a quantidade de insumos
aplicada em cada área.
181
O número de amostras coletadas irá depender do nível de detalhamento
pretendido. A utilização do sensoriamento remoto se mostra uma ferramenta viável em
diversos casos, especialmente quando a amostra de solo não fornece as informações
necessárias em tempo hábil. Com os dados necessários em mãos, a próxima etapa
consiste em interpretá-los e prescrever uma quantidade específica de insumo para cada
ponto do talhão. Essa prescrição pode ser feita manualmente ou de forma automatizada
utilizando softwares especializados em agricultura de precisão. Em seguida, as taxas
de aplicação são convertidas em um arquivo digital compatível com o computador de
bordo do equipamento que será utilizado na tarefa de aplicação (Figura 13).
182
• Maior eficiência na utilização de insumos: é possível aplicar insumos agrícolas de
forma diferenciada em diferentes áreas do campo, garantindo que cada planta
receba a quantidade exata de nutrientes necessários para seu desenvolvimento. Isso
significa que os produtores podem reduzir o desperdício de insumos, economizando
dinheiro e minimizando o impacto ambiental.
• Maior produtividade: a aplicação em taxa variável permite maximizar a produtividade
do campo, garantindo que cada planta receba a quantidade ideal de nutrientes. Isso
pode resultar em um aumento significativo na produtividade do campo, além de
uma redução na variabilidade de produção ao longo do campo.
• Redução de custos: com a aplicação em taxa variável, os produtores podem
economizar dinheiro ao evitar a aplicação excessiva de insumos em áreas que não
precisam, o que reduz o custo total de produção. Além disso, a técnica também pode
reduzir os custos de mão de obra, uma vez que é possível automatizar a aplicação
de insumos com tecnologias avançadas.
• Melhoria na qualidade dos produtos: a aplicação em taxa variável permite fornecer
às plantas os nutrientes necessários para o seu desenvolvimento saudável. Com
isso, os produtos finais podem ter uma qualidade superior, além de terem menos
resíduos de insumos químicos, tornando-os mais seguros para o consumo humano.
• Melhoria da sustentabilidade: a aplicação em taxa variável pode ajudar a minimizar o
impacto ambiental da agricultura, reduzindo o desperdício de insumos e os resíduos
químicos no solo e na água. Além disso, a técnica também pode ajudar a reduzir a
erosão do solo, melhorar a qualidade da água e reduzir as emissões de gases de
efeito estufa.
183
O histórico de cultivo também é um fator importante a se considerar na apli-
cação em taxa variável. Se uma área do campo foi cultivada com uma determinada
cultura por vários anos seguidos, é provável que os nutrientes específicos necessários
para aquela cultura estejam esgotados no solo. Nesse caso, a aplicação em taxa variável
deve levar em conta essa informação para garantir que a nova cultura receba os nu-
trientes de que precisa. Por fim, a topografia do campo também pode afetar a aplicação
em taxa variável. Áreas com declives acentuados podem apresentar maior erosão, o que
pode afetar a distribuição dos insumos aplicados. Áreas mais baixas também podem
reter mais água e nutrientes do que áreas mais elevadas, o que pode afetar a eficiência
da aplicação em taxa variável.
184
A aplicação em taxa variável é uma técnica importante na agricultura de
precisão, que permite aos produtores rurais aplicar insumos agrícolas de forma mais
eficiente e sustentável. Com o uso de sistemas de mapeamento e sensoriamento, é
possível ajustar a aplicação de insumos de acordo com as necessidades de cada área da
lavoura, reduzindo custos, aumentando a produtividade e preservando o meio ambiente.
A aplicação em taxa variável representa uma grande inovação na agricultura moderna
e tem o potencial de transformar a forma como produzimos alimentos, tornando a
agricultura mais sustentável e produtiva.
185
LEITURA
COMPLEMENTAR
MÁQUINAS AGRÍCOLAS: ELETRÔNICA A SERVIÇO DO PRODUTOR
Nos seus aspectos básicos, os tratores apresentam alguma similaridade com ou-
tros veículos, como caminhões, ônibus e veículos de passeio: informações como tempe-
ratura, pressão e nível de óleo, consumo e nível de combustível, rotação do motor, marcha
utilizada, estado do sistema elétrico são importantes tanto para preservar o equipamento
como para avaliar se a sua operação está adequada. Essas informações podem ser úteis,
por exemplo, para o gerenciamento da frota. Além disso, elas possibilitam, através de dis-
positivos atuadores, intervenções automáticas no veículo, simplificando e otimizando a
sua utilização pelo operador, que pode se concentrar mais na tarefa de condução. No
exterior, já são encontrados veículos que são conduzidos sem operador.
186
Em colheitadeiras, por exemplo, têm-se os monitores de colheita, que permitem
acompanhar o rendimento da cultura à medida que se processa a colheita. Com o tem-
po, passaram a incorporar a informação da posição precisa fornecida por um receptor
do Sistema de Posicionamento Global (GPS), de modo a se obter um mapa da colheita,
que pode ser uma poderosa ferramenta para se entender o que se passa no campo, vi-
sando melhorar o desempenho das próximas safras. Cabe ressaltar que a agricultura de
precisão se viabilizou graças ao GPS, e à eletrônica embarcada, que já estava bastante
evoluída quando ele surgiu, possibilitando a sua incorporação nas máquinas agrícolas.
187
a ordem para acionar algum dispositivo. Todos são interligados em um único cabo, que
substitui os diversos chicotes, conectado ao computador de bordo, que possui uma
tela e teclas, constituindo a interface com o operador e que pode comunicar-se com
outro computador externo (por exemplo, ser informado dos locais exatos que devem ser
pulverizados, ou transmitir algum mapa, como o de colheita, associando a cada pedaço
do talhão a respectiva quantidade colhida).
188
com componentes de diversos fabricantes. A pressão do mercado (usuários) certamente
ajudará a motivar a adoção de um único padrão.
Fonte: Cugnasca, C. E., Saraiva, A. M. Máquinas agrícolas: eletrônica a serviço do produtor. Revista Agranja.
Disponível em: https://bit.ly/44YEOAm. Acesso em: 27 abril, 2023.
189
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tema de aprendizagem, você aprendeu:
190
AUTOATIVIDADE
1 A automação agrícola é uma área em constante evolução, com o objetivo de otimizar
os processos agrícolas e reduzir os custos de produção. Nesse cenário, os sistemas de
direção automática surgem como uma das principais tecnologias para a automação
de máquinas agrícolas. Para que se possa compreender melhor essa tecnologia, é
importante entender que ela consiste em um sistema que utiliza sensores e GPS para
controlar a trajetória das máquinas, permitindo que elas sejam operadas de forma
autônoma. Nesse contexto, assinale a alternativa CORRETA:
191
3 Os sistemas de direção automática são tecnologias embarcadas em máquinas agrí-
colas que permitem maior precisão e eficiência nas operações de campo, reduzindo o
tempo de operação e aumentando a produtividade. Além disso, esses sistemas podem
ser integrados a outras tecnologias, como a aplicação em taxa variável. De acordo com
o tema estudado, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
a) ( ) F – V – F - V.
b) ( ) V – F – V – V.
c) ( ) F – V – F – F.
d) ( ) F – F – V – V.
4 A agricultura de precisão tem como um dos seus principais objetivos o uso eficiente
dos insumos agrícolas, reduzindo custos e impactos ambientais. Nesse contexto, a
aplicação em taxa variável é uma técnica que permite ajustar a quantidade de insumos
aplicados em diferentes áreas do campo, de acordo com as necessidades específicas
de cada uma. Diante disso, como a aplicação em taxa variável pode contribuir para
a otimização do uso de insumos na agricultura de precisão? Explique com exemplos
práticos.
192
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