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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Constituição da República de Moçambique a primeira de 1975 até a que esta em vigor


de 2018 (as mudanças implementadas)

Quiquinho Murisso
Código: 708225682

Curso: Licenciatura em Administração Pública


Cadeira: Direito Constitucional Público e Privado
2º Ano

Nampula aos, 22 de Agosto


2023

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Universidade Católica de Moçambique
Instituto de Educação à Distância

Quiquinho Murisso
Código: 708225682

Trabalho de caracter avaliativo a ser


entregue no curso de licenciatura em
Administração Publica.

Disciplina: Direito Constitucional Público


e Privado

Tutora – Regente: Msc. Zeca Francisco Tomocene

Nampula aos, 22 de Agosto


2023

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discurso académico 2.0
(expressão escrita
Conteúdo
cuidada,
coerência / coesão
Análise e
textual)
discussão
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bibliográfica
nacional e
internacionais 2.0
relevantes na área
de estudo
 Exploração dos 2.0
dados
 Contributos 2.0
Conclusão teóricos práticos
Aspectos  Paginação, tipo e
gerais tamanho de letra,
Formatação paragrafo, 1.0
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Referência Normas APA  Rigor e coerência
s 6ª edição em das 4.0
Bibliográfi citações e citações/referências
cas bibliografia bibliográficas

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Índice
Introdução...................................................................................................................................5

Objectivos...................................................................................................................................6

Objectivo geral............................................................................................................................6

Objectivos específicos................................................................................................................6

Metodologia da Pesquisa............................................................................................................6

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..............................................................................................7

Evolução Constituição da República de Moçambique...............................................................7

As fontes do Direito Constitucional..........................................................................................11

Conclusão..................................................................................................................................12

Bibliográficas............................................................................................................................13

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Introdução

O presente trabalho que se intitula “Constituição da República de Moçambique a


primeira de 1975 até a que esta em vigor de 2018 (as mudanças implementadas), mencionar
as fontes de direito Constitucional e seus exemplos”, A primeira Constituição de Moçambique
entrou em vigor em simultâneo com a proclamação da independência nacional em 25 de
Junho de 1975. Nesta altura, a competência para proceder a revisão constitucional fora
atribuída ao Comité Central da Frelimo até a criação da Assembleia com poderes
constituintes, que ocorreu em 1978. Considerando a importância da constituição como a “lei-
mãe” do Estado moçambicano, e daí a necessidade do seu conhecimento pelos cidadãos, de
seguida é feita uma breve menção sobre a evolução constitucional de Moçambique.

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Objectivos

Objectivo geral

 Estabelecer os princípios fundamentais, os direitos e deveres dos cidadãos, a


organização e estrutura do Estado.

Objectivos específicos

Para dar sustentabilidade ao objectivo geral, propomos os seguintes objectivos específicos:

 Trazer a independência, modernização e democracia para o país.

Metodologia da Pesquisa

LAVILLE (1999) diz que a metodologia representa mais do que uma descrição formal
dos métodos e técnicas e indica a leitura operacional que o pesquisador fez do quadro teórico.

A metodologia do trabalho assenta numa combinação entre o estudo quantitativo e


uma pesquisa bibliográfica com o intuito de aprofundar teoricamente esse tema.

Convém, no entanto, salientar que durante a fase de pesquisa foi difícil encontrar
manuais que abordassem os temas que se inserem no âmbito dessa pesquisa.

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Evolução Constituição da República de Moçambique

CONSTITUIÇÃO DE 1975: tendo como um dos objectivos fundamentais “a


eliminação das estruturas de opressão e exploração coloniais... e a luta contínua contra o
colonialismo e o imperialismo”, foi instalado na República Popular de Moçambique (RPM) o
regime político socialista e uma economia marcadamente intervencionista, onde o Estado
procurava evitar a acumulação do poderio económico e garantir uma melhor redistribuição da
riqueza.

O sistema político era caracterizado pela existência de um partido único e a FRELIMO


assumia o papel de dirigente. Eram abundantes as fórmulas ideológicas - proclamatórias e de
apelo das massas, compressão acentuada das liberdades públicas em moldes autoritários,
recusa de separação de poderes a nível da organização política e o primado formal da
Assembleia Popular Nacional.

Esta Constituição sofreu seis alterações pontuais, designadamente: em 1976, em 1977,


em 1978, em 1982, em 1984 e em 1986. Destas, merece algum realce a alteração de 1978 que
incidiu maioritariamente sobre os órgãos do Estado (sua organização, competências, entre
outros), retirou o poder de modificar a Constituição do Comité Central da Frelimo e retirou a
competência legislativa do Conselho de Ministro (uma vez criada a Assembleia Popular que
teria estas competências) e a de 1986 que fora motivada pela institucionalização das funções
do Presidente da Assembleia Popular e de Primeiro-Ministro, criados pela 5ª Sessão do
Comité Central do Partido Frelimo.

GERMANA DE OLIVEIRA MORAES destaca a maior abrangência do termo


processo “por isso e ainda por causa da opção terminológica da Constituição Federal
Brasileira, antes apontada neste estudo, a expressão processo legislativo ora denota a ideia
ampla de produção legislativa em geral, a qual compreende, para além da noção técnica de
procedimento legislativo, a questão da distribuição da competência legislativa entre as
unidades federadas, e a produção legislativa pelos diversos órgãos autorizados pela
Constituição, ora tem também o significado restrito de procedimento legislativo, adoptado
pela vigente carta política; enquanto a terminologia procedimento legislativo é sempre
empregada, em seu sentido técnico, para designar o modus operandi da elaboração das leis,
isto é, “como se devem fazer as leis em sentido amplo...”.

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CONSTITUIÇÃO DE 1990: A revisão constitucional ocorrida em 1990 trouxe
alterações muito profundas em praticamente todos os campos da vida do País. Estas mudanças
que já começavam a manifestar-se na sociedade, principalmente na área económica, a partir
de 1984, encontram a sua concretização formal com a nova Constituição aprovada.
Resumidamente, podemos citar alguns aspectos mais marcantes, como sejam:

 Introdução de um sistema multipartidário na arena política, deixando o partido


Frelimo de ter um papel dirigente e passando a assumir um papel histórico na
conquista da independência;
 Inserção de regras básicas da democracia representativa e da democracia
participativa e o reconhecimento do papel dos partidos políticos;
 Na área económica, o Estado abandona a sua anterior função basicamente
intervencionista e gestora, para dar lugar a uma função mais reguladora e
controladora (previsão de mecanismos da economia de mercado e pluralismo de
sectores de propriedade);
 Os direitos e garantias individuais são reforçados, aumentando o seu âmbito e
mecanismos de responsabilização;
 Várias mudanças ocorreram nos órgãos do Estado, passam a estar melhor definidas
as funções e competências de cada órgão, a forma como são eleitos ou nomeados;
 Preocupação com a garantia da constitucionalidade e da legalidade e consequente
criação do Conselho Constitucional; entre outras.

A Constituição da República de Moçambique (CRM) de 1990 sofreu três alterações


pontuais, designadamente: duas em 1992 e uma em 1996. Destas merece especial realce a
alteração de 1996 que surge da necessidade de se introduzir princípios e disposições sobre o
Poder Local no texto da Constituição, verificando-se desse modo a descentralização do poder
através da criação de órgãos locais com competências e poderes de decisão próprios, entre
outras (superação do princípio da unidade do poder).

CONSTITUIÇÃO DE 2004: Esta é a última revisão constitucional ocorrida em


Moçambique. Fora aprovada no dia 16 de Novembro de 2004. Não se verifica com esta nova
Constituição uma ruptura com o regime da Constituição da República de Moçambique (CRM)
de 1990, mas sim, disposições que procuram reforçar e solidificar o regime de Estado de
Direito e democrático trazido em 1990, através de melhores especificações e
aprofundamentos em disposições já existentes e também pela criação de novas figuras,
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princípios e direitos e elevação de alguns institutos e princípios já existentes na legislação
ordinária à categoria constitucional. Um aspecto muito importante de distinção desta
constituição das anteriores é o “consenso” na sua aprovação, uma vez que ela surge da
discussão não só dos cidadãos, como também da Assembleia da República representada por
diferentes partidos políticos (o que não se verificou nas anteriores).

A nova Constituição da República de Moçambique (CRM) começa por inovar


positivamente logo no aspecto formal, dando nova ordem de sequência aos assuntos tratados e
tratando em cada artigo um assunto concreto e antecedido de um título que facilita a sua
localização (o que não acontecia nas Constituições anteriores). Apresenta o seu texto dividido
em 12 títulos, totalizando 306 artigos (a CRM de 1990 tinha 7 títulos e 212 artigos no total).

Quanto ao aspecto substancial, verificamos o reforço das directrizes já fixadas para o


Estado moçambicano, como acima se mencionou. De forma meramente exemplificava, pode-
se citar alguns pontos que ajudam a entender tal afirmação, como sejam:

Logo no capítulo I do título primeiro referente aos princípios fundamentais,


podemos destacar para além da maior ênfase dado a descrição do Estado
moçambicano como de justiça social, democrático, entre outros aspectos de um
Estado de Direito, a referência constitucional sobre o reconhecimento do
pluralismo jurídico, o incentivo no uso das línguas veiculares da nossa sociedade,
entre outros;
No âmbito da nacionalidade, destaca-se o facto de o homem estrangeiro poder
adquirir nacionalidade moçambicana pelo casamento (antes só permitido para a
mulher estrangeira);
Os direitos e deveres fundamentais dos cidadãos para além de serem reforçados,
ganham maior abrangência. Pode-se citar exemplo de alguns direitos/deveres antes
sem tratamento constitucional: direitos dos portadores de deficiência, os deveres
para com o semelhante e para com a comunidade, os direitos da criança, as
restrições no uso da informática, o direito de acção popular, o direito dos
consumidores;
Para além do pluralismo jurídico, a importância da autoridade tradicional na
sociedade moçambicana passa a ter reconhecimento constitucional. Pode-se ainda
mencionar a terceira idade, os portadores de deficiência, o ambiente e a qualidade
de vida como novos temas tratados pela constituição;

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O capítulo VI do título IV que se dedica ao tratamento do sistema financeiro e
fiscal em Moçambique comporta um tema que antes não tinha tratamento
constitucional;
É criado um novo órgão político, o Conselho de Estado e um novo órgão de
representação democrática, as Assembleias Provinciais. As garantias dos cidadãos
relativamente a actuação da Administração Pública são reforçadas com a criação
do Provedor da Justiça. Surge igualmente o Conselho Superior da Magistratura
Judicial Administrativa. A Administração Pública e os princípios que norteiam a
sua actuação também passam a gozar de tratamento constitucional, assim como a
Polícia de Moçambique e o Ministério Público;
O tratamento dado às disposições relativas aos tribunais no título IX da CRM é
mais pormenorizado. Merece destaque o tratamento mais aprofundado que é
dispensado às disposições relativas ao Tribunal Administrativo (na CRM de 1990
ocupava apenas 2 artigos);
No título XV é tratado com cuidado as garantias constitucionais em caso de estado
de sítio e estado de emergência. A revisão constitucional encontra agora limites
tanto matérias quanto temporais, procurando-se com as primeiras salvaguardar as
linhas bases que definem o Estado moçambicano, como por exemplo: a forma
republicana do Estado, o sistema eleitoral e o tipo de sufrágio eleitoral, o
pluralismo político, os direitos, liberdades e garantias fundamentais. A restrição
temporal é de 5 anos após a última revisão (salvo deliberação extraordinária de ¾
da Assembleia da República), procurando-se com isto os aspectos positivos
trazidos com a estabilidade e solidificação dos princípios e instituições criadas.

Outras alterações são trazidas com a nova CRM que apenas com uma exposição mais
detalhada poderíamos deixar registadas. No entanto, não sendo este o intuito do presente
artigo, deixou-se ficar algumas linhas que nos permite uma visão geral sobre a evolução
constitucional em Moçambique, testemunhando desse modo o crescimento político, social e
económico da nossa sociedade.

Actualmente, vigora a constituição aprovada em 12 de Junho de 2018. Esta


Constituição reafirma, desenvolve e aprofunda os princípios fundamentais do Estado
moçambicano, consagra o carácter soberano do Estado de Direito Democrático, baseado no
pluralismo de expressão, organização partidária e no respeito e garantia dos direitos e
liberdades fundamentais dos cidadãos.
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As fontes do Direito Constitucional

As fontes do Direito Constitucional em Moçambique são as formas pelas quais uma


norma é gerada e introduzida no ordenamento jurídico. As fontes do Direito Constitucional
podem ser divididas em fontes imediatas e fontes mediatas.

Fontes imediatas: Como fontes imediatas temos a própria Constituição política, fonte
primária do Direito Constitucional, que estabelece as directrizes políticas e organizacionais de
uma sociedade – podendo esta ser escrita – como verbi gratia, a Constituição de Moçambique
– ou não escrita – como a Constituição inglesa, e as leis constitucionais esparsas, escritas ou
não – estas nos países que adoptam o common law.

Fontes mediatas: Como fontes mediatas temos o Direito Natural, a doutrina, a


jurisprudência e os costumes e tradições do povo, da sociedade.

Exemplos de como essas fontes podem ser aplicadas em Moçambique:

A Constituição é a principal fonte do Direito Constitucional. Por exemplo, a


Constituição de Moçambique é um documento escrito que estabelece as directrizes políticas e
organizacionais da sociedade moçambicana.

A doutrina é uma fonte mediata do Direito Constitucional. Por exemplo, os trabalhos


de juristas renomados podem influenciar a interpretação das normas constitucionais.

A jurisprudência é outra fonte mediata do Direito Constitucional. Por exemplo, as


decisões dos tribunais superiores podem estabelecer precedentes que influenciam a aplicação
das normas constitucionais.

Os costumes e tradições do povo também são uma fonte mediata do Direito


Constitucional. Por exemplo, práticas culturais de longa data podem influenciar a
interpretação das normas constitucionais.

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Conclusão

Em conclusão, a primeira Constituição de Moçambique entrou em vigor em 25 de


Junho de 1975, no mesmo dia em que foi proclamada a independência nacional. Desde então,
houve várias revisões e alterações à Constituição, com novas versões sendo aprovadas em
1990 e 2004. Actualmente, vigora a constituição aprovada em 12 de Junho de 2018, que
reafirma, desenvolve e aprofunda os princípios fundamentais do Estado moçambicano e
consagra o carácter soberano do Estado de Direito Democrático.

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Bibliográficas

GERMANA DE OLIVEIRA MORAES, O controle jurisdicional da constitucionalidade do


processo legislativo brasileiro, p.795 in Estudos de Direito Parlamentar, AAFDL, Lisboa,
1997.

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Constituição da República de Moçambique, Imprensa


Nacional de Moçambique, Maputo, 2004.

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Assembleia da República, Ante-projecto de Revisão da


Constituição, 1998.

REPÙBLICA DE MOÇAMBIQUE, Conselho Constitucional, Deliberações e Acórdãos do


Conselho Constitucional, Vol. I, CFJJ, Maputo, 2007.

REPÙBLICA DE MOÇAMBIQUE, Conselho Constitucional, Acórdãos e Deliberações do


Conselho Constitucional, Vol. III, 1ª Edição, CFJJ, Maputo, 2009

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