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Objetivos:
Objetivos geral:
Objectivos Específicos:
Análise da carta Africana dos direitos humanos e dos povos, Declaração universal dos
direitos humanos e constituição da República de Moçambique
A CADHP é o seu carácter inovador : A Carta Africana dos direitos humanos e dos povos
(CADHP) apresenta um carácter inovador ao combinar os direitos humanos individuais com
os direitos colectivos dos povos. A partir dessa perspectiva, a CADHP reconhece não apenas
os direitos civis e políticos dos indivíduos, mas também os direitos económicos, sociais e
culturais dos povos africanos.
Em suma, a CADHP é uma carta ampla e abrangente que reflecte os desafios e as aspirações
do continente africano no campo dos direitos humanos. Ela reconhece tanto os direitos
individuais como os direitos colectivos , aborda questões de desenvolvimento sustentável e
justiça social, e busca garantir a protecção e promoção dos direitos de todos os povos e
pessoas na África, de forma inclusiva e equitativa.
A DUDH e sua composição : A declaração universal dos direitos humanos é composta por
30 artigos que abrangem uma ampla gama de áreas, incluindo direitos civis e políticos,
direitos econômicos, sociais e culturais, e direitos colectivos . Esses artigos estabelecem
princípios essenciais, como o direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança, à
privacidade, à propriedade, à liberdade de expressão, à educação e à participação política.
DUDH busca também proteger os indivíduos contra violações graves dos direitos humanos,
como a tortura, a escravidão, o genocídio e a discriminação. Ela também enfatiza a
importância da cooperação internacional para promover e proteger os direitos humanos,
assim como a obrigação dos Estados de assegurarem a realização dos direitos nela
consagrados.
É importante salientar que a declaração universal dos direitos humanos tem uma influência
significativa no âmbito internacional. Ela serviu de base para o desenvolvimento de tratados
internacionais de direitos humanos, como o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos
e o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. Além disso, os
princípios da Declaração foram incorporados em muitas constituições nacionais e leis
internas em todo o mundo.
Em suma, a declaração universal dos direitos humanos é um marco na história dos direitos
humanos. Ela estabelece um conjunto de princípios e normas básicas para garantir a
dignidade e os direitos de todas as pessoas. Sua abrangência e universalidade a tornam uma
referência importante para a promoção e defesa dos direitos humanos em todo o mundo.
O título II : trata dos direitos fundamentais e liberdades individuais. Neste capítulo, são
estabelecidos os direitos e garantias fundamentais dos cidadãos, tais como o direito à vida, à
liberdade, à igualdade perante a lei, à segurança, à inviolabilidade da privacidade, à liberdade
de expressão, de associação e de reunião pacífica. Também são assegurados direitos
específicos, como a protecção ao trabalho, à educação, à saúde, à cultura, à moradia e ao
ambiente saudável.
Existem vários pontos de convergência entre a Carta Africana dos Direitos Humanos e dos
Povos, a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Constituição de Moçambique.
Alguns desses pontos comuns são :
Direitos sociais e econômicos: A Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos, a
Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Constituição de Moçambique reconhecem e
protegem direitos sociais e econômicos, como o direito ao trabalho, à educação, à saúde, à
moradia, entre outros.
1° Ponto : Artigo 20° da Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos:
1. Todos povos têm o direito à existência. Todos povos têm um direito imprescindível e
inalienável a autodeterminação. Os povos determinam livremente o seu estatuto político e
asseguram o seu desenvolvimento económico e social segundo as políticas livremente
escolheram.
A autodeterminação, referida neste artigo vai além do mero direito à independência política.
Compreende-se que o direito à autodeterminação dos povos também abrange o direito à
autogoverno, à cultura e identidade próprias, à protecção dos recursos naturais e à
participação activa nas decisões que afectam suas vidas.
Portanto, o direito à autodeterminação dos povos na Carta Africana dos Direitos Humanos e
dos Povos engloba um olhar sensível para as realidades históricas, culturais e políticas do
continente africano, ao mesmo tempo buscando promover a inclusão, a igualdade e o respeito
pela diversidade.
Este direito leva em consideração tanto a dimensão individual quanto a dimensão colectiva.
No nível individual, o direito à liberdade de expressão busca proteger a liberdade de
pensamento, de expressão verbal, escrita ou artística, e o acesso à informação. Essa
interpretação reconhece a importância de garantir a expressão de opiniões impopulares ou
controversas, bem como a protecção contra censura e repressão.
Fora disso, este artigo também compreende a dimensão colectiva do direito à liberdade de
expressão. Isso implica em criar espaços para a participação activa dos cidadãos na tomada
de decisões públicas, no monitoramento e prestação de contas dos governos e na livre
articulação de grupos e movimentos sociais. Essa interpretação reconhece que a liberdade de
expressão não se limita apenas ao indivíduo, mas também inclui o direito de manifestar-se
colectivamente em busca de mudanças sociais e políticas.
No entanto, é importante ressaltar que a liberdade de expressão não é absoluta e pode ser
limitada em determinadas circunstâncias. Essas limitações devem estar de acordo com a lei,
ser necessárias e proporcionais para a protecção de outros direitos, como a segurança
nacional, a ordem pública, a saúde ou os direitos e reputação de terceiros. O equilíbrio entre a
liberdade de expressão e outros direitos fundamentais é essencial para garantir a harmonia e a
coexistência pacífica em uma sociedade democrática.
Além disso, este princípio também pressupõe a obrigação do Estado de ser responsável
perante o povo e prestar contas de suas acções . O Estado deve governar com base nos
interesses e necessidades do povo, agir de forma transparente e tomar decisões de forma justa
e equitativa.
Na prática, é preciso considerar que a implementação completa desse princípio pode envolver
diversos aspectos, tais como:
Participação política: É necessário garantir que haja espaço e mecanismos efectivos para a
participação dos cidadãos nas decisões políticas do país. Isso inclui o respeito à liberdade de
associação, de expressão e de imprensa, bem como a garantia de eleições livres e justas.
Portanto um pouco e mais de todos aspectos destacados nos versos anteriores, não são
observados de forma rigorosa e severa, o que de certa forma acarreta numa soberania popular
deficitária em Moçambique, pese embora a constituição da República preveja todos estes
aspectos, regista-se a violação de forma gritante deste artigo respectiva a sua alínea, a
realidade vivida no país não condiz com o conteúdo subjacente na constituição da República,
concretamente no artigo 2º na alínea primeira, assim sendo faz-se necessário o uso de
procedimentos que garantam a mudanças positivas com vista à criar coerência entre o
plasmado na constituição e a vida prática, sobre tudo diante de eventos relacionados aos
pontos em discussão.
Para mudar a situação actual e promover uma implementação mais efectiva do princípio da
soberania popular, é necessário um esforço conjunto da sociedade civil, das instituições
governamentais, das organizações não governamentais e da comunidade internacional. Esse
esforço pode envolver a promoção de reformas políticas, a demanda por transparência e
prestação de contas, a promoção de um ambiente propício para a participação na cidadania,a
educação e conscientização da população sobre seus direitos e responsabilidades.
No entanto, é importante ressaltar que cada contexto é único e requer abordagens adaptadas
às especificidades locais. O processo de promover a implementação efectiva do princípio da
soberania popular requer tempo, diálogo e comprometimento de todas as partes envolvidas.
Conclusão
Referências bibliográficas