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Universidade do Algarve
Sociologia
Sexualidade e Sociedade
Trabalho
A prostituição em Portugal
Tendo em conta que a sexualidade e a forma como nós a exercemos possui muita
influência da componente social e todos os seus mecanismos adjacentes, destaca-se que essa
construção da sexualidade é um processo que se inicia ainda na infância. Pode-se compreender
também que a sexualidade é uma construção transversal, que vai desde a compreensão do corpo
até o campo psíquico. Sendo o universo da sexualidade um território tão amplo, a temática da
prostituição demonstra-se como sendo um tema legítimo para ser abordado no campo das
ciências sociais. Fizemos então a pergunta inicial de “Como se caracteriza o fenómeno da
prostituição em Portugal?”.
A prostituição é defendida por muitos como a profissão mais antiga do mundo, sendo um
“território fértil” para mitos, lendas, tragédias, narrativas de acontecimentos vividos desde 4500
anos atrás, dando conta de que já nesta altura existiam actos de prostituição. O seu conceito é
atribuído a atividade que consiste em oferecer satisfação sexual em troca de remuneração, de
maneira habitual e promíscua. A atividade sexual remunerada é baseada em valores culturais que
diferem de sociedade para sociedade, geralmente referem-se ao comércio sexual de mulheres
para clientes do sexo masculino, sendo que também existem homens na prostituição e os
primeiros relatos de prostituição eram feitos por homens e não por mulheres. Existem ainda hoje
homens na prostituição ainda que seja em menor número que as mulheres. Nas culturas mais
tolerantes a prostituição torna-se uma prática que não é muito falada ou até desnecessária, já em
culturas demasiado rígidas, é perseguida e punida como crime (Costa,1983).
História
Âmbito Jurídico-Penal
Legalização X Criminalização
A prostituição na Europa
No contexto europeu diante do debate referido acima, surgem dois exemplos relevantes
para serem explorados, o caso da Suécia e o da Holanda. A Suécia foi um dos primeiros países
europeus a criminalizar a prostituição e apresentou recentemente os seguintes resultados:
diminuição da prostituição de rua; aumento da percentagem de mulheres estrangeiras traficadas
para fins de exploração sexual em território sueco; aumento nos incidentes de violência contra
mulheres e feminicídios; O processo de incriminação dos clientes na Suécia desencadeou em o
afastamento dos clientes de rua e uma crescente nos casos de prostituição nos ambientes
luxuosos e de alta riqueza. No caso da Holanda, o país adotou uma solução de legalização, onde
ocorreu uma diminuição na prostituição de rua, a qual deixou de ser mais prejudicial às
condições higiênicas dos trabalhadores e clientes, para tornar-se um mercado de livre
empreendimento. Segundo Silva, as trabalhadoras do sexo passaram a agenciar sua própria
carreira profissional e aumentaram a qualidade dos serviços prestados. Pelo outro lado, as
condições de vida de quem exerce a prostituição pioraram significativamente na Suécia, que
segundo as fontes locais, aumentaram os números de contaminados com doenças sexualmente
transmissíveis, como a gonorreia, a sífilis, o cancro mole e VIH. Após a análise desde dois
contextos da Europa, podemos concluir que a legalização não implica a eliminação de toda a
marginalização e criminalidade, e não diminui a utilização dos serviços, pois apenas muda-se o
local de consumação (Sai das ruas e migra para os ambientes elitizados) (Silva, 2007).
Conclusão
Para concluirmos o nosso trabalho, optamos por cada um dar a opinião pessoal sobre o
tema abordado e sobre qual a nossa posição acerca da criminalização da prostituição ou se devia
ser considerado um trabalho digno e legalizado. De acordo com um dos participantes do nosso
grupo, Pietro: “Após reflexão sobre a temática da prostituição e o debate acerca de sua
criminalização em Portugal, acredito que o exercício da atividade sexual como fonte de renda e
situação profissional é totalmente legítima. Chego a essa conclusão após compreender o
fenómeno de mercado que existe por trás deste ramo e de como pode ser uma saída profissional
digna para homens e mulheres, cisgêneros ou transgéneros, que pretendem gerar dinheiro apenas
com o seu próprio corpo. Também levo esse debate para o âmbito de liberdades individuais, pois
a meu ver, o Estado deve ser totalmente isento de burocracias que impeçam o direito de trabalho
de cada indivíduo. Acredito ainda que o Estado poderia regulamentar este setor, pois assim os
serviços prestados poderiam aumentar sua qualidade e auxiliaria na prevenção de possíveis
problemas de saúde". Segundo o outro membro Diogo Henriques: “Refletindo sobre a
prostituição em Portugal acho que seria benéfico para a sociedade se a prostituição fosse algo
legal e bem organizado, se conseguiria controlar melhor os casos de tráfico de seres humanos de
outros países para Portugal, dando assim melhor qualidade de vida aos profissionais do sexo,
melhores postos de trabalho e melhor higiene e cuidados, cursos com profissionais de saúde e
sexólogos, como forma a existir mais profissionalismo nesta área que é tão importante nos dias
que correm.”. Por fim temos Bruno:
Referências Bibliográficas
Ramalho, N. (2016) Quem são os clientes das travestis trabalhadoras do sexo em Portugal?
Artigo Científico, Instituto Universitário de Lisboa.