Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
De acordo com Almeida (2019), o racismo pode ser compreendido como uma
forma sistemática de discriminação que tem a raça como fundamento, e que se
manifesta por meio de práticas conscientes ou inconscientes, que culminam em
desvantagens ou privilégios para indivíduos. Tomando como ponto de partida o
conceito abordado pelo autor, é importante destacar os atravessamentos e
manifestações oriundos do racismo.
Uma outra vertente que alimenta essadas ao pessoal, mas, é algo além, que
emerge da prática institucional. Portanto, o racismo institucional reflete como o
racismo estrutural é disseminado por meio das instituições. Suas manifestações
podem ser identificadas através de negligência, desassistência, ações
discriminatórias e excludentes, entre outras, impedindo o indivíduo de exercer a
cidadania. Pode-se citar como exemplo o sistema de justiça criminal brasileiro,
Borges (2019) afirma que:
O sistema de justiça criminal tem profunda conexão com o racismo,
sendo o funcionamento de suas engrenagens mais do que perpassados por
essa estrutura de opressão, mas o aparato reordenado para garantir a
manutenção do racismo e, portanto, das desigualdades baseadas na
hierarquização racial. Além da privação de liberdade, ser encarcerado
significa a negação de uma série de direitos e uma situação de
aprofundamento de vulnerabilidades. Tanto o cárcere quanto o pós-
encarceramento significam a morte social desses individuos negros e
negras que, dificilmente, por conta do estigma social, terão restituido o seu
status, já maculado pela opressao racial em todos os campos da vida, de
cidadania ou possibilidade de alcança-la. Essa é uma das instituições mais
fundamentais no processo de genocido contra a população negra em curso
no país.
Ainda que a raça não tenha nenhum sentido biológico, sob o ponto de vista
sócio-histórico, a raça continua sendo um recurso político-ideológico de
estigmatização, segregação, dominação e exploração em todo mundo.
Embora sua existência não seja mais validada pelas ciências naturais, sua
existência real nas mentes e na vida social concreta dos sujeitos. E mesmo
esvaziada no sentido biológico, a ideia de raça persiste, sobretudo, no
âmbito das relações de poder e dominação para manutenção de uma
sociedade desigual. (ABEPSS, 2018, p.14)
MARTINELLI, Maria Lúcia. Serviço Social: identidade e alienação. 9.ed. São Paulo:
Cortez, 2005.
Almeida, Silvio Luiz de Racismo estrutural / Silvio Luiz de Almeida. -- São Paulo:
Sueli Carneiro ; Pólen, 2019. (Feminismos Plurais / coordenação de Djamila Ribeiro