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Introdução
O Brasil é o país que mais mata pessoas LGBTI+ no mundo. Essa realidade
afeta a vida política, econômica, cultural, relações interpessoais e até o acesso à
direitos por esse público. Por isso é importante que pesquisas sejam feitas para que
seja identificada a verdadeira natureza da violência a fim de reconhecer que elas
existem e têm uma origem histórica que ainda está apresente no inconsciente
coletivo reproduzindo o preconceito, a discriminação e a violência com base em
ideias que foram disseminadas ao longo do tempo pela igreja, estado e o discurso
médico cientifico. Explicitar a construção histórica da violência é uma forma de
perceber as ações homofóbicas e transfóbicas dentro da realidade atual e
estabelecer formas de enfrentamento por meio da desconstrução dessa mesma
história. Esse artigo busca desconstruir conceitos já engessados por meio de
pesquisas bibliográficas e análise de dados baseados na teoria crítica sobre as
violências contra pessoas homossexuais, transexuais e transgêneros. O objetivo é
trazer a reflexão sobre a origem dos preconceitos, estigmas e discriminações e seus
efeitos na contemporaneidade para que seja percebida e combatida no campo do
discurso e consequentemente reverbere nos direitos e no bem-viver dessa
população.
Atualmente o Estado brasileiro não faz levantamento de dados sobre a
situação da população LGBTI+, logo, o acesso a direitos e o bem viver é uma luta
constante das redes de movimentos sociais que vêm fazendo esse trabalho e
movimentando o governo para o reconhecimento da desigualdade histórica
existente entre as sexualidades e identidades de gênero. Mesmo assim as ações
são poucas e os resultados insatisfatórios, tendo em vista que em 2023 o Brasil
ainda está na posição de maior violador do direito à vida dessas pessoas.
O governo brasileiro tem equipamentos que alcançam a vida das famílias e
indivíduos. As unidades públicas de atendimento à população, onde os direitos se
materializam, recebem recorrentemente demandas que partem da violência devido
a sexualidade ou identidade de gênero, que muitas vezes se mesclam e perdem a
característica própria de cada tipo de agressão e logo não alcança as
especificidades de cada tipo de violência. E apesar dos movimentos sociais anti
LGBTIfobia, Organizações da Sociedade Civil e as Organizações não
Governamentais estarem atuando com a produção de conhecimentos específicos
sobre o tema, é necessário que o Estado tenha posicionamento, pois a superação
da violência contra pessoas LGBTI+ requer leis que garantam a proteção física e
moral e promovam o conhecimento sobre as especificidades de cada grupo e o
bem-viver dessa população. E de forma geral, essa pesquisa pretende contribuir
com o combate às discriminações por meio da explicitação histórica e
desconstrução do discurso.
Conclusão
Bibliografia
AMANTINO, Marcia. E eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes
cobrisse suas vergonhas. In: AMANTINO, Marcia; PRIORE, Mary Del. História do
Corpo no Brasil. 3. ed. Rio de Janeiro: RECORD, 2011. cap. 1, p. 15-43