Você está na página 1de 12

Índice

Introdução................................................................................................................................2
Desenvolvimento.........................................................................................................................3
1. Samuel Little........................................................................................................................3
1.1.2 Biografia..............................................................................................................................3
1.2 Liberdade sexual....................................................................................................................5
1.2.1 Liberdade sexual da mulher.................................................................................................6
1.3 Crimes contra a liberdade sexual............................................................................................6
1.4 Crimes sexuais contra menores............................................................................................10
1.5 Conclusão.............................................................................................................................11

1
Introdução
O presente trabalho iremos analisar alguns dos problemas relacionados com a
criminalidade sexual, sobre a liberdade sexual e principalmente quando estamos perante
menores. Este tipo penal tem sofrido ao longo dos anos algumas mudanças no
pensamento legislativo, mas principalmente no próprio entendimento social do crime
em causa.
Como tiramos com exemplo o serial killer americano, com as vítimas mais confirmadas
na história dos Estados Unidos.

2
Desenvolvimento

1. Samuel Little

1.1.2 Biografia

Samuel, ou simplesmente Sam, nasceu em Reynolds, na Geórgia, mas cresceu


em Lorain, no estado de Ohio. Ele foi criado por uma avó e frequentou
a HawthorneJuniorHighSchool. Foi preso pela primeira vez no início dos anos 60, aos
21 anos de idade, por arrombamento, crime pelo qual também já havia sido acusado
quatro anos antes. Ele cumpriu uma sentença de três anos e depois de sair voltou a
praticar crimes.

Até ser encarcerado definitivamente, Little foi preso pelo menos uma centena de vezes
anteriormente por crimes como sequestros, estupro e roubo à mão armada.

Perfil das vítimas

Samuel matava mulheres, quase todas negras, que viviam marginalizadas ou e em


estado de vulnerabilidade. Muitas delas eram prostitutas e dependentes de drogas e/ou
álcool.

Modus operandi

Samuel encontrava suas vítimas geralmente em bares ou até na rua. Ele então
conquistava sua confiança, conversando com elas e oferecendo-lhes carona, algumas
vezes em mais de uma ocasião ou em mais de um dia. Numa destas “caronas”, ele
levava a vítima até uma área isolada, muitas vezes dirigindo por uma estrada de terra, e
cometia o crime: primeiro estuprava e depois estrangulava a vítima, descartando depois
os corpos em rios, pântanos ou outras áreas isoladas. Ex-pugilista, algumas de suas
vítimas levaram socos antes de serem estranguladas. Ao menos uma de suas vítimas,
que ele teria encontrado em 1993 em Las Vegas, segundo ele foi morta em um motel,
tendo ele depois colocado o corpo no porta-malas e o descartado rolando-o barranco
abaixo numa área remota.

3
"O criminoso usava tanta força que chegou a quebrar a coluna vertebral de uma vítima
ao atingi-la no abdômen", segundo a BBC.

“Em um dos casos, Little descreveu ter conhecido uma jovem transexual negra chamada
Marianne ou Mary Ann em Miami, na Flórida, no início dos anos 1970. Ele contou ter
matado a jovem de 19 anos em uma garagem perto de uma plantação de cana-de-açúcar
e arrastado o corpo dela para dentro de uma região pantanosa. Em outro caso, Little
detalhou como estrangulou uma mulher em 1993 em um quarto de motel em Las Vegas.
Ele se lembrou de ter conhecido o filho dela antes disso e até apertado sua mão. Depois
de matá-la, dirigiu até os arredores da cidade e jogou seu corpo de um barranco”,
escreveu a BBC.

Little acreditava que vários dos corpos de suas vítimas jamais seriam encontrados.

Motivação

Segundo a promotora Beth Silverman, os crimes tiveram motivação sexual. No entanto,


Little negou e se ofendeu a ser chamado de estuprador, apesar de investigadores terem
encontrado sêmen nos corpos e roupas de suas vítimas.

Área de atuação

De acordo com o site do FBI, Samuel fez vítimas nos estados do Arizona,
Arkansas, Califórnia, Carolina do Sul, Flórida,
Georgia, Illinois, Kentucky, Louisiana, Mississipi, Nevada, Ohio, Tennessee, Texas
e Washington.

Perfil psicológico

Segundo a polícia, ele não demonstrou remorso e falou com empolgação de seus crimes,
chegando a rir quando se lembrou dos detalhes. “É um psicopata carismático”, segundo
a descrição de alguns investigadores. À policial CrystalLeBlanc ele teria dito: "Deus me
fez dessa maneira, então por que eu deveria pedir perdão? Deus sabia de tudo que eu
fazia".

“Por muitos anos ele acreditava que nunca seria preso”, disse também a polícia.

O detetive Tim Marcia o descreveu como "o puro mal".

4
Prisão

Little, que tinha uma extensa ficha criminal, incluindo condenações por assalto à mão
armada e estupro, foi preso aos 72 anos, em 2012, no Kentucky, por envolvimento com
drogas. De lá foi enviado para Califórnia, onde policiais realizaram testes de DNA que o
ligaram a três assassinatos não resolvidos, acontecidos entre 1987 e 1989 no Condado
de Los Angeles. Ele se declarou inocente, mas foi condenado e sentenciado à prisão
perpétua em 2014, sem chance de liberdade condicional. A polícia o ligou inicialmente
a cinquenta mortes, mas na prisão ele contou ser autor de outros 43 assassinatos,
detalhando vários destes crimes. Ele, inclusive, chegou a desenhar o rosto de várias
destas possíveis vítimas.

"Assusta a clareza que ele tem sobre certas coisas depois de todo esse tempo. Lembra de
nomes e rostos", disse o policial Michael Mongeluzzo.

No dia 7 de outubro de 2019, o FBI emitiu um comunicado oficial dizendo que ele era
“o maior assassino em série dos EUA” e que “todas as suas confissões são críveis”.
Meses antes o órgão já havia divulgado os desenhos feitos por ele na prisão, na tentativa
de identificar mais de suas vítimas.

Morte

Little morreu em 30 de dezembro de 2020, aos 80 anos, na Califórnia.

5
1.2 Liberdade sexual
A liberdade sexual pode ser entendida pelo direito de expressar e exercer a própria
sexualidade de forma livre, ou seja, escolher sua/seu parceira(o) ou parceiras(os),
inclusive nenhum(a), bem como decidir quando e como se expressar sexualmente, alem
livre orientação sexual.

A vertente positiva liberdade sexual impõe a livre disposição do sexo e do próprio


corpo para fins sexuais, ou seja, consiste na possibilidade que cada um tem de fazer as
suas opções no domínio da sexualidade.

1.2.1 Liberdade sexual da mulher


Falar sobre o direito à liberdade sexual da mulher é chamar a atenção para as
dificuldades ainda presentes na vida de muitas mulheres. É afirmar que o poder sobre
seu corpo é de cada uma. É desejar que cada vez mais todas as mulheres possam
expressar e exercer a sua sexualidade de forma livre.

Também significa respeitar as diferentes expressões: a intolerância a alguma maneira de


expressar e/ ou exercer a sexualidade é uma forma de discriminação e gera sofrimento,
exclusão e, muitas vezes, violência. Deve-se frisar que a liberdade sexual dá a todas as
pessoas o poder sobre si mesmas, mas também a responsabilidade sobre suas escolhas.
Claro que essa liberdade deve ser de ambos os lados: não se pode falar em liberdade
quando um dos lados está sendo pressionado, coagido, até mesmo abusado ou explorado

6
1.3 Crimes contra a liberdade sexual

Conceito

Os crimes contra a dignidade sexual estão dispostos nos artigos 166º a 181º do Código
Penal.

Eles têm como objeto jurídico a proteção da sexualidade tanto nas relações de caráter
pessoal (autodeterminação sexual), quanto nas relações de caráter social (exercer a
sexualidade e com outra pessoa), ou seja, a liberdade que uma pessoa tem de dispor do
próprio corpo, sua integridade física, sua vida ou honra.

Os crimes contra liberdade sexual também podem ser tipificados por omissão


imprópria, por exemplo, por quebra do dever de cuidado do Estado ou dos pais de uma
criança.

A ação penal dos crimes contra a liberdade sexual passa a ser sempre pública
incondicionada. No entanto, por se tratar de disposição prejudicial ao réu, a nova regra
não poderá retroagir.

Estupro

O crime de estupro consiste em constranger alguém, limitando sua liberdade, fazendo


uso de força ou coação, com finalidade de obter a conjunção carnal ou outro ato
libidinoso (que sente o desejo sexual vivo).

Ato libidinoso é qualquer ato sexual que tenha finalidade de satisfazer a libido do
sujeito ativo.

Dolo: GENÉRICO consubstanciado na vontade de constranger (compelir, coagir,


obrigar).

Atos executórios

 Violência física (vis corporalis): quebra de resistência.


 Grave ameaça (vis absoluta): violência psíquica direta ou indireta; justa ou
injusta – analisada de forma subjetiva.

7
Não é necessária a satisfação sexual do agente para fins de consumação.

A tentativa é possível quando o agente praticar somente os atos executórios e nenhum


ato libidinoso.

Pode ser sujeito ativo qualquer pessoa, homem ou mulher.

O sujeito passivo será qualquer pessoa maior de 14 anos (se o sujeito for menor de 14
anos, o crime será de estupro de vulnerável).

A pena do crime é de reclusão de 1 a 8 anos e, quando for qualificado pelo resultado, ou


seja, se do estupro resultar lesão corporal grave, a pena será de reclusão de 8 a 12 anos,
se resultar em morte, a pena será de reclusão de 12 a 30 anos.

ARTIGO 166.º [Coacção sexual e assédio]

1. Quem, por meio de violência, ameaça grave, ou depois de, para esse fim, a ter
tornado inconsciente ou posto na impossibilidade de resistir, constranger outra pessoa
a sofrer ou a praticar, consigo ou com outrem, acto sexual de relevo, é punido com
pena de prisão de 1 a 8 anos.

2. Quem, abusando de autoridade resultante de uma relação de dependência


hierárquica, económica ou de trabalho, constranger outra pessoa, por meio de ordem
ou ameaça não compreendida no número anterior, a sofrer ou a praticar acto sexual de
relevo, consigo ou com outrem, é punido com pena de prisão até 3 anos

Ainda que não haja morte ou lesão grave, o estupro é considerado crime hediondo (Lei
6/2012 ). Assim, o indivíduo condenado pelo crime de estupro deverá iniciar o
cumprimento de pena em regime fechado, não terá a possibilidade de obtenção de
liberdade provisória com fiança, bem como terá um prazo maior para obtenção do
livramento condicional.

Se o estupro for cometido com a finalidade de transmitir HIV, haverá concurso formal


impróprio com tentativa de homicídio (se a vítima a falecer antes do trânsito em
julgado, o homicídio será considerado consumado).

8
Não incluem nesse tipo penal as palavras de baixo calão, escritos com conteúdo eróticos
e afins.

Violação Sexual Mediante Fraude

Neste tipo penal a vítima é induzida ao erro, por acreditar que determinada conduta é
necessária e que vai fazer bem a ela.

ARTIGO 167.º [Violação]

1. Quem, por meio de violência, ameaça grave, ou depois de, para esse fim, a ter
tornado inconsciente ou posto na impossibilidade de resistir, constranger outra pessoa
a sofrer ou a praticar, consigo ou com outrem, cópula, coito anal ou coito oral, é
punido com pena de prisão de 3 a 10 anos.

2. Quem, abusando de autoridade resultante de uma relação de dependência


hierárquica, económica ou de trabalho, constranger outra pessoa, por meio de ordem
ou ameaça não compreendida no número anterior, a sofrer ou a praticar cópula, coito
anal ou coito oral, consigo ou com outrem, é punido com pena de prisão até 4 anos.

Dolo genérico.

Meio executório: ilusão, fraude, distorção da realidade, mentira ou qualquer outro meio


vicioso da vontade da vítima.

O crime, também conhecido como estelionato sexual, é configurado quando há fraude


ou outro meio que impeça ou dificulte a livre vontade da pessoa.

Os sujeitos ativo e passivo podem ser qualquer pessoa e a pena para quem comete
violação sexual mediante fraude é de reclusão de 2 a 6 anos.

Caso a vítima esteja sob efeito de remédios, álcool ou drogas, o crime será de estupro de
vulnerável.

Assédio Sexual

O assédio sexual ocorre quando uma pessoa se utiliza da relação de hierarquia que


possui em relação à vítima para obter um favorecimento sexual.

9
Dolo ESPECÍFICO consubstanciado na vontade de obter favorecimento sexual.

O constrangimento (perseguir, importunar, insistir) empregado é por meio de uma


“ameaça” vinculada à relação de hierarquia ou ascendência;

É crime formal, portanto consuma-se com o simples constrangimento, ou seja, não


precisa ocorrer a relação sexual em si. Basta que uma pessoa ameace outra, utilizando-
se da superioridade hierárquica.

O sujeito ativo do crime pode ser qualquer pessoa que tenha algum tipo de
superioridade hierárquica em relação à vítima. O sujeito passivo pode ser qualquer
pessoa subordinada ao sujeito ativo.

A pena é de detenção, de 3 anos, e será aumentada em até um terço se a vítima for


menor de 18 anos.

ARTIGO 166.º [Coacção sexual e assédio]

2. Quem, abusando de autoridade resultante de uma relação de dependência


hierárquica, económica ou de trabalho, constranger outra pessoa, por meio de ordem
ou ameaça não compreendida no número anterior, a sofrer ou a praticar acto sexual de
relevo, consigo ou com outrem, é punido com pena de prisão até 3 anos.

Doutrina

O doutrinador Cezar Roberto Bitencourt, em seu livro Tratado de Direito Penal,


define a liberdade sexual como:

“(…)a liberdade sexual, entendida como a faculdade individual de escolher livremente


não apenas o parceiro ou parceira sexual, como também quando, onde e como exercitá-
la, constitui um bem jurídico autônomo, distinto da liberdade genérica, com dignidade
para receber, autonomamente, a proteção penal. Reconhecemos a importância de existir
um contexto valorativo de regras que discipline o comportamento sexual nas relações
interpessoais, pois estabelecerá os parâmetros de postura e de liberdade de hábitos,
como uma espécie de cultura comportamental, que reconhece a autonomia da vontade
para deliberar sobre o exercício da liberdade sexual de cada um e de todos, livremente.
“A esse contexto valorativo — afirma Muñoz Conde — poder-se-ia chamar também

10
‘moral sexual’, entendida como aquela parte da ordem moral social que ‘em causa’
dentro de determinados limites as manifestações do instinto sexual das pessoas.”

1.4 Crimes sexuais contra menores


Conceito penal

Os crimes contra a autodeterminação sexual  (art.º 175.º a 184.º do Código Penal),


que penalizam atividades sexuais com menores até 18 anos, e cuja existência está
directamente ligada à necessidade de proteger o livre desenvolvimento da personalidade
da criança ou jovem no domínio sexual.
Segundo a lei, "abuso sexual infantil" é um termo guarda-chuva que descreve
infracções penais e cíveis na qual um adulto se envolve em actividade sexual com
um menor ou explora um menor para propósito de gratificação sexual. A Associação
Psiquiátrica Americana afirma que "crianças não podem consentir em actividade
sexual com adultos", e condena qualquer acção por um adulto: "Um adulto que se
envolve em actividade sexual com uma criança está realizando um acto criminoso e
imoral que nunca pode ser considerado como um comportamento normal ou aceitável
socialmente."
Entendemos que no caso do abuso sexual de menores estamos perante uma grave
agressão à autodeterminação sexual do menor, implicando isso o aproveitamento da
inexperiência do menor, e que, tendo em conta a sua tenra idade, coloca a vítima numa
posição de fragilidade, de forma a alcançar um objectivo, nomeadamente, a satisfação
dos impulsos libidinosos do agente.

Os crimes contra menores

 Coação Sexual. Art.º 163.º do Código Penal. ...


 Violação. Art.º 164.º do Código Penal. ...
 ARTIGO 176.º [Abuso sexual de adolescentes e dependentes]
 ARTIGO 177.º [Actos sexuais com adolescentes]
 ARTIGO 178.º [Actos homossexuais com adolescentes]
 ARTIGO 179.º [Prostituição de menores]
 ARTIGO 180.º [Pornografia de menores]

11
 ARTIGO 181.º [Lenocínio e tráfico de menores]

1.5 Conclusão
O código penal, no que concerne aos crimes sexuais notamos que não sofreu alterações
significativas, e podemos logo avançar seria o mais importante, a alteração da
configuração do bem jurídico protegido, para poder abranger um maior número de
comportamentos sexuais violadores da liberdade e autodeterminação sexual, para
associar este tipo penal, mais gravosa, no que concerne crime à moral, honra familiar e
até ao bem-estar social, partindo-se de uma concepção baseada na comunidade para
uma concepção muito mais individualista, olhando para a vítima, protegendo-se a sua
liberdade sexual, autodeterminação, desenvolvimento físico e psicológico.

ATENCIOSAMENTE:

ANA SOFIA COSTA DAS NEVES

ALBERNILDE LEAL

JANILSA COSTA

12

Você também pode gostar