O documento discute violência sexual, parafilias e saúde mental. Apresenta estatísticas sobre violência e seus impactos psicológicos. Discute como a lei brasileira tratou estupro e como vítimas e agressores são afetados. Explica parafilias e como transtornos de personalidade podem estar ligados à violência sexual. Conclui destacando a importância de considerar fatores de risco para reduzir condutas criminosas e seus danos à saúde mental.
O documento discute violência sexual, parafilias e saúde mental. Apresenta estatísticas sobre violência e seus impactos psicológicos. Discute como a lei brasileira tratou estupro e como vítimas e agressores são afetados. Explica parafilias e como transtornos de personalidade podem estar ligados à violência sexual. Conclui destacando a importância de considerar fatores de risco para reduzir condutas criminosas e seus danos à saúde mental.
O documento discute violência sexual, parafilias e saúde mental. Apresenta estatísticas sobre violência e seus impactos psicológicos. Discute como a lei brasileira tratou estupro e como vítimas e agressores são afetados. Explica parafilias e como transtornos de personalidade podem estar ligados à violência sexual. Conclui destacando a importância de considerar fatores de risco para reduzir condutas criminosas e seus danos à saúde mental.
RESUMO DO TEXTO “PARAFILIAS, VIOLÊNCIA SEXUAL E SAÚDE MENTAL”
Antonio de Pádua Serafim Daniel Martins de Barros Maria Geralda Viana
O tema da violência engloba diversos aspectos para além do pensamento comum, é
um assunto complexo que engloba suas causas e consequências, além da forma como as pessoas passam a se relacionar entre si e com a sociedade. É o que indica a Organização Mundial de Saúde (OMS) que somente no ano 2.000 (dois mil) identificou que 1,6 milhão de pessoas morreram vítimas de violência, e excluindo-se os casos de violência sexual seguida de morte, derivam de tais abusos diversas consequências psicológicas e comportamentais como a depressão, transtornos ansiosos, tendências suicidas e o abuso de álcool, por exemplo. Sendo assim, os efeitos da violência vão além da pessoa agravada por tal, chegando a sobrecarregar o sistema de saúde em termos de recursos econômicos e humanos, além dos custos sociais tendo em vista a produtividade perdida para a sociedade em geral. De acordo com o Ministério da Saúde, a violência sexual é uma das violências de gênero mais persistentes, pois ultrapassa a história, contribuindo para que gerações de mulheres sofram com tal abuso independentemente da idade, contribuindo para a sensação de insegurança e a perpetuação da cultura violenta e patriarcal. No ordenamento jurídico, a partir de 7 de agosto de 2009 com o advento da Lei 12.015, o Código Penal Brasileiro substituiu o termo “Crime contra os costumes” por “Crismes contra a dignidade sexual” onde estupro e atentado ao pudor perderam sua distinção e o primeiro passou a ser considerado de acordo com o art. 213 do Código Penal “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso.” e de tal maneira a vítima de estupro perde o seu caráter sexista abrangendo somente as mulheres e passa a abarcar qualquer pessoa. Sendo assim, em relação à vítima, as experiências de abuso sexual na infância correlacionam-se com as perturbações psicológicas e os comportamentos vivenciados na vida adulta, principalmente as situações de estresse pós-traumático, transtornos de humor e transtornos psicóticos. Logo, identificar tais casos de violência ainda na infância não fornece um número considerável para as estatísticas uma vez que muitas crianças não revelam os abusos e chegam a comentar sobre o assunto somente na vida adulta, porém, pesquisadores e estudiosos sobre o tema alegam que as possíveis alterações de saúde mental e adaptação social das vítimas, variam de acordo com as características de personalidade de cada indivíduo, bem como a capacidade de reação diante dos fatos geradores de estresse. Ademais, com pesquisas e estudos feitos, identificou-se que em termos de modificação de comportamento, as meninas tendem a expressar o comportamento mais erotizado, enquanto os meninos se isolam mais e manifestam mais agressividade, quando vítimas de violência sexual. De tal maneira, a prevenção à violência sexual passa a ser um fator imprescritível para as socias, visto que suas causas são complexas e ocorrem em diferentes níveis como fatores biológicos que influenciam, as relações interpessoais e a forma como o ser humano vive em comunidade, por exemplo. Já em relação ao agressor, este age muitas vezes em ração de comportamentos parafílicos, uma vez que a parafilia é entendida como uma anomalia ou perversão da sexualidade caracterizada pela contínua procura de excitação sexual por meio de objetos não habituais ou de situação bizarras ou anormais. Considerando que criminosos sexuais são indivíduos que podem pertencer a qualquer classe socioeconômica, raça, grupo étnico ou religião, o resultado é a constituição de uma pessoa dotada de caráter impulsivo, que se reflete na necessidade imperiosa de repetição da experiência, onde o desejo pode não estar no ato sexual em si, mas no fato de exercer domínio sobre o frágil e vulnerável. De maneira mais comum e presente nos tipos de violência sexual, existem a pedofilia e o estupro, que são considerados transtornos parafílicos, uma vez que portadores desse transtorno não necessariamente cometerão outros atos ilícitos. Além disso, muitas ocorrências de abuso infantil, por exemplo, não decorrem da condição psíquica de pedofilia, ou seja, várias ocorrências se dão pela oportunidade e não pelo desejo do perpetrador. Já nos casos de transtorno de personalidade, o que persiste é uma intensa dificuldade de adaptação, decorrente, principalmente pelas distorções processadas expressas no comportamento e se associada à psicopatia, os riscos de parafilias aumentam. Pois, indivíduos com transtorno de personalidade antissocial e psicopatia apresentam um padrão de funcionamento caracterizado por uma elevada sensibilidade ao tédio e à busca de novidades. A ausência de sentimentos éticos e altruístas, unidos à falta de sentimentos morais, impulsiona alguns indivíduos a cometer crimes com requintes extremados de brutalidade e crueldade. Ademais, a insensibilidade e a total incapacidade de perceber responsabilidade sobre seus próprios atos se apresenta como a marca registrada de vários indivíduos que praticam crimes sexuais seguidos de homicídios sem o menor senso ético e respeito à vida humana. A culpa não é expressa e quase sempre não é sentida de maneira consciente. Por outro lado, estudiosos enfatizam que o comportamento social pode ser afetado por lesões em diferentes áreas cerebrais, levando a pessoa acometida por essa lesão a adotar comportamentos inadequados ou até criminosos, como a violência sexual. Portanto, a humanidade evolui de acordo com as várias transformações em vários segmentos das sociedades e, em particular, nos padrões de relacionamentos. Logo, considerar os fatores de risco, como a vulnerabilidade da vítima e a proatividade do agressor, é um fenômeno de suma importância para o alcance de ações de diminuição de condutas criminosas e, consequentemente, contribuir com a atenuação dos danos à saúde mental da vítima. Conclui- se então, que a psicologia e a psiquiatria partindo de uma visão plural contribuem de forma significativa com a justiça, uma vez que existem diversos comportamentos sexuais desviantes de pessoas bem incluídas no contexto sociocultural e aparentemente livre de suspeitas.