Você está na página 1de 3

PRINCIPAIS VITIMAS (VIOLENCIA DOMESTICA).

Violência contra a Pessoa com Deficiência é o Avesso dos Direitos


Consagrados nas Leis e na Convenção da ONU.

O sítio eletrônico da ONU contém a afirmação de que as pessoas com


deficiência estão mais expostas a serem vítimas de violência e têm menor
chance de obtenção de intervenção eficaz da polícia e dos órgãos de
fiscalização, de proteção jurídica ou de cuidados preventivos.
Embora se saiba que muitos são os conceitos para caracterizar ou definir a
violência, nesse rápido estudo, firma-se a concepção de que a violência pode
ser compreendida como sendo o avesso dos direitos consagrados nas leis de
uma forma geral. Refere-se principalmente às ações e omissões que
contrariam os direitos humanos, cujos parâmetros principais de cidadania são a
educação, a saúde, a acessibilidade, a autonomia e a qualidade de vida.

O poder público pode ser um fator de violência. Muitos fatores


contribuem para a manutenção da violência: a impunidade dos agressores, o
medo de denunciar, as ideias sobre a inferioridade e a desvalorização da
pessoa.

As ações do poder público precisam ser conjuntas e unificadas no


sentido de buscar a implantação de mecanismos de prevenção e
enfrentamento das várias formas de violência contra a pessoa com deficiência,
tais como:

 aumentar os canais de denúncia;


 incluir a pessoa com deficiência na rede regular de ensino;
 estabelecer planos de enfrentamento à violência contra a pessoa com
deficiência nos âmbitos estadual municipal e distrital;
 criar e fortalecer os conselhos de direitos estaduais, municipais e
distrital;
 implantar serviço de notificação de violências contra a pessoa com
deficiência o âmbito do SUS;
 divulgar os direitos das pessoas com deficiência;
 destinar verbas no orçamento público de segurança;
 construir centros integrados de prestação de serviços às vítimas de
violência, com apoio psicológico e social.
 Conclusão. A violência contra a pessoa com deficiência pode atingir
todo o leque de direitos fundamentais, principalmente a educação e a
saúde física e psicológica.
 O Estado está obrigado a prevenir e enfrentar a violência, mais
agravada contra a pessoa com deficiência em vista do estigma.
 A Convenção da ONU concernente aos Direitos das Pessoas com
Deficiência impõe ao Estado e à sociedade tratarem da prevenção
contra a exploração, a violência e o abuso de pessoas, tanto dentro
como fora do lar.

VIOLENCIA CONTRA MULHER.

A violência contra a mulher no Brasil é um problema sério no país. Segundo


dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em conjunto com o Instituto
Datafolha, a maioria da população brasileira sente que a violência contra a
mulher aumentou entre 2007 a 2017, sendo a maior percepção na Região
Nordeste (76%), seguida pela Região Sudeste (73%). Além disso, dois a cada
três brasileiros viram alguma mulher sendo agredida em 2016, sendo que a
maior percepção dessa violência encontra-se entre negros e pardos, o qual,
segundo a pesquisa, pode ser reflexo de uma vivência mais intensa a esta
violência.
Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça, há um montante de 896 mil
processos relativos a casos de violência contra a mulher a serem julgados,
confirmando a presença desse tipo de violência nos lares brasileiros e
mostrando a dificuldade da justiça brasileira a dar respostas a essas situações
conflituosas.
Entre 1980 e 2013, o país contabilizou 106.093 assassinatos de mulheres.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, o Brasil encontra-se em
quinto lugar na posição de homicídios a mulheres, numa lista de 83 países,
com 4,8 homicídios por 100 mil mulheres, estando abaixo apenas de El
Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia. A média dos países analisados foi
de 2,0 homicídios por 100 mil mulheres. Em relação ao feminicídio, do total de
4.762 vítimas femininas registradas em 2013, 2.394 foram perpetrados por um
familiar direto da vítima, ou seja 50,3% do total de homicídios de mulheres, o
que daria 7 feminicídios por dia.
A grande maioria das mulheres vítimas de homicídio são meninas e mulheres
negras, prevalecendo a faixa entre 18 e 30 anos, com picos na faixa de
meninas menores de um ano, caracterizando o infanticídio. Há maior
prevalência de mortes causados por força física, objeto cortante/penetrante ou
contundente, e menor participação de arma de fogo, sendo perpetrada por
pessoas próximas a vítima e sendo a agressão, na maioria das vezes,
perpetrada no domicílio.

Após condenação do Brasil na Organização dos Estados


Americanos por ser omisso e tolerante com a violência contra a mulher, foi
aprovada em agosto de 2006, após pressões de movimentos feministas e de
direitos humanos, a Lei 11.340 DE SETE DE AGOSTO DE 2006, Lei Maria da
Penha, que caracteriza como violência doméstica e familiar contra a mulher
"qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte,
lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou
patrimonial". Também instituiu mecanismos de coerção da violência
doméstica e familiar contra a mulher, como as medidas protetivas de urgência,
a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, com
competência cível e criminal, a proibição das penas pecuniárias, bem como
que a mulher não pode renunciar à denúncia. Por determinação da própria lei,
a proteção oferecida independe da orientação sexual.

Foi publicada em 9 de março de 2015 a Lei n°. 13.104, que incluiu a


qualificadora do feminicídio no código penal brasileiro. O Feminicídio é crime
previsto no Código Penal Brasileiro, inciso VI, § 2º, do Art. 121, quando
cometido "contra a mulher por razões da condição de sexo feminino".O §2º-A,
do art. 121, do referido código, complementa o supracitado inciso ao preceituar
que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: I -
violência doméstica e familiar (o art. 5º da Lei nº 11.340/06 enumera o que é
considerado pela lei violência doméstica); II - menosprezo ou discriminação à
condição de mulher.

No Brasil a Lei Nº 10.778, de 24 de novembro de 2003, estabelece a


notificação compulsória, no território nacional, do caso de violência contra a
mulher que for atendida em serviços de saúde públicos ou privados. Essa lei é
complementada pela Lei Maria da Penha como mais um mecanismo para coibir
a violência doméstica e familiar contra a mulher, com medidas mais efetivas
(penais) para o seu controle além do dimensionamento do fenômeno. Embora
a notificação e investigação de cada agravo em si já proporcione um impacto
positivo para reversão da impunidade que goza o agressor, de certo modo,
defendido por uma tradição cultural machista além de naturalmente ser um
instrumento direcionador das políticas e atuações governamentais em todos os
níveis como previsto na legislação em pauta.

Você também pode gostar