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FACULDADE DE DIREITO
LICENCIATURA EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Nampula
2023
Cátia Raul Chirilele
Nampula
2023
Índice
1. O sistema de governo municipal em Moçambique ׃desafios e perspectivas ..................... 5
1.1. Contextualização...................................................................................................... 5
Conclusão ............................................................................................................................ 12
Capa,
Introdução;
Desenvolvimento onde encontrar-se-á abordagens referentes ao tema;
Conclusão onde é abordado o resumo ou a síntese no que se refere do assunto tratado;
Referência bibliográfica onde está contido as obras usadas na elaboração do trabalho.
Como material fundamental para o efeito do trabalho, foram usadas obras disponíveis na
biblioteca da Faculdade e como fontes auxiliares, as diferentes plataformas digitais que
também oferecem um vasto conhecimento sobre acidentes de trabalho.
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1. O sistema de governo municipal em Moçambique ׃desafios e perspectivas
1.1. Contextualização
Segundo Zinocacassa (2019), O sistema de Governo Presidencial é originariamente
decorrente do sistema de governo instituído pela Constituição norte-americana de 1787, com
as seguintes características: eleição do chefe do Estado (Presidente) por sufrágio universal,
directo ou indirecto, o presidente é simultaneamente chefe do Estado e chefe de governo
como órgão de “pleno iure”; o executivo não responde politicamente perante o parlamento, o
presidente ou o governo não pode dissolver o parlamento).
O sistema de governo presidencial é fundado numa separação rígida ou absoluta dos poderes
do Estado, sendo que o poder legislativo se encontra separado e é independente do poder
executivo. Com feito, “nos Estados Unidos, o paradigma do Governo Presidencial, o
presidente não detém poderes legislativos, nem tão pouco lhe assiste o direito de dissolver o
Congresso. De igual modo, o Congresso não pode destituir o presidente a não ser em casos
muito graves pelo recurso ao chamado processo de impeachment..
Ou seja, no sistema Presidencial a Assembleia/ congresso permanece Assembleia e não
parlamento. O executivo é chefiado por um presidente eleito, directa ou indirectamente por
um voto popular. A razão da não evolução do sistema de governo norte – americano para o
parlamentarismo radica não apenas na eleição do chefe do Estado, em substituição do
monarca hereditário, mas inda na existência de uma constituição rígida.
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poder legislativo e do poder executivo. O chefe do Estado e todo o seu executivo são
responsáveis perante a Constituição.
Mas adiante Zinocacassa (2019), fala das vantagens e desvantagens do modelo de governo
moçambicano. As desvantagens do sistema de governo presidencial advêm – lhe:
Do mesmo modo, pode-se observar semelhanças a nível das responsabilidades dos dois
presidentes nos diferentes sistemas; nos dois casos, os presidentes são investidos como
responsável do executivo e da direcção do conjunto dos serviços administrativos da autarquia
local.
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2. Desafios e perspectivas
De acordo com Noronha e Brito (2010), Partimos da premissa de que o desenvolvimento
municipal está intimamente ligado a dois factores: o desenvolvimento urbano e a gestão dos
espaços e serviços urbanos. A nível de desenvolvimento urbano, estima-se que nos próximos
anos haja um crescimento dramático da percentagem da população que viverá em zonas
urbanas, prevendo-se inclusivamente que esta ultrapasse a percentagem que viverá em zonas
rurais.
A pobreza urbana tem por base, não a falta de serviços básicos, mas sim a falta de emprego e
fontes de rendimento, pois nas zonas urbanas o acesso a recursos e meios de produção é muito
limitado. Na análise desta dinâmica também se torna necessário repensar o modelo de
desenvolvimento rural e em que medida é que este não passará também pela urbanização dos
espaços rurais, como forma de facilitar as dinâmicas económicas, a prestação de serviços e a
organização das pessoas.
Segundo Cistac (2001), o grande desafio para os municípios, nos próximos anos, será, por
um lado, aumentar a arrecadação tirando partido de todo o potencial de receitas e, por outro,
mobilizar outros recursos para fazer face aos avultados investimentos, em particular em infra-
estruturas que possibilitarão o desenvolvimento urbano e protecção ambiental, já que muitos
destes investimentos estão acima da capacidade real ou potencial dos municípios e mesmo do
próprio Governo. Para que isto seja possível, é fundamental repensar não só a capacidade de
pagar, como a vontade de pagar, ligando esta análise às políticas fiscais.
A título de exemplo, com a recente alteração à Lei das Finanças Autárquicas, algumas
autarquias (como Maputo e Beira) viram reduzida a sua capacidade de arrecadar receitas com
os imóveis (através do imposto predial autárquico) de 0,7% a 1% do valor do imóvel para
0,4% do valor do imóvel e isenção dos imóveis novos, por um período de cinco anos.
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Permitirá ainda identificar os impostos e taxas a privilegiar e suas implicações em termos de
reajustamento dos mecanismos e práticas de gestão e plataformas tecnológicas associadas.
De acordo com Cistac (2012), O processo de descentralização moçambicano deverá fazer face
a dois desafios opostos. Por um lado, as autarquias locais deverão fazer face a um processo
rasteiro de recentralização empreendido pelo Estado desde o começo dos anos 2000, e lutar
pelo reforço da sua própria autonomia.
Por outras palavras, para facilitar a vida dos órgãos centrais e desconcentrados do Estado, as
autarquias locais têm a obrigação de organizar-se de acordo com um modelo predeterminado
integrando, no seu organigrama, estruturas administrativas de que não terão, talvez, nenhuma
utilidade94. Além disso, o artigo 8, introduzido pela Lei n.º 6/2007, de 9 de Fevereiro,
consagra a participação das entidades de tutela nas sessões dos órgãos autárquicos, com
direito a palavra mas sem direito a voto. Sem dúvida, esta medida pode afectar o
desenrolamento das sessões dos órgãos autárquicos nos casos de tentativa de imposição dos
pontos de vista das entidades de tutela e de auto – censura dos próprios membros desses
órgãos no que concerne a sua liberdade de opinião num sistema com partido dominante.
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Como é referenciado Forquilha citado por Cistac (2012), as reformas de descentralização
exigem a existência dum quadro democrático efectivo capaz de promover práticas e valores
democráticos, tais como pluralismo político, garantia de liberdades individuais e colectivas,
inclusão e participação políticas. Isto implicará, sem nenhuma dúvida, um esforço em termos
de criação de mecanismos que têm como objectivo a participação sempre mais activa dos
munícipes nos processos de decisões das autarquias locais. Esta participação mais activa dos
cidadãos pode contribuir para o reforço da responsabilidade política do Governo nas suas
relações com a sociedade e uma melhor tomada em conta, pelo Estado, das instituições onde
se exerce.
Nesta perspectiva, deve-se estar consciente de que a lógica que leva as autarquias locais a
afirmar e proteger a sua autonomia pode ser perturbada pela presença do partido maioritário –
partido dominante no poder. Os responsáveis autárquicos terão muitas dificuldades em criticar
a acção governamental se forem membros do mesmo partido e as legítimas reivindicações das
autarquias locais permanecerem letras mortas. Paradoxalmente, uma oposição construtiva
pode constituir um elemento essencial para o reforço das liberdades autárquicas.
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Conclusão
Chegados ao término da elaboração do presente trabalho constatei alguns aspectos
importantes que são a nível de desenvolvimento urbano, estima-se que nos próximos anos
haja um crescimento dramático da percentagem da população que viverá em zonas urbanas,
prevendo-se inclusivamente que esta ultrapasse a percentagem que viverá em zonas rurais.
Esta dinâmica, associada à ausência de emprego, formal e informal, que se observa e se
estima que continuará a observar- se nas zonas urbanas, coloca uma grande pressão sobre a
efectiva capacidade de gerir o espaço e os serviços urbanos e poderá contribuir para o
aumento da pobreza urbana, que é uma pobreza mais impiedosa que a rural, pois é uma
pobreza com menos recursos para a sua superação.
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Referências bibliográficas
Cistac, G. (2012). Moçambique ׃Institucionalização, organização e problemas do poder
local. Lisboa ׃UEM
Zinocacassa, Z. F. (2019). O sistema de governo das entidades descentralizadas e as medidas
tutelares sancionatórias na ordem jurídica moçambicana. Nampula.
Noronha,J. Brito, L. (2010). Desafios da gestão municipal ׃de uma lógica administrativa e
institucional para uma lógica de desenvolvimento organizacional e sustentabilidade.
Chiziane E. (2010)., O Retorno à Concentração e Centralização do Poder Administrativo em
Moçambique. Maputo.
Cistac, G. (2001). Manual de Direito das autarquias. Maputo ׃Livraria Universitária.
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