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PARDO É COR DE PELE?

Profª Msª Mory Marcia de Oliveira


Lobo
E-mail: caffenatasoul@gmail.com
 O que iremos conversar neste encontro, não tem nenhuma intenção
totalizadora, são reflexões a partir da Análise do Discurso Francesa
(PÊCHEUX, FUCHS 2001), para um movimento de pensar a cor da pele
pela representatividade do comportamento social que chamaremos de
“luta imagética “ e pela democratização conhecimento pelas redes
sociais.
Imagem 1- Exemplo de cor da pele

Fonte:pbagora.com.br
CLASSIFICAÇÃO DA COR DA PELE

 Categorias: branco, preto, pardo, amarelo e indígena. ( Oficial IBGE)

 No estudo de Adriana Varejão ela produziu 33 tons de pele dentre os 136


apontados pela população brasileira em resposta a pergunta qual a sua cor
de pele?

1-Fonte: https://biblioteca.ibge.gov.br
2- Fonte: http://www.usp.br]claro[tag]pele
 No sistema de classificação do IBGE, a palavra pardo é definida como mistura de cor
de pele, pele miscigenada ou mestiça.
 Para entendermos o IBGE, precisamos compreender a fórmula ‘mestiço’.
 A palavra vem de origem portuguesa e significa sangue misturado, pessoas
descendentes de etnias diferentes; pode-se dizer “mistura entre índio, africano e
europeu” que consiste em implicações étnicas interpretadas como definições de
fenótipos com ideias de branqueamento.
 A ideologia do branqueamento, assim como a democracia racial, pauta-se no plano
sociológico e político em que a única condição para o negro ascender socialmente seria
branquear-se pela incorporação cultural.

 O que seria isso? Assumir outra cor de pele e os modos de ser do branco como, por
exemplo, (alisar o cabelo, comportar-se como branco assumindo os modos de vida dele
entre outros). Isso significa desaparecer a existência pela incorporação cultural e social
a única chance dada ao mestiço branqueado no processo cultural.
 Constata-se que o próprio IBGE reconhece às críticas na forma como vem
operando essa classificação de cor em suas pesquisas, inclusive nos protocolos
de Investigação com seres humanos, encontramos informações em que é
exigida a classificação de cor de acordo com o IBGE.

 Isso quer dizer que, existe todo um sistema organizado para que esta
autodeclaração aconteça de acordo com padrões estabelecidos culturalmente.
Esses padrões irão determinar a base social e o nível de importância que essa
representação sedimenta em discursos e comportamentos.
PARDO É COR DE PELE?

?
 ... ou práticas políticas e ideológicas pressupostas para a autodeclaração?

 “pardo” seria representada pelo mesmo mulato mestiço declarados pretos em


países mais organizados com a questão étnica.
O QUE OS DADOS APONTAM?

 Entre 2012 a 2016, o número de pessoas que se autodeclaram brancas caiu de 46,6%
para 44,2%, para onde foram esses supostos brancos?

 Possivelmente para a categoria pardo que aumentou de 45,3% para 46,7% e a dos pretos
de 7,4% para 8,3%.

 Entre 2016 a 2019 o número de autodeclaração de pretos subiu assustadoramente para


29,3%, segundo a Pnad IBGE ( maio/2019). De onde vieram tantos pretos?
Possivelmente migraram da categoria pardo.

1-Fonte: https://biblioteca.ibge.gov.br
REFERÊNCIAS
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA-PME-cor e raça- setembro de 2006 / IBGE-
divulga estudo especial sobre cor ou raça. Rio de Janeiro, 2006. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/id_ noticia=737-
acesso em: 18/01/16.
 
__________. Características Étnico-raciais da População um estudo das categorias de classificação de cor ou raça
2008. Rio de Janeiro, 2011.
 
IPEA – INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. Igualdade
Racial. Políticas Sociais: acompanhamento e análise, n. 11, 2005. Disponível
em:http://www.ipea.gov.br/sites/000/2/publicacoes/bpsociais/bps_11/IGUALDADE_RACIAL.pdf.

MUNANGA, Kabengele.Rediscutindo a Mestiçagem no Brasil: Identidade Nacional versus Identidade Negra.


Petrópolis, RJ: Vozes, 1999.

PÊCHEUX, M. FUCHS C. A propósito da análise automática do discurso: atualização e perspectivas. In: Gadet F.,
Hak T. (orgs.). Por uma análise automática do discurso: uma introdução à obra de Michel Pêcheux. Campinas, SP:
Editora da Unicamp, 2001. p. 163-252.
 

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