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se compreender o conceito de nao, devido a sua intensa utilizao no meio contemporneo, o que
afasta muito a anlise cientfica se no bem compreendida no seu uso.
Interpretante as camadas sociais brasileiras no sculo XIV, a grosso modo, chama a ateno a clara
disparidade de privilgios, tanto econmicos quanto polticos, das elites em comparao com os
segmentos pobres da populao, que tinham o escravo em ltimo lugar. Essa camada
desprivilegiada dificilmente toma posio crtica na histria nacional, como resultado da memria
montada em relao ao processo de independncia.
No obstante, essa populao tem sua cultura fundada nas mais diversas naes africanas e
indgenas. Um pensamento pautado na cultura da rua, do misticismo enquanto a vida, da via oral de
transmisso de pensamento, enquanto uma me ou pai de santo cultuava Exu, entidade representada
segurando um grande falo e tridentes, uma sinh rezaria o pai nosso em sua capela. H um claro
atrito quando para definir o que seria uma nao para elite brasileira ou portuguesa e para o
homem de cor, para Casa Grande e para a Senzala.
Em que expe a necessidade de tomar o governo medidas vigorosas contra os que pretendem
perturbar a tranquilidade pblica, seduzindo para isso os escravos com promessa de liberdade. A
elite temia a rua, no fosse somente a sua frequente citao negativa ao estado de anarquia que
proveria de uma revolta popular e da insurgncia do povo negro, fossem como aes barbaras ou
como inflamados jornais ao noticiar o grito que noticiava o grito em Pernambuco Mata que
branco, fazia-se acreditar a inevitvel guerra dos negros contra os brancos.
A essncia chave para retirar do incomodo que as classes mais baixas causavam est no fato do
reconhecimento que os escravos no eram meros coadjuvantes da histria, e que eram agentes e
estavam a par da discusso que corria a cerca da crise, dos privilgios e da discusso em torno da
liberdade. A populao excluda no seria, pois, automaticamente excluda do seu tempo, e assim
como os europeus, e a elite, teria sua prpria noo de liberdade.