Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Não é fácil ser mulher nesta sociedade. Os poucos anos de avanços e conquistas que tivemos não conseguem
apagar a cultura machista, patriarcal e violenta que sempre envolveu a história das mulheres na humanidade.
Cidadãs de segunda classe, extensão da propriedade do homem, incapacitadas para decidir, as mulheres
sempre foram maltratadas e desrespeitadas. Apesar de mudanças significativas na legislação, garantindo
direitos, penalizando abusos, os ditos “costumes” ainda falam mais alto.
Só isso pode explicar os casos bárbaros de estupro a que estamos assistindo no Brasil, sendo o mais
emblemático o do Rio de Janeiro em que mais de 30 homens abusaram de uma jovem de 16 anos,
desacordada. Postaram fotos nas redes, fizeram comentários. A primeira ação do delegado do caso foi tentar
minimizar, dizendo que precisava de mais evidências para saber se tinha sido caso de estupro!!! Ao ouvir a
vítima novamente, o delegado fez-se acompanhar por mais três homens e quis saber se ela praticava sexo
grupal!
É a velha tentativa de querer responsabilizar a vítima pelo crime. Afinal, se ela já tinha feito sexo em grupo,
frequentava os bailes funks e não se vestia “decentemente”, o estupro estaria praticamente justificado. É bom
lembrar que há muito pouco tempo livramos os nossos tribunais do argumento da “legítima defesa da honra”
que permitiu o assassinato de muitas mulheres. Sempre surge, no final, a pergunta: “mas o que ela fez para
merecer isso”?
A cultura prevalente é de que o homem pratique violência, com a finalidade de punir e corrigir
comportamentos femininos que transgridem o papel esperado de mãe, esposa e dona de casa. “Culpa-se a
vítima pela agressão, seja por não cumprir o papel doméstico que lhe foi atribuído, seja por ‘provocar’ a
agressão dos homens nas ruas ou nos meios de transporte, por exibir seu corpo”, diz relatório do Mapa da
Violência – homicídios de mulheres.
É injustificável, intolerável, que essa postura continue imperando entre nós. Ninguém ataca um homem
porque ele anda sem camisa, mesmo que em praça pública.
Durante todo o final de semana as mulheres se mobilizaram, nas redes e nas ruas, mostrando indignação e
cobrando atitude das autoridades. Os criminosos devem pagar, no Rio, no Piauí, em qualquer lugar. Pelo
menos um avanço tivemos, o delegado machista não coordenará mais o caso, que agora fica a cargo da
Delegacia da Criança e do Adolescente, comandada por uma mulher.
Vamos resistir, como sempre fizemos! O respeito e o empoderamento às mulheres é condição essencial à
democracia! Sem eles, esta será sempre estuprada!
(Gleisei Hoffmann)
(http://www.esmaelmorais.com.br/2016/05/gleisi-hoffmann-pelo-fim-da-cultura-do-estupro/)
01) Posicione-se já sobre a primeira afirmação do texto, usando o máximo de argumentos possíveis para
defender a sua opinião:
02) No texto, há um dado que depois não foi confirmado. Qual? Corrija-o, explicando:
03) Você achou a postura do delegado realmente machista? Ele tentou deixar a vítima constrangida? Por quê?
Comente:
04) Transcreva do texto uma passagem que mostra diferença na forma de a sociedade tratar o homem e a
mulher, justificando sua escolha:
05) Segundo a autora do texto, qual o avanço que já tivemos com relação ao caso do estupro coletivo no Rio
de Janeiro? Há outros avanços, em sua opinião? Se sim, cite-os e explique-os:
06) Você acha que as manifestações populares (várias) sobre esse caso tiveram alguma influência, algum peso,
com relação à análise do mesmo? Comente:
07) Que tipo de desfecho a autora escolheu para o seu texto? No que isso implica? Qual o efeito disso,
considerando o contexto?
Eu sei de cor
(Marília Mendonça)
02) O que significa a expressão popular "enquanto você está indo, eu estou voltando"?
09) De que maneira essa letra de música pode contribuir com o empoderamento feminino?
22.07.1995 / 05.11.2021
02) Geralmente, tal gênero textual faz uma crítica social. Porém, no caso analisado acima, ele tem uma outra
finalidade. Qual?
03) Lendo bem o que o termo significa, explique de que maneira as músicas de Marília Mendonça podem
contribuir para o empoderamento feminino: