A cultura do estupro tem se tornado cada vez mais presente na
sociedade atual e se refere a uma série de crenças e práticas que contribuem para a normalização da violência sexual. É um fenômeno complexo que envolve aspectos sociais, culturais e psicológicos. Há também o entendimento da mente do estuprador, compreendendo o que se passa na cabeça de tal pessoa, facilita o entendimento de alguns acontecimentos. Ademais, uma das principais características da cultura do estupro é a culpabilização da vítima, ou seja, a ideia de que a vítima é responsável pelo abuso que sofreu, seja por causa da sua roupa, comportamento ou outras circunstâncias. Isso leva a uma banalização da violência sexual e torna mais difícil para as vítimas denunciarem seus agressores e buscar justiça. Segundo o site politize, em pesquisa encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o Datafolha evidenciou que 33% das pessoas responsabilizam a mulher por sofrer estupro, ou seja, um terço da população brasileira. Além disso, outra característica da cultura do estupro é a objetificação das mulheres, em que são tratadas como objetos sexuais e não como seres humanos com direitos e desejos próprios. Esse tipo de comportamento é reforçado pela mídia e pela indústria do entretenimento, que muitas vezes retratam as mulheres como meros objetos sexuais. Simone de Beauvoir afirma que mesmo se uma mulher não se casar, ela vai se adequar a padrões masculinos, por causa da pressão externa, como a produzida pelas indústrias da beleza, dieta e moda, as quais são todas cúmplices em perpetuar a objetificação da mulher. Outrossim, a mente do estuprador varia de indivíduo para indivíduo. Alguns tem tendencias psicopáticas, como falta de empatia e incapacidade de sentir culpa. Alguns estudos também sugerem que muitos estupradores têm uma compreensão distorcida de relacionamentos sexuais e consentimento, e podem justificar seus atos de estupro como uma forma de “obter sexo” ou “mostrar amor” para a vítima. No entanto, é importante lembrar que cada caso é único e não podemos generalizar ou estereotipar todos os estupradores como tendo uma mente semelhante. Em suma, para combater a cultura de estupro, é necessária uma mudança de mentalidade e comportamento em nível individual e coletivo. Isso inclui educar as pessoas sobre o consentimento, respeito e igualdade de gênero, e responsabilizar os agressores pelos seus atos, em vez de culpar as vítimas. Também é importante criar políticas públicas e leis que protejam as vítimas de violência sexual e garantam a punição dos agressores. A cultura do estupro é um problema complexo e generalizado em nossa sociedade que precisa ser enfrentado com educação, conscientização e políticas públicas efetivas.