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Tipos de conhecimento
Conhecimento teológico-religioso:
- Seus fundamentos são baseados em dogmas e ritos, aceitos pela fé, não podem ser
provados e nem admitem críticas, pois são revelação de uma vontade sobrenatural.
considerados a única fonte da verdade.
- Uma de suas principais características é o fato de serem valorativas. Elas propõem
uma série de valores que devem ser seguidos por todos.
- As verdades da fé estão registradas nos livros considerados sagrados, na palavra dos
iluminados ou profetas e também nas doutrinas orientadoras de um determinado credo
religioso.
Conhecimento filosófico
O conhecimento filosófico é a representação elaborada pela inteligência exclusivamente
a partir de impressões sensíveis. Busca a compreensão da realidade no ambiente
universal. Não propõe soluções determinantes para grande número de problemas ou
questões que são apresentadas. Porém, capacita o ser humano a fazer uso de suas
faculdades mentais para observar melhor o sentido da vida concreta.
Para muitos, uma das grandes dificuldades do exercício filosófico é que há uma série de
questões sobre as quais não há uma concordância. Pode-se observar que esta é a riqueza
da filosofia: há sempre espaço para criar algo novo. A filosofia procura compreender a
realidade em seu contexto mais universal. Não há soluções definitivas para grande
número de questões. Entretanto, habilita o homem a fazer uso de suas faculdades para
ver melhor o sentido da vida concreta.
Exemplo: Você deve ter lido ou ouvido falar, nos últimos tempos, sobre notícias de
corrupção envolvendo políticos no Brasil. Você pode considerar uma discussão a
respeito disso a partir de dois pontos. Pode discutir isso no nível do senso comum,
absorvendo e reproduzindo ideias como: a corrupção não vai acabar nunca, todos os
políticos são corruptos etc. Porém, pode considerar pontos da discussão sob um olhar
mais crítico, lendo, debatendo e se questionando sobre, por exemplo: O que é
corrupção? O que é ética? O que faz as pessoas tomarem tal postura? Assim, você
aprofunda o tema e amplia pontos de vista. Isso tem relação com a construção de
conhecimento filosófico.
O conhecimento filosófico:
• É valorativo (no sentido de o sujeito agregar um valor ao que se acredita ou não) –
inicialmente consiste na elaboração de hipóteses, que não poderão ser submetidas à
comprovação. As hipóteses filosóficas baseiam-se na experiência, não na
experimentação.
• Não é verificável – a hipótese filosófica não pode ser confirmada nem refutada, por
conta do objeto de reflexão, de realidade imperceptível aos sentidos.
• É racional – consiste em um conjunto de enunciados logicamente correlacionados.
• É sistemático – sua hipótese e enunciados visam a uma representação coerente da
realidade estudada, em uma tentativa de apreendê-la em sua totalidade, ou seja, sob
aspectos e perspectivas diferenciados.
• É considerado infalível e exato – suas hipóteses e postulados não são submetidos ao
decisivo teste da observação e da experimentação.
Exemplos:
Considere o seguinte exemplo. Você já deve ter observado que o leite, ao ferver,
transborda do recipiente. Por esse motivo, ficamos em alerta quando colocamos o leite
para ferver, para não derramar. É verdade que muitas pessoas ignoram qual a causa
desse fenômeno; então se afirma que as pessoas têm apenas o conhecimento V U L G A
R.
Vamos dar outro exemplo, no campo da Economia. Ao fazer compras no supermercado,
as pessoas podem notar quando os preços das mercadorias sobem, mas ignoram a real
causa desse fenômeno. Às vezes, julgam que os culpados (as causas) sejam os
comerciantes varejistas.
É igualmente vulgar o conhecimento que, em geral, o lavrador, que não tem instrução
escrita ou é analfabeto, tem das coisas do campo. Ele decifra a produtividade do solo, os
ventos anunciadores de chuva e a conduta dos animais. Sabe onde furar um poço para
obter água, quando cortar uma árvore para melhor aproveitar a sua madeira e se a
colheita deve ser feita nesta ou naquela lua. Ele pode, inclusive, apresentar argumentos
lógicos para explicar os fatos que conhece, mas o seu conhecimento não adentra os
fenômenos, permanece na ordem aparente da realidade. Como é fruto da experiência,
que é pertinente, mas não essencial, não vai além do fato em si, do fenômeno isolado.
No dia a dia, estamos habituados a conviver com o fato de que o Sol nasce no Leste e se
põe no Oeste, sem atentarmos em que, na verdade, é a Terra que descreve uma órbita
em torno do Sol.
Conhecimento científico
O conhecimento científico também se põe contra o senso comum na medida em que é
construído a partir de experimentações, de pesquisas. É o tipo de conhecimento que
exige demonstrações das teorias e leis, submetendo-as a comprovações e testes. Busca
responder o porquê das coisas e fenômenos. A ciência torna preciso o que o senso
comum
conhece de maneira indefinida.
O conhecimento científico, também denominado de analítico, reduz o universo da ação,
isolando as variáveis para tratá-las isoladamente, fora do contexto global. A realidade é
tão complexa, que não é possível dominá-la (compreendê-la) completamente. O
homem, para apropriar-se de partes da realidade, teve de desenvolver diferentes tipos de
conhecimento. Para Cervo (2007), “este conhecimento vai além do empírico,
procurando conhecer, além do fenômeno, suas causas e leis”.
- É racional e objetivo porque é constituído por conceitos, juízos e raciocínios, a partir
da observação dos fatos, e não por sensações, imagens, modelos de conduta. É também
analítico porque decompõe o todo em suas partes componentes. De fato, os problemas
da ciência são parciais e, consequentemente, suas soluções e procedimentos científicos
de “análise” conduzem à síntese.
- É fatual porque parte dos fatos e sempre volta a eles, capta ou recolhe os fatos, da
mesma forma como se produzem ou se apresentam na natureza ou na sociedade. Porém,
é transcendente aos fatos: diz-se que o conhecimento científico transcende os fatos
quando os descarta ou produz novos fatos.
- É verificável por ser aceito como válido, quando passa pela prova da experiência
(ciências factuais) ou da demonstração (ciências formais). Ele precisa ser verificado por
meio da experimentação para a comprovação de suas hipóteses
- É metódico porque é planejado, já que o cientista planeja seu trabalho, e procura
sempre saber como proceder para encontrar o que almeja. Com isso, ele não age
ao acaso. Além disso, o cientista baseia-se em conhecimentos anteriores,
particularmente em hipóteses já confirmadas, em leis e princípios já estabelecidos.
Obedece a um método preestabelecido, que determina, no processo de investigação, a
aplicação de normas e técnicas, por etapas.
- É falível porque não é definitivo. O próprio progresso da ciência abre novos
horizontes, propõe novas indagações, sugere diversas hipóteses derivadas da própria
combinação das ideias existentes. Também não conhece barreiras que, a priori, limitem
o conhecimento.
- É geral por situar os fatos singulares em modelos gerais, os enunciados particulares
em esquemas amplos. Procura, na variedade e unicidade, a uniformidade e a
generalidade. A descoberta de leis ou princípios gerais possibilita a elaboração de
modelos ou sistemas mais amplos.