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Índice

1. Introdução ....................................................................................................................... 4

1.1. Objetivos ......................................................................................................................... 5

1.1.2. Gerias ........................................................................................................................... 5

1.1.3. Especificos ................................................................................................................... 5

1.2. Metodologias ............................................................................................................... 5

2. Movimentos da sociedade Mudanças ............................................................................. 6

2.1. Psicologia social e movimentos sociais ...................................................................... 7

2.2. Julgando os Outros ...................................................................................................... 8

2.3. Nosso Potencial Conhecimento Interior .................................................................... 10

2.4. Excesso de confiança ................................................................................................ 11

2.5. Heurística de Julgamento .......................................................................................... 13

2.6. Pensamento ilusório .................................................................................................. 14

2.7. Animo e julgamento .................................................................................................. 15

2.8. Quando assumimos os nossos erros .......................................................................... 16

3. Conclusão...................................................................................................................... 18

4. Referência Bibliográficas.............................................................................................. 19
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1. Introdução

Este trabalho explora seis aspectos fundamentais da psicologia social: julgamento


social, potencial conhecimento interior, excesso de confiança, pensamento ilusorio, ânimo
e julgamento, e assumindo os erros. Cada um desses aspectos desempenha um papel
crucial em nossa compreensão das interações humanas e do funcionamento da sociedade.

No julgamento social, examinamos como as pessoas formam impressões e fazem


avaliações sobre os outros, revelando os vieses cognitivos e sociais que podem distorcer
esses processos. Em seguida, mergulhamos no potencial conhecimento interior,
destacando a importância do autoconhecimento e da autorreflexão para o
desenvolvimento pessoal e relacionamentos saudáveis.

Exploramos também como o ânimo pode influenciar nossas percepções sociais e


julgamentos sobre os outros, e como estados emocionais podem moldar nossas interações
interpessoais.

Por fim, analisamos os desafios e benefícios de assumir a responsabilidade por


nossos erros, reconhecendo como a honestidade e a responsabilidade são essenciais para
relacionamentos robustos e uma sociedade mais coesa.

Ao examinar esses aspectos da psicologia social, buscamos não apenas


compreender o comportamento humano, mas também promover uma maior empatia,
compreensão e responsabilidade em nossas interações sociais. Este trabalho oferece uma
visão abrangente dos processos psicológicos subjacentes ao comportamento social,
destacando a importância de uma abordagem mais reflexiva e compassiva em nossa vida
cotidiana.
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1.1.Objetivos

1.1.2. Gerias

 Investigar como os indivíduos julgam os outros com base em percepções sociais,


examinando os vieses cognitivos e sociais que influenciam esses julgamentos e suas
implicações para os relacionamentos interpessoais.

1.1.3. Especificos

 Examinar o papel do autoconhecimento e da autorreflexão na compreensão de si


mesmo.
 Investigar como o estado emocional influencia a percepção social e os julgamentos
sobre os outros.
 Examinar os desafios e benefícios de assumir a responsabilidade por nossos erros,
destacando como a honestidade e a responsabilidade podem fortalecer
relacionamentos e promover um ambiente de aprendizado e crescimento.

1.2.Metodologias

De acordo com LAKATOS. & MARKONI, a o trabalho cientifico consiste na elaboração de


metodologias especifica
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2. Movimentos da sociedade Mudanças

Na sociedade demoram, e só acontecem quando há mobilização. Nos últimos


anos testemunhamos a ascensão ao poder de algumas pessoas oriundas de grupos sociais
outrora excluídos, e não necessariamente de um número significativo de
representantes de tais grupos.

Estado moderno busca organizar e controlar a nação por meio de vários


mecanismos, como o do monopólio da violência legítima, destacado por Weber (2003),
que não se restringe à força policial, está também imbricado na coerção inerente às
Leis, que obrigam os cidadãos a cumprirem deveres e lhes outorgam direitos. Apesar de
se relacionar e depender da sociedade, o Estado é diferente da sociedade que o sustenta.

Ela muda, é feita de paixões e desejos; o Estado é pouco flexível e não


necessariamente representa todas as individualidades, pois, retomando-se Marx
(1968), a luta de classes que pauta a História da humanidade incorre em que são os
interesses de classes sociais dominantes que determinam os propósitos e ações do Estado,
o qual impõe às classes dominadas essa organização, perpetuando diferenciações e
exploração.

Entretanto, Moscovici (2011) defende que, apesar do domínio de um grupo sobre


o outro, o grupo dominado, mesmo marginalizado, pode influenciar o grupo
dominante, por meio de uma ação coletiva e organizada que envolva a difusão de novas
ideias e concepções de mundos a partir do conhecimento de sua realidade diferenciada
daquela da maioria. Permitindo-se uma extrapolação das fronteiras entre a Psicologia
Social e a Ciência Política, é possível pensar que a teoria de Moscovici,
denominada das Minorias Ativas, concorda com a noção de intelectual orgânico de
Gramsci (1989), para quem a única forma de modificar as estruturas é conhecê-las, e
dentro delas fazer mudanças.

Não há apenas intelectuais profissionais, todos podem ser intelectuais, desde


que componham um agrupamento autônomo que assume a função social de porta-voz
de um grupo, elaborando, com seus próprios métodos, “sua própria consciência, sua
própria cultura” (Gramsci, 1978, p. 1547). Segundo Tilly (2010), os movimentos sociais
surgem no final do século XVIII, como elaborações coletivas de reivindicações
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conflitantes com os interesses de algum grupo. Um movimento social pode ser


caracterizado como uma forma de ação coletiva na qual as dimensões da
solidariedade, do conflito e da ruptura com a lógica do sistema social se inter-relacionam
(Melucci, 1999). Os movimentos sociais são definidos por Scherer-Warren (1989)
como sendo:

Uma ação grupal para transformação (a práxis) voltada para a realização dos mesmos
objetivos (o projeto), sob a orientação mais ou menos consciente de princípios
valorativos comuns (a ideologia) e sob uma organização diretiva mais ou menos
definida (a organização e sua direção) (p. 20).

2.1.Psicologia social e movimentos sociais

Os movimentos sociais têm sido entendidos, sob o enfoque clássico da


Psicologia Social, como resultantes dos esforços de determinadas pessoas em resolver
coletivamente problemas que elas têm em comum (Toch, 1965), em reação a um
estado mental de insatisfação.

Reconhece-se, em semelhante raciocínio, uma relação necessária com as Teorias


da Dissonância Cognitiva (Festinger, 1975) e da Comparação Social de Festinger
(1964):

O estado de dissonância cognitiva decorrente de pressões sociais para que


pessoas ajam em desacordo com as suas visões de mundo e crenças pode
ser um fator explicativo para a busca por movimentos sociais que as
defendam e, concomitantemente, devolvam-lhes uma consonância cognitiva,
sem que elas tenham que mudar seus comportamentos para se adaptarem
à realidade social; ainda, é possível compreender que a comparação social é
um elemento presente na participação das pessoas em movimentos sociais,
como resultante da busca do indivíduo por informações mais completas acerca
de si, a partir das percepções de outros, para aprofundar a sua identidade
social.

É possível conceber, a partir das teorias de Festinger, que existe uma correlação entre
as categorias sociais e as identidades sociais, no que concerne à participação
em movimentos sociais, a qual é acionada pelo estado de dissonância cognitiva e se
efetiva pela comparação social. Ao nível intergrupal, poder-se-ia afirmar que a
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comparação social entre indivíduos de grupos desprivilegiados e privilegiados na


mesma sociedade incorre nas emoções negativas de ira, ressentimento ou
insatisfação caracterizadas na Teoria da Privação Relativa de Stouffer, Suchman,
DeVinney, Star e Williams (1949), o que de certa forma poderia propiciar a afiliação a
um movimento com o qual se identifica e no qual se reconhecem oportunidades para
superar a o sentimento de injustiça decorrente da privação relativa. Semelhante
hipótese de correlação entre privação relativa.

Tem-se identificado, na Psicologia Social dita psicológica, limitações para


compreender práticas e atividades das coletividades humanas, dada sua
centralização no indivíduo, em detrimento das relações sociais, o que reduz a
subjetividade ao mundo interno (Sampson, 1981).

Por outro lado, a Psicologia Social de orientação sociológica, de acordo


com Leme (1989), “apresenta uma abordagem congruente com o objetivo
primeiro de integrar indivíduo e sociedade” (p. 273), ao colocar no centro de sua
ontologia as interações entre o individual e o social, destacando a origem social da
consciência individual. Essa perspectiva permite compreender que os espaços
ocupados adquirem aspectos da identidade de seus ocupantes (Galinkin, 2003), e
nesta sociedade da informação, na qual os atores sociais tem amplo potencial
comunicativo, eles se tornam territórios de direitos coletivos, porque territórios são
espaços de poder (Elias & Scotson, 2000).

Os movimentos sociais participam de um projeto macro de construção de


uma sociedade efetivamente democrática: “o processo de democratização ocorreu e
ocorre pelo desempenho dos movimentos sociais, posto que a própria redefinição
da democracia emergiu de tal luta” (Gohn, 2003, p. 18).

2.2.Julgando os Outros

Julgar os outros é uma atividade intrínseca à condição humana, influenciada por uma
variedade de fatores que moldam nossas percepções e interpretações das pessoas ao nosso
redor. Esses julgamentos podem ser formados rapidamente e muitas vezes sem
consciência explícita, resultando em consequências significativas para as interações
sociais. (FERREIRA, C.F.. 2003)
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Um exemplo cotidiano que ilustra como julgamos os outros é quando conhecemos


alguém pela primeira vez. Suponha que você esteja em uma festa e seja apresentado a
uma pessoa que está vestida de forma desleixada. Seu primeiro impulso pode ser fazer
julgamentos sobre a personalidade dessa pessoa, presumindo que ela seja desorganizada,
preguiçosa ou descuidada. No entanto, esses julgamentos podem ser baseados apenas na
aparência externa e podem não refletir a verdadeira natureza da pessoa. Você pode
instantaneamente julgar essa pessoa como sendo grosseira, impaciente ou arrogante, sem
considerar os possíveis motivos por trás de seu comportamento, como estresse, frustração
ou problemas pessoais.

Além disso, os meios de comunicação e a cultura popular também desempenham um


papel significativo na formação de nossos julgamentos sobre os outros. Por exemplo, a
representação estereotipada de certos grupos étnicos, culturais ou sociais na mídia pode
influenciar nossas percepções e reforçar preconceitos existentes. Se vemos repetidamente
pessoas de determinado grupo retratadas de maneira negativa, é mais provável que
internalizemos essas representações e as utilizemos para formar nossos próprios
julgamentos. (FREITAS 2006).

No entanto, é importante reconhecer que nossos julgamentos nem sempre são precisos
ou justos. Eles podem ser influenciados por vieses cognitivos, como o viés de
confirmação, onde procuramos informações que confirmem nossas crenças existentes, e o
viés de disponibilidade, onde tendemos a atribuir mais importância a eventos ou
informações recentes e memoráveis. Esses vieses podem distorcer nossa percepção da
realidade e levar a julgamentos injustos ou preconceituosos.

Portanto, a conscientização sobre nossos próprios processos de julgamento e a


disposição para desafiar nossas suposições e estereótipos são passos essenciais para
promover uma maior compreensão e tolerância em nossas interações sociais. Ao
reconhecer a complexidade e a individualidade de cada pessoa, podemos cultivar uma
abordagem mais empática e inclusiva em nossas relações interpessoais, contribuindo para
uma sociedade mais justa e harmoniosa.

Às vezes as pessoas acham que é errado julgar os outros no que quer que seja. Embora
seja verdade que não se deve condenar os outros ou julgá-los injustamente, ao longo da
vida é preciso avaliar ideias, pessoas e situações. Julgar é fazer importante uso de seu
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arbítrio e exige grande cuidado, especialmente quando se trata de julgar os outros. Todos
os seus julgamentos devem ser guiados por padrões de retidão.

2.3.Nosso Potencial Conhecimento Interior

O autoconhecimento é uma jornada essencial na vida de cada indivíduo, uma busca


contínua para compreender quem somos, o que valorizamos e como nossas experiências
moldam nossas percepções e comportamentos. Esse processo de autorreflexão nos
permite explorar as profundezas de nossa psique, revelando nossas motivações, medos,
desejos e aspirações.

Um exemplo vívido do potencial conhecimento interior é a prática da meditação


mindfulness. Ao se dedicar a momentos de introspecção, uma pessoa pode começar a
reconhecer e observar seus pensamentos, emoções e sensações físicas sem julgamento.
Esse estado de consciência plena permite que a pessoa desenvolva uma compreensão
mais profunda de si mesma e de seus padrões mentais, contribuindo para uma maior
clareza mental e bem-estar emocional. (KAHNEMAN e FREDERICK, 2002).

Além disso, a psicologia social destaca a importância da autoconsciência para o


desenvolvimento de relacionamentos saudáveis e significativos. Quando estamos
conscientes de nossas próprias necessidades, limitações e vulnerabilidades, somos
capazes de comunicar de forma mais eficaz e empática com os outros. Isso fortalece
nossa capacidade de estabelecer conexões autênticas baseadas na compreensão mútua e
no respeito mútuo.

O processo terapêutico pode promover uma maior autoaceitação, autoestima e


autoeficácia, capacitando a pessoa a enfrentar os desafios da vida com mais confiança e
resiliência. No entanto, alcançar um nível profundo de autoconhecimento pode ser um
desafio, pois requer coragem para enfrentar nossos medos e confrontar aspectos
desconfortáveis de nossa identidade. Muitas vezes, somos confrontados com nossas
próprias contradições e imperfeições, o que pode ser desconcertante e angustiante. No
entanto, é precisamente nesses momentos de desconforto que temos a oportunidade de
crescer e nos transformar em versões mais autênticas e realizadas de nós mesmos.
(Cohen, David 2001)

Portanto, cultivar o potencial conhecimento interior não é apenas uma jornada


pessoal, mas também um processo de autodescoberta que pode enriquecer nossas vidas e
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fortalecer nossos relacionamentos com os outros. Ao nos comprometermos com a busca


contínua de autoconhecimento e autorreflexão, podemos florescer como indivíduos e
contribuir para um mundo mais compassivo e harmonioso.

2.4.Excesso de confiança

A palavra confiança está relacionada ao grau de certeza que o indivíduo tem na


validade, na exatidão ou no estado mental sobre crenças, conhecimentos, percepções,
predições, julgamentos ou decisões (ZAKAY; TSAL, 1993). Para Kahneman (2012) a
confiança não é apenas avaliar racionalmente a probabilidade de um julgamento estar
correto ou não, confiança “é um sentimento que reflete a coerência da informação e o
conforto cognitivo de processá-la”.

As avaliações de probabilidade subjetiva desempenham um papel fundamental na


tomada de decisões. Em muitos casos, é necessário contar com um especialista para
avaliar a probabilidade de algum evento futuro. Mas quão boas são essas avaliações?

Um aspecto importante da sua qualidade é chamado de calibração (LICHTENSTEIN


et al., 1982). De acordo com Plous (1993) a calibração é o grau em que a confiança
coincide com a precisão. Um indivíduo é perfeitamente calibrado quando a probabilidade
de precisão em seus julgamentos é idêntica a probabilidade esperada de acerto.

Ressalta-se que a precisão não pode ser considerada isoladamente, ou seja, não se
pode dizer que um indivíduo é bem calibrado quando ele respondeu apenas uma pergunta.
A única maneira de avaliar de forma confiável a calibração é comparando a precisão e a
confiança em diversos julgamentos. (LICHTENSTEIN et al., 1982).

O excesso de confiança, em sua essência, reflete o fato de que a confiança que os


indivíduos têm em seus julgamentos não correspondem à exatidão real desses
julgamentos (ERCEG; GALIC, 2014). Para Plous (1993) nenhum problema de
julgamento e tomada de decisões é mais prevalente e potencialmente catastrófico do que
o excesso de confiança. Um investidor que apresenta este viés cognitivo pode crer que
detém vantagens comparativas na análise e avaliação de ativos do que outros investidores,
obtendo perdas constantes. Além disso, poderá haver uma diversificação de investimentos
inadequada, devido a sua crença enviesada em um único ativo, considerando que este irá
gerar ganhos futuros consideráveis. (KIMURA, 2003).
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Os indivíduos apresentam o excesso de confiança em suas próprias habilidades porque


desconsideram a verdadeira incerteza que existe no processo (YOSHINAGA, et al., 2008)
formando uma impressão forte com base em conhecimento limitado (GRIFFIN;
TVERSKY, 1992). Uma vez que os investidores não são bem calibrados em seus
julgamentos de probabilidade, estão propensos ao viés cognitivo excesso de confiança
(ZINDEL, 2008) utilizando suas estimativas iniciais como âncoras, que são calibradas
para produzir respostas finais, enviesando o processo decisório (KAHNEMAN;
TVERSKY, 1974). Para Kahneman (2012) as declarações de confiança elevada informam
que o indivíduo construiu uma história coerente em sua mente, não necessariamente que
essa história seja verdadeira.

Griffin e Tversky (1992) questionam que os benefícios da confiança excessiva


excedam seus custos. Para os autores, o excesso de confiança no diagnóstico de um
paciente ou na taxa de juros projetada de um investimento qualquer pode levar a um
tratamento médico inadequado e investimentos financeiros lamentáveis. “A vontade das
pessoas de se envolverem em guerras seria reduzida se tivessem uma avaliação mais
realista de suas chances” (GRIFFIN; TVERSKY, 1992).

Para a literatura, alguns fatores têm influência para a ocorrência do viés cognitivo
excesso de confiança:

a) Questões fáceis versus questões difíceis: Kahneman e Tversky (1996) argumentam


que questões fáceis não indicam excesso de confiança como com questões
ligeiramente mais difíceis. Para os autores, a dificuldade é, talvez, o principal
determinante, embora não o único, para o excesso de confiança.
b) Informação: De acordo com Zindel (2008) a informação é um fator que influencia na
confiança de decisão do indivíduo, porque tende-se a acreditar que ela ajudará a tomar
melhores decisões. No entanto, a autora alerta que muitas informações podem tornar o
problema mais complexo.
c) Motivação por recompensa: A motivação pela recompensa é considerada por
Bohner et al. (1998) como um dos fatores que influenciam o excesso de confiança,
porque encoraja o indivíduo a abandonar o uso do esforço minimizado em favor de
estratégias de estimação de probabilidade afim de obter a recompensa. Pressões sutis
como impressionar o chefe ou evitar o julgamento das pessoas podem fornecer fortes
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incentivos para uma calibração ruim e o consequente excesso de confiança.


(Lichtenstein et al., 1982)
d) Feedback: O uso do feedback após cada avaliação aumenta a condição para que as
respostas após o treinamento sejam mais calibradas. No entanto, a calibração só será
melhorada até uma extensão limitada que é desconhecida, ou seja, não se sabe até
onde esse viés pode ser superado por meio do treinamento. (Lichtenstein et al., 1982).
e) Efeito disposição: A lógica de disposição atribui o excesso de confiança a uma
característica pessoal, semelhante a um traço de personalidade. Cada indivíduo é visto
como tendo uma tendência a formar expectativas altas ou baixas sobre determinadas
tarefas.

Quando confrontado com uma questão de conhecimento geral, essa tendência se


manifesta de uma maneira que pode ser assimilada pelo seguinte raciocínio: “Eu escolhi a
alternativa X. Sou geralmente uma pessoa muito competente. Portanto, há uma chance
alta de que fiz a escolha correta. ” Esse tipo de raciocínio implica em características
afetivas para essa disposição, como a necessidade de manter um sentido reconfortante de
autoestima. (YATES; LEE; SHINOTSUKA, 1996).

2.5.Heurística de Julgamento

Heurísticas de julgamento são estratégias de simplificação cognitiva que as pessoas


utilizam ao enfrentar cenários complexos no processo de tomada de decisão, E os vieses
são os erros de julgamento e decisão ocasionados pelo uso dessas Heurísticas.

Kahneman e Frederick (2002) descrevem o conceito de heurísticas de julgamento a


partir do conceito de „avaliações naturais‟ que tendemos a fazer de forma rotineira,
contínua e automática. Uma avaliação natural se refere a um atributo que nosso sistema
perceptivo produz, sem intenção e esforço, a partir de qualquer estímulo recebido do
ambiente. Uma avaliação de „bom ou mau‟ associada a um determinado estímulo
recebido é um exemplo de uma avaliação natural (KAHNEMAN, 2003).

Uma avaliação do grau de similaridade entre nossos estereótipos sobre categorias


profissionais e a maneira de alguém se vestir e falar é outro exemplo de uma avaliação
natural (TVERSKY e KAHNEMAN, 1983). Conforme os autores, quando confrontados
com uma pergunta difícil as pessoas com frequência respondem a uma pergunta mais
simples ao invés, usualmente sem ter consciência da substituição. Essa pergunta mais
simples é uma avaliação natural (KAHNEMAN e FREDERICK, 2002).
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Por exemplo, um professor que acaba de assistir a uma apresentação oral de um


candidato a uma posição de professor na escola e agora considera a questão “qual é a
probabilidade de que esse candidato possa vir a ser docente em nosso departamento?”
(KAHNEMAN e FREDERICK, 2002, p.53, tradução nossa) pode vir a responder a uma
pergunta muito mais fácil: “como impressionante foi a conversa?” (KAHNEMAN e
FREDERICK, 2002, p.53, tradução nossa).

2.6.Pensamento ilusório

Em relação às ilusões positivas, pesquisas comprovam que a maioria das pessoas vê a


si próprias, o mundo e o futuro ao seu redor, sob uma ótica consideravelmente mais
positiva do que seria objetivamente provável ou do que a realidade poderia sustentar
(Bazerman, 2004: 84). Adequadamente dosadas, ilusões positivas são benéficas à saúde
física e mental, uma vez que protegem a auto-estima e aumentam o contentamento
pessoal, colaborando para a persistência em tarefas difíceis e no enfrentamento de eventos
adversos. Ainda que aparentemente benéficas, ilusões positivas não condizem com a
realidade, necessitando de constante vigilância, dentro de um contexto de tomada de
decisão:

 Indivíduos investem economias de uma vida em empreendimentos fadados ao


insucesso.
 Profissionais, julgando-se insubstituíveis, pedem demissão, enfrentando um
longo período de inatividade. Ilusões positivas também impactam,
negativamente, o processo de aprendizagem. A crença do acerto infalível
impede a aquisição da sabedoria verdadeira, adquirida na dolorosa constatação
do saldo resultante do processo comparativo entre boas e más decisões.
 otimismo irreal e excesso de confiança

Embora intimamente relacionado às ilusões positivas, o egocentrismo aborda a


maneira como as pessoas, expostas às mesmas informações, interpretam-nas no
sentido de favorecimento pessoal. De acordo com Bazerman (2004: 91),
“egocentrismo refere-se às interpretações de eventos em vez de avaliações de traços
pessoas do eu e reflete percepções e expectativas de um modo auto-interessado”.
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2.7.Animo e julgamento

Nossa disposição emocional desempenha um papel significativo na forma como


percebemos e interagimos com o mundo ao nosso redor. O estado emocional influencia
diretamente nossos julgamentos, atitudes e comportamentos em uma variedade de
situações sociais.

Um exemplo vívido do impacto do ânimo no julgamento ocorre em entrevistas de


emprego. Suponha que um candidato chegue para uma entrevista se sentindo confiante e
otimista devido a uma experiência positiva anterior. Essa disposição emocional positiva
pode influenciar sua linguagem corporal, tom de voz e expressão facial durante a
entrevista, transmitindo uma imagem de confiança e competência para o entrevistador.
Como resultado, o entrevistador pode formar uma impressão mais favorável do candidato,
mesmo que suas habilidades técnicas sejam semelhantes às de outros concorrentes.
(BRIER, G.W. 2012)

Por outro lado, imagine um cenário em que um estudante comparece a uma aula se
sentindo estressado e ansioso devido a problemas pessoais. Esse estado emocional
negativo pode prejudicar sua capacidade de concentração e foco, levando-o a interpretar
mal as instruções do professor ou a sentir-se incapaz de realizar tarefas acadêmicas
simples. Como resultado, ele pode ser percebido como desinteressado ou desmotivado
pelos outros, mesmo que suas dificuldades sejam temporárias e não reflitam sua
verdadeira capacidade.

Além disso, nossas emoções podem influenciar significativamente a forma como


interpretamos o comportamento dos outros, essa tendência a interpretar o comportamento
dos outros de acordo com nosso próprio estado emocional é conhecida como viés afetivo.
Situações sociais estressantes também podem afetar nossa capacidade de julgamento e
essa percepção distorcida pode levar a respostas emocionais exageradas e a um aumento
na hostilidade interpessoal.

No entanto, é importante reconhecer que nossas emoções não determinam


completamente nossos julgamentos e comportamentos. Com práticas de regulação
emocional, como mindfulness e técnicas de relaxamento, podemos aprender a gerenciar
nossas emoções de forma mais eficaz e reduzir o impacto negativo do ânimo na
percepção social. Ao cultivar uma maior consciência emocional e empregar estratégias de
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autocontrole, podemos promover interações sociais mais positivas e construtivas em uma


variedade de contextos.

2.8.Quando assumimos os nossos erros

Assumir a responsabilidade por nossos erros é um aspecto fundamental do


crescimento pessoal e do desenvolvimento de relacionamentos saudáveis. Isso envolve
reconhecer nossas falhas, aceitar as consequências de nossas ações e estar disposto a fazer
as mudanças necessárias para corrigir nossos erros.

No entanto, assumir nossos erros nem sempre é fácil, especialmente quando isso
significa confrontar nossas próprias imperfeições e enfrentar as consequências de nossas
ações. Muitas vezes, somos tentados a negar, minimizar ou racionalizar nossos erros para
proteger nossa imagem ou evitar sentimentos de culpa e vergonha, assumir nossos erros
não apenas demonstra maturidade e integridade, mas também nos oferece a oportunidade
de crescer e nos tornar pessoas melhores. Ao reconhecer nossas imperfeições e enfrentar
as consequências de nossas ações, podemos fortalecer nossos relacionamentos, construir
uma reputação de confiança e desenvolver uma maior autoconsciência e autenticidade em
nossas vida. (Baratella, Fábio de Matos, 2007)

Assumir nossos erros é uma parte essencial do crescimento pessoal e do


desenvolvimento de relacionamentos saudáveis. No entanto, essa tarefa nem sempre é
fácil, pois muitas vezes confronta nossa autoimagem e enfrenta o medo do julgamento
dos outros, um dos principais desafios é o medo do julgamento dos outros e o impacto
negativo que isso pode ter em nossa autoestima e imagem pública. Muitas vezes,
tememos ser vistos como incompetentes, fracassados ou desonestos, o que pode levar à
negação ou à minimização de nossos erros.

Além disso, o orgulho e o ego podem impedir que reconheçamos nossas falhas. O
desejo de preservar uma imagem de perfeição e competência pode nos levar a justificar
nossas ações, culpar os outros ou negar responsabilidade, em vez de enfrentar a verdade
sobre nossos erros.

Apesar dos desafios, assumir nossos erros oferece uma série de benefícios
psicológicos e sociais. Primeiramente, isso demonstra humildade e integridade,
características valorizadas em todas as culturas. Ao admitir nossos erros, mostramos que
somos capazes de aprender com nossas experiências e de reconhecer nossa própria
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humanidade. Além disso, assumir nossos erros fortalece relacionamentos interpessoais. A


honestidade e a transparência promovem a confiança e o respeito mútuos, enquanto a
negação e a falta de responsabilidade podem levar à alienação e à quebra de laços
afetivos.

A maneira como lidamos com erros também é influenciada por normas sociais e
culturais. Em algumas culturas, admitir falhas pode ser visto como um sinal de fraqueza,
enquanto em outras, pode ser considerado uma virtude. Essas normas podem moldar
nossa disposição para assumir responsabilidade por nossos erros e influenciar as
consequências sociais de fazê-lo. (Assaf Neto, A 2006). Diante disso, o contexto social
em que ocorre a admissão de erros desempenha um papel crucial em sua aceitação e
repercussões. Em ambientes que promovem uma cultura de aprendizado e crescimento, as
pessoas podem se sentir mais incentivadas a assumir responsabilidade por seus erros e a
buscar soluções construtivas. Por outro lado, em ambientes punitivos ou de alta pressão, o
medo de retaliação pode inibir a honestidade e a transparência.
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3. Conclusão

Chegados ao fim deste trabalho concluimos que a Psicologia Social investiga como os
indivíduos são influenciados pelo ambiente social e como eles, por sua vez, influenciam
esse ambiente. Dentro desse campo vasto e interdisciplinar, exploraremos alguns
subtemas que revelam facetas cruciais da dinâmica humana.

Julgar os outros é um fenômeno intrínseco à natureza humana. Desde os primórdios


da evolução, a habilidade de discernir as intenções e características dos outros
desempenhou um papel crucial na sobrevivência e na coesão social. No entanto, este
trabalho nos ensina que nossos julgamentos podem ser profundamente influenciados por
vieses cognitivos e socias. O efeito de halo é um fenômeno em que nossa percepção de
uma característica particular de uma pessoa influencia nossa visão global dela. Se
consideramos alguém atraente, podemos presumir erroneamente que essa pessoa também
é inteligente ou simpática. Esses julgamentos rápidos podem levar a estereótipos
prejudiciais e preconceitos.

O autoconhecimento é uma jornada fundamental na vida de qualquer indivíduo.


Compreender nossos próprios pensamentos, emoções e motivações pode nos capacitar a
tomar decisões mais conscientes e construir relacionamentos mais autênticos. A
psicologia social destaca a importância do potencial conhecimento interior, que vai além
de simplesmente reconhecer nossos traços de personalidade. Envolve uma profunda
autorreflexão, onde exploramos nossos valores, crenças e experiências passadas para
entender quem somos e quem queremos nos tornar.
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4. Referência Bibliográficas

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