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FACULDADE PITAGORAS

CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM

DAIANE SOUZA DA COSTA

CULTURA DO ESTUPRO:
VIOLENCIA SEXUAL CONTRA MULHERES

Orientador: Prof. Ariane Sabina Stieven

RIBEIRÃO DAS NEVES / MG

2023
SUMÁRIO

Sumário
RESUMO..................................................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4
2 DELIMITAÇÃO E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA ................................................ 4
2.1 PORQUE “cultura do estupro”? ............................................................................. 4
2.2 Mitigação da culpabilidade da vitima ..................................................................... 6
2.3 Objetificação sexual ............................................................................................ 10
2.4 A desconstrução do estuprador........................................................................... 12
2.5 Efeito nas vitimas ................................................................................................ 14
2.6 Mudanças cultural, Desafios na prevenção e o Papel das politicas publicas ...... 15
3 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 18
4 OBJETIVOS ........................................................................................................... 19
4.1 Objetivo ............................................................................................................... 19
4.2 Objetivos específicos .......................................................................................... 19
5 METODOLOGIA..................................................................................................... 20
6 RESULTADOS ESPERADOS ................................................................................ 21
7 CRONOGRAMA DA PESQUISA (PREVISÃO SOBRE O TEMPO PARA O
DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA) .................................................................... 23
8. ORÇAMENTO ....................................................................................................... 23
9 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 24
3

RESUMO
Objetivo deste trabalho abordara o tema sobre a cultura do estrupo e a
característica social e cultural que normaliza, justifica ou tolera a violência
sexual contra mulheres, perpetuando uma atmosfera em que agressões
sexuais são minimizadas e até mesmo encorajadas. este conceito é um tópico
crítico e preocupante que exige atenção e análise detalhada. neste resumo,
vamos destacar alguns pontos essenciais relacionados à prática e incitação
da violência sexual contra as mulheres dentro da cultura do estupro

Palavras-Chave: cultura do estupro, Mitigação da culpabilidade da vítima; objetificação


sexual; incitação online; efeito nas vítimas; desafios na prevenção e mudança cultural;
papel das políticas públicas
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1 INTRODUÇÃO

Esta introdução pretende abordar alguns aspectos-chave da cultura do


estupro, incluindo a mitigação da culpabilidade da vítima, a objetificação
sexual, a incitação online, o efeito nas vítimas, os desafios na prevenção e
mudança cultural, e o papel das políticas públicas. No decorrer deste
trabalho, exploraremos cada um desses tópicos com mais profundidade,
analisando as causas subjacentes da cultura do estupro, os desafios
enfrentados na sua erradicação e as estratégias eficazes para prevenir e
combater a violência sexual, promovendo uma sociedade mais justa e segura
para todos. A pesquisa será descritiva em conjunto com a técnica de pesquisa
bibliográfica, por meio de livros, revistas e artigos científicos, bem como da
legislação vigente, e trabalhos jornalísticos sobre o tema; além de
quantitativa, com a apresentação de dados sobre a ocorrência do crime de
estupro.
O presente trabalho apresentará, inicialmente, sobre o crime de
estupro nos Códigos Penais revogados e no vigente Código Penal Brasileiro,
mostrando as transformações na sua tipificação. Além disso, mostrará, por
meio de alguns dados, o sexo feminino como principal vítima.

2 DELIMITAÇÃO E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

2.1 PORQUE “CULTURA DO ESTUPRO”?

De acordo com Renata Floriano de Souza (2017) Chamar uma


determinada prática social de cultura implica atribuir-lhe uma série de fatores
que exprimem que essa conduta se caracteriza, entre outras coisas, por ser
algo feito de maneira corriqueira e não listado como raras exceções,
colocando essa ação como uma atividade humana. Nessa concepção,
adotamos a referência de Marilena CHAUI (1986) acerca do termo cultura
que, segundo ela, “em sentido amplo, cultura [...] é o campo simbólico e
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material das atividades humanas” (p. 14). O que também não significa que, de
maneira direta, todos os homens sejam estupradores, nem que todos os
seres humanos sejam diretamente responsáveis pela prática do estupro, mas
que, de muitas maneiras, a cultura do machismo e da misoginia contribui para
a perpetuação desse tipo de violência focada, principalmente, contra a
mulher. E não se trata de considerar a figura do estuprador como doente ou
mero produto de uma sociedade determinista que o fez assim. Essa é uma
abordagem errônea, já que classificá-lo como
doente o isentaria da responsabilidade sobre seus atos, assim como
quando classificado como um mero produto da sociedade. Acima das
expectativas e conhecimento acerca do tema, o estupro é muito mais
difundido do que temos notícia, sendo praticado por homens, em sua grande
maioria, que possuem plenas faculdades mentais de escolher praticá-lo ou
não, e incentivado por uma série de mecanismos culturais de que falaremos
mais adiante.
Relatos sobre casos de estupro acontecem nos mais variados
ambientes, desde o temido beco escuro onde todas as mães instruem suas
filhas a não transitarem, até mesmo o grande número de incidências ocorridas
dentro da ‘pretensa casa segura’ da vítima. E as variações também são
difusas no modo agir dos agressores, sendo distintas de caso para caso,
fazendo com que a penetração vaginal nem sempre seja uma constante nos
casos de violência sexual. E isso tem vários motivos, tais como: a
impossibilidade física do agressor de introduzir na vítima penetração peniana
vaginal; a realização do ato de violência sexual, de acordo com o desejo
sexual do agressor, que pode ser muito mais variado, visto que a realização
do impulso sexual se dá por vários meios que podem, inclusive, excluir
penetração do pênis na vagina; e a necessidade de encobrir rastros do
estupro, de modo a não deixar na vítima secreções que possam, por meio de
exames, identificar o agressor.
Esse tipo de entendimento é muito importante para que outras formas
de violação sejam ou não classificadas no quadro do estupro, considerando
que, por muito tempo, o entendimento de estupro concebeu apenas casos
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onde a conjunção carnal fosse comprovadamente forçada e com penetração


vaginal. Tal concepção mostra-se exclusivamente falocêntrica, ignorando
outras práticas de violências sexuais como o sexo oral, anal, masturbação,
beijo e qualquer prática sexual que não contemple a penetração vaginal. Tudo
isso demonstra uma valoração excessivamente fálica e heteronormativa que
classifica apenas como violação aquela praticada com o pênis,
desconsiderando qualquer outro tipo de ato, por exemplo, qualquer outro ato
sexual praticado até mesmo por alguém do mesmo sexo que a vítima. Essas
ideias acerca do ato do estupro seriam válidas se toda e qualquer atividade
sexual humana tivesse como único fim a reprodução, de onde se faz
necessária a penetração do pênis na vagina; o que é um pensamento
ultrapassado, já que, na atualidade, a sexualidade é aceita não apenas para
fins de procriação, mas, também, para socialização, satisfação de prazeres,
estabelecimento de relações amorosas, relações sociais, recreação, entre
outros. Tendo em vista isso, é importante compreender que a realização do
desejo sexual do agressor pode se manifestar de várias formas, mas
nenhuma delas respeita a vontade e a dignidade da vítima.
Diante disso, um grande progresso foi a mudança do entendimento
penal brasileiro sobre o que configuraria a ação que poderia constar como
crime de estupro.1
1 Conforme consta no Código Penal Brasileiro, no artigo 213 (na redação
dada pela Lei n.º 12.015, de 2009), estupro é: “constranger alguém,
mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou
permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”, substituindo a lei
anterior que considerava no Art. 213 -” Constranger mulher à conjunção
carnal, mediante violência ou grave ameaça”.

2.2 MITIGAÇÃO DA CULPABILIDADE DA VITIMA

Segundo Schoellkopf (2012), a culpabilização da vítima é advinda da


terminologia Victim Blaming, com criação no ano de 1971 por William Ryan, o
qual, de forma inicial, acabou contemplando a pesquisa das minorias étnicas
dos EUA passando a atribuir, pela classe média, a culpa aos pobres por sua
pobreza. O termo serve também para as vítimas de estupro, passando a levar
como justificativa para a ocorrência do crime a conduta das vítimas, com o
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intuito único de evitar a aplicabilidade da pena, mantendo-se a recidiva e


invisibilidade do crime na sociedade. Além do mais, Semíramis (2021) pontua
que a culpabilização da vítima de estupro pode-se compreender como um
fenômeno derivado das relações de gênero em desigualdade incutidas na
cultura de estupro, culminando no discurso discriminatório em atribuir
responsabilidade pelo crime de estupro à mulher. Consequentemente, é
buscado na culpabilização colocar em pauta os cotejos da vítima mulher, para
que, em vez de levar em consideração o criminoso como pessoa culpada,
seja indagado de forma profunda a vida da vítima, com vistas a excluir sua
culpabilidade. Assim, a culpabilização tem buscas na promoção dos
adestramentos da sexualidade feminina, em vertentes discriminatórias da
mulher, de maneira a transferir da mulher vítima do crime de estupro a
responsabilidade pela violência que foi realizada, acarretando uma real
contribuição da vítima para a ocorrência do crime. Para as massas, caso a
mulher seja cuidadosa e não se desvie de regras de comportamento social,
certamente possuirá menos chances de se tornar vítima de violência sexual.
Tem implicação pontuar que, para o senso comum, geralmente as mulheres
apenas acabam sendo estupradas caso deem alguma razão, o que
normalmente está umbilicalmente ligado à moral sexual (LIMA, 2012).
Nesse contexto, segundo Rost e Vieira (2015), a culpabilização das
vítimas de estupro tem seu resumo em estruturas inadequadas, no processo
de atribuir a elas a responsabilidade pela prática do crime, bem como visar a
manutenção dos papéis de gênero, fazendo as mulheres acatarem essas
normativas sociais, permanecendo de forma sexual recatada. A prática de
delitos sexuais, notadamente o estupro, relaciona-se à moral da mulher, o que
insinua que ela acabou merecendo ser estuprada por possuir
comportamentos descuidados, ou que não houve estupro, no imaginário
coletivo, uma vez que a vítima não gritou, que não há marcas em seu corpo
ou até mesmo que não apresentou resistência. No direito penal brasileiro, o
qual estabelece que “a pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art.
59 deste Código; os quais serão consideradas as circunstâncias atenuantes e
agravantes” (BRASIL, 1940). Mirabete (2013, p. 282) acrescenta que a
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análise das circunstâncias judiciais reproduz, de um lado, “a biografia moral


do condenado” e, de outro, “as particularidades que envolvem o fato
criminoso”, devendo o juiz “escolher a modalidade e a quantidade da sanção
cabível, segundo o que lhe parecer necessário e suficiente para atender aos
fins da pena”. Na verdade, se circunstâncias são dados ou fatos que estão ao
redor do crime, servindo para majorar e minorar a reprimenda sem,
entretanto, retirar a essência do fato criminoso, significa dizer que o crime
subsiste, mesmo sem suas circunstâncias. As circunstâncias judiciais,
contidas no caput do art. 59 do CP, podem, por si sós, esgotar a dosimetria e
somente podem ser valoradas pelo próprio juiz. Assim, a vítima passou a ser
tratada dentro do crime como um sujeito de direitos, uma vez que participa, de
alguma forma, do crime. Na atualidade, isso pode ser atribuído ao papel
desempenhado pela dogmática do garantismo penal que confere à vítima
especial atenção e proteção (NETO, 2010). As vítimas podem ser
classificadas da seguinte maneira: i) “vítimas completamente inocentes,
designadas vítimas ideias;” ii) “vítimas menos culpadas do que o delinquente,
chamadas de vítimas por ignorância;” iii) “vítimas tão culpadas como o
delinquente, chamadas de provocadoras;” iv) “vítimas mais culpadas do que o
delinquente, chamadas de pseudovítimas;” v) “vítimas como únicas culpadas,
ou agressoras” (FERREIRA, 2004, p. 99; BITENCOURT, 1978, p. 58-61). De
acordo com a exposição de motivos do CP, a referência ao comportamento
da vítima diz respeito ao fato de que, muitas vezes, ele é erigido “em fator
criminógeno, por constituir-se em provação ou estímulo à conduta criminosa
como, entre outras modalidades, o pouco recato da vítima nos crimes contra
os costumes” (BRASIL, 1983). Nessa esteira, o comportamento da vítima
pode ser entendido como “a atitude da vítima, que tem o condão de provocar
ou facilitar a prática do crime. Cuida-se de circunstância judicial ligada à
vitimologia” (MASSON, 2010, p. 313). Decerto, “o elemento de orientação
judicial relativo ao comportamento da vítima limita-se às hipóteses de
contribuições efetivas (conscientes ou inconscientes) da vítima para a
realização do crime, reduzindo ou excluindo o tipo de injusto ou a reprovação
do autor”, sendo exemplo de tais atitudes a facilitação, a provocação, a
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negligência, o estímulo, entre outras (SANTOS, 2008, p. 576). Por isso é


fundamental a “análise do comportamento da vítima, que poderá aumentar ou
diminuir a reprovabilidade pessoal da conduta típica e ilícita e não se
confunde com o consentimento do ofendido” (PRADO, 2010, p. 485). Como
foi possível observar, os agrupamentos sociais, até no meio jurídico, possuem
entendimento que não tendo a mulher “a moral” aceita pelo senso comum é
possível que ela se torne alvo fácil das práticas reiteradas dos delitos sexuais.
Assim, conforme descreve Souza (1998), a mulher vitimada acabaria tendo
seu comportamento de acordo com razoáveis padrões de decência.
Demonstraria, em circunstâncias, pundonor com suficiência? Teria a conduta
amoldada com os padrões da moralidade pública que é esperada da
sociedade? Não teria a conduta da vítima, de maneira alguma, ferido o
sentimento comum? A vítima teve sua ação segundo os padrões com
derivação do que tem entendimento pelos bons costumes? A vítima teve sua
ação segundo os princípios da ética? Foi apresentado comportamentos
uniformes? Antes do fato, a vítima teve respeito por generalidade dos
indivíduos honestos? Por outro lado, a vítima acabou sofrendo violência? A
vítima apresentou resistência às ações do agente, ou deles dissentiu de forma
comprovada? Se é cotejada a vítima, com as conceituações relacionadas ao
pudor, à moral, à honra, dentre outros, partindo dos fatos de que ela teve
participação, para que seja aferido o grau, a qualidade e a profundida dessas
participações, no intuito desses indicativos fazer extração da real
culpabilidade da pessoa acusada e a maior ou a menor responsabilidade da
vítima por deflagrar o evento tido por crime. Com isso, perante as lógicas da
vitimologia, é possível pontuar que, caso as vítimas tivessem adequação com
as boas formas e costumes, não seriam “sujeito passivo” dos delitos de
estupro, sendo que bastava que ficassem recatadas e os homens dominantes
e, consequentemente, agressores. É o que é possível entender, de novo, dos
discursos de Souza (1998): o que desejam jovens mulheres que acabam
vestindo roupas provocantes e participam de clubes noturnos? A sociedade
ficou acostumada a visualizar e a encarar essas condutas como normais.
Fomos acostumados a visualizar com benevolentes olhos as condutas das
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filhas, das irmãs e das esposas de maneira que os olhares e vozes de


censura ficam dirigidos apenas para os agressores.
Por fim, observados o art. 59 do Código Penal e a conduta da vítima, à
primeira vista, parece que esse dispositivo apenas serve para abrandar a
sanção penal. Todavia, o CP brasileiro, não considera o comportamento da
vítima como atenuante, mas o inclui entre as circunstâncias judiciais. Isso
significa que o comportamento do ofendido deve ser apreciado de modo
amplo no contexto da censurabilidade da conduta do agente. O
comportamento do ofendido está previsto como circunstância judicial,
devendo haver uma justa e correta análise do seu teor, sem restringir o seu
poder de valoração e não o inverso. Ou seja, o comportamento da vítima nos
casos de estupro, não se entende como provocador em razão dos costumes
éticos e sociais. Estes comportamentos, ora vítima, devem ser valorados
como circunstâncias judiciais a censurabilidade do agente agressor. É preciso
que se entenda e não se confunda o comportamento da vítima, sujeito de
direito, como circunstância judicial à valoração do crime frente à
censurabilidade da conduta.

2.3 OBJETIFICAÇÃO SEXUAL

“A objetificação, termo cunhado no início dos anos 70, consiste em


analisar um indivíduo a nível de objeto, sem considerar seu emocional ou
psicológico.”
Quando falamos de objetificação do corpo feminino estamos nos
referindo à banalização da imagem da mulher, ou seja: a aparência das
mulheres importa mais do que todos os outros aspectos que as definem
enquanto indivíduos.
A objetificação está presente nos mais diversos setores da sociedade.
Um exemplo clássico é a forma como a mulher é retratada em peças
publicitárias. Em muitas campanhas, com destaque para as de cerveja,
mulheres são estereotipadas e hipersexualizadas. Em pesquisa recente do
Instituto Patrícia Galvão e Instituto Data Popular, 84% dos respondentes
11

concordam que o corpo da mulher é usado para a venda de produtos nas


propagandas de TV e 58% entendem que a mulher é representada como
objeto sexual nessas campanhas. a nossa sociedade do início do século XXI
entendia o homem como provedor e a mulher como dependente dele. A
cultura patriarcal refere-se ao comportamento esperado das mulheres nesse
contexto em que elas eram economicamente dependentes dos homens. O
“contrato tácito de troca” previa que as mulheres, por serem sustentadas
pelos maridos, cuidassem dos afazeres domésticos e os satisfizessem
sexualmente.
Atualmente, por mais que as mulheres tenham alcançado mais
independência financeira, uma das características da cultura patriarcal que
ainda permanece é a objetificação do corpo feminino, uma vez que essa
objetificação está intimamente ligada à função do corpo da mulher enquanto
mero objeto de prazer sexual masculino.
A objetificação do corpo feminino tem várias consequências danosas.
A primeira delas é a estereotipação da mulher e o estabelecimento de
padrões estéticos irreais. Uma vez que o julgamento inicial de uma pessoa se
dá pela aparência, existe uma expectativa do que é bom ou ruim, certo ou
errado e, consequentemente, a exclusão e depreciação de mulheres que não
atendem a esses padrões. Muitas vezes, vemos em ambientes familiares ou
profissionais mulheres sendo hostilizadas pelo seu peso, altura, cabelo,
depilação, formato de corpo e demais atributos físicos.
Outra consequência danosa desse fenômeno é a auto objetificação da
mulher. Mulheres que vivem em ambientes de objetificação tendem a se auto
objetificar e também a objetificar outras mulheres, sofrendo, assim, danos de
autoestima e de socialização. Em pesquisa publicada na Psychological
Science em 2013, sugeriu-se que mulheres que apresentam altos níveis de
auto-objetificação tendem a ser menos ativas socialmente.
Por que a mulher se auto objetificaria? Quando lembramos
que parte da cultura patriarcal compreende a satisfação sexual que a mulher
precisa dar ao homem, o impacto disso no comportamento de muitas
mulheres é de se empenhar em tornar seus corpos sexualmente atraentes
12

para os homens em detrimento de suas próprias expectativas. Enxergar seu


próprio corpo e o corpo de outras mulheres como objetos de satisfação do
desejo sexual masculino é parte do processo de auto objetificação.
E o que ativismo social tem a ver com isso? Ora, como explicamos no
início, se a objetificação consiste em desconsiderar atributos psicológicos e
emocionais que nos caracterizam enquanto indivíduos, a mulher que se auto
objetifica não se compreende totalmente como um indivíduo e não se dá
conta de todas as suas capacidades e possibilidades, o que influencia no seu
grau de engajamento como profissional e cidadã.
Combater a objetificação é, portanto, mostrar para as mulheres que
elas são indivíduos completos e capazes, que podem ser muito mais do que
objetos de prazer masculino. O primeiro passo para isso é identificar atitudes
que reforçam essa cultura e combatê-las no dia a dia.

2.4 A DESCONSTRUÇÃO DO ESTUPRADOR

De acordo com Renata Floriano de Souza, mesma sociedade que


idealiza que tipo de mulher que pode ou não ser considerada vítima de
estupro também projeta sua própria ideia de estuprador. O típico estuprador é
tido como um homem mentalmente perturbado que usa da força para
violentar mulheres honestas e descuidadas. Essa caracterização do
estuprador como esse tipo de figura (perturbada, vil, bestial) vemos sendo
reproduzida às dúzias em filmes como Irreversível (2002), ou novelas como A
Indomada (1997), nos quais o estuprador é retratado como um sujeito de
comportamento agressivo e suspeito que ataca suas vítimas de assalto.
Nesses ataques, tem-se a impressão de que o estupro se deu muito mais por
falta de cuidado da vítima por sair à noite, sozinha, tornando-se alvo fácil para
o estuprador, do que propriamente por culpa única e exclusiva do agressor.
Tais construções confirmam a imagem de que o estupro é um caso isolado,
que ocorre em determinadas situações devido muito mais à imprudência da
vítima para com a própria segurança, do que, simplesmente, pela culpa do
agressor. Constrói-se, então, a concepção de que determinados
13

comportamentos, roupas, gestos fazem da mulher que os utiliza uma vítima


em potencial ou não para o ato do estupro. Para Pierre BOURDIEU (2002), o
modo como a mulher se comporta e se apresenta legitima, perante a
sociedade, o modo pelo qual ela deverá ser tratada:
Essa aprendizagem é ainda mais eficaz por se manter, no essencial,
tácita: a moral feminina se impõe, sobretudo, através de uma disciplina
incessante, relativa a todas as partes do corpo, e que faz lembrar e se exerce
continuamente através da coação quanto aos trajes ou aos penteados. Os
princípios antagônicos da identidade masculina e da identidade feminina se
inscrevem, assim, sob a forma de maneiras permanentes de se servir do
corpo, ou de manter a postura, que são como que a realização, ou melhor, a
naturalização de uma ética (p. 38).
De acordo com Adler, em HEBERLE; OSTERMANN; FIGUEIREDO
(2006), o comportamento da mulher muitas vezes ultrapassou o julgamento
relegado apenas ao âmbito da sociedade, sendo, até mesmo, transferido para
a instância jurídica:
Até os anos 1980, era comum encontrar no discurso jurídico britânico
exemplos de críticas às mulheres por terem saído sozinhas, por terem um
passado sexual ‘promíscuo’, por pedirem carona, por vestirem-se de forma
provocativa, e até mesmo por morarem sozinhas ou dormirem seminuas (p.
206).
Propaga-se toda uma regra social de como a mulher deve comportar-
se em público e na presença de homens. Nessas regras, está embutido não
somente o arquétipo de bom comportamento, como, também, o
comportamento mais adequado para manter a integridade física da mulher, ou
seja, como evitar agressões verbais, físicas e estupro. No entanto, não se
percebe o mesmo cuidado no que tange a apresentar um comportamento
padrão que evite ao homem desenvolver-se como estuprador. Existe, sim,
claramente, a ideia de que é errado um homem ir até um beco escuro e
estuprar uma desconhecida, todavia, não se considera errado, pelo menos de
maneira unânime, que ele faça uso de artimanhas como embebedar uma
mulher, para, depois, transar com ela inconsciente, por exemplo.
14

Nunca se conseguiu traçar o perfil do agressor físico, sexual ou


emocional de mulheres. Do ponto de vista sociológico, eles são cidadãos
comuns não só na medida em que têm, via de regra, uma ocupação e
desempenham corretamente outros papéis sociais, mas também porque
praticam diferentes modalidades de uma mesma violência estrutural. Se não
apenas as classes sociais são constitutivas das relações sociais, estando
neste caso também o gênero e a raça/etnia, não há razão para se buscarem
características específicas dos agressores, pelo menos da perspectiva aqui
assumida. A Psicologia fez numerosas tentativas de detectar as
especificidades do agressor, com resultado negativo. Ou seus instrumentos
de mensuração do que se considera anormalidade são insuficientes para
alcançar esse objetivo, ou o agressor é normal. Do ângulo sociológico aqui
esposado, não faz sentido procurar características individuais no agressor,
quando a transformação de sua agressividade em agressão social é
socialmente estimulada (SAFFIOTI; ALMEIDA, 1995, p. 138).

2.5 EFEITO NAS VITIMAS

De acordo com a OMS 2018, dados indicam que sobreviventes de


violência sexual podem sofrer consequências comportamentais, sociais e de
saúde mental. As meninas e mulheres são as mais afetadas por lesões e
doenças resultantes da violência e coerção sexuais, não só porque
constituem a maioria das vítimas, mas também porque são vulneráveis aos
desdobramentos dessas agressões na saúde sexual e reprodutiva.
Entre os exemplos de consequências da violência sexual para a saúde
das mulheres, a OMS destaca:
 Gravidez não planejada;
 Aborto inseguro;
 Disfunção sexual;
 Infecções sexualmente transmissíveis — incluindo HIV;
 Fístula traumática;
 Depressão;
15

 Transtorno por estresse pós-traumático;


 Ansiedade;
 Dificuldade para dormir;
 Sintomas somáticos;
 Comportamento suicida;
 Transtorno de pânico.
Muitas vezes, a violência sexual resulta em morte, cometida pelo
agressor ou pelos problemas de saúde causados pela própria agressão, como
suicídio e abortos inseguros.

2.6 MUDANÇAS CULTURAL, DESAFIOS NA PREVENÇÃO E O PAPEL


DAS POLÍTICAS PUBLICAS

O dia 25 de novembro é conhecido como dia internacional pela


eliminação da violência contra a mulher, escolhido pelo movimento feminista
latino-americano em 1981 e designado pela Assembleia Geral das Nações
Unidas em 1999, por marcar a data em que foram assassinadas as três irmãs
Mirabal, na República Dominicana. Nesse dia, anualmente, inicia-se a
Campanha “UNiTE”, de iniciativa da Secretaria Geral da Organização das
Nações Unidas, com duração de 16 dias de ativismo, com vistas a prevenir e
eliminar a violência contra mulheres e meninas no mundo todo, em uma ação
global para aumentar a conscientização, fortalecer a defesa e criar
oportunidades para a discussão sobre desafios e soluções do problema.
De acordo com Leila Pozenato Garcia a violência contra a mulher é
um importante problema de saúde pública que permeia a sociedade brasileira.
Todavia, sua real magnitude é difícil de estimar, assim como o efeito das
políticas públicas voltadas para seu enfrentamento. Uma dificuldade está
relacionada à definição do desfecho, uma vez que este tipo de violência inclui
ampla gama de eventos, desde a agressão verbal e outras formas de abuso
emocional, passando pela agressão física e a violência sexual, até a morte.
Ademais, é difícil determinar, para todos os eventos, sua relação com conflito
de gênero. A natureza do evento, que ocorre na intimidade do lar e das
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relações familiares, cercado por preconceito e vergonha, é uma dificuldade


adicional, que frequentemente resulta em subnotificação de sua ocorrência.
Contudo, essas dificuldades não podem servir como desestímulo para a
realização de estudos; ao contrário, devem ser consideradas no delineamento
dos mesmos, buscando minimizar os potenciais vieses e possibilitar a
comparabilidade entre diferentes estudos.
No Brasil, existem diversos sistemas de informação que podem servir
como fontes de dados secundários sobre a violência contra a mulher, a
exemplo daqueles gerenciados pelos Ministérios da Saúde, da Previdência e
da Justiça, pelas Secretarias de Segurança Pública dos estados e do Distrito
Federal e pelo Poder Judiciário.
Mesmo que esses sistemas não disponham das informações ideais
para a realização de estudos sobre violência contra a mulher e que alguns
deles apresentem deficiências de cobertura e completude, seu uso apresenta
vantagens. Entre elas, destaca-se a disponibilidade de dados para a
realização de estudos com baixo custo, curto prazo e abrangência espacial. O
relacionamento de bases de dados é alternativa promissora para estudos
nesta área.
A violência contra a mulher pode ser estudada por meio de diversas
abordagens e perspectivas. A abordagem da saúde pública busca
compreender o fenômeno sob o ponto de vista populacional, incluindo não
somente sua ocorrência, mas também as consequências para a saúde das
populações, além dos determinantes individuais e sociais do fenômeno. Esta
abordagem tem a vantagem de ser interdisciplinar e de dialogar com outras –
como aquelas de gênero, dos direitos humanos, da justiça e da segurança
pública.
A violência contra a mulher é passível de prevenção e necessita ser
enfrentada. Acredita-se que sua superação se dará somente mediante a
redução das condições desiguais da mulher na sociedade. Todavia, enquanto
este ideal não é alcançado, as políticas públicas têm papel fundamental. É
evidente a necessidade de estudos com métodos adequados, de modo que
17

seus resultados possam subsidiar a elaboração e a avaliação destas políticas,


visando a seu constante aprimoramento.
18

3 JUSTIFICATIVA

Esse tema, visa estudar a cultura do estupro sob a perspectiva de sua


pratica e o que motiva a violência sexual contra as mulheres, é fundamental
para compreender e combater esse grave problema, esse estudo pode
contribuir para conscientização, promoção a educação, prevenção e a
responsabilização dos agressores e criar um ambiente em que as vítimas se
sintam protegidas e seguras.
19

4 OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO
Analisar e compreender o porquê da motivação e a pratica da cultura
do estupro.

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Entender as principais atitude, opiniões e estereótipo de gênero que se refere


à cultura do estupro.
 Consequências de longo prazo da violência contra a mulheres tanto para as
vítimas, quanto para a sociedade ao todo.
 Fatores sociais, culturais e educacionais que podem estar associados ao
aumento ou a redução da cultura do estupro.
20

5 METODOLOGIA

A metodologia aplicada segue o método bibliográfico. A pesquisa


bibliográfica constitui a primeira etapa do processo, que foi realizada com o
intuito de ter conhecimento prévio da literatura que melhor se enquadra ao
tema proposto. Foi adotada a referência de Marilena CHAUI(1986)acerca do
termo cultura que segundo ela, “em sentido amplo, cultura ...é o campo
simbólico e material das atividades humanas” (p.14). No qual é feito uma
coleta de dados a partir de artigos, livros e revistas cientificas para utilização
das citações
21

6 RESULTADOS ESPERADOS

Os resultados esperados ao abordar o tema da "cultura do estupro" são


multifacetados e variam dependendo dos objetivos e da discussão. A cultura do
estupro refere-se a uma sociedade em que a violência sexual é normalizada, tolerada
ou até mesmo encorajada de várias maneiras. Aqui estão alguns resultados
esperados ao abordar esse tema:

 Conscientização: Um dos principais resultados esperados é aumentar a


conscientização sobre a existência da cultura do estupro e sua influência nas
normas sociais. Isso envolve educar as pessoas sobre os vários
comportamentos, atitudes e crenças que perpetuam essa cultura.

 Mudança de atitudes: Espera-se que a discussão sobre a cultura do estupro


leve a uma mudança nas atitudes das pessoas em relação à violência sexual.
Isso inclui a exclusão de estereótipos sobre vítimas e agressores, bem como a
promoção do consentimento como um princípio fundamental nas relações
sexuais.

 Apoio às vítimas: Um resultado importante é o aumento do apoio às vítimas de


violência sexual. Isso pode envolver a criação de redes de apoio, serviços de
aconselhamento e recursos jurídicos para vítimas, bem como a redução do
estigma associado a ser uma vítima de estupro.

 Mudanças legais: Em alguns casos, uma discussão sobre a cultura do estupro


pode levar a mudanças nas leis para tornar o processo de denúncia e denúncia
de abusos sexuais mais relevantes. Isso pode incluir reformas no sistema de
justiça criminal e leis mais rigorosas para punir os agressores.

 Engajamento comunitário: Espera-se que a discussão sobre a cultura do


estupro promova o engajamento da comunidade na prevenção da violência
sexual. Isso pode incluir programas de conscientização em escolas, locais de
trabalho e organizações da sociedade civil.
22

 Responsabilização: Um resultado importante é a responsabilização dos


agressores. Isso envolve a criação de um ambiente em que os agressores
sejam identificados, denunciados e levados à justiça, em vez de serem
protegidos ou impunes.

 Redução da tolerância: A longo prazo, a meta é reduzir a tolerância da


sociedade em relação à violência sexual. Isso pode levar a uma mudança
cultural mais profunda, em que a violência sexual seja cada vez menos
aceitável e mais pessoas estejam dispostas a intervir para prevenir ou
denunciar agressões.

Lembrando que, a abordagem a cultura do estupro é uma tarefa complexa e


desafiadora, e os resultados podem variar dependendo da região, da cultura e do
contexto social. No entanto, o objetivo geral é criar uma sociedade mais segura e
justa, onde a violência sexual seja tratada como inaceitável e que as condições sejam
garantidas e respeitadas.
23

7 CRONOGRAMA DA PESQUISA (PREVISÃO SOBRE O TEMPO PARA O


DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA)

Etapas Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov

Elaboração x x x
do projeto

Revisão de x x
literatura

Apresentação x
do projeto

Coleta de X X x
dados

Conclusão e x x
redação

Correção x x
ortográfica

Entrega x

8. ORÇAMENTO

Deverá incluir as possíveis despesas que custearão o projeto, desde


sulfite, possíveis aquisição de livros, fotocópia, encadernação, cartuchos de
impressoras e outros (lembrando que as despesas com o projeto de pesquisa são de
competência do pesquisador).
24

9 REFERÊNCIAS

A Indomada. Novela. Autoria: Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares. Colaboradores:


Nelson Nadotti, Marcia Prates e Maria Elisa Berredo. Direção: Paulo Ubiratan, Luís
Henrique Rios, Marcos Paulo e Roberto Naar. Direção de núcleo: Paulo Ubiratan.
Período de exibição: 17/02/1997 - 10/10/1997. Horário: 20h. Número de capítulos: 203.

BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte geral. 20. ed. São
Paulo: Saraiva, 2014.

BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina Traduzido por M. H. Kuhner. Rio de


Janeiro: Bertrand Brasil, 2002

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. (org.). 25/11 – Dia Internacional para a Eliminação


da Violência Contra as Mulheres: “Alaranjar o mundo: acabar com a violência
contra as mulheres, agora!”. S.I.. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/25-11-
dia22 internacional-para-a-eliminacao-da-violencia-contra-as-mulheres-alaranjar-o-
mundo-acabarcom-a-violencia-contra-as-mulheres-agora/. Acesso em: 14 set 2023.

BRASIL. Câmara dos Deputados. Exposição de motivos nº 211, de 9 de maio de 1983:


Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código penal. Disponível em: .
Acesso em: 18 abril 2017.

FERREIRA, Gilberto. Aplicação da pena. Rio de Janeiro: Forense, 2004.

GARCIA, Leila Posenato. Desafios. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br >. Acesso


em: 16 set. 2023.

HEBERLE, Viviane Maria; OSTERMANN, Ana Cristina; FIGUEIREDO, Débora de


Carvalho. Linguagem e gênero no trabalho, na mídia e em outros
contextos Florianópolis: UFSC, 2006.

IRREVERSÍVEL. Direção e roteiro: Gaspar Noé. Produção: Christophe Rossignon.


Fotografia: Benoît Debie, Gaspar Noé. Trilha Sonora: Thomas Bangalter. Gênero:
Drama. França, 95 min

LIMA, Lana. O que é a objetificação da mulher.


Disponível:<http://www.politize.com.br/o-que-e-objetificacao-da-mulher/ >. Acesso em:
16 set. 2023.

LIMA, Marina Torres Costa. O estupro enquanto crime de gênero e suas


implicações na prática jurídica. Curso de Direito da UEPB – Campus de Campina
Grande. 2012. 34. f. Monografia (Graduação em Direito) -Universidade Estadual da
Paraíba, Campina Grande, 2012.

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MIRABETE, F.J.; FABBRINI, R. N. Manual de Direito Penal, v. II – 30ª Ed. – São Paulo,
SP: Atlas S.A., 2013.
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PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. v. 2 – 8. ed. – São Paulo, SP:
Revista dos Tribunais, 2010

ROST, M.; VIEIRA, M. S. Convenções de Gênero e Violência Sexual: A cultura de


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Comons: Lesbian Gay Bissexual Transgender Queer Center, Rhode Island, nº 33, p. 1-
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