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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Departamento de Economia e Gestão


Curso de Licenciatura em Administração Publica

DIREITO A LIBERDADE DE REUNIÃO E MANIFESTAÇÃO: O CASO DE


MOÇAMBIQUE

Sifrido Muhave
Código: 41230177

Maxixe, Maio, 2023

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


Departamento de Economia e Gestão
Curso de Licenciatura em Administração Publica

DIREITO A LIBERDADE DE REUNIÃO E MANIFESTAÇÃO: O CASO DE


MOÇAMBIQUE

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura em
Administração Publica do ISCED.
Tutor:

Sifrido Muhave
Código: 41230177

Maxixe, Maio, 2023

Índice
1.0.Introdução...................................................................................................................................4
1.1.Objectivos...................................................................................................................................5
1.1.1.Objectivo geral........................................................................................................................5
1.1.2.Objectivos específicos.............................................................................................................5
1.2.Metodologias..............................................................................................................................5
2.0.Reunião e manifestação..............................................................................................................5
2.1.Direito a Reunião e manifestação...............................................................................................6
2.2.Limitações ao exercício do direito (Art. 4)................................................................................6
2.3.Proibição de realização de reunião ou manifestação (Art. 7).....................................................6
2.4.Interrupção do exercício do direito (Art. 8)................................................................................7
2.5.Liberdade de reunião e manifestação.........................................................................................7
Conclusão.........................................................................................................................................8
Referências bibliográficas................................................................................................................9
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1.0.Introdução
É o direito que cada cidadão, ou grupo de cidadãos, tem de reunir, de se expressar e de se
manifestar com os demais. Constitui um pressuposto necessário da reflexão com os outros e da
formação e expressão da opinião pública, sendo uma liberdade essencial num Estado de direito
democrático. Quando a reunião for pública, passa a ser um exercício de manifestação. Os
cidadãos têm sempre o direito de se reunir e manifestar de forma pacífica e sem armas. O
exercício deste direito não carece de nenhuma autorização, mas pode exigir comunicação prévia
dos seus promotores às autoridades públicas. O presente trabalho de pesquisa visa descrever o
Direito a liberdade de reunião e manifestação: o caso de Moçambique. Para realização do
trabalho, recorreu a metodologia de pesquisa bibliográfica sob forma de abordagem exploratória
que para Mattar (1996:84), a pesquisa exploratória é apropriada para os primeiros estágios de
investigação quando a familiaridade, o conhecimento e a compreensão do fenómeno por parte do
pesquisador. No que concerne a organização do trabalho, sua evolução seguiu a sequência dos
títulos e subtítulos e por fim as referências bibliográficas.
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1.1.Objectivos
Segundo PILLETI (2008:80), “ (….) objectivos consistem numa descrição clara dos resultados
que desejamos alcançar com a nossa actividade. Portanto para a presente pesquisa, os objectivos
foram descritos em geral e específicos.

1.1.1.Objectivo geral
 Descrever o direito a liberdade de reunião e manifestação: o caso de Moçambique

1.1.2.Objectivos específicos
 Explicar pressupostos direito a reunião e manifestação;
 Identificar as leis sobre direito a liberdade de reunião e manifestação em Moçambique

1.2.Metodologias
Este trabalho é uma pesquisa exploratória que visa a prover o pesquisador de maior
conhecimento sobre o assunto. Segundo Mattar (1996:84), a pesquisa exploratória é apropriada
para os primeiros estágios de investigação quando a familiaridade, o conhecimento e a
compreensão do fenómeno por parte do pesquisador. A pesquisa exploratória também pode ser
usada como um passo inicial de um processo contínuo de pesquisa. Para Gil (1991:45), a
pesquisa exploratória assume, na maioria das vezes, o formato de pesquisa bibliográfica.

2.0.Reunião e manifestação
Nas sociedades democráticas, a liberdade de reunião e de manifestação como direito fundamental
tem servido de ferramenta para a formação da vontade política. Atualmente, torna-se cada vez
mais visível a formação da opinião dos cidadãos através do exercício da liberdade de reunião e de
manifestação. O Estado tem uma obrigação constitucional de criar condições que possam permitir
um livre exercício dos direitos fundamentais, nos quais se inclui a liberdade de reunião e de
manifestação.
O exercício do direito de reunião e de manifestação pode converter-se num exercício de caráter
reivindicativo, estando por vezes associado à alteração da ordem pública. Neste caso, implica
necessariamente a intervenção da polícia para a salvaguarda da ordem. A actuação da polícia será
também útil para garantir um livre exercício da liberdade de reunir e de manifestar,
inclusivamente a proteção de eventual contramanifestação que possa pôr em causa aquele livre
exercício.
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2.1.Direito a Reunião e manifestação


A Constituição da República de Moçambique prevê, no artigo 51, que, “todos os cidadãos têm
direito à liberdade de reunião e manifestação”. E a lei número 9/91 de 18 de julho regula este
direito: "A manifestação não carece de qualquer autorização nos termos da lei. Todos os cidadãos
podem, de forma pacífica e livre, exercer o seu direito de reunião e manifestação sem que
precisem de uma autorização”.
A lei de direito a reuniões e manifestações preconiza:
No Art 1:
1. É garantido a todos os cidadãos o direito de reunião e de manifestação pacífica, nos termos da
Lei Constitucional e da presente lei.
2. É interdita a participação de militares, forças paramilitares e militarizadas em reuniões de
natureza política e em qualquer tipo de manifestações.
No Art. Todos os cidadãos têm o direito de se reunirem e manifestarem livre e pacificamente, em
lugares públicos, abertos ao público e particulares, independentemente de qualquer autorização,
para fins não contrários à lei, à moral, à ordem e tranquilidade públicas e aos direitos das pessoas
singulares e colectivas.
2.2.Limitações ao exercício do direito (Art. 4)
O exercício do direito à reunião e manifestação não afasta a responsabilidade pela ofensa à honra
e consideração devidas às pessoas e aos órgãos de soberania. Não é permitida a realização de
reuniões ou manifestações com ocupação não autorizada de locais abertos
ao público ou particulares.
Por razões de segurança, as autoridades competentes poderão impedir a realização de reuniões ou
manifestações em lugares públicos situados a menos de 100 metros das sedes dos órgãos de
soberania, dos acampamentos e instalações das forças militares e militarizadas, dos
estabelecimentos prisionais, das representações diplomáticas ou consulares e das sedes dos
partidos políticos.
2.3.Proibição de realização de reunião ou manifestação (Art. 7)
1.O Governador ou Comissário que decida, nos termos do disposto nos artigos 4.° e 5.°, n.° 2 da
presente lei, proibir a realização de reunião ou manifestação deve fundamentar a
sua decisão e notificá-la por escrito, no prazo de 24 horas a contar da recepção da comunicação, e
aos promotores, no domicílio por eles indicado e às autoridades competentes.
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2. A não notificação aos promotores no prazo indicado no número anterior é considerada como
não objecção para a realização da reunião ou manifestação.
2.4.Interrupção do exercício do direito (Art. 8)
As autoridades policiais poderão interromper a realização de reuniões ou manifestações que
decorram em lugares públicos quando estas se afastam da sua finalidade pela prática de actos
contrários à lei ou à moral ou que perturbem grave e efectivamente a ordem e a tranquilidade
públicas, livre exercício dos direitos dos cidadãos ou infrinjam o disposto no n.° 1 do artigo 4.°
A decisão de interrupção da reunião ou manifestação referida no número anterior constará de
auto que a fundamentará, entregando-se uma cópia aos promotores, no prazo máximo de 12
horas. As autoridades policiais que decidirem a interrupção deverão dar imediato conhecimento à
autoridade civil referida no n.° 1 do artigo 6.
2.5.Liberdade de reunião e manifestação
A Lei moçambicana sobre Direito à Reuniões e Manifestações n. 9/1991, parcialmente
modificada pela Lei 7/2001 e o artigo 51 da Constituição, permitem protestos pacíficos, mas este
direito é muitas vezes mal interpretado e não implementado como por lei. A lei exige que os
organizadores notifiquem a polícia antes da manifestação (artigo 10 da Lei 9/1991).
As autoridades deverão tomar as providências necessárias para que as reuniões ou manifestações
decorram sem a interrupção de contra-manifestações ou outros factos que posssam perturbar o
livre exercício dos direitos dos participantes, incluindo, sempre que se justifique a presença
de representantes ou agentes de ordem no local respectivo, sem prejuízo do disposto no artigo
seguinte.
Com vista à tomada das providências mencionadas no número anterior o Governador ou
Comissário informará às autoridades, sobre a realização das reuniões e manifestações previstas
no artigo 6.° da presente lei.
De acordo com o Art 15, das decisões tomadas pelas autoridades, impedindo o exercício do
direito de reunião ou de manifestação ou violação ao disposto na presente lei, podem os
interessados lesados apresentar queixa no Tribunal popular provincial que deverá proferir decisão
no prazo de 48 horas.
Da decisão dos Tibunais populares Provinciais cabe recurso para o Tribunal Popular Supremo.
A legitimidade para impugnar ou recorrer das decisões dos tribunais cabe aos promotores
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Conclusão
Os cidadãos devem reunir e manifestar-se de forma pacífica e sem armas, isto é, sem que a
concretização desse direito assuma carácter tumultuoso ou violento. A caracterização de uma
reunião ou manifestação nesses termos deve assentar em factos ocorridos, logo, na verificação de
atos violentos por parte significativa dos participantes, contra terceiros ou entre eles mesmos. Por
último, embora o exercício do direito de reunião e manifestação não careça de autorização, pode
exigir comunicação prévia às autoridades públicas. As pessoas ou entidades que pretendam
realizar reuniões, comícios, manifestações ou desfiles em lugares públicos devem avisar, com
antecedência mínima de dois dias úteis, o presidente da câmara municipal competente. O aviso
deve ser assinado por três dos promotores, devidamente identificados.
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Referências bibliográficas
Gil, A. C.(1991) Como elaborar projectos de pesquisa.
MATTAR, F. (1996). Pesquisa de marketing. Ed. Atlas.
PILETTI, Claudino. Didáctica geral. 2ªedicao. São Paulo.
Legislação
CRM (2004)
I Série de 11 de Maio de 1991: Lei Sobre O Direito De Reunião E Das Manifestações
Lei nº 9/1991 :Lei moçambicana sobre Direito à Reuniões e Manifestações

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