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Escola Secundária de Pinhal Novo

Ficha de Trabalho nº 3 Disciplina: Filosofia


11ºano, turmas F, J e K Ano Letivo 2023/24

Nome: Nº: 11º

Epistemologia. Conhecimento vulgar e conhecimento científico: que relação?


Caracterização dos 2 níveis de conhecimento. Saber filosófico. As questões da
Epistemologia.

Depois do estudo da gnoseologia, isto é, da reflexão sobre o conhecimento em geral,


vamos neste tema dedicar uma atenção especial a um nível de conhecimento em particular:
o conhecimento científico. À reflexão filosófica sobre a ciência ou conhecimento científico
chamamos ____________________. Esta dedicação a este tema deve-se ao facto de as
sociedades ocidentais terem vindo gradualmente a depositar toda a sua esperança e
confiança na ciência, sobretudo, no que diz respeito às suas aplicações técnicas e
tecnológicas. Quem não reconhece hoje as vantagens da eletricidade? Quem se imaginaria
hoje sem eletricidade, telemóvel, frigorífico, televisão, transportes motorizados, redes
computador, internet ou redes sociais?

1.Conhecimento vulgar ou senso comum

O que é o senso comum?


Na nossa vida quotidiana necessitamos de um conjunto muito vasto de conhecimentos,
relacionados com a forma como a realidade em que vivemos funciona: temos que saber
como tratar as pessoas com as quais nos relacionamos, temos que saber como nos
devemos comportar em cada uma das circunstâncias e locais em que nos encontramos no
nosso dia-a-dia: a forma como nos comportamos em nossa casa é diferente da forma como
nos comportamos numa repartição pública, numa discoteca, num cinema, na escola, na
casa dos vizinhos, etc.. Estamos também rodeados de sistemas de transporte, de
informação, de aparelhos muito diversos, com os quais temos de saber lidar. De facto, para
enviarmos um trabalho a um aluno ou a um professor temos de saber fazer muita coisa:
ligar o computador, utilizar o programa em que fazemos e apresentamos o trabalho,
escrever, partilhar/enviar o trabalho. No entanto, se precisássemos explicar como cada
tarefa foi possível de realizar não saberíamos fazê-lo. Temos um conhecimento superficial
de cada tarefa, apenas o essencial para a ótica do utilizador.
Estes conhecimentos superficiais e práticos, no seu conjunto, formam um tipo de saber a
que se chama ______________________ ou ____________________________.
O senso comum é um saber que nasce da experiência quotidiana, da vida que os
homens levam em sociedade. É, assim, um saber acerca dos elementos da realidade em
que vivemos; um saber sobre os hábitos, os costumes, as práticas, as tradições, as regras
de conduta, enfim, sobre tudo o que necessitamos para podermos orientar-nos no nosso
dia-a-dia: como comer à mesa, acender a luz de uma sala, ligar a internet, como fazer uma
chamada telefónica, apanhar o autocarro, o nome das ruas da localidade onde vivemos,
etc., etc. Seja como for, ele abrange aquelas coisas que quase toda a gente sabe, que nós
vamos aprendendo desde muito cedo de uma forma quase inconsciente. As seguintes
proposições também ilustram o conhecimento de senso comum:
 “O metal derrete quando é aquecido.”
 “É mais seguro beber água depois de a termos fervido.”
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 “O estrume fertiliza o solo.”
 “Os cães têm o faro apurado.”
 “As vacas são herbívoras.”
 “Não conseguimos ter a certeza sobre o que cada pessoa sente e pensa.”
 “Juntar eletricidade com água é um perigo.”
 “Vestir-se fora das modas da atualidade é um risco.”
Podemos, então, caracterizar o senso comum da seguinte maneira; o conhecimento do
senso comum inclui aquelas crenças amplamente partilhadas numa comunidade, cuja
justificação decorre da experiência coletiva e acumulada dos seres humanos. Temos,
portanto, dois elementos para o senso comum: a crença e os sentidos.
É, também, um saber informal, que se adquire de uma forma natural (espontânea), sem
_________________, através do nosso contacto com os outros, com as situações, objetos,
instituições e pessoas que nos rodeiam. É um saber muito simples e superficial, que não
exige grandes esforços, ao contrário dos saberes formais, como as ciências, que requerem
um longo processo de aprendizagem em instituições como a escola e as universidades,
com os livros e em laboratórios.
O senso comum adquire-se quase sem se dar conta, de modo _________________,
desde a mais tenra infância e, apesar das suas limitações, é um saber
_________________, sem o qual não nos conseguiríamos orientar na nossa vida
quotidiana. Sendo assim, torna-se facilmente compreensível que todos os homens
possuam _______ ________, mas este varia de sociedade para sociedade e, mesmo
dentro duma classe social, ou grupo profissional ou, de indivíduo para indivíduo (saber
______________ e __________________).
Mas, sendo imprescindível, o senso comum não é suficiente para nos compreendermos
a nós próprios e ao mundo em que vivemos; se na nossa reflexão sobre a nossa situação
no mundo nos ficarmos pelos dados do senso comum, os dados mais básicos da nossa
consciência natural, facilmente caímos na ilusão de que as coisas são aquilo que parecem,
nunca nos chegando a aperceber de que pode existir uma radical diferença entre a
aparência e a realidade. Somos, impercetivelmente, levados a consolidar um conjunto
solidário de certezas, das quais, como é óbvio, achamos ser absurdo duvidar podendo,
mesmo, chamar-lhes “crenças silenciosas”: temos a certeza de que existimos, de que as
coisas que nos rodeiam existem, que aquilo que nos acontece é irrefutável, etc…
Contudo, essas certezas são questionáveis, pois baseiam-se em aparências. E há
muitas aparências que se nos impõem com uma força quase irresistível, por exemplo:
aparentemente o Sol move-se no céu (não é verdade que esta foi uma convicção aceite
durante muitos séculos pela comunidade científica?). Podemos mesmo aprender a medir o
tempo a partir desse movimento aparente. Mas, na realidade, esse movimento aparente do
Sol é gerado pelo movimento de rotação da Terra.
Mas esta distinção entre aparência e __________________, da qual não nos podemos
libertar por causa da nossa natureza (ou melhor, da constituição dos nossos órgãos
sensoriais e do nosso sistema nervoso), está dependente da diferença que existe entre o
conhecimento sensível e o conhecimento racional.
O conhecimento que temos através dos ______________ é forçosamente incompleto
e filtrado, pois os nossos órgãos recetores só são estimulados por determinados fenómenos
físicos, deixando de lado um campo quase infinito de possíveis estímulos (por exemplo, os
nossos olhos não captam quer a radiação infravermelha, quer a radiação ultravioleta, ao
passo que há seres vivos que o podem fazer, o mesmo se passando com os ultra-sons). É,
portanto, inquestionável que não conhecemos, sensorialmente, a _________________ tal
como ela é.

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Sendo assim, parece que os ____________ nos enganam, pois os dados que nos
fornecem acerca da realidade são insuficientes para alcançarmos um conhecimento
verdadeiro, ou objetivo, da mesma.
Por isso, a razão permite-nos alcançar conhecimentos que nunca poderíamos alcançar
exclusivamente através do uso dos __________________.
2x realidade - essencial - epistemologia- subjectivo- 2x senso comum- esforço - 3x
sentidos- relativo - conhecimento vulgar - espontâneo

1. As principais características do senso comum

Caráter empírico – é um saber que deriva directamente da experiência quotidiana, da


experiência sensível e concreta, não necessitando, por isso, de uma elaboração racional
profunda dos dados recolhidos através dessa experiência.
Caráter acrítico – não necessitando de uma elaboração racional, o senso comum não
procede a uma crítica dos seus elementos, é um conhecimento passivo, em que o indivíduo
não se interroga sobre os dados da experiência, nem se preocupa com a possibilidade de
existirem erros no seu conhecimento da realidade.
Caráter assistemático – não é um saber estruturado racionalmente, tanto ao nível da sua
aquisição, como ao nível da sua construção; não existe um plano ou um projeto racional
que lhe dê coerência.
Caráter ametódico – não tem método, ou seja, é um saber que não segue um conjunto de
regras formais. Os indivíduos adquirem-no sem esforço e sem estudo, é um saber que
nasce da sedimentação casual da experiência captada ao nível do quotidiano (por isso se
diz que o senso comum é sincrético).
Caráter aparente ou ilusório – como não há preocupação de procurar erros, é um
conhecimento que se contenta com as aparências formando, por isso, muitas vezes, uma
representação ilusória, deturpada e falsa da realidade.
Caráter coletivo e tradicional – saber partilhado pelos membros de uma comunidade,
permitindo que os indivíduos possam cooperar nas tarefas essenciais à vida social e
transmitam e partilhem entre si esse saber.
Caráter subjetivo – cada indivíduo vê e interpreta o mundo à sua maneira, de acordo com
a sua sensibilidade, experiência pessoal, personalidade... Forma as suas opiniões sem a
preocupação de as testar ou de as fundamentar num exame isento e crítico da realidade, é
um conhecimento que depende do sujeito e, de algum modo, espelha o seu modo de ser e
pensar.
Caráter superficial - O senso comum não aprofunda o seu conhecimento da realidade,
fica-se pela superfície ou aparência; não procurando descobrir as causas dos
acontecimentos, ou seja, a sua razão de ser que, por sua vez, permitiria explicá-los
racionalmente.
Caráter particular – o senso comum não é um saber universal, uma vez que se fica pela
aquisição de informações muito incompletas sobre a realidade (também por isso se diz que
é fragmentário), não podendo, assim, fazer generalizações fundamentadas.
Caráter prático e utilitário – O senso comum nasce da prática quotidiana e está orientado
para o desempenho das tarefas da vida quotidiana e, por isso, as informações que o
compõem são o mais simples e diretas possível.
Caráter supersticioso – Para além de empírico (baseado nos sentidos), é baseado nas
“pequenas crenças”, crendices ou superstições e lendas amplamente difundidas por via
oral. Algumas dessas superstições estão difundidas em provérbios e ditados.

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Texto 1: “O senso comum é um saber que está presente em todas as sociedades e em
todos os indivíduos (todos são dotados de senso comum). Mas o senso comum é plural,
variando de sociedade para sociedade e modificando-se com o decorrer dos tempos.
O senso comum, enquanto princípio de sociabilidade, constitui o acordo mínimo exigível
para que qualquer sociedade funcione como tal; ele assegura a coesão indispensável para
que se possa falar de comunidade e de vida coletiva.
Ele é princípio de equilibração, essencial a toda a sociedade, entre a dimensão do indivíduo
e a dimensão do coletivo ou dito de outra forma, da sujeição do indivíduo às normas da vida
coletiva.
O senso comum é também o senso tradicional. Costumamos dizer: “sempre foi assim” para
justificar um procedimento que nos criticam.
O senso comum transporta e naturaliza um conjunto de convenções implícitas ou
intrínsecas ao agir humano coletivamente dimensionado. Neste sentido, ele é conducente
ou solidário de uma aceitação que assinala uma passividade inerente e indispensável face
às exigências práticas e pragmáticas da vida. Como se adquire o senso comum? Ele é fruto
da aprendizagem e educação que espontânea e/ou institucionalmente recebemos enquanto
membros de uma comunidade.” José M. Girão e Rui Alex. Grácio

Atividade 1
1. Identifica as características do senso comum presentes no texto, explica-as e indica
as passagens do texto em que te apoias.

2.Conhecimento científico
As fronteiras do senso comum não são definidas e, por isso, nem sempre é fácil dizer
o que está incluído neste género de conhecimento. O que distingue o senso comum da
ciência? Uma diferença nítida é a seguinte: ao passo que o conhecimento do senso
comum é assistemático, pois consiste em informações dispersas e logicamente pouco
estruturadas ou organizadas entre si, o conhecimento científico é sistemático, já que as
diversas ciências consistem em corpos organizados de conhecimentos que, entre si,
possuem coerência. Mas esta diferença não basta para distinguir o senso comum da
ciência. Afinal, nem toda a informação organizada, por muito sistemática que seja,
proporciona conhecimento científico. Ernest Nagel faz a seguinte proposta: “As ciências
distinguem-se do senso comum porque têm em vista uma explicação dos factos
simultaneamente sistemática e controlável pela experiência.” Ao nível do senso comum,
os factos ficam por explicar ou recebem explicações muito superficiais. Ao nível da
ciência, pelo contrário, o objetivo é explicar, tão profundamente quanto possível, os
factos conhecidos. Por exemplo, o senso comum diz-nos que o metal dilata quando é
aquecido, mas só a ciência nos mostra por que motivo isto acontece. As explicações
científicas partem de teorias. E essas teorias são sistemáticas e controláveis pela
experiência. O que significa isto? As teorias científicas são sistemáticas de uma forma
especial: visam unificar os fenómenos. O mundo, tal como o observamos, parece ser
muito caótico e irregular. Os cientistas tentam encontrar uma ordem por detrás das
aparências e para esse efeito avançam hipóteses que visam captar as Leis da
Natureza. Quando são bem-sucedidos conseguem explicar fenómenos muito
diversos e aparentemente díspares (sem relação alguma entre si) a partir de um número
muito reduzido de leis. As teorias científicas são controláveis pela experiência porque
não são meramente especulativas ou puras teorias. Os cientistas testam
experimentalmente essas teorias e têm uma abertura geral para as modificar se estas

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não passarem nos testes das experiências, ou seja, caso não estejam de acordo com
aquilo que observamos no mundo.
Essa disposição para rever as teorias aceites em cada momento é uma parte essencial
da atitude crítica que acompanha a ciência. Como os cientistas têm esta atitude e,
portanto, não encaram as doutrinas da sua época como doutrinas inquestionáveis, o
corpo de teorias que constitui a ciência está constantemente a mudar (revisibilidade e
progresso científicos). As mudanças mais drásticas, que implicam a substituição de
certas teorias importantes por outras muito diferentes, constituem revoluções científicas.
Ao nível do senso comum não encontramos esta atitude. Por isso, o senso comum é um
corpo de crenças relativamente estável, pouco sujeito a mudanças rápidas ou radicais.
De qualquer modo, ele não é absolutamente estático e sofre alterações, também por
influência da própria ciência. Por exemplo, a forma como hoje encaramos os problemas
ecológicos e ambientais é maioritariamente da responsabilidade das conclusões e
estudos que a ciência soube transmitir ao senso comum.

2.1. Ciência e senso comum, que relação?


Texto2
1. Será a ciência apenas “senso comum organizado”? “Ninguém duvida seriamente
de que muitas das ciências particulares existentes se desenvolveram a partir das
necessidades práticas da vida quotidiana: a geometria a partir de problemas de medição
dos campos, a mecânica a partir de problemas suscitados pelas artes arquitetónicas e
militares, a biologia a partir de problemas da saúde humana e da criação de animais, a
química a partir de problemas suscitados pelas indústrias de tintas e de metais, a
economia a partir de problemas de gestão doméstica e de organização política, e assim
por diante. É certo que existiram outros estímulos para o desenvolvimento das ciências
para além daqueles que surgiram dos problemas das artes práticas. No entanto, estes
últimos tiveram, e ainda continuam a ter, um papel importante na história da investigação
científica. Nestas circunstâncias, os comentadores da natureza da ciência que ficaram
impressionados pela continuidade histórica entre as convicções do senso comum e as
conclusões científicas, têm proposto por vezes que se diferencie ambas através da
fórmula que nos diz que as ciências são simplesmente senso comum “organizado” ou
“classificado”. Não há dúvida de que as ciências são corpos organizados de
conhecimento, e de que em todas elas uma classificação dos seus materiais em tipos ou
géneros importantes (como a classificação dos seres vivos em espécies na biologia) é
uma tarefa indispensável. Mesmo assim é claro que a fórmula proposta não exprime
adequadamente as diferentes características entre a ciência e o senso comum. Os
apontamentos de um conferencista sobre as suas viagens em África podem estar muito
bem organizados para o objetivo de comunicar informação de uma maneira interessante
e eficiente, sem que isso converta essa informação naquilo a que historicamente se tem
chamado ciência. Um catálogo de um bibliotecário apresenta uma boa classificação de
livros, mas ninguém que respeite um pouco o sentido histórico da palavra dirá que o
catálogo é uma ciência. A dificuldade óbvia é a de que a fórmula proposta não especifica
que tipo de classificação é característica das ciências.
2. Explicações científicas. Vamos então virar-nos para esta questão. Uma
característica notável de muita da informação que adquirimos ao longo da experiência
comum é a de que, embora essa informação possa ser suficientemente precisa dentro
de certos limites, ela raramente é acompanhada por qualquer explicação que nos diga
por que se deram os factos alegados. Deste modo, as sociedades que descobriram os
usos da roda habitualmente não sabiam nada sobre forças de fricção, nem sobre as
razões que fazem com que os bens colocados em veículos com rodas sejam
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transportados com mais facilidade do que os bens arrastados pelo chão. Muitas pessoas
aprenderam que era aconselhável adubar os seus campos agrícolas, mas poucas se
preocuparam com as razões para agir assim. As propriedades medicinais de plantas
como a dedaleira foram reconhecidas há séculos, embora habitualmente não se tenha
oferecido qualquer explicação das suas virtudes benéficas. Para além disso, quando o
“senso comum” tenta dar explicações para os seus factos — como quando se explica o
valor da dedaleira como estimulante cardíaco através da semelhança entre a forma da
flor e a do coração humano — as explicações carecem frequentemente de testes sobre
a sua relevância para os fatos. É o desejo de explicações que sejam ao mesmo tempo
sistemáticas e controláveis através de dados factuais que gera a ciência, e é a
organização e classificação do conhecimento segundo princípios explicativos que é o
objetivo próprio das ciências. Mais especificamente, as ciências procuram descobrir e
formular em termos gerais as condições sob as quais ocorrem acontecimentos de vários
géneros, sendo as proposições sobre essas condições determinantes para as
explicações desses acontecimentos. Podem descobrir-se relações regulares que
abrangem vastos domínios de factos, de tal forma que com a ajuda de um pequeno
número de princípios explicativos pode mostrar-se que um número indefinidamente
grande de proposições sobre esses factos constitui um corpo de conhecimento
logicamente unificado. Esta unificação assume por vezes a forma de um sistema
dedutivo, como acontece na geometria demonstrativa e na ciência da mecânica. Deste
modo, através de poucos princípios, como os que foram formulados por Newton,
consegue-se mostrar que proposições sobre o movimento da Lua, o comportamento das
marés, os percursos de projéteis e a subida de líquidos em tubos estreitos estão
intimamente relacionadas, e que todas essas proposições podem ser rigorosamente
deduzidas a partir desses princípios em conjunção com várias informações sobre factos.
Explicar, estabelecer alguma relação de dependência entre proposições que
superficialmente não estão relacionadas, apresentar sistematicamente conexões entre
fragmentos de informação aparentemente heterogéneos, são características próprias da
investigação científica.
3. A indeterminação do senso comum. Muitas crenças quotidianas sobreviveram a
séculos de experiência, o que contrasta com o período de vida relativamente curto a que
estão frequentemente destinadas as conclusões avançadas em vários ramos da ciência
moderna. Uma das razões deste facto merece atenção. Consideremos um exemplo de
uma crença do senso comum, como a de que a água solidifica quando é suficientemente
arrefecida. Se pudermos considerar este exemplo como típico, podemos dizer que a
linguagem em que o senso comum está formulado e é transmitido pode exibir dois tipos
importantes de indeterminação. Em primeiro lugar, os termos da linguagem comum
podem ser bastante vagos, no sentido em que a classe das coisas designadas por um
termo não está clara e rigorosamente demarcada da classe das coisas que ele não
designa. Em segundo lugar, os termos da linguagem comum podem carecer de um grau
de especificidade relevante. Por esse motivo, as relações de dependência entre
acontecimentos não estão formuladas de uma maneira determinada com precisão nas
proposições que contêm esses termos. Devido a estas características da linguagem
comum, o controle experimental das crenças do senso comum é frequentemente difícil,
já que não pode traçar-se facilmente a distinção entre os dados da observação que as
confirmam e os que as refutam. Deste modo, a crença de que “em geral” a água
solidifica quando é suficientemente arrefecida pode corresponder às necessidades das
pessoas cujo interesse pelo fenómeno do arrefecimento está circunscrito ao seu
interesse em atingir os objetivos habituais da sua vida quotidiana, apesar de a
linguagem utilizada na codificação desta crença ser vaga e carecer de especificidade.
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Essas pessoas podem por isso não ver qualquer razão para modificar a sua crença,
mesmo que reconheçam que a água do oceano não congela, embora a sua temperatura
seja sensivelmente a mesma do que a água de um poço quando começa a solidificar, ou
que alguns líquidos têm de ser arrefecidos a um grau maior do que outros para
mudarem para o estado sólido. Se forem pressionadas para justificar a sua crença
perante estes factos, essas pessoas podem talvez excluir arbitrariamente os oceanos da
classe de coisas a que dão o nome de água, ou, como alternativa, podem exprimir uma
confiança renovada na sua crença, defendendo que seja qual for o grau de
arrefecimento que possa ser necessário, os líquidos classificados como água acabam
por solidificar quando são arrefecidos.
4. A refutabilidade e instabilidade da ciência. Na sua procura de explicações
sistemáticas, as ciências devem reduzir a indeterminação indicada da linguagem comum
ao remodelá-la. A química física, por exemplo, não se satisfaz com a generalização,
formulada de uma maneira vaga, segundo a qual a água solidifica quando é
suficientemente arrefecida, já que o objetivo desta disciplina é o de explicar, entre outras
coisas, por que a água e o leite que bebemos congelam a certas temperaturas, embora
a essas temperaturas não aconteça o mesmo com a água do oceano. Para atingir este
objetivo, a química física deve então introduzir distinções claras entre vários tipos de
água e entre várias quantidades de arrefecimento. Várias técnicas reduzem a vagueza e
aumentam a especificidade das expressões linguísticas. Para muitos propósitos, contar
e medir são as técnicas mais eficientes, e talvez sejam também as mais conhecidas. Os
poetas podem cantar a infinidade de estrelas que permanecem no céu visível, mas o
astrónomo quer especificar o seu número exato. O artesão que trabalha com metais
pode ficar satisfeito por saber que o ferro é mais duro do que o chumbo, mas o físico
que quer explicar este facto tem de ter uma medida precisa da diferença em dureza.
Uma consequência óbvia, mas importante, da precisão assim introduzida é a de que as
proposições se tornam suscetíveis de ser testadas pela experiência de uma maneira
mais crítica e cuidada. As crenças pré-científicas são frequentemente insuscetíveis de
ser sujeitas a testes experimentais definidos, simplesmente porque essas crenças são
compatíveis de uma maneira vaga com uma classe indeterminada de fatos que não são
analisados. As proposições científicas, como têm de estar de acordo com dados da
observação bem especificados, enfrentam riscos maiores de ser refutadas por esses
dados. A maior determinação da linguagem científica ajuda a esclarecer o facto de
muitas crenças do senso comum terem uma estabilidade, que se prolonga
frequentemente por muitos séculos, que poucas teorias científicas possuem. É mais
difícil construir uma teoria que, depois de confrontos repetidos com os resultados de
observações experimentais rigorosas, permanece inabalada, quando os critérios para o
acordo que se deve obter entre esses dados experimentais e as previsões derivadas da
teoria são exigentes do que quando esses critérios são vagos e não se exige que os
dados experimentais admissíveis sejam estabelecidos por procedimentos
cuidadosamente controlados. Na verdade, as ciências mais avançadas especificam
quase sempre o grau com que as previsões derivadas de uma teoria se podem desviar
dos resultados das experiências sem invalidar a teoria. Os limites desses desvios
permissíveis geralmente são bastante reduzidos, de tal modo que certas discrepâncias
entre a teoria e a experiência que seriam vistas pelo senso comum como insignificantes
são frequentemente consideradas fatais para a adequação da teoria. Por outro lado,
embora a maior determinação das proposições científicas as exponha a riscos de se
descobrir que estão erradas maiores do que aqueles que enfrentam as crenças do
senso comum (enunciadas com menos precisão), as primeiras têm uma vantagem
importante sobre as segundas. Elas têm uma capacidade maior para ser
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incorporadas em sistemas de explicação amplos e claramente articulados. Quando
esses sistemas são adequadamente confirmados por dados experimentais, revelam
muitas vezes relações de dependência surpreendentes entre muitos tipos de factos
experimentalmente identificáveis, mas diferentes.
5. Conclusões. Nas diferenças entre a ciência moderna e o senso comum já
mencionadas, está implícita a diferença importante que deriva de uma estratégia
deliberada da ciência que a leva a expor as suas propostas cognitivas ao confronto
repetido com dados observacionais criticamente comprovativos, procurados sob
condições cuidadosamente controladas. Isto não significa, no entanto, que as crenças
do senso comum sejam invariavelmente erradas, ou que não tenham quaisquer
fundamentos em factos empiricamente verificáveis. Significa que, por uma questão de
princípio estabelecido, as crenças do senso comum não são sujeitas a testes
sistemáticos realizados à luz de dados obtidos para determinar se essas crenças são
fidedignas e qual é o alcance da sua validade. Significa também que os dados admitidos
como relevantes na ciência devem ser obtidos através de procedimentos instituídos com
o objetivo de eliminar fontes de erro conhecidas. Deste modo, a procura de explicações
na ciência não consiste simplesmente em tentar obter “primeiros princípios” que sejam
plausíveis à primeira vista e que possam vagamente dar conta dos “factos” da
experiência habitual. Pelo contrário, essa procura consiste em tentar obter hipóteses
explicativas que sejam genuinamente testáveis, porque se exige que elas tenham
consequências lógicas suficientemente precisas para não serem compatíveis com quase
todos os estados de coisas concebíveis. As hipóteses procuradas devem assim estar
sujeitas à possibilidade de rejeição, que dependerá dos resultados dos procedimentos
críticos, inerentes à pesquisa científica, destinados a determinar quais são os
verdadeiros factos do mundo. tradução: Pedro Galvão fonte: A arte de pensar original:
The Structure of Science Nova Iorque, Harcourt, Brace & World, 1961 Atividade
Atividade 2:
1. Explica porque é que, para o autor, a organização do conhecimento científico não é
condição suficiente para caracterizar a ciência.

2. Qual a primeira grande diferença que é estabelecida no texto entre senso comum e
ciência, pa ra além da organização? Explica-a.

3. Identifica no ponto 2. as leis que se inferem da teoria mais geral de Newton.

4. Identifica as diferenças entre a linguagem do senso comum e a do conhecimento


científico (ponto 3).

5. Explica como é que as proposições científicas se tornam mais suscetíveis de ser


testadas do que as do senso comum.

6. Qual o nível de conhecimento mais tolerante com os desvios à teoria? Ciência ou


senso comum? Justifica.

7. No final do ponto 4., qual a característica do conhecimento científico que podemos


identificar na frase a negrito?

8. A partir do texto podemos inferir que os factos científicos não são dados? Justifica.

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9. Esclarece a posição do autor face à relação de continuidade ou rutura entre senso
comum e ciência.

2.3. Caracterização do conhecimento científico


Caráter racional – O conhecimento científico é racional porque é uma construção que
resulta dum esforço do pensamento matemático e lógico de encontrar soluções para
problemas, de construir instrumentos científicos de precisão para recolha de dados. É
ainda racional porque utiliza a linguagem matemática (racional, por excelência), pensa e
executa com rigor e precisão matemáticos testes experimentais e critica racionalmente
as hipóteses em vigor. É ainda racional porque organiza as leis científicas, de forma
coerente, em corpos de saber ou teorias. Este aspeto não impede que existam outros
aspetos empíricos, mas estes não são os mais importantes.

Caráter crítico – O conhecimento científico é crítico porque assume as suas conquistas


como provisórias e o investigador em ciência tem uma atitude de abertura e progresso,
questionando sempre o saber instituído e procurando a correção de possíveis
falhas/incompletudes, indo mais além do que a ciência já foi. Só por isso se pode
continuar a fazer investigação científica, pressupondo-se que ainda (e sempre) há
“mistérios” para investigar.

Caráter sistemático – o conhecimento científico explica os fenómenos, tenta prever as


suas ocorrências e serve-se desses conhecimentos para manipular o mundo. Cada
conhecimento científico integra sistemas de conhecimentos ou leis científicas que, por
sua vez, constituem teorias científicas que servem para explicar e manipular a realidade
e que se articulam em saberes organizados entre as várias ciências. Essa unidade e
coerência entre os diferentes saberes (que também está presente no modo como se
procede para alcançar esses saberes, ou método) é que constitui a sistematicidade da
ciência.

Caráter metódico – O conhecimento científico não é um saber espontâneo ou imediato,


mas sim um saber que resulta da utilização de um método próprio, de um percurso
sequencial definido e organizado, de acordo com as especificidades próprias de cada
área de investigação. Procede segundo etapas e observa e experimenta (ou testa)
hipóteses de acordo com instrumentos e técnicas próprios, criados e convencionados
dentro da comunidade científica.

Caráter específico e especializado – À medida que a ciência progride e se desenvolve,


o volume de conhecimentos aumenta e exige que se vão ramificando as áreas de
investigação. A tendência, em ciência, é para cada vez mais os cientistas se
especializarem no estudo duma parte ínfima da realidade e não dominarem as áreas
que as cercam. Ganha-se, assim, em “visão” ou compreensão e explicação de pormenor
ou parcela da realidade e perde-se em compreensão e explicação do “todo” ou conjunto
(no passado o cientista podia dar-se ao “luxo” de fazer investigação em diferentes áreas
do saber e possuir um saber enciclopédico, como foi o caso de Newton que, para além
de cientista em diferentes áreas, foi também matemático, teólogo e filósofo). Por esse
motivo, a ciência tende a interrogar-se cada vez menos sobre o valor ético do seu
trabalho e faz-se a investigação pela investigação e pelo interesse prático de
intervenção na realidade que (possa vir a ter), mas sem questionar acerca das
consequências (muitas vezes em cadeia) que determinada investigação pode acarretar.
Por ser um saber específico (com características próprias dentro de cada área) e
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especializado exige que se estude a história da ciência (para se conhecer o saber que
está constituído, se trabalhar com ele, não o repetir e poder detetar eventuais falhas
nesse saber); à medida que se avolumam os saberes dentro de cada área aumenta
cada vez mais a exigência feita aos cientistas ou investigadores. Também a constante
transformação do mundo, a par do progresso científico exige que os elementos duma
determinada comunidade científica se mantenham em diálogo uns com os outros,
atualizando permanentemente os seus conhecimentos, à medida que novas descobertas
vão sendo feitas e novos problemas vão surgindo: a validação e difusão dos novos
conhecimentos faz-se através de equipas de trabalho, artigos publicados, livros,
conferências e videoconferências.

Caráter objetivo/intersubjetivo – A ciência é objetiva na medida em que utiliza


métodos e técnicas convencionados dentro da comunidade científica e que
continuamente estão sujeitos a crítica e a revisão rigorosa. Procura explicar como a
realidade funciona em si mesma e tenta eliminar os aspectos pouco rigorosos e/ou
subjectivos do conhecimento. No fundo, o valor do procedimento (métodos e técnicas) e
do conhecimento científico é validado intersubjetivamente pelos investigadores
pertencentes a determinada comunidade ou área de investigação.

Caráter profundo e rigoroso – O conhecimento científico vai para além das aparências,
procurando aprofundar o conhecimento acerca da realidade, contrariando, muitas vezes,
aquilo que uma visão aparente da realidade nos mostra. Essa profundidade e rigor
exprimem-se, por exemplo, no uso de instrumentos científicos de precisão que visam
melhorar o alcance dos sentidos e permitem obter dados medidos rigorosamente e
traduzíveis em linguagem matemática de modo a poderem também fazer-se previsões
rigorosas que, caso sejam contrariadas pela experiência, serão sujeitas a revisão para
eliminação das falhas.

Caráter universal – O espírito científico aplica-se a todas os fenómenos do universo, a


todo o seu conjunto e esta é uma das expressões da sua universalidade. Por outro lado,
ele procura ser validado universalmente, ou seja, procura que as suas conquistas se
tornem consensuais entre a comunidade científica, ainda que nem sempre isso seja
possível. O facto de a ciência ser uma construção racional e as operações da razão
funcionarem com princípios e regras universais, “empresta” à ciência também essa
característica.

Caráter teórico e técnico – A ciência fornece explicações teóricas para os fenómenos,


mas também permite fazer previsões e transformações da realidade com base nessas
explicações e conhecimentos.

Caráter revisível- Pelo mesmo motivo que é crítica, a ciência sujeita-se a revisões, pois
uma vez encontrada uma falha ou um erro eles devem ser eliminados pela alteração,
parcial ou total, da teoria ou da lei onde essas falhas foram encontradas.

Caráter relativo – A ciência faz-se de acordo com um conjunto de circunstâncias, ou


seja, dentro de um contexto complexo de interesses e curiosidades. Assim, um projeto
de investigação é levado a cabo se conseguir financiamento para se concretizar e esse
financiamento é atribuído em função dos interesses políticos, sociais, económicos,
pessoais, institucionais que se apresentam num determinado lugar e cultura e numa
determinada época. As aplicações práticas da ciência fazem com que hoje, mais do que
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nunca, a ciência não seja um saber puramente pelo saber, isto é, um saber
desinteressado e/ou descomprometido com a realidade.

Caráter experimental – Um conhecimento só é considerado científico se puder ser


posto à prova experimentalmente, isto é, se pudermos imaginar e criar situações
experimentais (observações provocadas ou invocadas) que permitam testar e validar as
hipóteses. Nalguns casos, como na astronomia, aproveita-se os dados que se possuem
e tenta-se interpretar, sem possibilidade concreta de experimentação.
Texto 3
“A ciência, a filosofia, o pensamento racional, todos devem partir do senso comum. Não,
talvez, por ser o senso comum um ponto de partida seguro: a expressão "senso comum"
que estou aqui a usar é muito vaga, simplesmente porque denota uma coisa vaga e
mutável - os instintos, ou opiniões de muitas pessoas, às vezes adequados ou
verdadeiros e às vezes inadequados ou falsos. Como nos pode fornecer um ponto de
partida uma coisa tão vaga e insegura como o senso comum? A minha resposta é:
porque não pretendemos nem tentamos construir (...) um sistema seguro sobre esses
"alicerces". Qualquer das nossas muitas suposições de senso comum (...) da qual
partamos pode ser contestada e criticada a qualquer tempo; frequentemente, tal
suposição é criticada com êxito e rejeitada (por exemplo, a teoria de que a Terra é
plana). Em tal caso, o senso comum é modificado pela correção, ou é transcendido e
substituído por uma teoria que, por menor ou maior período de tempo, pode parecer a
certas pessoas como mais ou menos "maluca" (...). Toda a ciência e toda a filosofia são
senso comum esclarecido. (...) A minha primeira tese é, pois, que o nosso ponto de
partida é o senso comum e que o nosso grande instrumento para progredir é a crítica.”
K. Popper (1975), Conhecimento Objetivo, Belo Horizonte, Editora da Universidade de S.
Paulo e Itatiaia Limitada, p. 42.

Texto 4 “A ciência, na sua necessidade de realização, como no seu princípio, opõe-se


absolutamente à opinião. Se lhe acontece, num aspeto particular, legitimar a opinião, é
por outras razões que não aquelas que fundamentam a opinião; de tal maneira que a
opinião não tem de direito qualquer razão. A opinião pensa mal; ela não pensa: ela
traduz necessidades em conhecimentos. Designando os objetos pela sua utilidade, ela
interdiz-se de os conhecer. Nada se pode fundar sobre a opinião: é necessário primeiro
destruí-la. Ela é o primeiro obstáculo a superar. Não bastará, por exemplo, retificá-la em
pontos particulares, mantendo, como uma espécie de moral provisória, um
conhecimento vulgar provisório. O espírito científico interdita-nos de ter uma opinião
sobre questões que não compreendemos, sobre questões que nós não sabemos
formular claramente.” G. Bachelard (1996), La Formation de l'Esprit Scientifique, Paris,J.
Vrin, p. 14.

Atividade 3
1. Clarifica as posições de Bachelard e de Popper relativamente à relação entre senso
comum e ciência e justifica utilizando os textos para fundamentar a sua resposta

2. Classifica as afirmações que se seguem como Verdadeiras ou Falsas:


a) A Epistemologia é o estudo dos princípios, hipóteses e resultados do conhecimento
científico.
b) Geralmente o conhecimento do senso comum é objetivo pois julga conhecer aquilo
que as coisas são.

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c) Ao contrário do conhecimento vulgar, o conhecimento científico é assistemático e
metódico.
d) A atividade do cientista é desinteressada e isolada de todo o contexto em que se
pratica.
e) Uma vez que a atividade dos cientistas é produzir conhecimentos objetivos, a
argumentação é um procedimento indispensável na atividade científica.
f) No seu trabalho, os cientistas são muitas vezes influenciados por fatores de ordem
estética, ideológica, económica e política.
g) A universalidade do conhecimento científico não significa que tenha e venha a ter o
mesmo valor em todas as épocas e lugares e para todos os cientistas de certa
comunidade científica.
h) A ciência, ao contrário do senso comum, que é sincrético, é um saber cada vez mais
especializado.
i) Não basta a um cientista fazer uma descoberta inteligente para ser reconhecido, é
preciso que seja aceite e reconhecido dentro da sua comunidade de investigação e que
respeite os procedimentos convencionados por essa mesma comunidade.

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