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Universidade Federal de São Paulo


Alicia Macena Moreira - Matrícula: 170990

Roteiro de Leitura 1 - As Regras do Método Sociológico

Prefácios da Primeira e Segunda Edições

Críticas recibidas por Durkheim


1ª Fatos sociais são tratados como coisas materiais.
Argumento: Ao enxergar o fato social coisificado pela razão não é torná-lo
racional. Todo objeto de ciência é coisa, seja ela tanto na física ou na biologia, e
na sociologia não é diferente, a coisificação do objeto de estudo é como um
distanciamento, não devemos enxergá-lo como indivíduos mas externalizado em
seu social.
2ª Apresentação dos fenômenos sociais como exteriores aos indivíduos.
Argumento: Assim como a natureza toda sociedade produz fenômenos distintos
e novos do que se passaram na consciência solitária, julgado inadmissível aos
fatos sociais acontece em outros campos da ciência como na natureza a
combinação de átomos de hidrogênio, de oxigênio, de carbono e de azoto
resultam na vida desempenhando um papel exteriores aos que seriam em sua
solitude, a produção da vida é o resultado exterior dessas substâncias assim
como o resultado sociedades são exteriores a solitude dos indivíduos.
3ª Acusação de que fenômenos sociais foram analisados por meio de uma
dedução filosófica que coloca a conclusão primeiro antes do desenvolvimento.
Argumento: Foi proposto uma dedução com a finalidade de limitar e encontrar
o campo de estudo do fator social a fim que o cientista saiba percebê-los e não
os confundi-los. Ao delimitar esse espaço de campo de pesquisa possibilita a
fuga da dedução com a finalidade de alcançar uma conclusão intuitiva,
afirmando que a coerção não é um fator determinante mas sim uma das suas
possíveis faces para a análise da questão.

Capítulo I - Que é fato social


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● É considerado fato social toda forma de produção, suscetível de exercer


sobre o indivíduo uma coerção exterior que impõe a ele os quereres e não
quereres, independente das suas manifestações individuais, a forma de
agir, pensar e sentir são exteriores a ele, que são dotadas do poder de
coerção ao qual os fatos foram impostos ao indivíduo.

● Fatos sociais cristalizados são fatos que existem independe da existência


do indivíduo, crenças e práticas da vida religiosa, existem antes do fiel
entrar em contato ela, o sistema de signos que serve para expressar
sentimentos, como também o sistema de moedas, que serve para fazer
ações comerciais, sendo eles formas de agir, pensar e sentir dotadas de
uma força coercitiva em que impõe ao indivíduo, quer ele queira ou não.
● Os fatos sociais existem independentemente da consciência individual e
exercem sua influência por meio da coerção. Portanto, o social tem um
papel de destaque em relação ao individual, moldando a maneira de
pensar e agir. Embora haja espaço para alguma individualidade, ela está
sujeita às influências sociais, como normas, valores e instituições da
sociedade.

Capítulo II - Regras para observação dos fatos sociais

Seção I

É natural do ser humano criar noções baseadas em pura percepção,


acontece que como as noções são mais próximas do que o alcance da
realidade, tende-se naturalmente a substituir a realidade e fazer delas a
mesma matéria que as especulações. Acontece que em vez de de observar
as coisas, de descrevê-las e compará-las, há o contentamento em tomar a
consciência das ideias, combiná-las e analisá-las, fazendo assim uma análise
ideológica em vez de uma análise das realidades, sem provas
comprobatórias não chegam a ser objeto de ciência, indo de ideias a coisas
percorrendo um caminho sem resultados objetivos baseado somente em um
senso comum, as praenotions tomam lugar dos fatos, desconfigurando a
aspecto real das coisas e tomando-os. Assim que Comte decreta que os
fenômenos sociais são fatos naturais, ele reconhece o caráter de coisas,
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saindo assim das generalidades da especulações filosóficas, extraindo a


ciência contidas, sendo elas as ideias o objeto de estudo das ciências
sociais.

Seção II

1ª É preciso descartar sistematicamente todas as prenoções.

Essa regra é a base de todo método científico, é necessário que o sociólogo


proíba-se de utilizar conceitos que se formam foram da ciência em sua pesquisa,
as falsas evidências podem ser utilizadas somente se a necessidade o obriga à
recorre-las, mas é algo que precisa ser feito com consciência de seu pouco
valor, e com o discernimento que não as coloque em um papel que não as
cabem.

2ª Definir as coisas que irá tratar.

É essencial que o sociólogo saiba bem o que está em questão na sua pesquisa, é
a condição mais indispensável de toda a prova de verificação em pesquisa.

3ª Não obter parcialidade sobre os dados.

Para apresentar um grau de objetividade o sociólogo deve tomar precauções em


função das quais ele define como objeto de suas pesquisas a fim que não torne
sua pesquisa enviesada pelos seus partidos e sim ser tão objetiva quanto
possível.

Capítulo III - Regras para distinção entre o Normal e o Patológico

A ciência, em sua essência, se limita a desvelar fatos objetivos, desprovidos das


paixões humanas, e, por conseguinte, não pode abordar questões de natureza
subjetiva. Sua função principal reside em elucidar as causas por trás de efeitos
específicos. Enquanto isso, a busca pela finalidade última das coisas repousa no
âmbito dos valores, que são intrinsecamente ligados à subjetividade humana.

Seção I

Na análise dos fenômenos sociais, é estabelecido uma distinção entre duas


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categorias principais: fenômenos sociais normais e fenômenos sociais


patológicos.

Os fenômenos sociais normais são aqueles que manifestam um alto grau de


generalidade e ocorrem de forma comum em uma sociedade específica. Por
exemplo, eles representam características típicas da sociedade em questão. Em
contrapartida, os fenômenos sociais patológicos são considerados
extraordinários ou excepcionais. Eles se destacam como anômalos em relação
ao que é típico na sociedade. É também enfatizado a importância de observar
um indivíduo "tipo médio" na sociedade, que encarna as características mais
gerais e, portanto, normais dos fenômenos sociais. Qualquer perturbação neste
indivíduo abstrato revela elementos patológicos ou mórbidos. Assim, o conceito
de normalidade está associado ao que é observado na média das sociedades de
um determinado tipo.

Seção II

1ª Um fato social é considerado normal para um determinado tipo de


sociedade em uma fase específica de seu desenvolvimento quando ocorre
de maneira comum nas sociedades desse tipo, levando em conta a fase
correspondente de sua evolução.

2ª Os resultados desse método podem ser confirmados ao demonstrar que


a prevalência do fenômeno decorre das condições gerais da vida coletiva no
tipo social em análise.

3ª Essa confirmação se torna especialmente relevante quando o fato em


questão está relacionado a uma espécie de sociedade que ainda não
completou sua evolução integral.

Seção III
É utilizado o exemplo da criminalidade para ilustrar as noções de fenômenos
sociais normais e patológicos. Ele observa que o crime se manifesta de maneiras
diversas em diferentes tipos de sociedade, e o que é considerado criminoso
varia igualmente. Assim, nota-se que, à medida que as sociedades evoluem, a
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criminalidade não diminui como era esperado. Portanto, a criminalidade é


considerada normal, pois apresenta uma certa generalidade em qualquer tipo de
sociedade, sempre atentando contra a consciência do indivíduo médio nessa
sociedade.

Por outro lado, o aumento exagerado da criminalidade é considerado patológico,


especialmente em relação ao tipo social específico, pois esse aumento poderia
causar desestabilização no corpo social. Durkheim utiliza o exemplo de uma
sociedade fictícia composta por santos extremamente honestos. Nessa
sociedade, os atos que ofenderiam a consciência coletiva seriam considerados
ordinários em comparação com a sociedade real, devido ao alto grau de
uniformidade no pensamento coletivo dessa sociedade fictícia.

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