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Marcadores sociais são sistemas de classificação que organizam a experiência ao identificar certos
indivíduos com determinadas categorias sociais, como: gênero, região, religião, cor de pele, etnia, entre
muitas outras.
Em termos de raça, por exemplo, os indivíduos podem ser classificados como negros ou brancos,
morenos ou mulatos, asiáticos ou indígenas. Cada uma dessas categorias de classificação está associada
a uma determinada posição social, possui uma história e atribui certas características em comum aos
indivíduos nela agrupados. O mesmo vale para gênero (homens e mulheres, machões e princesas,
travestis e transexuais), sexualidade (hétero e homossexuais, gays e lésbicas, bissexuais e
sadomasoquistas), classe (ricos e pobres, classe média e proletariado, profissionais liberais e moradores
de rua) e geração (jovens e idosos, adultos e adolescentes, coroas e crianças), entre outros.
Não existe uma lista fechada e definitiva dizendo quais são os marcadores sociais da diferença. Os
mencionados acima têm sido frequentemente estudados e se mostrado fundamentais para
compreender a sociedade brasileira contemporânea.
Apesar da força social dos movimentos construídos pelos oprimidos, dos milhões de vidas sacrificadas
em nome da igualdade de direitos e da liberdade, a história desses grupos não é animadora. Sabemos
que as condições de trabalho melhoraram, mas as melhorias foram limitadas aos países imperialistas
centrais, e a grande maioria dos trabalhadores ainda é explorada, de forma semelhante ao século XIX. A
cada dia morrem mais seres humanos de fome que no tempo da escravidão. Os oprimidos ajudaram a
fundar partidos, sindicatos e associações, mas a maioria destas entidades ainda não conseguiu reverter
as condições sub-humanas dos subjugados da história.
Muitos indivíduos são submetidos a uma série de discriminações e preconceitos só pelo fato de
pertencerem a uma determinada “categoria” de pessoas. A opressão, para se justificar, faz uso de um
sistema de ideias a que chamamos de ideologia. Existem ao menos cinco situações de desigualdade e
opressão: de classe, de gênero, de geração, de raça/etnia e de orientação sexual.
As desigualdades de classe– Como aprendemos, as desigualdades sociais se formaram em
consequência da distribuição desigual de renda, do excedente de riqueza produzido pelas sociedades.
As sociedades agrícolas antigas eram capazes de produzir uma quantidade de alimentos superior às
necessidades, isso proporcionou a uma pequena camada da população o privilégio de deixar de
trabalhar e viver do trabalho alheio. As várias classes sociais dominantes se caracterizaram por
apropriarem-se, de modo e em tempos diversos, do excedente de riqueza produzida pelas classes
subalternas. O sistema econômico dominante em cada época se esforça em manter separadas as classes
sociais e reduzir ao mínimo as possibilidades de ascensão social: à separação territorial de classes
sociais: Rio de janeiro – Zona Oeste, favelas, subúrbios, zona norte e zona sul, à ideologia etc.
Contudo o sistema capitalista fez da ilusão da ascensão social ou da mobilidade social um dos pilares de
sua ideologia. Hoje, haveria três classes fundamentais nos países imperialistas e no Brasil se seguirmos
as teorias de Marx: o proletariado, a burguesia e a pequena burguesia. Mas com a realidade imposta
pelo neoliberalismo[1], encontramos também milhões de indivíduos totalmente excluídos de qualquer
relação social, política e econômica.
Chamamos machismo à ideologia que, através de diversas formas, os homens justificam a opressão que
exercem. Entretanto as características do sistema capitalista favorecem a inserção da mulher no
mercado de trabalho e isso fez com que elas pudessem sair em parte é claro, do próprio isolamento.
As primeiras revoltas contra a opressão feminina ocorreram no final do século XIX, a partir dos
movimentos pelo voto universal (sufragistas) e daqueles ligados ao movimento operário. Não podemos
esquecer que durante a Revolução francesa as mulheres foram de extrema importância para o
movimento, inclusive foram as peixeiras de Paris, em marcha para Versalhes que retiraram rei e rainha
do palácio a força, e também foram as mulheres que foram as ruas reclamando do preço do pão e
muitas outras atrocidades cometidas pelos monarcas deste período Luís XVI e Maria Antonieta.
Essas lutas ganharam maior impulso nos anos de 1960, quando os espaços conquistados pelas mulheres
representaram uma transformação sem precedentes na própria condição feminina. Mas infelizmente a
discriminação persiste e se manifesta desde piadas até mesmo na legislação contrária ao divórcio que
ainda sobrevive em muitos países, na violência doméstica, na discriminação no local de trabalho etc.
Mas as mulheres aqui no Brasil tiveram uma conquista recente e muito importante: a Lei Maria da
Penha [2]- a lei número 11.340 decretada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo então presidente
do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva em 7 de agosto de 2006; dentre as várias mudanças promovidas pela
lei está o aumento no rigor das punições das agressões contra a mulher quando ocorridas no âmbito
doméstico ou familiar. A lei entrou em vigor no dia 22 de setembro de 2006, e já no dia seguinte o
primeiro agressor foi preso, no Rio de Janeiro, após tentar estrangular a ex - esposa.
A luta dos povos e etnias oprimidas em determinadas sociedades marcou épocas e não há perspectivas
de sua eliminação no atual sistema capitalista. Em épocas passadas eram nações dominadas pelo centro
econômico europeu (chineses, indianos, africanos). Esta opressão consiste frequentemente em sufocar
costumes, hábitos sociais e, por conseguinte, a língua, a religião, a cultura e a história. Em determinadas
situações, a exploração econômica de uma etnia sobre outra se expressa através de discriminações no
mercado de trabalho. Esta opressão sempre provocou reações, como lutas por um autogoverno ou pela
autodeterminação dos povos. Nações e etnias oprimidas como os palestinos e os negros no Brasil, têm
obviamente culturas próprias, elaborando, assim, suas próprias ideias.
O nacionalismo dos povos oprimidos e a autoestima dos negros brasileiros não podem ser confundidos
com aquele nacionalismo que oprime ou com o racismo às avessas, pois estes são também opressores,
já que significam, no fundo, a dominação de um grupo, ou nação sobre os outros.
A desigualdade de orientação sexual- A opressão contra gays e lésbicas se expressa sob todas as formas
socioeconômicas, em todas as sociedades, através da obrigação de seus membros de aderir a
heterossexualidade. Quem se opõe ao padrão de “normalidade” estabelecido, ou seja, a
heterossexualidade sempre é punido ou considerado portador de uma doença, vítima de discriminação.
Esta discriminação variou de intensidade nas diferentes épocas, mantendo, porém, uma absoluta
continuidade, o famoso escritor Oscar Wildesofreu com a condenação a partir do parágrafo 175 [3] foi
julgado culpado de "práticas estranhas à natureza" e condenado a dois anos de trabalhos forçados pelo
tribunal de Old Baley. A condição de gay ou lésbica é atacada de forma sistemática pela sociedade. Só o
fato de haver grupos sociais que colocam em discussão a heterossexualidade é visto por muitos como
um atentado.
A discriminação opera com tal violência, física e psicológica, que o indivíduo não tem coragem de
reconhecer nele mesmo a própria essência de sua orientação sexual. Porém, se há oprimidos, existem
também os opressores. Estes se encontram geralmente nos heterossexuais, eles encontram uma série
de falsas vantagens de natureza quase exclusivamente psicológica para contribuir com a
opressão.Tornar os homossexuais alvo de chacota e mostrar, em público, o desprezo para com eles,
assegura a própria identidade heterossexual para si mesmo e para os outros, mantendo assim a
participação na “normalidade” sexual dominante.
Concluindo, alguns indivíduos recebem salários menores que outros mesmo tendo a mesma qualificação
profissional, pois os fatores que determinam essa situação estão nas diversidades de etnia, gênero,
orientação sexual e de geração. Ou seja, essas diferenças entre os indivíduos são transformadas, nas
relações sociais, em desigualdades. Portanto, quando ouvimos piadas, frases discriminatórias sobre
mulheres, judeus, adolescentes, jovens, homossexuais e negros, elas reforçam e refletem as
desigualdades sociais.
Negros e negras não são “incapazes”, “ignorantes”, “primitivos”, “bandidos”, etc., e que por isso
recebem menores salários que os brancos. É o modelo capitalista que se aproveita da ideologia da
inferioridade racial para explorar ainda mais os trabalhadores e trabalhadoras e extrair mais-valia maior.
As mulheres não são inferiores intelectualmente aos homens, não são apenas objetos, nem todas são
fúteis e desatentas, afinal existem homens com as mesmas características, portanto essas não são
características exclusivas das mulheres e não são gerais, as mulheres possuem raciocínio lógico, senso
de direção, essas afirmações infundadas só servem para reforçar a dominação masculina. Enfim, no
mundo do trabalho, em qualquer profissão, além das desigualdades de classe, certos indivíduos podem
sofrer duas, três, quatro ou cinco vezes mais exploração e as desigualdades sociais.