Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Minorias étnicas
Minorias nacionais
Em todo o mundo, sobretudo nos países capitalistas, mas não inexistente nos
países socialistas, a população de baixa renda representa grande parte das
minorias sociais. No caso do Brasil, as pessoas que vivem com baixa renda e, nos
piores e mais numerosos casos, na miséria absoluta (pessoas abaixo da linha da
pobreza) são maioria em números. A política e os espaços de poder são
pensados no mundo todo para os ricos. Por menores que sejam as desigualdades
sociais em um lugar ou em outro, sempre haverá pobreza enquanto houver a
manutenção dos sistemas econômicos tais como estão. As massas de
populações pobres vivem mal no mundo todo, em especial nos países em
desenvolvimento. Passam fome, não têm acesso à alimentação digna e necessária
para a manutenção da vida saudável, não têm acesso ao saneamento básico, não
têm acesso à cultura e à educação. Além do problema atual relacionado à pobreza,
há um problema de manutenção da pobreza. Aos pobres não são dadas chances
reais de superarem sua condição de vida, a não ser por raras exceções ou por um
esforço realmente descomunal daqueles que se encontram na situação miserável.
É relativamente fácil para um filho da classe média ou alta, com boa alimentação e
com um bom ensino de base ter sucesso profissional e financeiro. Para um filho da
classe baixa que não tem alimentação adequada, que não tem saneamento básico
em casa, que compartilha uma casa pequena, quente e apertada com o restante da
família e que não tem acesso a uma boa educação de base e à cultura, a tarefa de
ter sucesso financeiro torna-se um trabalho quase inalcançável. Aparentemente, as
melhores maneiras de se resolver a miséria são os programas de transferência de
renda para resolver o problema emergente da fome e da moradia, além do
investimento em infraestrutura básica (saneamento) e, em especial (e em longo
prazo), o investimento em educação pública e de qualidade.
Tanto quanto há exclusão social – por classe social, cor, gênero ou sexualidade –,
também há reação a essa exclusão. É nesse sentido que surgem e se inserem
os movimentos sociais, importantes ferramentas de luta contra a exclusão e a favor
da distribuição do poder entre todas as pessoas. No caso dos negros, por
exemplo, temos históricos movimentos sociais que lutaram contra o racismo e a
favor da inserção da população negra nos sistemas de poder no Brasil.
Inicialmente, tínhamos no século XIX o movimento abolicionista brasileiro, que
envolvia negros, pardos e brancos defensores do fim total da escravidão do país.
No século XX, surgiram outros movimentos e coletivos que visavam ao fim do
racismo e à inserção do negro no mundo com igualdade de oportunidades. A lei
antirracismo e a lei de cotas são exemplos de importantes conquistas desses
movimentos no Brasil contemporâneo. Falando da questão de gênero, a mulher
historicamente foi excluída dos cenários de poder no mundo durante muito tempo (e
ainda nos dias atuais, em menor escala em muitos países, mas ainda existente).
Um movimento social histórico na luta contra a misoginia e a favor da igualdade de
gênero foi o movimento feminista. Existem, no entanto, vários movimentos
feministas de diferentes épocas ou até coexistindo nos mesmos momentos
históricos. Essas diferenças nos movimentos levam em conta outros aspectos que
representam o conceito de minoria em outras situações, como classe social e
etnia.Os primeiros ideais feministas insurgiram contra a opressão misógina do
patriarcalismo na passagem do século XVIII para o XIX e resultaram no primeiro
grande movimento na passagem do século XIX para o século XX. Tratava-se
do movimento sufragista, que visava garantir o direito ao voto e à participação
feminina no ambiente político. O movimento foi se transformando e se ramificando,
surgindo, no século XX, uma leva que reivindicava o direito à liberdade sexual e
ramos que defendem causas específicas, como a das mulheres negras. Em
relação à sexualidade, temos a formação de uma minoria social em todo o mundo,
a comunidade LGBTQIAP+, comunidade formada por homossexuais, bissexuais,
transexuais e pessoas que se identificam de maneira não binária com o gênero.
Essa população, também historicamente excluída em grande parte dos países
ocidentais e orientais por fundamentos enraizados, principalmente em fatores
religiosos e morais, encontra-se ainda fortemente excluída dos espaços de poder e
da aceitação social. Por mais retrógrado que pareça, 70 países no mundo ainda
criminalizam a homossexualidade; 26 deles punem o ato com prisão por até mais
de 10 anos; e 6 deles punem a homossexualidade com a pena de morte i.
Os movimentos LGBTQIAP+ espalhados pelo mundo são exemplos de focos de
luta contra a exclusão dessas populações. Em relação às questões de exclusão
econômica e social, temos movimentos sociais que lutam contra a desigualdade e
contra a miséria. Um exemplo desse tipo de movimento no Brasil é o Movimento
dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto
(MTST), que lutam pela reforma agrária e pela garantia de moradia a todos.