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Conhecimento popular

Prof. Martin Motloch


Tipos de conhecimento
1) Conhecimento popular (senso comum/sentido
comum)
2) Conhecimento religioso
3) Conhecimento filosófico
4) Conhecimento científico
Capacidades cognitivas humanas I
Os humanos começam com mais ou menos as
mesmas capacidades cognitivas (com algumas
exceções). Podemos olhar e ver. Podemos escutar
e ouvir. Podemos tocar e sentir. Podemos lamber
e saborear. Podemos cheirar e farejar. Podemos
manipular. Podemos pesquisar. Podemos lembrar.
Podemos imaginar. Podemos comparar. Podemos
pensar.
Capacidades cognitivas humanas II
Podemos comunicar os nossos pensamentos com
outros em palavras e imagens e compreender o que
eles nos dizem e mostram. Desta maneira, aprendemos
sobre o nosso meio-ambiente, sobre uns sobre outros e
sobre nós. Muito deste conhecimento vem
naturalmente e casualmente quando crescemos e
vivemos no mundo, até sem educação formal na escola
ou universidade.
Relativo à sociedade
Conhecimento do sentido comum: tudo que a maioria
de uma sociedade sabe. Assim, o conhecimento do
sentido comum muda de uma sociedade para outra.
Nas sociedades moderna, é conhecimento popular que
o sol é maior que a terra. Na sociedade, alemã é
conhecimento popular que “Wissenschaft” significa
ciência. Em cada sociedade humana é conhecimento
popular que corpos de pessoas contém sangue.
Conhecimento popular e preconceito I
Há uma distinção entre crenças do sentido comum e
conhecimento do sentido comum. Crenças do sentido
comum: qualquer coisa que a maioria da sociedade acredita.
Como sabemos, conhecimento implica que a crença seja
verdadeira. Assim, crenças falsas não são conhecimento. Nas
sociedades medievais, foi crença do sentido comum que a
terra era plana, mas não conhecimento, pois ela não era
plana.
Conhecimento popular e preconceito II
Muitas vezes, os membros de uma sociedade
acreditam que a crença é verdadeira. Por exemplo, na
Idade Média acreditava-se que a nobreza tinha sangue
melhor que o resto da sociedade. Muitas vezes é difícil
distinguir entre crenças do sentido comum e
conhecimento na própria sociedade, porém, as vezes
membros de outras sociedades podem dizer a
diferença.
Absurdiade convencional
O mito do uso de 10% do cérebro é uma lenda urbana
que afirma que só se utiliza um décimo da capacidade
do cérebro, de modo que grande parte dele é inativa.
Segundo a crença popular, se todo o cérebro fosse
utilizado, o indivíduo desfrutaria de habilidades
sobrenaturais. Alguns argumentam que a porção
inativa do cérebro esconde funções psicocinéticas e
psíquicas em geral além da possibilidade de
percepção extrassensorial.
Surgimento do sentido comum
O senso comum surge da necessidade de resolver
problemas imediatos. A nossa vida desenvolve-se em
torno do senso comum. Adquirido através de ações não
planejadas, ele surge instintivo, espontâneo, subjetivo,
acrítico, permeado pelas opiniões, emoções e valores
de quem o produz. Assim, o senso comum varia de
acordo com o conhecimento relativo da maioria dos
sujeitos num determinado momento histórico.
Exemplo de conhecimento popular
A época certa de se semear e colher determinados
tipos de cereais é também um exemplo de
conhecimento muito antigo, que foi passado de
geração em geração. Muitos camponeses de nossos
dias, mesmo iletrados e desprovidos de outros
conhecimentos, sabem o momento certo da
semeadura, a época da colheita, a necessidade da
utilização de adubos e os tipos de solos adequados
para diferentes culturas (MARCONI e LAKATOS, 2008).
Conhecimento assistemático
O senso comum, é aquele que é adquirido pela própria pessoa
na sua relação com o meio ambiente ou com o meio social,
obtido por meio de interação contínua na forma de ensaios e
tentativas que resultam em erros e em acertos.
Do ponto de vista da utilização de métodos e técnicas
científicas, esse tipo de conhecimento — mesmo quando
consolidado como convicção, como cultura ou como tradição
— é ametódico e assistemático.
Senso comum e o cotidiano
Esse conhecimento é constituído por meio de
interações, de experiências vivenciadas pela pessoa em
seu cotidiano e de investigações pessoais feitas ao
sabor das circunstâncias da vida; é sorvido do saber
dos outros e das tradições da coletividade .
Definição de senso comum
O modo de conhecer adquirido na nossa vivência
quotidiana,
de modo espontâneo e imediato. É comum a todos os
seres humanos,
sendo imprescindível para a resolução dos seus
problemas do dia-a-dia,
permitindo-lhes adaptarem-se
e sobreviverem no mundo.
Características do senso comum I
Conhecimento empírico: Baseia-se na percepção sensorial,
espontânea e imediata do real.
Saber construído de modo espontâneo e imediato: É um
conhecimento superficial que depende da experiência
quotidiana. Resulta da forma imediata de apreender o real,
não exige qualquer estudo prévio.
Indisciplinado e ametódico: Revela uma organização afetiva
das experiências. É assistemático e fragmentário. Adquire-se
sem o haver procurado ou estudado, sem a aplicação de um
método e sem reflexão.
Características do senso comum II
Superficial e Incompleto: Não explica os porquês das coisas. Conforma-
se com a aparência, com aquilo que se pode comprovar observando
sensorialmente as coisas. É um conhecimento ingénuo porque não é
crítico, não problematiza nem questiona.
Utiliza uma linguagem natural: Usa a linguagem do dia a dia, pouco
exata e ambígua.
Subjetivo: É um conhecimento subjetivo, depende do sujeito que
conhece, é uma mera opinião particular.
Transmite-se de geração em geração: Resulta de experiências pessoais
e é influenciado pela cultura sendo transmitido de pais para filhos. É
um saber baseado na repetição.
Prático e pragmático: É um saber concreto e utilitário, tem como
finalidade resolver a maior parte dos problemas do dia-a-dia.
Características essenciais do senso comum I
• superficial, isto é, conforma-se com a aparência, com aquilo
que se pode comprovar simplesmente estando junto das
coisas: expressa-se por frases como "porque o vi", "porque o
senti", "porque o disseram", "porque todo mundo o diz";
• sensitivo, ou seja, referente a vivências, estados de ânimo e
emoções da vida diária;
Características essenciais do senso comum II
• subjetivo, pois é o próprio sujeito que organiza suas
experiências e conhecimentos, tanto os que adquire por
vivência própria quanto os "por ouvi dizer"; o sejam não
se manifesta sempre de uma forma crítica.
• assistemático, pois esta "organização" das
experiências não visa a uma sistematização das ideias,
nem na forma de adquiri-las nem na tentativa de validá-
las;
• acrítico, pois, verdadeiros ou não, a pretensão de que
esses conhecimentos o sejam não se manifesta sempre
de uma forma crítica
folk psychology
Muitos pesquisadores alegam que temos conhecimento inato
dos princípios da psicologia do quotidiano (ing. folk
psychology, al. Alltagspsychologie). A psicologia do sentido
comum é uma rede de generalizações de sentido comum que
valem independentemente da cultura e contexto e dizem
respeito às relações entre estados mentais, entre eles e os
estados corporais e o comportamento. Ela inclui, por exemplo,
as crenças de que lesões causam dor, que percepções são
geralmente causadas por estados do ambiente apropriados.
Psicologia do cotidinao
Pesquisadores alegam que a complexidade, profundeza e
universalidade dos princípios da psicologia do quotidiano
ultrapassam o que pode fornecer a evidência empírica. As
suas explicações apelam a fenômenos não observáveis como
crenças, desejos, sentimentos, pensamentos. Um criança de 5
anos já sabe muitos desses princípios. O problema de como a
criança adquire essas generalizações somente pode ser
explicado tomando eles como inatos e ativados pela
experiência.
Blank Slate ?
A ideia de Piaget, de que a mente do bebê desde o início
possui uma estrutura e ele a emprega como base para a
construção do próprio conhecimento, sobreviveu o teste do
tempo. Os recém-nascidos não são reativos e passivos, nem
seus comportamentos são simples ou desorganizados; são
extremamente responsivos, e a notável plasticidade e a
grande capacidade de aprender a partir dos outros e do
ambiente, permite que se adaptem aos diferentes ambientes.
Ao mesmo tempo que são preparados para detectar estímulos
importantes para a sobrevivência e para agir e responder a
estímulos sociais e físicos diferentes, eles apresentam enorme
capacidade de aprender a partir do ambiente.
Regularidade físicas
Experimentos mostraram que bebês muitos novos sabem
empregar conceitos físicos como gravidade, solidez,
permanência de objetos. Baillargeon e DeVos (1991)
mostraram que os bebês de três meses e meio reagiam a
cenas nas quais eram apresentados eventos fisicamente
impossíveis. Eles eram habituados a ver uma figura se
movendo de um ponto para outro. Depois eram testados em
duas condições, uma possível e outra impossível fisicamente.
Na condição de evento possível, a figura passava por trás de
um muro com uma janela e a parte superior dela ficava visível
apenas ao passar por atrás da janela. Na condição impossível
a figura desaparecia atrás do anteparo e não ficava visível
quando passava pela janela, só reaparecendo ao final do
Números
Wynn (1992) demonstrou que bebês de cinco meses sabem adicionar
ou subtrair até três . No estudo , dois bonecos foram colocados em um
palco diante do bebê. Após um tempo de habituação, um anteparo
descia e impedia que se visse o que acontecia no palco. Em seguida, o
bebê via aparecer uma mão vazia na lateral, que entrava por trás do
anteparo e saía segurando um dos bonecos. Imediatamente após isso,
o anteparo era retirado. Os resultados mostram que o bebê olhava por
mais tempo a condição em que no palco permaneciam dois bonecos,
do que quando restava apenas um boneco no palco. O mesmo
acontecia quando a mão aparecia com um boneco na mão, entrava por
trás do anteparo e saía sem nada. Os bebês olhavam por mais tempo
quando, após a retirada do anteparo, restavam dois bonecos e não três.
O teste da falsa crença
O termo “Teoria da Mente” (ToM, “Theory of Mind”) se refere
à atribuição de estados mentais a outros indivíduos, para
prever e explicar seu comportamento.
O experimento clássico sobre “falsa crença” envolve uma
encenação: (1) a Personagem S (Sally) guarda um objeto em
um local X (cesto) e sai de cena; (2) entra a Personagem A
(Anne), que desloca o objeto de X (cesto) para Y (caixa) e sai;
(3) a Personagem S retorna em busca do objeto e pergunta-se
ao sujeito: “Aonde S irá procurar pelo [objeto]?”. Este teste (o
“Problema de Sally-Anne” ou da “falsa crença”
O teste de Sally-Anne
O resultados mostram que até os três anos, as crianças têm dificuldade
de entender que diferentes pessoas podem ter representações distintas
de uma mesma realidade – respondendo que a Personagem S (Sally)
iria procurar o objeto no novo local Y (caixa) (i.e., ignorando sua falsa
crença), enquanto que a quase totalidade das crianças de mais de seis
anos responde corretamente, indicando o local onde a Personagem A
havia deixado o objeto.
As crianças depois de três anos desenvolvem uma teoria da mente. Elas
sabem que outros indivíduos podem manter crenças diferentes delas e
que essas crenças podem ser falsas.
O cérebro social
As sociedades dos grandes primatas são sistemas sociais dispersos
(fusão-fissão). Efetivamente, os indivíduos têm que lidar o mundo
mental que inclui além dos indivíduos fisicamente presentes também
os virtuais. Incluir tanto os indivíduos presentes como ausente do
grupo nos cálculos sociais é extremamente exigente do ponto de vista
cognitivo (requer enorme poder computacional). Este tipo de sistema
social permitiu aos nossos ancestrais adotar uma existência nômade
dentro de territórios muito extensos, pois limitou o risco de predadores
e segurou acesso a recursos limitados (através de comércio/trocas).
Neste sistema social, relações são ligações sólidas no espaço-tempo
sem a necessidade de interação constante.
The social brain
Segundo a hipótese do cérebro social: os grandes
primatas evoluíram grandes cérebros para lidar com
suas vidas sociais incomumente complexas. Nessa
hipótese, tanto pequenas sociedades quanto grupos
sociais de amigos são divididos em camadas inclusivas
com uma estrutura peculiar: Cada camada é três vezes
maior que a camada que está englobando, com
camadas sucessivas consistindo de 5, 15, 50,150, 500 e
1500 indivíduos, aproximadamente.
Círculos de intimidade
5: círculo interno, aqueles de quis procuramos ajuda em
necessidades e crises
12-15: grupo de simpatia com quais temos relações fortes
35-50 : tamanho típico de acampamento noturno de
caçadores-coletores; pessoas que você considera amigos
próximos; contatamos pelo menos uma vez por mês
150: equivale a um clã de caçadores-coletores, amigos casuais
500: mega-bando; conhecidos
1500: tribo: as pessoas que falam o mesmo dialeto, possível
atribuir nome ao rosto
Dunbar Number
O número de Dunbar: 150
O número de Dunbar define o limite cognitivo teórico do
número de pessoas com as quais um indivíduo pode manter
relações sociais estáveis, ou seja, uma relação onde o
indivíduo conhece cada membro do grupo e sabe identificar
em que relação cada indivíduo se encontra com os outros
indivíduos do grupo. Este número define as pessoas que
conhecemos individualmente e com quais temos relações
baseadas na confiança e obrigação.
Além do número de Dunbar
Até 150 podemos conhecer os indivíduos como indivíduos.
Com eles temos relações pessoais com história, interação
passada e algum nível de intimidade. Com eles queremos
manter contatos, temos interesse constante na vida deles,
estamos disposta a ajudá-los com favores, basicamente
porque sentimos obrigações por causa de parentesco,
camaradagem em organizações ou comunidades.
As pessoas além deste círculo conhecemos somente com
categorias (por exemplo: professor, policial) podemos os
etiquetar como pertencendo a uma classe particular e a
etiqueta fornece a instrução com interagir com eles.
A tarefa da escolha de Wason
Wason (1966) empregou este teste para verificar até que ponto o senso
comum está bem equipado para testar hipóteses, buscando evidências
que as contradigam. Uma hipótese condicional é apresentada aos
sujeitos (“Se P, então Q”), juntamente com quatro cartões
correspondendo a instâncias que podem potencialmente falseá-la
(exibindo, na face visível, “P”, “Q”, “não-P” e “não-Q”). No exemplo
mais simples, as faces visíveis das cartas mostram os caracteres “A”,
“D”, “7” e “4”, é explicado que cada carta possui, em uma face, uma
letra, e na outra, um número, e a hipótese em questão é: “se uma carta
tem uma vogal de um lado, tem um número par do outro”. Cabe aos
sujeitos testá-la, indicando quais as cartas relevantes para isso.
Se uma carta tem uma vogal de um lado, ela tem um
número par do outro.
Cada carta possui, em uma face, uma letra, e na outra, um número. carta possui,
em uma face, uma letra, e na outra, um número, e a hipótese em questão é: “se uma carta tem uma vogal de um lado, tem
um número par do outro”. Cabe aos sujeitos testá-la, indicando quais as cartas relevantes para

Tenho que virar quais cartas para descobrir se a regra é verdadeira ou falsa?
Se uma pessoa bebe cerveja , ela tem que ser de maior
“Imagine que você é um barman que deve cumprir a lei
proibindo a venda de bebidas alcoólicas para menores”; as
cartas representam os fregueses: “bebendo cerveja”,
“bebendo refrigerante”, com “25 anos” e com “16 anos”.
Resposta
Logicamente, a resposta é “P” e “não-Q” – no exemplo,
“A” e “7”. O interessante é que, para regras
expressando relações não-familiares como a do
exemplo, somete menos que 30% constumam de dar a
resposta correta. Temos um confirmation bias (viés
confirmativo) e problemas de lidar com questões mais
abstratas sem ligação com a vida prática.
Regra social
Se P, então Q
1) Se uma carta tem uma vogal de um lado, ela tem um
número par do outro.
2) Se uma pessoa bebe cerveja, ela deve ser de maior.
Logicamente, a resposta é “P” e “não-Q” – no exemplo,
1) “A” e “7”.
2) “Beber cerveja” e “16”
Resultados diferentes
Aqui, surpreendentemente, o padrão de desempenho se
inverte, e mais de 75% dos sujeitos respondem corretamente,
embora a estrutura lógica seja a mesma. Mas que aspectos
das regras sociais estariam determinando um desempenho
“superior” dos sujeitos na tarefa? É interessante verificar, por
exemplo, que a possível violação de um contrato social muda
o desempenho em uma tarefa idêntica em todos os outros
detalhes: verificar a existência de uma regra ou costume não
elicia o mesmo bom desempenho observado ao verificar se
uma regra existente foi violada.
Modularidade da mente
Se os nossos cérebros são o produto de seleção natural, e se a
sua história evolutiva foi caracterizada por pressões
decorrentes da vida social, deveríamos encontrar as marcas
desta história nas características funcionais e estruturais da
cognição humana. Para defensores de modelos “não-
generalistas”, que propõem ideias como “especificidade de
domínios” para as competências cognitivas ou (mais
radicalmente) a existência de “módulos” cognitivos, uma
dessas “marcas” seria a existência de especializações
cognitivas para a detecção de trapaceiros, de violadores de
contratos sociais. Cosmides e Tooby (1992) encontraram uma
ferramenta simples para testar essa hipótese, a Tarefa de
Escolha de Wason
A confiabilidade do sentido comum I
É o sentido comum desligado da realidade? Ele é um tipo
confiável de conhecimento:
(a) As crenças do sentido comum evoluíram por terem
utilidade prática e não por serem verdadeiras.
(b) Da relatividade do sentido comum à histórica e social
sugere que ele não pode espelhar a realidade.
A confiabilidade do sentido comum II
As crenças verdadeiras tendem a ser mais úteis na prática que
falsas. Temos a tendência de considerar discordâncias no
sentido comum mais surpreendentes que concordâncias.
Como nossa atenção está concentrada às discrepâncias,
usualmente as exageramos. A experiência sugere que
quaisquer dois grupos de indivíduos conseguem comunicar as
diferenças no sentido comum.
A confiabilidade do sentido comum III
Um leopardo seguindo um rebanho de antílopes. As duas
espécies têm modos de sentido comum de aprender sobre o
ambiente. É plausível que as duas maneiras sejam
desconectadas da realidade? É literalmente questão de vida e
morte se membros da outra espécie está por perto. Elas
podem estar equivocadas como nós. Um antílope pode
acreditar erroneamente que nenhum leopardo está por perto.
Mas o que explica este erro é a sorte e habilidade do leopardo
e não a desconexão do antílope da realidade.
Problemas I
Do ponto de vista biológico, as nossas capacidades cognitivas
evoluíram no ambiente de objetos de tamanho médio.
Portanto temos dificuldades tanto de entender massas,
energias e entidades muito pequenas como também muito
grandes. Parece que intuitivamente vivemos num mundo da
física pré-newtoniana. Por exemplo, intuitivamente, não
pensamos que um corpo permanece no seu estado de
movimento uniforme retilíneo, a não ser que seja compelido
a mudar esse estado devido à ação de forças aplicadas
(imaginamos que fica num momento em repouso).
Problemas II
Um dos exemplos de sentido comum mais conhecido foi o de
considerar que a Terra era o centro do Universo e que o Sol
girava em torno dela. Galileu ao afirmar que era a Terra que
girava em volta do Sol quase foi queimado pela Inquisição.
Do mesmo jeito, temos dificuldades de pensar sobre assuntos
abstratos, por exemplo sobre matemática.
A cultura popular é baseada no senso comum. Apesar de não
ser sofisticada, não é menos importante sendo
crescentemente reconhecida.

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