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Caruaru, _____ de ____________________ de 2023

Aluno (a): ____________________________________________


Ano: Turma: “____”
Prof.º Jonas Batista
Apostila – Atualidades – AVII – 1°Bimestre
 Tema 1: Caso Daniel Alves a “Cultura” do Estupro

Preso desde o dia 20 de janeiro, o jogador de futebol Daniel Alves foi acusado de estupro por uma jovem
espanhola. O caso, no entanto, não é o primeiro que vem à público envolvendo atletas. Daniel, porém, é um
dos raros esportistas que foi encarcerado pela prática de crime sexual. Segundo levantamento realizado pelo
jornal Folha de S.Paulo, entre os anos de 2019 a 2021, foram registrados 240 boletins de ocorrência de
crimes contra a mulher cometidos por atletas no estado de São Paulo. A maioria, jogadores de futebol.
Outros grandes nomes também foram condenados e acusados do crime.

De acordo com a advogada especialista em direito penal Jessica Marques, ainda há muita dificuldade, por
parte dos homens, de entender do que se trata o estupro. “Por incrível que pareça, ainda é complicado
estruturar na cabeça das pessoas o que é o estupro, principalmente quando falamos daquelas sociedades que
têm uma cultura machista, geridas por um sistema de patriarcado”, pontua.

Para a especialista do Kolbe Advogados Associados, os locais que se pautam por esses princípios “têm uma
visão restrita e delimitada do que é o estupro”. “Esses atos de violência sexual são vistos como atos comuns
e do cotidiano, como se fossem uma cantada e não são”, pontua.

As mulheres demoraram a serem inseridas no cenário futebolístico, meio majoritariamente masculino.


Criado em meados do século 19, na Inglaterra, o esporte era jogado e assistido por homens. Após mais de
dois séculos da tentativa de inclusão e ocupação delas nos mais variados espaços, ainda há uma recusa delas
no futebol.

Levantamento realizado pelo Kantar Ibope revelou que as mulheres representam apenas 44% dos fãs do
esporte no país. Ainda que exista uma crescente em relação ao interesse e participação delas no futebol, elas
ainda são excluídas das lideranças e espaços de visibilidade relacionadas à prática esportiva.

“Quando se tem esse ambiente do futebol sem uma representação feminina na alta liderança, nos times e
nem na cobertura esportiva, isso também afeta nas condutas dessas pessoas”, explica Marina Ganzarolli,
advogada e presidente do Me Too Brasil.

“Esse ambiente passa a naturalizar, por exemplo, condutas de coação ou de constrangimento das mulheres
ou de seus corpos — situações que não aconteceriam se fosse um ambiente mais diverso ou mais inclusivo”,
salienta Ganzarolli.

A especialista pontua que é possível observar que, por muitos anos, a figura do jogador “malandro e
festeiro”, que vai para a balada, “pega” um monte de mulheres e joga no dia seguinte, imperou por muitos
anos, mas esse cenário tem mudado recentemente. Tais atitudes podem explicar como jogadores de futebol
voltam a exercer a profissão ainda quando foram acusados e condenados de praticarem crimes hediondos.

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Em um dos exemplos, o ex-jogador Cuca, que atualmente treina o Atlético-MG, foi condenado por estupro
de vulnerável em 1987, na Suíça, e nunca cumpriu sua pena.

Vale ressaltar que oito em cada 10 vítimas de estupro não prosseguem com a denúncia. Para muitas, a
vergonha e o medo do julgamento, principalmente quando o acusado é uma celebridade, são empecilhos que
atrapalham na denúncia dos crimes de estupro — fatores que contribuem para a subnotificação dos casos.

A realidade cultural Brasileira


Um estudo divulgado nesta quinta-feira (27) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) revela
que a maioria da população brasileira acredita que “mulheres que usam roupas que mostram o corpo
merecem ser atacadas” e que “se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros”.

“Por trás da afirmação, está a noção de que os homens não conseguem controlar seus apetites sexuais; então,
as mulheres, que os provocam, é que deveriam saber se comportar, e não os estupradores”, afirmam os
pesquisadores no relatório do estudo.

O resultado da pesquisa é visto com preocupação pela assistente social Sonia Coelho, integrante da equipe
técnica da Sempreviva Organização Feminista (SOF), que tem sede em São Paulo. Para ela, a sociedade trata
como natural a violência contra a mulher, mas não poderia culpar a própria vítima em casos de estupro.

O que diz a lei


Vamos entender no que consiste: ato obsceno, importunação sexual e estupro em consonância com a Lei.

ATO OBSCENO

É a prática de obscenidade em lugar público, ou aberto ou exposto ao público. Ato obsceno é praticar uma
ação de cunho sexual que ofende o pudor (a moral) da sociedade. Esse crime, além da multa, já gera também
pena de prisão.

Por exemplo, tirar a roupa no meio da rua é um ato obsceno.

Mas a obscenidade não é apenas vinculada à nudez, e nem tudo que envolve nudez é obsceno. Obsceno é
aquilo que ofende o padrão médio da moralidade social, ou seja, aquilo que ofende alguém que não é
especialmente sensível ou pudico. Praticar um ato de cunho sexual que ofende a moralidade média da
sociedade (como expor o pênis em um ônibus lotado, no ponto de ônibus e/ou na rua pouco transitada), é um
exemplo de ato obsceno.
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Lei: Art . 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público.
Pena: Detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Diferença de ato obsceno de ato libidinoso:

Vale salientar que não se confunde com ato libidinoso. Vejamos, o ato libidinoso consiste na satisfação
sexual, o que não acontece na prática de ato obsceno. Podem ser considerados atos libidinosos, práticas e
comportamentos que tenham finalidade de satisfazer desejo sexual, tais como: apalpar, lamber, tocar,
desnudar, masturbar-se ou ejacular em público, dentre outros.

No ato obsceno basta que ocorra uma conotação sexual, ou seja, é uma atitude que sugere o sexo. Não precisa
necessariamente haver intenção de ofender, mas apenas o dolo de praticar o ato.

Também vale mencionar que não configura ato obsceno os casos de comunicação de palavra obscena ou
escrito obsceno. Tendo em vista que possuem sua própria qualificação no artigo 234 do código penal, que por
sua vez é considerado contravenção penal, mas precisamente, importunação ofensiva ao pudor conforme
consta no artigo 61 da lei das contravencoes penais.

IMPORTUNAÇÃO SEXUAL

O crime de importunação sexual é caracterizado pela realização de ato libidinoso na presença de alguém e
sem sua anuência. Um exemplo desse crime é mais comum em mulheres em meios de transporte coletivo
(ônibus e metrô). Era considerado uma contravenção penal, sua penalidade era a multa.

Lei: Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a
própria lascívia ou a de terceiro.

Pena: Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime mais grave.

Diferentemente do ato obsceno já mencionado, a importunação sexual há toque entre o autor e a vítima. Lei
13.718/18 Importunação sexual e divulgação de cenas de estupro são crimes. Lei sancionada no dia 24 de
setembro de 2018 pela Presidência da República, tendo como base projeto (PL 5452/16) de autoria da
senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), aprovada pela Câmara dos Deputados em março deste ano.

A juíza Rejane Suxberger, do Juizado Especial de Violência Doméstica de São Sebastião (DF), a criação
dessa punição ajudará a proteger a dignidade das mulheres, menciona: “É necessário que crimes como esses
sejam tipificados, que sejam trazidos a lume da sociedade, seja divulgado esse tipo de sanção, mostrando que,
felizmente, não é mais permitido esse tipo de postura machista e essa conduta violenta contra a mulher", disse
a juíza.

ESTUPRO

Ato forçado ou violação. Envolve relação sexual dentre outras formas de atos libidinosos realizado contra
uma pessoa sem o seu consentimento.

Lei: Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar
ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso.

Pena: Reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.

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A pena quem vender ou divulgar cena de estupro por qualquer meio, seja fotografia, vídeo ou outro tipo de
registro audiovisual é reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos. A pena será maior ainda caso o agressor tenha
relação afetiva com a vítima.

Simplificando os conceitos:

 Tema 2: Aporofobia e Arquitetura Hostil

As formas de preconceito contra as pessoas mais desfavorecidas são inúmeras, e elas podem se manifestar de
modos que a gente nem imagina. A aporofobia (que vem significa medo ou rejeição à pobreza ou a pessoas
pobres) aparece, por exemplo, na arquitetura das cidades — nos pisos pontudos que impedem os moradores
em situação de rua de dormir em certos locais, por exemplo.

O termo, que foi criado pela filósofa espanhola Adela Cortina, surgiu da junção de duas palavras gregas:
áporos, que significa "pobre" ou "desamparado", e fobia, que significa "medo, rejeição ou ódio". Por isso,
aporofobia significa literalmente ter aversão ou ódio aos pobres.

O termo ganhou popularidade depois que o padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo da Rua em São
Paulo, fez uma campanha virtual em que divulgava várias iniciativas que explicitavam a aporofobia de certos
locais em São Paulo. A partir desta divulgação, o padre começou a receber imagens vindas de todo o país que
denunciavam a mesma situação.

As imagens divulgadas nas redes sociais do padre repercutiram bastante. Em todos os exemplos, a arquitetura
“antipobres” tem algo em comum: ela nos faz deparar com cenários pelos quais já passamos diversas vezes e
provavelmente não nos demos conta de qual é a função de tal solução arquitetônica ou, pior, pode ser que
tenhamos presenciado tais lugares e achado normal que certas estruturas tenham sido construídas para
“espantar” as pessoas pobres.

Em entrevista à BBC, o padre Júlio Lancelotti disse ter recebido mensagens de apoio depois de divulgar as
imagens, mas também teve retorno de pessoas que o atacaram. "Alguns não conseguem entender que eu não
quero que as pessoas fiquem ao relento ou embaixo dos viadutos e marquises. Esses indivíduos estão mais
preocupados com hostilidades e oferecem menos acolhimento", ele falou ao portal.

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A arquitetura planejada para evitar a permanência de pessoas pobres pode ter várias facetas. O caso mais
comum talvez seja o da colocação de obstáculos no solo, como embaixo dos viadutos, para evitar que
pessoas durmam nesses locais, mas há outros cenários em que a aporofobia se manifesta.

Há imagens de bancos com divisórias (que evitam que as pessoas se deitem neles), calçadas que permanecem
o tempo todo molhadas, vasos que impedem os transeuntes de ficarem embaixo de marquise, além de
iniciativas perigosas, como a instalação de ganchos e grades que podem machucar.

Nem sempre a colocação desses acessórios é ilegal, mas além de eles causarem riscos, vale lembrar que esse
tipo de arquitetura não sugere nenhuma solução à questão da pobreza — apenas empurra o problema para
outros lugares, de forma cruel.

Em novembro de 2021, um projeto de lei foi aprovado em São Paulo proibindo o uso de técnicas de
construção hostil no espaço público e privado. A lei foi batizada com o nome do padre Júlio Lancellotti.
Ainda que ele seja responsável pela popularização dessa palavra, algumas pessoas costumam questionar a
iniciativa dele — o religioso, inclusive, já chegou a destruir instalações urbanas que explicitam a aporofobia
arquitetônica.

O questionamento muitas vezes colocado a ele diz


respeito à ideia de ele defender que os pobres
permaneçam nesses locais. No entanto, essa é uma
leitura errônea. O próprio trabalho do padre feito na
Pastoral do Povo da Rua mostra o esforço dele no
acolhimento dessas pessoas e a transferência delas
para lugares dignos. Porém, as ações contra a
aporofobia buscam denunciar que há, sim, nas nossas
cidades, a presença do ódio às pessoas pobres e que
esse sentimento também se manifesta na forma como
as casas e os edifícios são projetados ou reformados.

Por isso, quem coloca esse tipo de arquitetura em seu estabelecimento não está preocupado em lutar por
políticas públicas para a melhoria de vida dessa população, e sim quer apenas ficar longe do problema. E esse
é o tipo de postura que precisa ser repensada se quisermos garantir uma vida mais digna a todos nós,
inclusive àqueles que estão em situação de rua.

Um histórico Aporofóbico no Brasil


Um dos grandes problemas que assolavam o Rio de Janeiro durante o século XIX eram as constantes
epidemias que atingiam a população da capital do Império. Eram comuns os surtos de cólera, varíola e febre
amarela na cidade, principalmente durante o verão, em decorrência das péssimas condições sanitárias do
espaço urbano. O higienismo urbano era apontado como uma das formas de erradicar esse problema.

Tal situação levava inclusive a família imperial e membros da elite social a saírem da cidade nessa época,
fugindo da ameaça das doenças, já que filhos de D. Pedro II morreram em decorrência de epidemias.

Entretanto, as soluções apontadas pelo governo imperial para resolver a situação ocorreram através de
medidas repressivas e autoritárias, em vez de maiores investimentos em saneamento básico. Um dos
principais focos de combate às epidemias eram as habitações coletivas da cidade, conhecidas como cortiços.
Em face das péssimas condições de higiene nesses locais, já que não havia sistema de coleta de esgotos (cuja
construção iniciou-se na década de 1860), essas habitações eram insalubres.

Os principais propagadores dessa concepção eram os médicos intelectuais que faziam as investigações,
apontavam os problemas e apresentavam as soluções. Esses médicos ficaram conhecidos como sanitaristas ou
mesmo higienistas. Entretanto, os “prognósticos” desses médicos não se resumiam às analises medicinais,

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assumindo muitas vezes um caráter social e de vigilância moral dos comportamentos dos indivíduos, já que
as doenças eram decorrentes do ambiente em que a população habitava.

Em muitos momentos a solução para os problemas passava pela “limpeza” desses ambientes. Durante o
Império, essa noção de “limpeza” não chegaria ao extremo da década de 1900, com a expulsão da população
pobre do centro da cidade do Rio de Janeiro. Mas medidas repressivas e fiscalizadoras foram adotadas já na
década de 1850. Duas grandes epidemias ocorreram nessa década: uma de febre amarela em 1850, e uma de
cólera em 1855.

Essas medidas eram uma resposta à preocupação da elite brasileira com a população pobre das cidades,
considerada como “classe perigosa” da sociedade. Não somente perigosa no sentido da organização do
trabalho e da manutenção da ordem pública desejada pelas elites, mas também em virtude do perigo de
contágio que a população supostamente carregava. Perigosa no contágio das doenças, mas também perigosa
no “contágio” de seus vícios às novas gerações que eram criadas nas habitações coletivas. A própria educação
a ser recebida por essas crianças era entendida como uma possível doença que deveria ser combatida.

Nesse sentido, essas propostas de higienização urbana carregavam uma grande carga de preconceitos sociais
e morais, que eram tratados como problemas sanitários. A solução dos problemas sociais no processo de
formação do Estado brasileiro não passava por melhorias nas condições de vida, mas sim pela repressão e
fiscalização das forças policiais

Atualmente, a aporofobia e a arquitetura hostil encontram um terreno fértil em meio a uma coletividade
passiva e insensível, nesse sentido, percebe-se que a sociedade está contaminada com uma cegueira moral.
Ou seja, por não querer enxergar os desfavorecidos, o ser humano naturalizou a violência, a repulsa e a ideia
de que essas pessoas são um estorvo, o que se materializa por meio de construções nocivas, bancos com
dobradiças, pedras em viadutos, e calçadas molhadas, com o objetivo de impedir o abrigo mínimo a quem
vive nas ruas, logo, essas obras arquitetônicas não enxergadas ou apoiadas pelo coletivo, tornam-se a
principal arma dos aprofóbicos, já que são uma maneira silenciosa de manter fora de vista aqueles que não
são bem vindos aos centros urbanos.

 Tema 3: Intensificação do debate sobre a Pena de Morte

Desde a Segunda Guerra Mundial há uma objeção crescente à pena de morte, que acompanha a valorização
dos direitos humanos e o repúdio às catástrofes humanitárias do século XX. Esses movimentos levaram à
abolição dessa forma de punição em diversos países. Atualmente, cerca de 70% eliminaram-na de seus
códigos legais ou não a aplicam mais. Em 2013, por exemplo, 22 países (pouco mais de 10% do total
mundial) realizaram execuções.

Que Estados ainda utilizam a pena de morte? Na estimativa da Anistia Internacional, a China sozinha executa
mais do que o resto do mundo – algo em torno de 2 mil pessoas por ano, embora os dados sejam imprecisos
devido à dificuldade de acesso ao sistema jurídico chinês. Nos demais países, ocorreram cerca de 800
execuções confirmadas em 2013 – 80% na Arábia Saudita, Irã e Iraque. Todos esses quatro governos têm em
comum o fato de serem regimes autoritários, que cerceiam de maneira cotidiana os direitos humanos de seus
cidadãos.

Poucas democracias mantêm a pena de morte e as únicas que a utilizam com frequência são os Estados
Unidos e a Indonésia. No caso americano, há uma distinção importante: os estados podem optar por aboli-la.
Dezoito dos 50 assim o fizeram. Nos anos 2000, Nova York, Nova Jersey, Novo México e Illinois, entre
outros, tomaram essa decisão. Texas, Flórida e Ohio concentram cerca de 70% das mortes. Na década de
1970, a Suprema Corte dos Estados Unidos chegou a proibir sua aplicação, julgando-a incompatível com a
Constituição. Organizações de direitos humanos como a Anistia Internacional e a Human Rights Watch são
contra a pena de morte em qualquer situação, considerando-a uma violação do direito à vida – que o Estado
deve proteger, e não destruir – e uma forma de punição cruel, desumana e degradante.

Previsão legal da pena de morte no Brasil


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O inciso XLVII, do artigo 5º, da Constituição Federal - CF diz que em nossa nação não haverá penas de
morte, salvo em caso de guerra declarada (alínea “a”). Diante disso, pode-se dizer que o Brasil contempla sim
a possibilidade de pena de morte, mas sua aplicação não ocorre em tempos de paz, já que, para sua
incidência, será necessária a instauração do fortuito guerra, ato declaratório que é de incumbência privativa
do Presidente da República.

Diante disso, embora haja mesmo previsão legal expressa da pena capital no país, esta só pode ser aplicada
em situações específicas (crimes militares) e apenas em período não comum (guerra declarada). A base legal
para aplicação da pena de morte no Brasil é a alínea “a” do artigo 55 e artigo 56, ambos do Código Penal
Militar – CPM, de 1969.

No caso de aplicação da pena de morte, qual é o método adotado pelo Brasil?

Nas excepcionalíssimas hipóteses, a pena de morte no Brasil não será executada por meio dos procedimentos
acima mencionados, mas sim por intermédio do chamado fuzilamento. Isso quer dizer que no caso de
aplicação da pena de morte no Brasil, o método para execução da pena será o fuzilamento, que funcionada da
seguinte maneira:

3 (três) agentes oficiais, devidamente habilitados, ficarão de fronte para o sujeito que foi condenado à pena de
morte, e que está para ser executado;
2 (dois) deles terão suas armas municiadas com balas de festim (não letais) e o outro terá sua arma municiada
com bala comum (letal);
quando é dada a ordem, o trio de agentes oficiais atira contra o condenado ao mesmo tempo e na mesma
direção;
desta maneira, se cumprirá com a ordem judicial sem que os atiradores participantes saibam quem, de fato,
ceifou a vida do apenado (condenado).

Argumentação
A discussão sobre a pena de morte levanta debates apaixonados com argumentos contra e a favor da pena
capital. Por isso, resumimos ideias sobre esta sentença:

A favor

1. Seria eliminada uma pessoa nociva ao convívio social.


2. A sociedade não precisaria pagar pela manutenção de um criminoso e evitaria a superlotação de
presídios.
3. Serviria de exemplo para que outras pessoas não cometessem aquele crime.
4. O criminoso receberia a mesma condenação que infligiu à sua vítima e a família e a sociedade
ficariam aliviadas com esta resolução.
5. Seria a resposta ideal para criminosos que, por motivos de doença, não vão parar de cometer seus
atos e a morte seria a única solução.

Contra

1. A vida é um direito inalienável e intransferível que a pessoa humana possui e não deve ser tirado por
ninguém, especialmente pela justiça.
2. A capacidade humana de julgar é ilimitada e imperfeita e muitos inocentes podem ser condenados
erroneamente.
3. A pena de morte não diminuiu a criminalidade nos países onde foi adotada.
4. Numa sociedade civilizada, este tipo de condenação é inadmissível, pois se conhecem quais são suas
limitações e se deveria propor penas alternativas.
5. O fato de alguém morrer não mudaria em nada o sentimento da família, pois não traria a vítima de
volta.

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