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ALUNO: MOISÉS JOABSON SANTOS DE SIQUEIRA

MATRÍCULA: 162225504

RESUMO DO TEXTO “PARAFILIAS, VIOLÊNCIA SEXUAL E SAÚDE MENTAL”


Antonio de Pádua Serafim
Daniel Martins de Barros
Maria Geralda Viana

O tema da violência engloba diversos aspectos para além do pensamento comum, é


um assunto complexo que engloba suas causas e consequências, além da forma como as pessoas
passam a se relacionar entre si e com a sociedade. É o que indica a Organização Mundial de
Saúde (OMS) que somente no ano 2.000 (dois mil) identificou que 1,6 milhão de pessoas
morreram vítimas de violência, e excluindo-se os casos de violência sexual seguida de morte,
derivam de tais abusos diversas consequências psicológicas e comportamentais como a
depressão, transtornos ansiosos, tendências suicidas e o abuso de álcool, por exemplo.
Sendo assim, os efeitos da violência vão além da pessoa agravada por tal, chegando a
sobrecarregar o sistema de saúde em termos de recursos econômicos e humanos, além dos
custos sociais tendo em vista a produtividade perdida para a sociedade em geral. De acordo
com o Ministério da Saúde, a violência sexual é uma das violências de gênero mais persistentes,
pois ultrapassa a história, contribuindo para que gerações de mulheres sofram com tal abuso
independentemente da idade, contribuindo para a sensação de insegurança e a perpetuação da
cultura violenta e patriarcal.
No ordenamento jurídico, a partir de 7 de agosto de 2009 com o advento da Lei 12.015,
o Código Penal Brasileiro substituiu o termo “Crime contra os costumes” por “Crismes contra
a dignidade sexual” onde estupro e atentado ao pudor perderam sua distinção e o primeiro
passou a ser considerado de acordo com o art. 213 do Código Penal “Constranger alguém,
mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com
ele se pratique outro ato libidinoso.” e de tal maneira a vítima de estupro perde o seu caráter
sexista abrangendo somente as mulheres e passa a abarcar qualquer pessoa.
Sendo assim, em relação à vítima, as experiências de abuso sexual na infância
correlacionam-se com as perturbações psicológicas e os comportamentos vivenciados na vida
adulta, principalmente as situações de estresse pós-traumático, transtornos de humor e
transtornos psicóticos. Logo, identificar tais casos de violência ainda na infância não fornece
um número considerável para as estatísticas uma vez que muitas crianças não revelam os abusos
e chegam a comentar sobre o assunto somente na vida adulta, porém, pesquisadores e estudiosos
sobre o tema alegam que as possíveis alterações de saúde mental e adaptação social das vítimas,
variam de acordo com as características de personalidade de cada indivíduo, bem como a
capacidade de reação diante dos fatos geradores de estresse.
Ademais, com pesquisas e estudos feitos, identificou-se que em termos de modificação
de comportamento, as meninas tendem a expressar o comportamento mais erotizado, enquanto
os meninos se isolam mais e manifestam mais agressividade, quando vítimas de violência
sexual. De tal maneira, a prevenção à violência sexual passa a ser um fator imprescritível para
as socias, visto que suas causas são complexas e ocorrem em diferentes níveis como fatores
biológicos que influenciam, as relações interpessoais e a forma como o ser humano vive em
comunidade, por exemplo.
Já em relação ao agressor, este age muitas vezes em ração de comportamentos
parafílicos, uma vez que a parafilia é entendida como uma anomalia ou perversão da
sexualidade caracterizada pela contínua procura de excitação sexual por meio de objetos não
habituais ou de situação bizarras ou anormais. Considerando que criminosos sexuais são
indivíduos que podem pertencer a qualquer classe socioeconômica, raça, grupo étnico ou
religião, o resultado é a constituição de uma pessoa dotada de caráter impulsivo, que se reflete
na necessidade imperiosa de repetição da experiência, onde o desejo pode não estar no ato
sexual em si, mas no fato de exercer domínio sobre o frágil e vulnerável.
De maneira mais comum e presente nos tipos de violência sexual, existem a pedofilia
e o estupro, que são considerados transtornos parafílicos, uma vez que portadores desse
transtorno não necessariamente cometerão outros atos ilícitos. Além disso, muitas ocorrências
de abuso infantil, por exemplo, não decorrem da condição psíquica de pedofilia, ou seja, várias
ocorrências se dão pela oportunidade e não pelo desejo do perpetrador.
Já nos casos de transtorno de personalidade, o que persiste é uma intensa dificuldade
de adaptação, decorrente, principalmente pelas distorções processadas expressas no
comportamento e se associada à psicopatia, os riscos de parafilias aumentam. Pois, indivíduos
com transtorno de personalidade antissocial e psicopatia apresentam um padrão de
funcionamento caracterizado por uma elevada sensibilidade ao tédio e à busca de novidades. A
ausência de sentimentos éticos e altruístas, unidos à falta de sentimentos morais, impulsiona
alguns indivíduos a cometer crimes com requintes extremados de brutalidade e crueldade.
Ademais, a insensibilidade e a total incapacidade de perceber responsabilidade sobre
seus próprios atos se apresenta como a marca registrada de vários indivíduos que praticam
crimes sexuais seguidos de homicídios sem o menor senso ético e respeito à vida humana. A
culpa não é expressa e quase sempre não é sentida de maneira consciente. Por outro lado,
estudiosos enfatizam que o comportamento social pode ser afetado por lesões em diferentes
áreas cerebrais, levando a pessoa acometida por essa lesão a adotar comportamentos
inadequados ou até criminosos, como a violência sexual.
Portanto, a humanidade evolui de acordo com as várias transformações em vários
segmentos das sociedades e, em particular, nos padrões de relacionamentos. Logo, considerar
os fatores de risco, como a vulnerabilidade da vítima e a proatividade do agressor, é um
fenômeno de suma importância para o alcance de ações de diminuição de condutas criminosas
e, consequentemente, contribuir com a atenuação dos danos à saúde mental da vítima. Conclui-
se então, que a psicologia e a psiquiatria partindo de uma visão plural contribuem de forma
significativa com a justiça, uma vez que existem diversos comportamentos sexuais desviantes
de pessoas bem incluídas no contexto sociocultural e aparentemente livre de suspeitas.

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