Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PARANAVAÍ
2019
SILVIA CRISTINA VIANA
PARANAVAÍ
2019
1. Introdução
2. Revolução Russa
Durante os mil anos da expansão russa no interior do país, houve uma oposição entre
os aspectos obrigatórios e voluntários da colonização, onde a mesma foi muitas vezes freada e
outras empurrada. Como centros colonizadores, temos os mosteiros que desempenharam um
papel importante, ao norte do Volga, em 1350, mas que posteriormente perderam sua
importância, menos na região do Médio Volga. Já a atividade missionária, ocorrera de forma
excepcional, antes da colonização. No século XVI, o czarismo, com a prática do despotismo,
onde utiliza o seu poder para tiranizar e oprimir, em todas as partes e de forma irrefutável. E
no século XVII, os latifundiários atuaram internamente como força colonizadora, até 1861,
com a libertação dos servos.
As novas terras, próximas as fronteiras móveis, concedidas pelo Czar aos
latifundiários, com a finalidade de povoar, aumentou o número de trabalhadores para a
exploração de minas e fábricas. As regiões de fronteiras mais avançadas, eram ocupadas pelos
colonos militares agregados ao Estado e eram empregadas como campo de caça ao
proprietário individual. O que restava ao camponês se de um lado estava o Czarismo e do
outro a servidão? Restava a fuga. Que fugia tanto da autoridade religiosa ortodoxa, como do
domínio da autoridade laica ou secular, ou seja, o Estado desprovido totalmente das questões
religiosas.
“Definidos pelas autoridades como vagabundos, sujeitos a serem caçados pelas
autoridades e integrados no serviço militar, muitos deles converteram-se em
bandidos ou rebeldes, pouco contribuindo para o processo de colonização interna,
ao passo que outros se tornaram colonizadores de fronteira, contribuindo para a
permanente avanço russo.” (TRAGTENBERG, 2007. p. 09).
“O que realmente tornou a Sibéria viável para a colonização foi a insaciável fome
de terras do camponês russo e a extensão do sistema ferroviário. [...] A grande
fome de 1891 e a construção da ferrovia transiberiana constituíram fatores de
atração populacional para a Sibéria. Apesar da Guerra Russo-Japonesa, a
população siberiana duplicou em vinte anos.” (TRAGTENBERG, 2007. p. 12).
O final do século XIX, teve um grande fluxo de colonos para a região siberiana,
devido aos fatores de atração para a Sibéria. Mas a Guerra Russo-Japonesa não impediu que a
população duplicasse. Mas no Oriente, uma emigração acontecia em escala bem maior que a
siberiana, por parte dos chineses, transformando a Manchúria em um local de luta pela
soberania russa e japonês. Esse movimento de colonização, obrigou o Estado a criar um
Departamento Especial de Colonização, multiplicando os impostos e tarifas. Assim surgiu a
nova Sibéria, sem polidez, sem controle e esgotada pelas lutas, com a Primeira Guerra
Mundial, com a Revolução e a guerra civil.
Tragtenberg, faz uma pequena descrição do Estado czarista, que traz em sua origem
elementos culturais tártaros e bizantinos, período esse que foi de 1462 a 1584, tendo sua
formação com Ivan o Grande, Basílio III e Ivan o Terrível, paralelamente vinculada as
monarquias. O termo czar, era o título atribuído ao imperador pelos russos e a águia bizantina
bicéfala adotada como símbolo de poder de Estado e de origem bizantina. Os czares se
denominavam eleitos por Deus, conceito esse que se encontra na literatura russa primitiva,
chefe do Exército e soberanos de todas as Rússias. Mesmo os tiranos e príncipes débeis, são
instituídos por Deus, e devem ser obedecidos. Todas as desgraças que se abatiam sobre a
Rússia, são atribuídos a cólera de Deus, sendo um limitador dos poderes dos príncipes.
O líder da Horda Dourada era o Khan, onde seu despotismo dependia se suas
características pessoais e militares. Tinham um conselho que limitava seu poder, formado
pelo clero, parentes consanguíneos e latifundiários. Ivan o Terrível, derrotou os Kazan e
Astrakhan, unindo-os à Rússia, tornando herdeiro do Khan tártaro.
O poder do czar era exercido tanto sobre os setores da igreja, quanto sobre as coisas
mundanas, controlando a vida de todos os súditos de forma ilimitada. Segundo Tragtenberg,
(2007. p. 14) "Não sabiam explicar por que isso sucedia – se a barbárie do povo havia
convertido o príncipe em tirano ou se o povo se tornara mais bárbaro e mais cruel em razão da
tirania do príncipe.”
O maior obstáculo que o czar viu ao seu poder foi a aristocracia latifundiária, que
formaram um conselho, constituído de príncipes, submetidos a Moscou e outras famílias
latifundiárias, o Conselho dos Latifundiários, que lutou para limitar o poder do czar. Ivan o
Terrível, se destacou pela maneira feroz com que defendia o poder do Estado, reprimindo os
poderes do Conselho. A política adotada por Ivan era planejada, subordinando a antiga
aristocracia ao Estado, o que a abalou e empobreceu. Com a aristocracia dividida entre
grandes famílias, se inicia o Período das Perturbações de 1603 a 1613.