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Índice

Resumo...............................................................................................................................................3
Capitulo I............................................................................................................................................4
1.1. Introdução...............................................................................................................................4
1.2. Objectivos...............................................................................................................................4
1.3. Metodologia............................................................................................................................4
1.4. Relevância..............................................................................................................................4
SISTEMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO........................................................................................6
Lei nº 4/83 de 23 de Março................................................................................................................6
Objectivos..........................................................................................................................................6
SISTEMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO........................................................................................6
Lei nº 6/92 de 6 de Maio....................................................................................................................6
Objectivos..........................................................................................................................................6
SISTEMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO........................................................................................8
Lei nº 4/83 de 23 de Março................................................................................................................8
Estrutura.............................................................................................................................................8
SISTEMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO........................................................................................8
Lei nº 6/92 de 6 de Maio....................................................................................................................8
Estrutura.............................................................................................................................................8
SISTEMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO........................................................................................9
Lei nº 4/83 de 23 de Março................................................................................................................9
Características....................................................................................................................................9
SISTEMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO........................................................................................9
Lei nº 6/92 de 6 de Maio....................................................................................................................9
Características....................................................................................................................................9
Capitulo III: A educação em períodos..............................................................................................13
3.1. Educação no Período colonial...............................................................................................13
3.3. A educação no período Colonial...........................................................................................13
3.4. A educação nas Zonas Libertadas.........................................................................................14
3.6. Educação no período Pós-Colonial ou Pós-Independência...................................................15
4. Conclusão.................................................................................................................................17
5. Bibliografia...............................................................................................................................18

Resumo
Á VITO FRANCISCO GUJAMO & AUGUSTO RICARDO MUCANDZE Pá gina 2
Antes do colonialismo a educação era feita ou transmitida de geração em geração através da tradução
oral e na era colonial muitos moçambicanos tiveram dificuldades de ter acesso a educação de qualidade, pois
esta estava somente reservada para os colonos e seus filhos.

Este ensino era organizado em dói subsistemas, onde encontra-se o ensino oficial reservada aos filhos
dos colonos e o ensino rudimentar reservados aos indígenas normalmente era leccionado nas igrejas católicas. E
mais tarde o sistema de ensino indígena passou organizar-se em ensino primário rudimentar.

Nas zonas libertadas a educação Preparava a criança para vida social, isto para os não indígenas,
«Formar indígenas a consciência de cidadão português e prepará-lo para a luta da vida, tornando-se mais útil à
sociedade e a si próprio. Nacionalizar o indígena das colónias, difundindo entre eles a língua e os costumes
portugueses.
No período Pós-Independencia o governo assumiu inteiramente a responsabilidade da planificação e
gestão da educação. O que o Estado herdou do sistema colonial foi uma reduzida rede escolar, um sistema
educacional com objectivos alienantes, enraizado em práticas e métodos autoritários. Com a nacionalização, o
ensino passou a ser laico em seus objectivos e foi colocado ao serviço de interesses políticos, animados pela
utopia de formar o ‘homem novo’, um cidadão ideológica, científica, técnica e culturalmente preparado para
realizar as tarefas do desenvolvimento socialista do País.

Á VITO FRANCISCO GUJAMO & AUGUSTO RICARDO MUCANDZE Pá gina 3


Capitulo I
1.1. Introdução

O presente trabalho surge no âmbito da cadeira de Fundamentos da Pedagogia leccionada


no curso de Licenciatura em Ensino e História e foi orientado na Delegação de Massinga com
o tema Educação em Moçambique no Período Anti-colonial ate o período Pós-Independencia.

A educação passou por várias transformações, de acordo com os períodos em ela


atravessou, visto que com a chegada dos portugueses deixou de ser o que era, isto é tomou
uma nova visão, neste período Moçambique consegui libertar outras zonas, onde conseguiu
também impor um outro modelo de educação e em fim depois a educação conheceu já uma
grande evolução, pois muitos moçambicanos que não tinham acendido a educação passaram a
ter e o número de analfabetos se reduziu.

1.2. Objectivos
a) Geral: Compreender a educação em Moçambique no Período Anti-colonial ate o período
Pós-Independencia.

b) Específicos:

(I) Identificar os sistemas de educação implementados em Moçambique antes e


depois da independência;
(II) Descrever o processo de ensino e aprendizagem nos períodos em estudo;
(III) Explicar o processo de ensino e aprendizagem nos períodos em estudo.

1.3. Metodologia

A metodologia e técnicas de pesquisa usadas consistiram em selecção, leituras,


análises de várias obras bibliográficas, em seguida que culminará com a compilação de dados
em trabalho final.

1.4. Relevância
Espera-se que este trabalho possa servir de orientação para os que pretendem aprofundar o
mesmo tema e o mesmo crie um aceso debate no seio da sociedade em particular académica,
servindo de motivação para o seu aprofundamento. Espera-se também que o mesmo sirva de
um texto de apoio que pode ser usado na sala de aula, e quiçá, despertar interesse naqueles
que queiram desenvolver as suas pesquisas relacionados com o tema em estudo.

Á VITO FRANCISCO GUJAMO & AUGUSTO RICARDO MUCANDZE Pá gina 4


Á VITO FRANCISCO GUJAMO & AUGUSTO RICARDO MUCANDZE Pá gina 5
Capitulo II: Sistemas de Educação

SISTEMA NACIONAL DE SISTEMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO


EDUCAÇÃO
Lei nº 6/92 de 6 de Maio
Lei nº 4/83 de 23 de Março
Objectivos
Objectivos
São objectivos gerais do Sistema São objectivos gerais do Sistema Nacional de
Nacional de Educação: Educação:

a) Formar cidadãos com sólida a) Formar cidadãos com uma sólida


preparação política, ideológica, preparação científica, técnica, cultural e
cientifica, técnica, cultural e física física e uma elevada educação moral e
e uma elevada educação patriótica cívica e patriótica
e cívica;

b) Erradicar o analfabetismo de
modo a proporcionar a todo o
povo o acesso ao conhecimento
científico e o desenvolvimento ______________________________________
pleno das suas capacidades;

c) Introduzir a escolaridade b) Garantir o ensino básico a todos os


obrigatória e universal de acordo cidadãos de acordo com o desenvolvimento
com o desenvolvimento do país, do país através da introdução progressiva
como meio de garantir a educação da escolaridade obrigatória.
básica a todos os jovens
moçambicanos;

d) Assegurar a todos os
moçambicanos o acesso à
______________________________________
formação profissional;

e) Formar o professor como c) Formar o professor como educador


educador e profissional consciente consciente com profunda preparação
com profunda preparação política científica e pedagógica capaz de educar
e ideológica, científica e jovens e adultos
pedagógica, capaz de educar os
Á VITO FRANCISCO GUJAMO & AUGUSTO RICARDO MUCANDZE Pá gina 6
jovens e adultos nos valores da
sociedade socialista;

f) Formar cientistas e especialistas d) Formar cientistas e especialistas


altamente qualificados que devidamente qualificados que permitam o
permitam o desenvolvimento da desenvolvimento da produção e da
investigação científica; investigação científica;

g) Difundir, através do ensino, a


utilização da língua portuguesa
contribuindo para a consolidação
da unidade nacional;

h) Desenvolver a sensibilidade
estética e capacidade artística das
crianças, jovens e adultos
educando-os no amor pelas artes e _____________________________________
no gosto pelo belo;

i) Fazer das instituições de ensino


bases revolucionárias para a
consolidação do poder popular,
profundamente inseridas na
comunidade.

SISTEMA NACIONAL DE SISTEMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO


EDUCAÇÃO
Lei nº 6/92 de 6 de Maio
Lei nº 4/83 de 23 de Março
Estrutura
Estrutura
É estruturado por Composição ou O sistema nacional de educação na tem subsistemas
subsistemas e é estruturado em Ensino pré-escolar, Ensino
Subsistema de Educação Geral (SSEG), escolar e Ensino extra-escolar. Onde o Ensino

Á VITO FRANCISCO GUJAMO & AUGUSTO RICARDO MUCANDZE Pá gina 7


que compreende: escolar empreende:
a) O ensino Primário (1º Grau, da 1ª à 5ª
_________________________________________
classes e o 2º Grau, 6ª e 7ª classes);
b) O Ensino secundário (da 8ª à 10ª _________________________________________
classes) e;
c) O ensino Pré-universitário (11ª e 12ª Ensino Secundário do 2º Ciclo: 11ª e 12ª classes.
classes) e também fazem parte a educação
Pré-escolar e o ensino Especial e
Vocacional.
Subsistema de Educação de Adultos
(SSEA), que compreende:
_________________________________________
a) O ensino Primário (1º nível: 1º e 2º
Graus que correspondem à 5ª e 7ª classes
respectivamente);
b) O ensino secundário (2º nível:
corresponde à 11ª classe) e;
Ensino secundário do 2º ciclo compreende 11ª e 12ª
c) O ensino Pré-universitário (3º nível: classe
corresponde à 12ª classe).
Subsistema de Formação de Professores Técnico-profissional, que compreende três (3)
(SSFP), corresponde: níveis: Elementar Técnico, Básico
Nível Médio e ____________________________________
Superior. ________________________________________

Subsistema de Educação Superior


(SSES).
___________________________________

Níveis, estrutura-se por quatro (4) níveis:


Primário,
Secundário, Médio e Superior. _______________, _______________, Técnico-
profissional e ___________________

Ensino à Distancia. _______________________________________

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SISTEMA NACIONAL DE SISTEMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO
Lei nº 6/92 de 6 de Maio
Lei nº 4/83 de 23 de Março
Características
Características

O subsistema de Educação Geral é o eixo O ensino geral é o eixo central do Sistema Nacional
central do SNE e conforme a afirmação de Educação e confere a formação integral e
integral e politécnica base para o ingresso politécnica
em cada nível dos diferentes subsistemas
de educação”.

Os níveis e conteúdos deste subsistema Os níveis e conteúdos deste ensino constituem


constituem ponto de referência para todos ponto de referência para todo o Sistema Nacional
os subsistemas do SNE. de Educação

O subsistema de educação de adultos O ensino geral compreende dois níveis: primário e


compete a alfabetização e educação da secundário;
população maior de 15 anos, de modo a
O ensino geral é frequentado em princípio, a partir
segurar uma formação científica geral e o
do ano lectivo em que completam 6 anos.
acesso aos vários níveis de educação
técnico-profissional, educação superior e
formação de professores”.

A formação dada por este subsistema


corresponde à formação dada pelo
subsistema de Educação Geral. Ela deve
ser adequada às necessidades do processo
do desenvolvimento e da construção da
sociedade socialista realizada com base
na experiência social e profissional do
trabalhador, numa metodologia ligada à
sua realidade.

Á VITO FRANCISCO GUJAMO & AUGUSTO RICARDO MUCANDZE Pá gina 9


Características do subsistema da Características do Ensino Técnico-profissional
Educação de Técnico-profissional
O ensino técnico-profissional constitui o principal
O sistema de educação técnico- instrumento para a formação profissional da forca
profissional constitui o principal
de trabalho qualificada necessária para o
instrumento para a materialização da
política de formação da força de trabalho desenvolvimento económico e social do país;
qualificada em resposta às exigências do
desenvolvimento económico e social do O ensino técnico-profissional compreende os
país, e caracteriza-se Pela função que seguintes níveis: elementar, básico e médio.
desempenha no crescimento quantitativo
e qualitativo da força do trabalho
qualificada, dando aos jovens e
trabalhadores uma formação integral;
Pela ênfase na formação profissional;
Pelo carácter terminal da formação

Características do subsistema de Características de formação de Professores


formação de Professores
A formação de professores para os ensinos geral,
O subsistema de formação de professores
técnico-profissional, especial e vocacional realiza-
assegura uma qualificação pedagógica,
metodológica, científica e técnica de se em instruções especializadas e visa:
corpo docente para os vários subsistemas
e tem um carácter profundamente 1. Assegurar a formação integral dos docentes,
ideológico que confere ao professor a capacitando os para assumirem a
consciência de classe que o torna capaz
responsabilidade de educar e formar os
de educar o aluno nos princípios do
Marxismo-Leninismo. jovens e adultos.
2. Conferir no professor uma sólida formação
científica, psicopedagógica e metodológica.
3. Permitiu ao professor uma elevação
constante do seu nível de formação
científica, técnica e psicopedagógica.

Á VITO FRANCISCO GUJAMO & AUGUSTO RICARDO MUCANDZE Pá gina 10


O subsistema de Educação Superior
realiza a formação de profissionais
técnicos e científicos com um alto grau
de qualificação e um profundo
conhecimento da realidade nacional e das
leis do desenvolvimento da natureza, da
sociedade e do pensamento, para
participar no desenvolvimento e defesa
do país e da revolução.
A formação neste subsistema realiza-se
em estreita ligação com a investigação
científica.

Este subsistema destina-se aos estudantes


que terminam o nível médio da educação
geral ou equivalente dando prioridade
aos filhos dos operários e dos
camponeses cooperativos e aos
combatentes e trabalhadores de
vanguarda.

Em casos especiais, a definir pelo


Ministro da Educação e Cultura, poderão
ingressar neste subsistema alunos que
não tenham as habilitações referidas no
número anterior.
O Ministro da Educação e cultura definirá
a duração dos estudos que devem
corresponder a cada currículo e os graus e
títulos a atribuir.

Á VITO FRANCISCO GUJAMO & AUGUSTO RICARDO MUCANDZE Pá gina 11


Capitulo III: A educação em períodos

3.1. Educação no Período colonial

A educação nesta fase, transmitia conhecimentos e técnicas acumuladas na prática


produtiva, indultava o seu código de valores políticos, morais culturais e sociais e dava uma
visão idealista do mundo e dos fenómenos da natureza, isto é, pela iniciação e rito, pelo
dogma e superstição, pela religião e magia, pela tradição, o indivíduo era preparado para
aceitar a exploração como uma lei natural e assim reproduzi-la no seu grupo etário, na sua
família, na sua tribo, etnia e raça (Boletim da República, 1983).
Na antiguidade, a educação do africano, particularmente do moçambicano, era feita de
acordo com o sistema tribal, do clã e familiar para que o indivíduo pudesse dotar-se de uma
identidade que lhe permitisse não apenas conviver no meio mas também contribuir para o seu
próprio meio.
O currículo tradicional, era composto de elementos falatórios como o caso de cantos,
anedotas, adivinhas, histórias e mitos e por outro lado por elementos práticos que dependiam
do tipo de trabalho com a tribo e o clã se identificavam (ex. pesca, caça, tapeçaria, etc.).

3.2. Objectivos da edução no período Anti-Colonial

A educação no período anti-colonial visava formar o homem ou o indivíduo para o


mundo que o cercava através do forte ensino baseado nos valores da tribo, nas actividades do
clã e no ofício da família, isto é, identificar o homem ou individuo com o que era local. Para o
indivíduo conhecer as técnicas de caça, de construção das ‘’cavernas’’.
Para o indivíduo transmitir às novas gerações as suas experiências, conhecimentos e
valores culturais, desenvolvendo as capacidades e aptidões do indivíduo, de modo a assegurar
a reprodução da sua ideologia e das suas instituições económicas e sociais; O indivíduo deve
aceitar a exploração como uma lei natural e reproduzi-la no seu grupo etário, na sua família,
na sua tribo, etnia e raça (Boletim da República, 1983).

3.3. A educação no período Colonial


Moçambique passou por momentos críticos na era colonial em todos aspectos,
particularmente na educação dos indígenas. Na era colonial muitos moçambicanos tiveram

Á VITO FRANCISCO GUJAMO & AUGUSTO RICARDO MUCANDZE Pá gina 12


dificuldades de ter acesso a educação, visto que, a educação de qualidade estava reservada
para os colonos e seus filhos.
O sistema de educação colonial em Moçambique, era coerente com os objectivos
económicos, políticos e culturais do sistema, onde impôs uma condução que visava a
reprodução de exploração e de opressão e a continuidade das estruturas colonial capitalistas
de dominação.
A educação tinha por função modelar o homem servil, despersonalizando alienado das
realidades do seu povo; ela devia favorecer a formação de um homem tão estranho ao seu
próprio povo que pudesse vir a ser, mais tarde, instrumento do poder colonial para a
dominação dos seus irmãos; também estava confiada a formação de mão-de-obra barata
(GOMEZ, 1999:59).
O sistema de ensino colonial foi sofrendo reformas, mas adequadas as circunstâncias
histórico económicas e a conjuntura política internacional. A formação do indígena e a
criação da figura jurídico-político ”assimilado” impunham-se como necessidade de força de
trabalho qualificada para a maior exploração capitalista.
Aqui desenvolveu-se o sistema de educação paralela, para filhos da classe dominante e
para indignas (boletim da Republica, 1983), isto é, a educação dividia-se em dois grupos ou
seja em dois ensinos: «Ensino oficial, destinado aos filhos dos colonos ou dos assimilados e o
rudimentar destinado às indignas» (MAZULA, 1995:80)

3.4. A educação nas Zonas Libertadas

O I Congresso da FRELIMO (Setembro de 1962) determinou a criação de escolas em


zonas onde fosse possível. Foram definidas funções específicas para a educação: a escola
devia satisfazer o conhecimento verdadeiro que se adquire através da descoberta da natureza,
da sociedade e das leis que as regem; e fornecer soluções para os problemas que surgem na
vida quotidiana da comunidade, aprendendo da comunidade.
No entanto, por outro lado, marcava o início de novos desafios, uma etapa de
contradições de outro tipo. Não se tratava apenas, de conduzir militarmente e luta pela
liquidação total e completa do colonialismo, mas de iniciar ao mesmo tempo o processo de
construção e consolidação de unidade nacional, numa dimensão político cultural mais
abrangente para a edificação de uma Nação.
Satisfazer as necessidades da sociedade fornecendo (...)
soluções para problemas que surgem na vida quotidiana da
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comunidade. [Com base no conhecimento científico], a escola
deve saber extrair todas as experiências da comunidade a fim
de estudá-las e interpretá-las para mais tarde voltar a devolvê-
las à comunidade já mais desenvolvidas na forma de conteúdo
(FRELIMO, 1970:21).

Da citação acima exposto, conclui-se que a aprendizagem da língua correspondia à


aquisição do domínio do “código” como sistema formal, como um conjunto de regras que
possibilitam combinar as categorias abstractas da língua. A língua era, desse ponto de vista,
um sistema de comunicação sempre obediente ao sistema de significação então circulante nos
meios administrativos ligados ao poder. Rama (1985:79) expressa melhor a ideia: “A letra
apareceu como a alavanca de ascensão social, da responsabilidade política e da incorporação
aos centros do poder”.

3.5. Objectivos da educação nas zonas libertadas

Nas zonas libertadas um slogan da FRELIMO era educar ao homem para ganhar a
Guerra, criar nova sociedade e desenvolver o país; A novidade foi de ''criação de novas
escolas com centro de Aprendizagem, um espaço onde o conhecimento era sistematizado,
elaborado e transmitido'', a educação Colonial era um processo de alienação ou moralização
dos indígenas, isto é, preparação de futuros trabalhadores rurais e artífices» (MAZULA,
1995:79).
Preparação da criança para vida social, isto para os não indígenas, «Formar indígenas a
consciência de cidadão português e prepará-lo para a luta da vida, tornando-se mais útil à
sociedade e a si próprio. Nacionalizar o indígena das colónias, difundindo entre eles a língua e
os costumes portugueses» (Idem).
Colonizar as culturas ditas tradicionais e substituí-las com as modernas, formar os
moçambicanos em verdadeiros portugueses, formar bons trabalhadores agrícolas e artífices
que viriam garantir rendibilidade da economia colonial.

3.6. Educação no período Pós-Colonial ou Pós-Independência


Moçambique tornou-se um país independente a 25 de Junho de 1975. No dia 24 de
Julho do mesmo ano, a educação e outras instituições socioeconómicas consideradas
conquistas do povo foram nacionalizadas. O Estado assumiu inteiramente a responsabilidade
da planificação e gestão da educação. O que o Estado herdou do sistema colonial foi uma
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reduzida rede escolar, um sistema educacional com objectivos alienantes, enraizado em
práticas e métodos autoritários. Com a nacionalização, o ensino passou a ser laico em seus
objectivos e foi colocado ao serviço de interesses políticos, animados pela utopia de formar o
‘homem novo’, um cidadão ideológica, científica, técnica e culturalmente preparado para
realizar as tarefas do desenvolvimento socialista do País.
De acordo com dados da UNESCO, na altura da independência, cerca de 90% da
população moçambicana, do total de cerca de onze milhões, era analfabeta: não sabia falar, ler
e escrever a Língua Portuguesa. Esta, com a proclamação da independência, passou a ser a
língua oficial, por razões históricas que anteriormente foram mencionadas. Os contactos dos
novos governantes com a população, tal como no tempo do domínio colonial, eram e ainda
são mediados por intérpretes ou tradutores.
A educação no período da Independência iria determinar a geração Pós-independência
e o futuro da própria nação. Houve uma extensão da rede escolar para um maior numero de
moçambicanos que durante o período colonial não teve acesso as disciplinas escolares. Esta
educação visava a Unidade Nacional baseada numa educação revolucionária aberta e
científica. A educação tradicional foi vista neste novo processo de reestruturação curricular
como conservadora de valores ultrapassados, foi considerado como sendo primitivo e
inadequado para as necessidades modernas da sociedade moçambicana.
O Homem Novo, era totalmente anti-tradicionalista, semelhante ao ideal moderno
iluminista que devia seguir apenas a luz da razão e buscar-se na técnica, e a tradição era visto
como um obscurantista como um perigo para o progresso pela
FRELIMO, as línguas nacionais, foram excluídas do SNE e foram expostas ao confinamento
das ideias. A educação nacionalista, contribuiu para dar ao moçambicano ''uma dimensão
metafísica e ao mesmo tempo ter tentado concretizar estas qualidades numa realidade
concreta e enquadrá-las numa luta pela liberdade'' (CASTIANO, 2005:81)
Segundo Mazula, após a independência o governo moçambicano tinha o principal
objectivo «a formação do Homem Novo, com plena consciência do poder da sua inteligência
e da força transformadora do seu trabalho, na sociedade e na natureza; Homem Novo livre de
concepção supersticiosa e subjectiva» (MAZULA, 1995:110).

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4. Conclusão
Terminado o trabalho, conclui-se que antes do colonialismo a educação era transmitida
através de fontes orais. Com chegada dos portugueses, a educação, verificou mudanças, o
português passou a impor regras de ensino, onde só participavam do ensino qualificado os
filhos dos mesmos e os assimilados. Como os portugueses tinham dificuldades na
comunicação com os indígenas, viram uma necessidade de ensinar a língua para melhor se
comunicarem com os indígenas

No período pós colonial o efectivo dos alunos nas escolas cresceu e a educação atingiu
assim o seu auge. Os mais de 10 milhões de analfabetos começaram a se alfabetizar visto que
a educação no período colonial só era garantida para os colonos e já neste momento ficou
garantida para todos moçambicanos e de uma forma igual.
Nas escolas começaram a se introduzir novas disciplinas e já nesse período a educação
estava dividida em ensino primário, secundário e superior, Portanto os moçambicanos
começaram a ser educados para tomar consciência dos seus direitos que não era valorizados
pelos colonos, tirar a mentalidade colonial, formar intelectuais, quadros políticos e económico
para desenvolver o país.

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5. Bibliografia
Boletim da República, 3º Suplemento, Publicação Oficial da República Popular de
Moçambique, 1983
____________________, 1992
GÓMEZ, Miguel B., Educação de Moçambique História de um Processo: 1962-1984,
Livraria Universitária, Maputo, Moçambique, 1999
INDE/MINED, Plano Curricular de Ensino, INDE/MINED Moçambique, 2003
MAZULA, Brazao, Educação, Cultura, e Ideologia em Moçambique: 1985, Edições
Afrontamento e Fundamento bibliográficas de Língua Portuguesa, 1995
RAMA, A. (1985). A cidade das letras. Tradução de Emir Sader. São Paulo: Brasiliense

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