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Sociologia:

Controle social - Poder de regulação da sociedade é limitado...


O conceito de controle social tem origem na sociologia americana da segunda década do século 20. Controle social pode ser
concebido como um conjunto heterogêneo de recursos materiais e simbólicos disponíveis em uma sociedade para assegurar que os
indivíduos se comportem de maneira previsível e de acordo com as regras e preceitos vigentes.

É possível identificar uma similaridade entre o conceito de controle social e alguns atributos do conceito de dominação, elaborado
pelo cientista social alemão Max Weber.

Para entender melhor o conceito de controle social, basta pensar no quanto os recursos materiais, disponíveis na vida social, estão
associados com os mecanismos institucionais, sobretudo as leis, que sancionam a conduta do indivíduo em sociedade e punem o
desvio. E, também, no quanto os recursos simbólicos estão associados à esfera da cultura, que integra diversos mecanismos de
socialização e aprendizagem que, quando bem-sucedidos, oferecem condições para as pessoas se comportarem de acordo com os
valores coletivos, morais e éticos, prevalecentes na sociedade.

A partir desses pressupostos conceituais, a sociologia americana desenvolveu os primeiros estudos tendo como objeto de pesquisa
os fenômenos da criminalidade em geral e da delinquência juvenil (que são considerados desvios), bem como o fenômeno da
assimilação de valores culturais pelos imigrantes e pelas minorias étnicas.

O fenômeno da interdependência social A partir da década de 1940, porém, a sociologia americana agregou ao conceito de
controle social elementos associados com o fenômeno da interdependência social. A interdependência social pode ser entendida
como uma série de vínculos de reciprocidade firmados entre os indivíduos que integram a sociedade. A natureza desses vínculos
envolve princípios subjetivamente apreendidos pelos indivíduos, que agem em conformidade com as regras de conduta,
reconhecendo-as como vantajosas para o desenvolvimento individual e social.

Desse modo, o controle social deixou de ser redutível a estímulos externos associados com a violência física (com base na
aplicação das leis sancionadas) e com a coerção moral. Para ser eficaz e duradouro, portanto, o controle social exercido sobre os
indivíduos que integram uma coletividade não pode ser apenas externo. O fenômeno da interdependência social aponta para
existência de relações sociais "recíprocas", firmadas com base na percepção objetiva que os indivíduos têm de integrarem um
mesmo sistema social e se reconhecerem como dependentes entre si.

O fenômeno da interdependência social tem similaridade com alguns modelos sociológicos elaborados pelo cientista social
francês Émile Durkheim.

Sob esse aspecto, o conceito durkeimiano de "solidariedade social" tem muitos elementos em comum com o fenômeno da
interdependência social. As relações de mercado, por exemplo - ou seja, as relações de troca que são a base de um sistema
econômico -, certamente representaram o objeto de investigação sociológica mais importante para a identificação do fenômeno da
interdependência social.

Evidentemente, por razões as mais variadas, podem ocorrer crises que afetem o completo e contínuo desempenho do controle
social. Quando o comportamento desviante aumenta ou se torna preponderante é sinal de que alguns dos elementos constitutivos
do controle social não estão funcionando de acordo com o esperado.

Não obstante, a sociologia contemporânea tem fornecido inúmeras indicações de que o controle social, embora seja permanente e
necessariamente contínuo, nunca é total. Em outras palavras, o controle social é sempre limitado, porque uma sociedade não
dispõe de mecanismos de controle capazes de atuar com a mesma intensidade - e nem mesmo capazes de abarcar todos os
domínios da vida social.

Nenhuma comunidade dispõe de sanções sociais que assegurem a não-violação da totalidade das normas de conduta. Alguns
domínios da vida social são, porém, mais críticos e sensíveis ao desvio, como, por exemplo, o da segurança social. Nesse caso, o
controle social cumpre, primeiramente, a função de desestimular os comportamentos desviantes (existência das normas e garantia
de aplicação da lei).

Quando desvios são constatados, o controle social é acionado para exercer sua segunda função, que se refere à punição por meio
do emprego de variadas formas de interdição (o caso extremo é a detenção ou, em algumas sociedades, até mesmo a pena de
morte.)

A terceira função do controle social - em relação ao desvio criminal - refere-se ao isolamento e exclusão permanente do desviante
da sociedade. Em certos casos, é possível, no entanto, restabelecer no desviante a conformação às normas através da
ressocialização.

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