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RODRIGO GUEDES DE ARAújO

(ORGANIzADOR)

DESENVOLVIMENTO
DAS FALÁCIAS AO PÓS-DESENVOLVIMENTO

Editora Metrics
Santo Ângelo – Brasil
2023
Conselho Editorial

Copyright © Editora Metrics


Dr. Charley Teixeira Chaves PUC Minas, Belo Horizonte, MG, Brasil
Dra. Cleusa Inês Ziesmann UFFS, Cerro Largo, RS, Brasil
Imagem da capa: Freepik Dr. Douglas Verbicaro Soares UFRR, Boa Vista, RR, Brasil
Revisão: Os autores Dr. Eder John Scheid UZH, Zurique, Suíça
Dr. Fernando de Oliveira Leão IFBA, Santo Antônio de Jesus, BA, Brasil
Dr. Glaucio Bezerra Brandão UFRN, Natal, RN, Brasil
Dr. Gonzalo Salerno UNCA, Catamarca, Argentina
Dra. Helena Maria Ferreira UFLA, Lavras, MG, Brasil
Dr. Henrique A. Rodrigues de Paula Lana UNA, Belo Horizonte, MG, Brasil
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Dr. Jenerton Arlan Schütz UNIJUÍ, Ijuí, RS, Brasil
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Dr. Jorge Luis Ordelin Font CIESS, Cidade do México, México
Dr. Luiz Augusto Passos UFMT, Cuiabá, MT, Brasil
Desenvolvimento : das falácias ao pós-desenvolvimento
Dr. Manuel Becerra Ramirez UNAM, Cidade do México, México
/ organização Rodrigo Guedes de Araújo. -- 1. ed. -- Santo
Dr. Marcio Doro USJT, São Paulo, SP, Brasil
Ângelo, RS : Editora Metrics, 2023.
Dr. Marcio Flávio Ruaro IFPR, Palmas, PR, Brasil
Dr. Marco Antônio Franco do Amaral IFTM, Ituiutaba, MG, Brasil
Vários autores.
Bibliografia. Dra. Marta Carolina Gimenez Pereira UFBA, Salvador, BA, Brasil
ISBN 978-65-5397-087-8 Dra. Mércia Cardoso de Souza ESMEC, Fortaleza, CE, Brasil
DOI 10.46550/978-65-5397-087-8 Dr. Milton César Gerhardt URI, Santo Ângelo, RS, Brasil
Dr. Muriel Figueredo Franco UZH, Zurique, Suíça
1. Artigos científicos - Coletâneas 2. Ciências Sociais - Dr. Ramon de Freitas Santos IFTO, Araguaína, TO, Brasil
Pesquisa 3. Desenvolvimento - Aspectos sociais 4. Meio ambiente Dr. Rafael J. Pérez Miranda UAM, Cidade do México, México
- Pesquisa 5. Economia - Análise 6. Política - Aspectos sociais I. Dr. Regilson Maciel Borges UFLA, Lavras, MG, Brasil
Araújo, Rodrigo Guedes de. Dr. Ricardo Luis dos Santos IFRS, Vacaria, RS, Brasil
Dr. Rivetla Edipo Araujo Cruz UFPA, Belém, PA, Brasil
23-146385 CDD-303.44 Dra. Rosângela Angelin URI, Santo Ângelo, RS, Brasil
Dra. Salete Oro Boff IMED, Passo Fundo, RS, Brasil
Índices para catálogo sistemático:
Dra. Vanessa Rocha Ferreira CESUPA, Belém, PA, Brasil
1. Desenvolvimento social : Sociologia 303.44 Dr. Vantoir Roberto Brancher IFFAR, Santa Maria, RS, Brasil
Henrique Ribeiro Soares - Bibliotecário - CRB-8/9314 Dra. Waldimeiry Corrêa da Silva ULOYOLA, Sevilha, Espanha

Este livro foi avaliado e aprovado por pareceristas ad hoc.

Rua Antunes Ribas, 2045, Centro, Santo Ângelo, CEP 98801-630


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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO.................................................................. 11
Werley Pereira de Oliveira

Capítulo 1 - A NARRATIVA DO DESENVOLVIMENTO:


APONTAMENTOS PARA ANÁLISE DO REGIONALISMO
NO VALE DO JEQUITINONHA (MG) ................................ 17
Albér Carlos Alves Santos

Capítulo 2 - DESENVOLVIMENTO E PÓS-


DESENVOLVIMENTO: DA META UNIVERSAL
DISTÓPICA À UTOPIA DO SUL GLOBAL ......................... 35
Werley Pereira de Oliveira

Capítulo 3 - A ESPETACULARIZAÇÃO DO
DESENVOLVIMENTO EM SÃO FRANCISCO-MG: O
PODER DE PROMETER UM FUTURO QUE NUNCA
CHEGA ................................................................................... 51
Harilson Ferreira de Souza

Capítulo 4 - UM DIÁLOGO SOBRE OS CONCEITOS DE


“DESENVOLVIMENTO”, “PÓS-DESENVOLVIMENTO”,
“FANTASMA DO DESENVOLVIMENTO” E A TOMADA
DE “DESENVOLVIMENTO LOCAL” EM CELSO
FURTADO COMO SUPERAÇÃO DA COLONIALIDADE
DESENVOLVIMENTISTA.................................................... 73
Júnio Matheus da Silva Cruz
RODRIGO GUEDES DE ARAújO (ORG.) Rodrigo Guedes de Araújo

Capítulo 5 - YANOMAMI E O OURO CANIBAL: UMA


BREVE ANÁLISE CRÍTICA DO COMBATE AO GARIMPO
ILEGAL PELAS POLÍTICAS PÚBLICAS BRASILEIRAS
.......................................................................................................... 9
1
Vitória Dreide Xavier Araújo Silva
José Adélcio da Silva Júnior
Maurilio Maikuma Monari

Capítulo 6 - A PEDAGOGIA POLICIAL-MILITAR: UM


ESTUDO DAS RELAÇÕES DE PODER QUE ELA PRODUZ
E DO SEU IMPACTO NA SEGURANÇA PÚBLICA ......... 105

João Nunes Figueiredo

Capítulo 7 - UMA ANÁLISE DO FILME VISTA MINHA


PELE SOB A ÓTICA DO "EMBRANQUECIMENTO
SOCIAL"! .............................................................................. 125
Igor Fernando de Queiroz Souto
Woochiton Lopes Pereira Ramos

Capítulo 8 - COMUNIDADES TRADICIONAIS: LUGAR DE


CONVIVÊNCIA E RESISTÊNCIA FRENTE A LÓGICA DO
PODER ESTATAL E OS PROCESSOS DE EXPLORAÇÃO
ECONÔMICA DE AMBIENTES ECOSSISTÊMICOS ...... 143
Jefferson William Lopes Almeida

Capítulo 9 - GARIMPO ILEGAL E CRISE DE SAÚDE


NO TERRITÓRIO INDÍGENA YANOMAMI:
CONSEQUÊNCIAS DA EXTRAHECCION NA AMAZÔNIA
LEGAL BRASILEIRA ................................................................. 161
Rogério dos Santos Albuquerque

Capítulo 10 - TEORIA DA DEPENDÊNCIA E OS


MODELOS DE (SUB)DESENVOLVIMENTO ................... 175
124
RODRIGO GUEDES DE ARAújO (ORG.)

Horizonte. Dissertação de Mestrado, Belo Horizonte, UFMG, Capítulo 7


2007.
REICH, W. Análise do Caráter. São Paulo: Martins Fontes,
UMA ANÁLISE DO FILME VISTA MINHA
1995. PELE SOB A ÓTICA DO
SANTANA, Sérgio Lopes; SABINO, Alini Daniéli Viana. "EMBRANQUECIMENTO SOCIAL"!
Estresse Policial Militar: efeitos psicossociais. Disponível em
http://www.aems.edu.br/conexao/edicaoanterior/. Acesso em
Igor Fernando de Queiroz Souto1
22/10/2021.
Woochiton Lopes Pereira Ramos2
SOARES, Luís. Chefe da Rota diz que PM deve tratar pobres
e ricos de formas diferentes. Disponível em: https://www. DOI: 10.46550/978-65-5397-087-8.
pragmatismopolitico.com.br/2017/08/chefe-da-rota-diz-que-pm-
deve-tratar-pobres-e-ricos-de-formas-diferentes.html. Editorial de
23/08/2017. Acesso em 04/08/2022. Introdução

SILVA, Wellington Teodoro da. Ritual e Política: excerto. In: política do embranquecimento tem origem no fim do
Revista de Estudos da Religião, São Paulo, pp. 75-91, março, século XIX, onde a elite política e intelectual brasileira
2008. teria sentido a necessidade de “branquear” a população brasileira, já
que as teorias raciais clássicas exaltavam a pureza racial e pregavam
que a mistura racial provocava necessariamente degeneração.
Esta elite, que via-se caminhando para um fim certo do
regime de escravidão (Brasil foi um dos últimos países a abolir a
escravidão, e já sofria pressões internacionais para que a mesma
chegasse ao fim), “preocupava-se” que o futuro do Brasil estivesse
comprometido devido a presença do grande número de africanos
e afrodescendentes, os quais eles consideravam como uma “raça
inferior”. (HOFBAUER, 2011).
No Brasil, o branqueamento é frequentemente considerado

1 Graduado em Psicologia pelas Faculdades Integradas Norte de Minas - Funorte


Mestrando no Programa de Pós-graduação em Educação pela Universidade Estadual
de Montes Claros - Unimontes. E-mail: igorsoutopsi@gmail.com
2 Graduado em Psicologia pelas Faculdades Integradas do Norte de Minas; pós-
graduado em Neuropsicologia pelo Instituto de Saúde Ibituruna - FASI; Mestrando
em Desenvolvimento Social pela Universidade Estadual de Montes Claros. E-mail:
psicologowoochiton@gmail.com
como um problema do negro que, descontente e desconfortável “O peculiar desta ideologia foi transformar o discriminado
com sua condição de negro, procura identificar-se como branco, em agente reprodutor do discurso discriminatório, colocando o
miscigenar- se com ele para diluir suas características raciais. Na negro a serviço de uma prática racista. Pelo enfoque estritamente
descrição desse processo o branco pouco aparece, exceto como psicológico, o coroamento do racismo se materializa quando a
modelo universal de humanidade, alvo da inveja e do desejo dos vítima assume o papel de seu próprio algoz. Em última instância,
outros grupos raciais não-brancos e, portanto, encarados como não estamos diante de um quadro favorável ao “raçacídio”, que
tão humanos (BENTO, 2003). consistiria no suicídio coletivo de uma comunidade étnica, a médio
A tese do branqueamento, surge então como uma e longo prazos, com armas ideológicas impostas de fora para dentro
possibilidade de transformar uma raça inferior em uma raça e aceitas pelos membros desta comunidade.” (DOMINGUES,
superior. No entanto, os pensadores da época acreditavam que 2002 apud SANTOS, 2009, p.177)
o enobrecimento das raças inferiores só poderia ser alcançado se Dessa forma, esta ideologia, influenciada pelas teorias
fosse possível garantir uma predominância numérica de brancos racistas do século XIX, disseminava na sociedade brasileira o
em casamentos interraciais. Esse foi o raciocínio que justificou ideário da superioridade da raça branca e incentivava de forma
uma política de Estado que objetivava trazer mão-de-obra branca incisiva o negro a resignar-se “diante de sua própria inferioridade”
(portugueses, italianos dentre outros povos europeus) ao Brasil. (SANTOS, 2005 apud SANTOS 2009)
(HOFBAUER, 2011). Faz-se mister considerar que esse discurso fez acreditar que
Esta mão-de-obra branco-europeia ocupou os trabalhos no Brasil nunca houvera barreiras raciais (dada à miscigenação).
que eram realizados pelos negros, porém de maneira remunerada, Desta maneira, a responsabilidade da não-ascensão social se dava
restando aos agora libertos ex-escravos continuar se submetendo pela incapacidade do próprio individuo negro. É importante
a escravidão em troca de comida, ou conseguindo trabalhos com interpelar que a ideologia do branqueamento faz parte apenas
salários muito precários, ou então, posposto e marginalizados, do passado brasileiro no contexto ou permanece vigorando ainda
tendo de fazer o que fosse necessário para sobreviver (muitos foram atualmente?
viver em favelas e muitos inseriram-se na vida criminosa). Comumente atribuído a Gilberto Freyre, o termo
Já no fim do século XIX e início do século XX, a população “democracia racial” representa uma leitura da realidade brasileira
negra ia de fato se extinguindo, e também se extinguia com ela que visava provar, para o Brasil e para o mundo, que a escravidão no
a consciência de pertencimento a uma classe ou grupo social brasil foi mais branda e que vivíamos num “paraíso racial”, em que
que deveria lutar por direitos e condições igualitárias de vida. as “raças” conviviam harmoniosamente com iguais oportunidades
Alimentado pela “imprensa branca, o padrão de beleza europeu, de ascensão social, econômica e política. (SANTOS, 2009)
e toda a ideia de branquitude como “raça” superior era propagado Entretanto, a herança dessa convicção é gravíssimo pois,
na sociedade, por vezes de maneira sutil e sublimar, por vezes mantem inalteradas as estruturas que privilegiam indivíduos
explicita e direta. Assim, o modelo ideal que era representado pelo brancos e marginaliza indivíduos negros; isenta a população de
ser branco, atuou nas mais diversas esferas do comportamento do uma real contestação acerca de desigualdade étnico-racial já que
negro brasileiro passando por hábitos, tradições, costumes, e pela pressupõe que a hierarquização racial da população está ligada a
estética. (SANTOS, 2009) fatores econômicos, já que a grande parcela da população negra
também é pobre, não entendendo por sua vez que a opressão racial grupo social e não apenas as minorias pode ser alvo de preconceito,
e econômica não são separadas, mas se interssecionam formando na origem do preconceito estão as crenças sobre características
um tipo específico de opressão; assim, o mito da democracia racial pessoais que atribuímos a pessoas ou grupos, classificadas como
visa desconstruir todo discurso que negue a não-existência do estereótipos. Para se atribuir a certas características de pessoas que
racismo (SANTOS, 2009). pertencem a determinados grupos, aos quais se refere determinados
Apesar da política do embranquecimento ter nascido no aspectos típicos.
fim do século XIX hordiernamente ainda se reverbera através Diante desse percurso histórico do embranquecimento,
das diferentes formas de racismo. Desde da escravidão até hoje esse trabalho tem como objetivo analisar o discurso presente
o racismo nunca teve fim, ele apenas se manifestou de diferentes no filme “Vista minha pele” do diretor Joel Zito, de 2001, que
formas, adaptando-se à época. Atualmente, ele é mascarado e utiliza a estratégia da inversão de papéis étnico-raciais, quando
silencioso, boa parte da população é racista, mas ninguém afirma apresenta pessoas de pele branca vivenciando situações cotidianas
que é (CAMINO., 2000). de estigmatização devido à cor da pele, sob a teoria da Análise
O isolamento nas áreas mais carentes da sociedade, a Psicossociológica. Não obstante, insere-se no percurso científico,
violência, a desigualdade econômica e a invisibilidade são fatores sob a ótica da perspectiva psicossociológica, abordando o processo
que comprovam que esse problema ainda é presente e que causa de informação de determinados grupos inserido no contexto social,
consequências psicológicas e físicas em suas vítimas. (PEREIRA, retratado pelos veículos de comunicação, tais como o cinema. O
2017). Doenças como depressão e transtornos de ansiedade podem discurso que é representado em relação ao “embranquecimento ou
ser desenvolvidas nas vítimas do racismo. Desde muito cedo o branqueamento” social denota diversos tipos de linguagem para
negro na sociedade brasileira passa por rejeição, discriminação e simbolizar a relação do negro com a sua cor.
invisibilidade nos ambientes sociais, principalmente nas escolas. Segundo Bento (2012) em seu livro Cidadania em Preto
Esses fatores causam impacto profundo na saúde mental, pois e Branco, afirma que “os meios de comunicação têm estimulado
afetam diretamente na autoestima e no desenvolvimento desses sobremaneira o preconceito em nossa sociedade. Tanto os seriados
indivíduos. (OLIVEIRA; MAGNAVITA; SANTOS) nacionais quanto os estrangeiros raramente trazem negros em
A escravidão no Brasil teve consequências visíveis na relação papéis importantes”
entre brancos e negros. Por um lado, as maiorias dos brancos Os papéis que são destinados aos negros referem-se a uma
adaptaram por escolha própria; por outro, os negros vieram imposição a sua cor, propondo determinados papéis para a cor
escravizados, trazidos à força da África. Mesmo depois da Lei negra, incutindo uma idealização presente no discurso, reproduzido
Áurea em 1.888, não se criaram mecanismos efetivos para uma estereótipos sob o ponto de vista do telespectador. Desta maneira,
emancipação dos ex- escravos e seus descendentes visto sob o prisma de transformar corpos negros em corpos
que permitisse a igualdade em termos de acesso a bens, brancos, é uma construção simbólica, que toma esse processo de
educação e oportunidades. Entretanto, a miscigenação étnica que pertencimento a determinada etnia.
aconteceu aqui certamente concorreu para distinções significativas, Ao contemplar a tensão entre o Eu e o Outro, nos discursos,
principalmente quando comparadas aos países de colonização Foucault traça um caminho bem diferente para a compreensão
protestante, onde o preconceito racial seria ainda maior. Qualquer do sujeito: afasta-se desse espaço em que se relacionam sujeitos
individuais e invade o espaço de uma relação mais ampla,
baseada na noção de dispersão do sujeito (FISCHER, 2001). O preconceito comporta uma dimensão cognitiva, especificada
O cinema por sua vez, através do seu discurso, utilizando- em seus conteúdos e sua forma, uma dimensão afetiva ligada às
se a linguagem verbal, não verbal buscando-se entreter com o emoções e valores engajados na interação como o alvo, uma
telespectador, a maneira de fornecer dados referentes a uma dimensão conativa, a descrição positiva ou negativa.
determinada cultura, no qual o discurso atravessa o sujeito através
da linguagem: Processos de miscigenação
A unidade de análise deste artigo será o filme “Vista Minha
Pele”, do diretor Joel Zito Araújo. Considera-se esse um filme rico O processo de miscigenação parte de uma construção
que favorece diferentes “leituras” a respeito de temas relacionados simbólica, onde os sujeitos em contato com a cultura e a
ao racismo, a troca de papéis dos brancos que são classes dominantes linguagem, são formadores dos conceitos críticos, curiosidade,
com os negros a classes dominadas, propondo uma análise do desejos e emoções, que se dá através da comunicação, com isso a
discurso presente no filme sob a ótica do embranquecimento social. miscigenação está em contato com o imaginário e o simbólico. Por
outro lado, esse processo se deu com o contato de vários povos,
principalmente no Brasil.
Exclusão e desigualdade social
Segundo Ferreira (2012), que traz uma releitura sobre o
Define-se como excluídos todos aqueles que são rejeitados dos negro no Brasil, o processo de mestiçagem é uma discussão que
mercados materiais ou simbólicos. Existem valores e representações vem sendo desenvolvida desde o século XIX ate os dias atuais, uma
do mundo que excluem as pessoas. Não são simplesmente rejeitados vez que o Brasil é constituído de negros, índios, brancos e asiáticos,
fisicamente, geograficamente ou materialmente, não apenas do essas identidades se misturam e transformam o cenário do nosso
mercado de suas trocas, mas, de todas as riquezas espirituais, seus país em mestiço. No entanto, esse não são aceitos pelos brancos, até
valores não são reconhecidos, resultando assim em uma exclusão mesmo pelos próprios negros, uma vez que o preconceito se volta
cultural. A exclusão deve ser considerada no contexto que ela está para todos que não são brancos.
inserido no espaço e tempo ao qual o fenômeno se apresenta. A raça é um constructo sociológico que faz sentido somente
Para SPOSATTI (1996) a desigualdade econômica e em um contexto histórico e no corpo de uma teoria, uma vez que
política na sociedade brasileira se tornou incongruente com a não é possível definir geneticamente diferentes raças humanas.
democratização da sociedade. A discriminação é econômica, cultural Trata-se de uma construção social que remete a discursos sobre as
e política além de étnica. Esse processo define o que é exclusão , isto origens de um grupo com base em traços fisionômicos, transpostos
é, uma impossibilidade de poder partilhar o que leva a vivência para qualidades morais e intelectuais. Também há discursos sobre
da privação, da recusa, do abandono e da expulsão inclusive, com o lugar de onde se veio; nesse caso, são discursos que remetem
violência, de um conjunto significativo da população. à etnia, ou seja, ao conjunto de indivíduos que histórica ou
Desta maneira, a forma de exclusão dominou-se como mitologicamente tem um ancestral, uma língua em comum, a
mesma religião, cultura e compartilham o mesmo território. No
preconceito, uma vez que se usa de é um julgamento positivo ou
negativo, criado sem exame prévio a propósito de uma pessoa ou Brasil, a distinção de raças, especificamente, é pautada: na cor da
de uma coisa e que, assim, compreende vieses e esferas específicas. pele (concentração de melanina), nos traços corporais (como forma
do nariz e lábios e tipo de cabelo) e na origem regional e social (o
“jeito”) (GUIMARÃES, 2003). diversas formas de linguagem que refere em constituir o discurso,
No Brasil, o branqueamento é frequentemente considerado que vem sendo construída com o contato do homem com a
como um problema do negro, que descontente e desconfortável sociedade, ou seja, é o sentindo de uma relação no qual o homem
com sua condição de negro, procura identificar-se como branco, encontra diferenças, criando funcionalidades a partir de uma certa
miscigenar- se com ele para diluir suas características raciais. Diante compreensão de si e do sentindo do discurso e enxerga, assim novas
disso, o negro entra em contato com os conflitos entre a cor da pele, evidências.
buscando um pertencimento de forma simbólica aos corpos brancos Para Foucault, o discurso é uma prática que relaciona uma
em um processo de “branqueamento ou embranquecimento” da língua com outras práticas no campo social.
sociedade. Não podemos confundir com a operação expressiva pela qual
Como adverte Hofbauer, o branqueamento é uma o individuo formula uma ideia, um desejo, uma imagem;
categoria analítica que vem sendo usada com mais de um sentido. nem como a atividade racional que pode ser acionada num
O branqueamento ora é visto como a interiorização dos modelos sistema de inferência; nem com a “competência” de um sujeito
falante quando constrói frases gramaticais; é um conjunto de
culturais dos brancos pelo segmento negro, implicando a perda do regras anônimas, históricas, sempre determinada área social,
seu ethos de matriz africana, ora é definido por outros autores como econômica, geográfica ou linguística, as condições de exercícios
o processo de “clareamento” da população brasileira, registrado da função enunciativa. (FOUCAULT, 1986, p.136).
pelos censos oficiais e previsões estatísticas do final do séc. XIX e Com isso pode-se pensar na perspectiva do método
início do séc. XX. Para evitar confusão no momento de operar com discursivo de Foucault, dividindo a análise do discurso, uma
tais conceitos. formação discursiva agrupa um conjunto de acontecimentos
Nesse sentindo, como nos lembra Adorno 1996, o enunciativos, mas o que se revela não é um segredo, a unidade de
branqueamento social está interligado a economia e a cultura, um sentindo oculto, nem uma forma geral e única, seria, portanto,
heranças da época que perpetua em tempos atuais, vários estudiosos um sistema regulado de diferenças e de dispersões. Diante disso,
do racismo no Brasil têm demonstrado que existe uma forte segundo Foucault, “a questão fundamental para a análise do
relação entre o fracasso social e econômico com a cor negra e entre discurso deve ser a investigação sobre qual é essa irregular existência
sucesso e a cor branca. Tanto que o branqueamento parece ser o que surge no que se diz e em nenhum outro lugar.” (FOUCAULT,
elemento principal que diferencia o racismo brasileiro de outros 1971, p. n23).
racismos. De fato, o racismo no Brasil manifesta-se, entre outros O discurso, segundo Foucault (1999 apud JERONYMO
aspectos, pelo branqueamento dos indivíduos que fazem sucesso e 2005), é o resultado de diversos sistemas de controle da palavra,
o enegrecimento ou empardecimento dos que fracassam. resultante de diversas práticas restritivas, tanto daquelas que
limitam o que pode ser dito, quanto daqueles de mecanismos
Análises do discurso e processo de subjetivação que delimitam os horizontes da produção e recepção do sentindo.
Partindo pelo pressuposto em que o processo de subjetivação está
A análise do discurso se define a partir dos sentidos que o inter-relacionado com a análise do discurso, visto que, o sujeito e
sujeito vivencia, uma vez que, esses indivíduos estão em processo constituído através da linguagem, ou seja, é a própria linguagem,
de construção de identidade, tal processo se dá através das suas o processo de subjetivação, portanto, está comparada com o meio
social e suas influências que através do simbólico se manifesta dos abandono das funções elementares.
diversos discursos. A linguagem aparece em nível individual cheio de sentido
O advento da psicologia histórico-cultural, por meio de subjetivo, traduz emoções complexas do sujeito e, ao mesmo
escritos de Vygotsky (1984;1987), trouxe uma nova maneira de se tempo, gera novas emoções em seu constante trânsito pelos
entender a constituição do ser, no qual o social passa a ser valorizado. diferentes espaços representativos e experimentais do sujeito.
A construção de uma experiência por meio da linguagem e sua
Acredita-se, assim, que o ambiente de inserção do sujeito atua como articulação com um pensamento próprio é um dos processos
influenciador direto no processo de desenvolvimento; no entanto, que definem o ser sujeito.
não raramente, depara-se com a desvalorização das características
Nesse processo é claro que a linguagem não aparece como
inerentes ao ser, o aspecto intrapsíquico. espelho, tampouco como manifestação direta da subjetividade
De acordo com PALUDO et al (2012), a tratar-se com que a expressa, mas como momento de um processo de
uma construção do ser, ou seja, da construção da subjetividade, subjetivação dentro do qual adquire sentido e, por sua
e os meios que a emerge, pode-se pensar na perspectiva por vez, se converte em um novo momento constituinte das
exemplo, identidade, pessoalidade, personalidade, para citar configurações subjetivas que participaram na definição de seu
sentido subjetivo em um contexto concreto (GONZÁLEZ-
alguns. Deste modo, utilizar-se nesta oportunidade, a terminologia REY, 2003, p. 236).
“subjetividade” para referir-se à formação da psique do sujeito, de
sua constituição. Compreende-se subjetividade como um Portanto o processo de subjetivação se dá a partir desse
contato com outro, através da linguagem, onde esses sujeitos sofrem
[...] sistema complexo produzido de forma simultânea no nível ação do outro, no decorrer dos diálogos proposto pela sociedade,
social e individual [...] não associada somente às experiências
atuais de um sujeito ou instância social, mas a forma em que
uma vez que a linguagem não é individualizada e sim individual,
uma experiência atual adquire sentido e significação dentro da à medida que vai dando sentindo a subjetividade e ao sujeito
constituição subjetiva da história do agente de significação, que enquanto ser. Algumas diferenças estéticas e discursivas em relação
pode ser tanto social quanto individual (GONZÁLEZREY, ao Cinema Novo, muitas vezes combatidas por críticos atuais mais
2003, p. 202). elitistas. (FRANCO, 2009).
Na perspectiva do discurso de Foucaultmo discurso é A forma com o cinema retrata a imagem do negro, referindo
como uma prática, onde existe uma articulação das outras práticas ao contexto em que o negro está inserido, sendo um espaço
discursivas, onde o sujeito fala através do outro. Se comparada estigmatizado, paralisante, uma vez que, se associa a vulnerabilidade
com a construção da subjetivada, pode-se pensar em um ao negro. Pensando na perceptiva do conceito de vulnerabilidades
primeiro momento, a linguagem é externa ao sujeito, permite a sociais Vignoli (2001), Filgueira (2001) e Arriagada (2001)
comunicação entre este e as demais pessoas. Posteriormente, tem-se indicam a dialética possível no uso do conceito, referindo-se tanto
a fala egocêntrica, seguindo suas ações, e finalmente, a linguagem ao negativo, ou seja, a obstáculos para as comunidades, famílias e
interna para organizar e expressar seu pensamento, configurando- indivíduos, assim como a riscos, quanto ao positivo, considerando
se como autorreguladora do sujeito. A linguagem desempenha um possibilidades, ou a importância de se identificarem “recursos
papel fundamental no desenvolvimento das funções psicológicas mobilizáveis nas estratégias das comunidades, famílias e indivíduos”
superiores, que diferente das elementares (trazidas ao nascer), com isso, a vulnerabilidade está em um patamar alem da raça,
resultam da atividade mediada. Cabe ressaltar que não há o mesmo que a sociedade associa-se a raça com a vulnerabilidade
(VIGNOLI, 2001, p. 58). Não obstante a rejeição do cabelo pode levar a uma
O autor Noel dos Santos Carvalho, em seu artigo” O negro sensação de inferioridade e de baixa autoestima contra a qual faz-se
no cinema brasileiro”, faz uma leitura do percurso do negro no necessária a construção de outras estratégias, diferentes daquelas
cinema, do começo da atividade cinematográfica no Brasil, pois usadas durante a infância e aprendidas em família. Muitas vezes,
coincide com o início do processo de marginalização econômica essas experiências acontecem ao longo da trajetória escolar. A escola
da população negra na então jovem,” liberal” e racista República.” pode atuar tanto na reprodução de estereótipos sobre o negro, o
Caixa de eco ideológica” das forças dominantes, o cinema faria a corpo e o cabelo, quanto na superação dos mesmos (GOMES,
sua parte. Portanto o negro começa a aparecer em alguns poucos 2006).
filmes. A sequência mostra a protagonista Maria assistindo
televisão e nesse momento é apresentado comerciais de televisão
Resultados: análise do filme somente com pessoas negras, os galãs são negros, as crianças são
negras, os apresentadores são negros e as revistas só possui pessoas
A primeira cena do filme Vista Minha Pele mostra a negras na capa. Então ela se questiona se tem chances de ganhar
personagem Luana(negra) e Maria (branca) conversando ao esse concurso, pois o modelo de beleza que é apresentado é a do
telefone. Luana está no seu quarto sentada na cama e então é negro (pele negra e cabelos crespos). Maria Aparecida Silva Bento,
apresentado o seu quarto com toda a decoração é marcada pela em seu livro Cidadania em Preto e Branco, coloca que “os meios
presença de brinquedos, quadros e objetos negros, sinalizando uma de comunicação têm estimulado sobremaneira o preconceito em
cultura negra hegemônica. Maria deseja participar de um concurso nossa sociedade. Tanto os seriados nacionais quanto os estrangeiros
de Mis Festa Junina, mas se sente desanimada porque só sua colega raramente trazem negros em papéis importantes” (BENTO, 1999,
negra que já ganhou esse concurso. p. 40).
Logo em seguida mostra a adolescente Maria (branca) Nilma Nilo Gomes em sua tese de doutorado sobre cabelo
também em seu quarto que possui quadros de cantores, atores, e identidade negra, afirma que “é na cultura que se aprende a
brinquedos e ursos negros, ela está com o cabelo trançado assim como classificar e hierarquizar o corpo: bonito, feio, lábios grossos, lábios
o da amiga Luana. Nesse momento Maria mostra que se adaptou finos, cabelo liso, cabelo crespo”, ou seja, a beleza é uma categoria
parcialmente a cultura dominante. Nilma Lino Gomes aponta que culturalmente aprendida e, conforme GOMES, “o conceito de
“o uso de tranças é uma técnica corporal que acompanha a história “beleza negra” é “gestada no interior da comunidade negra, na
do negro desde a África. Porém, os significados de tal técnica tentativa de devolver ao negro brasileiro, que vive o aqui e o agora,
foram alterados no tempo e no espaço. Nas sociedades ocidentais o status de humanidade roubado desde os tempos da escravidão”
contemporâneas, algumas famílias negras, ao arrumarem o cabelo (GOMES, 2005, p. 299).
das crianças, sobretudo das mulheres, fazem na tentativa de romper Em uma outra cena mostra a Maria tomando café com o
com os estereótipos do negro descabelado e sujo’. Segundo a autora seu pai e sua mãe (brancos) em uma casa simples, móveis velhos,
o adolescente negro, a insatisfação com a imagem, com o padrão com uma mesa com poucos alimentos. O pai de Maria então diz
estético, com a textura do cabelo é mais do que uma experiência que é muito difícil ganhar o concurso, pois há mais de 500 anos
comum dos que vivem esse ciclo da vida. que os brancos carregam os negros nas costas, mas quem fica com
o poder e dinheiro são sempre os negros. Na cena seguinte mostra
sua amiga Luana também tomando café na mesa com o seu pai e eurocêntrica, porque as outras matrizes de conhecimento e outras
(negro), quem os serve o café da manhã é uma empregada branca. experiências históricas e culturais não têm sido contempladas.
A casa é muito bonita com uma mesa farta de alimentos. Então o De acordo com os autores, “os livros didáticos e outras
pai de Luana diz que Maria precisa lutar pelos seus direitos, para produções bibliográficas ignoram a participação de africanos e
ele as leis do Brasil dão autoridades iguais à todos e aqueles que afro-brasileiros na construção intelectual e material do país” (p.
batalham, vencem. 19), negando ou sub-representando uma parcela significativa da
Em uma outra cena mostra o local em que Maria vive, na população, que na atualidade corresponde a mais de cinquenta por
favela, onde só mora pessoas brancas. Então, ela encontra com o cento (50%) da população brasileira.
seu amigo (trabalhando) que também é branco e ela o questiona
por que ele não foi mais para a escola. Ele diz que não se sentia Referências
bem em ir a escola, pois, a única pessoa que o tratava bem era a
professora de religião, afirma que iria fazer um curso de supletivo ADORNO, S. (1996). Violência e racismo: Discriminação no
de 45 dias de aula. Para ele a os colegas estavam “tranquilos”, pois acesso à justiça penal. Em L.M. Schwarcz & R. da S. Queiroz
os pais têm dinheiro para sustentá-los e ele precisava ajudar a sua (Orgs.), Raça e diversidade (pp. 255-275). São Paulo: EDUSP
mãe com as despesas de casa.
Maria Aparecida Silva Bento (1999) coloca que o ARAÚJO, Joel Zito. A força de um desejo-a persistência da
preconceito e a discriminação racial presentes no sistema escolar branquitude como padrão estético audiovisual. Revista USP, n.
podem levar: “a criança negra a não se reconhecer no espaço escolar 69, p. 72–79, 2006. Disponível em: . Acesso em: 17 out. 2017.
e esse fato influenciar no aumento dos índices de evasão escolar de ARRIAGADA, I. Famílias Vulnerables o Vulnerabilidad de las
negros” (p. 44). Outra cena do filme exibi Maria e os colegas na Famílias? Apresentado em CEPAL, Seminario Vulnerabilidad,
sala de aula, a professora estava dando uma aula sobre a escravidão CEPAL, Santiago de Chile, 2001.
no Brasil. Segundo ela os brancos que fugiam eram castigados em
praça pública em um espetáculo de barbárie que atraía todo mundo BENTO, M. A. Branqueamento e branquitude no Brasil. In:
para o pelourinho em Salvador. Ela mostra algumas gravuras dos BENTO, M. A. S.; CARONE, Iray. (orgs.) Psicologia Social do
escravos (brancos) e dizia que não era somente os brancos que eram Racismo. Estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil.
escravos, mas também os carrascos (brancos). Petrópolis, Vozes, 2003.
Desse modo, afirmando que os escravos eram desunidos e BENTO, Maria Aparecida Silva. Cidadania em preto e branco:
por isso facilmente dominados. Essa é uma insinuação contrária à discutindo as relações raciais. São Paulo: Editora Ática, 1999
ideia habitual que circulou e ainda circula nos livros de História do
Brasil e nas escolas de que o fracasso das rebeliões escravas no Brasil CASTRO, M, ABRAMOVAY, M. Jovens em situação de pobreza,
foi consequência da desunião entre as diferentes nações de escravos vulnerabilidades sociais e violências. Disponível em http://www.
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brasileira afirmam que a História do Brasil que têm sido ensinadas DEGLER, C.N. (1971). Nem preto nem branco: Escravidão e
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