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VIOLÊNCIAS CONTRA AS MULHERES NEGRAS: CORRENTES INVISÍVEIS DO

RACISMO

Doranei Alves 1

Resumo: O artigo Violências contra as mulheres negras: correntes invisíveis do Racismo busca
refletir e problematizar as interfaces entre a violência doméstica e familiar, violência institucional e
simbólica, vivenciadas por mulheres negras de Salvador/Bahia. Esta discussão trará relatos de
situações vividas por mulheres negras, sistematização de experiências profissionais da autora deste
trabalho, bem como, falas oriundas de escutas em espaços que compõem a rede de atenção às
mulheres em situação de violência. Tendo como aporte o conceito de violência contra a mulher,
defendido pela Lei 11. 340/2006, Lei Maria da Penha, os dados do mapa da violência de 2015,
apontando as contradições entre a Lei e as reais dificuldades das mulheres para acessar a rede, por
conta das violências impregnadas no imaginário social, na naturalização da violência contra as
mulheres negras, principalmente promovidas por agentes executores destes serviços. Esta reflexão
descortinará aspectos do cotidiano que funcionam como correntes invisíveis do racismo que
dificultam a superação da situação de violência contra as mulheres negras, tendo a pretensão
também de chamar a atenção sobre a necessidade do Estado e demais instituições da rede de
atenção às mulheres em situação de violência em voltarem seus olhares para sua atuação como
ponto de partida no enfrentamento e superação da violência contras as mulheres.

Palavras-chave: Mulheres. Racismo. Violências.

Violência contra a mulher se tornou um tema presente cotidianamente na vida das


brasileiras/brasileiros, partindo aqui do recorte feito por este trabalho que não pretende discutir este
cenário a nível mundial. Os dados estatísticos são alarmantes e chamam à atenção para a
necessidade de um enfretamento coletivo da sociedade na situação de extermínio das mulheres e em
particular das mulheres negras. Para iniciarmos esta breve discussão, se faz necessário pontuar que
não pretendemos esgotar esta discussão neste trabalho e sim abrirmos possibilidade de ampliarmos
o olhar para outras vertentes sobre a temática da Violência contra mulheres negras como forma de
estimular a construção de estratégias e medidas de enfrentamento em aspectos que insistem em
permanecer invisíveis, mas que são tão cruéis quanto às violências visíveis aos olhos da sociedade,
sendo este o objetivo deste artigo.

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Doranei Alves – Assistente Social, especialista em Serviço Social e Seguridade Social e mestranda em Estudo sobre Mulheres,
Gênero e Feminismo – NEIM/UFBA, Salvador, Bahia, Brasil.
E-mail: doraalves73@hotmail.com / ssemdebate@gmail.com
(71) 99619-7794

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Segundo o Mapa da Violência, 2015, o Brasil encontra-se no 5º lugar no ranking de homicídios
de mulheres no conjunto de países do mundo. O cenário referente ao Estado da Bahia o coloca em
12º lugar e o município de Salvador no 10º lugar entre as capitais brasileiras. Com o objetivo de
trazermos elementos quantitativos no conjunto de aspectos aqui apresentados que serão utilizados
no embasamento deste artigo, pontuaremos os dados referentes às situações de violência das
mulheres negras, vale ressaltar, que essa realidade é vivenciada e presenciada com uma frequência
assustadora pelos registros midiáticos que veiculam os dados de violência contra a mulher, bem
como, registros policiais, relatos e pedidos de socorro de mulheres, em instituições que compõem a
Rede de Atenção à Mulher em situação de Violência e no atendimento/escutas e/ou rodas de
diálogo nas comunidades de Salvador. Mesmo diante de tantas evidências, apresentamos a seguir a
conclusão do referido Mapa da Violência/ 2015, no quesito: A cor da Vítima.
Com poucas exceções geograficamente, a população negra é vítima prioritária da violência
homicida no país. As taxas de homicídio da população branca tendem, historicamente, a
cair, enquanto aumentam as taxas de mortalidade entre os negros... entre as mulheres
brancas caíram 11, 9%, de 3,6 por 100 mil brancas em 2003, para 3,2 em 2013. Em
contrapartida, as taxas das mulheres negras cresceram 19,5%, passando, neste mesmo
período de 4,5 para 5,4 por 100 mil mulheres. Proporcionalmente morriam assassinadas
22,9% mais negras do que brancas. O índice foi crescendo lentamente ao longo dos anos
para em 2013, chegar a 66,7%. (JACOBO, 2015, p.29)

Este quadro nos revela que a violência tem cor no Brasil, na Bahia e em Salvador, diante
destes dados que servem apenas para reafirmar o cenário que é visto a olhos nus pela sociedade. Um
dos aspectos sobre esta realidade que apesar de não ser novidade, precisa ser pontuada é a seguinte:
os dados estatísticos sobre os homicídios de mulheres é o ponto final e trágico de milhares de vidas
marcadas por histórias de sucessivas e infinitas violências visíveis, invisíveis e muitas vezes
invisibilizadas pela sociedade.
A partir deste ponto do texto fomentaremos a discussão ao qual nos propomos, tendo como
eixos centrais de questionamentos, mesmo cientes da impossibilidade em respondê-las, mas como
forma de suscitar a discussão, as seguintes perguntas mobilizadoras: Diante do conjunto de
instrumentos legais, equipamentos e políticas públicas de garantia de direitos das mulheres,
proteção e enfrentamento a Violência contra a mulher por que os índices de homicídios de mulheres
vêm aumentando progressivamente ao longo do tempo? Essas vítimas pediram e/ou buscaram
socorro? Qual o alcance destas mulheres às instituições que compõem a Rede de atenção às
mulheres em situação de violência?

Mulheres Negras e a Lei Maria da Penha

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Tomando como base conceitual de Violência Doméstica e Familiar a Lei 11.340/2006,
intitulada como Lei Maria da Penha, 2006 que define em seu art. 5º. violência doméstica e familiar
contra a mulher como “qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial”. A partir do entendimento
desta Lei que significa um grande marco na história dos Movimentos Feministas e dos Movimentos
Sociais que emplacaram um intenso processo de luta em prol da garantia dos direitos, no
enfrentamento da violência e todos os tipos de discriminação contra as Mulheres.
Importante dizer que a Lei Maria da Penha como produto de processos de mobilização
como por exemplo, a Convenção Interamericana sobre a prevenção, sanção e erradicação de
violência contra as mulheres, realizada em Belém do Pará/ 1994 coloca os países participantes com
o compromisso de erradicar a Violência contra a Mulher, através de medidas legais, políticas e
programáticas. Este instrumento legal defende de forma contundente a igualdade no tratamento e
atendimento, quando diz em seu art. 2º da Lei Maria da Penha/2006 “Toda mulher, independente de
classe, raça, etnia..., goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe
asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência...”, porém os dados como já
sinalizados mostram que mesmo diante dos muitos avanços legais e estruturais, as estatísticas vêm
apresentando uma escala negativa referente à violência contra as mulheres negras. Sobre isto o
Mapa da Violência 2015 aponta que a partir da vigência da Lei Maria da Penha, “o número de
vítimas cai 2,1% entre as mulheres brancas e aumenta 35% entre as negras”.
Diante deste quadro muitas são as analises de especialistas sobre esta situação, porém este
artigo não tomara qualquer tendência como única e sim utilizará este espaço para suscitar o olhar
para outras direções e aspetos que estão interligadas a situação de vulnerabilidade resultante da
desigualdade social pobreza, do racismo, do sexismo e de outros marcadores presentes no contexto
social das mulheres negras. Para o entendimento da complexidade dos diversos aspectos que
dialogam e agravam a situação de violência para as mulheres negras, tomaremos ponto de reflexão
o conceito de interseccionalidade, como definido por Crenshaw, como a “... forma pela qual o
racismo, o patriarcalismo, a opressão de classe e outros sistemas discriminatórios criam
desigualdades básicas que estruturam as posições relativas de mulheres, raças, etnias, classes e
outras” (CRENSHAW, 2002, p. 177).
A categoria interseccionalidade serve para abrir nossos olhos para as especificidades das
mulheres negras, dos elementos que estruturam a desigualdade entre mulheres e homens, bem
como, entre mulheres brancas e negras. Este abrir os olhos ao qual me refiro é principalmente

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entendermos que as lutas dos Movimentos Feministas, Movimento Negro tem um importante papel
na defesa dos direitos de grupos socialmente excluídos do acesso à riqueza socialmente produzida
neste país, colocando suas demandas na agenda política e econômica do Brasil e do mundo, o que
encampa a luta pela Igualdade de Gênero, Classe e Raça. Este artigo mesmo fazendo um recorte
para a luta do Movimento Feminista Negro e a realidade das mulheres negras de Salvador Bahia
não discorrerá sobre a atuação deste seguimento, uma vez que a pretensão desta discussão é chamar
a atenção para a necessidade da ampliação dos debates e enfrentamentos para aspectos como, por
exemplo, o imaginário social impregnado na sociedade que reproduz cotidianamente o racismo, o
machismo, responsável em reforçar a Violência simbólica e a perpetuação da invisibilidade das
questões e opressões das mulheres negras, inclusive presentes em todos os espaços da vida em
sociedade.
Mulheres Negras: Violências X Violências
Nesta parte do trabalho travaremos um diálogo tendo como elemento: descrições de falas,
oriundas de diversos atores envolvidos em contextos de violência contra a mulher e fruto de escutas
e observações, da autora deste artigo em espaços diversos de atuação profissional e aprofundamento
no lidar com a temática da Violência Doméstica Familiar. Levando em consideração contextos e
situações de violência física.
Segundo a Lei Maria da Penha 2006 em sua tipificação da Violência contra Mulher, violência
física é considerada o ápice de acordo com o Ciclo da Violência, definida em seu art. 7º como
“qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal”. Vale ressaltar que quando as
mulheres são vítimas deste tipo de violência, ela já sofreu quase, se não todos os demais tipos de
violência (psicológica, moral, patrimonial e sexual). E quando essa mulher consegue diante de
tantas violências visíveis e invisíveis buscar “ajuda”, “socorro”, “orientação”, “proteção”, muitas
vezes se deparam com outras violações, muitas vezes expressadas nos detalhes de um atendimento,
através de falas como: _ “A senhora tem que pensar direitinho antes de prestar a queixa, agora não
pode retirar mais...”.
Neste sentido um aspecto da própria Lei é traduzida de forma a desencorajar a mulher em dar
continuidade às medidas necessárias e às vezes urgentes para o enfrentamento da situação de
violência. Outra frase comumente ouvida “_A senhora tem para onde ir? A senhora tem como se
sustentar?” “e seus filhos”. Em ambas as situações as questões da supremacia do poder, contida na
informação que esta nas mãos de quem orienta, retira desta mulher, marcada pela falta de precisão e
aprofundamento no conhecimento da Lei, em condições financeiras desfavoráveis, falta de posses,

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as colocando em desvantagens que mais uma vez as agride com a lança da impossibilidade de reagir
àquela situação de violência que te mata aos poucos.
O entendimento da violência física como ato disciplinar encontra-se impregnado no imaginário
social, ainda como algo aceitável e podemos verificar em frases como “_O homem chega do
trabalho, ela sai para curtir e quando chega, ainda diz ao cara, estava curtindo mesmo, ai o cara
perde a cabeça mesmo” ou “_Ela viu que ele estava bebendo, não deveria falar nada”. Esta postura
exatamente condiz com o pensar do agressor sob a agressão como nos apresenta, Lia Zanotta
Machado, 2006, p. 14 “A violência é sempre narrada como um ato disciplinar. Eles não se
interpelam sobre o porquê agiram desta ou daquela forma. Sua interpelação é apenas e somente
sobre seus excessos, descontrole, bebida ou o eu não sei o que me deu”. A visão disciplinar da
violência física contra as mulheres, torna por naturalizar as situações de violência e passa a
representar uma corrente que aprisionam as mulheres negras por conta das condições precárias de
sobrevivência, situações de violências urbana, doméstica e familiar.
Ainda encontra-se presente no imaginário social e presentes nos diversos espaços de
atendimento e atenção às mulheres em situação de violência a defesa incontestável de um ideal de
família, como o melhor lugar para conviver. E esta defesa da família se sobrepõe a toda e qualquer
situação vivenciada pela mulher, inclusive seu sofrimento e violências, como bem diz Zanotta,
2006, p.17 “... tais casos continuam a ser vistos à luz do entendimento que na família, o que se deve
preservar é uma pretendida pacificação, ou na minimização dos agravos dos agressores”. Neste
sentido ouvi muitas vezes “_ eu suportei até agora, porque meu pai não aceita que eu me separe, me
diz sempre que ele é um homem bom” ou a conhecida frase “_ruim com ele, pior sem ele”.
O processo de culpabilização da vítima está também impregnado no imaginário social e
contribui para perpetuar as algemas da violência, no dia-a-dia é comum ouvirmos “ela está nessa
porque quer” e esta visão encontra-se presente nos espaços de proteção como também muitas vezes
escutei “_quem não vai apanhar de homem sou eu, nem eu, mas ela apanha porque é doente de
ciúme” ou mesmo “_ele é tão bonitinho, tanta mulher por ai, por que não larga essa...”.
Esses poucos registros de um diário de campo profissional tem aqui o papel de chamar à atenção
para a necessidade de voltar o olhar para dentro dos serviços de atendimento às mulheres em
situação de violência. Fica evidente o quanto as opressões estão interseccionadas no cotidiano das
mulheres negras como pontua uma pesquisa desenvolvida pela entidade da sociedade civil “Criola”,
onde Regina Castro e Luciele Rocha, 2000, dizem:

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O grau de vitimização das mulheres negras é potencializada e aumentada por um contexto
cotidiano de violações de direito que contam para além do sexismo, com as desigualdades e
violações produzidas pelo racismo e pela pobreza. (CASTRO E ROCHA, 2000, p.12)

Estes fatores presentes na discussão realizada a partir deste artigo descortina o processo de
violência X violência que expõe as mulheres negras a situações de negação continuada de direitos,
naturaliza estas violações e contribui para a perpetuação do racismo e de todas as formas de
discriminação contra as mulheres negras.
Conclusão
Este artigo marca sua participação afirmando que os reconhecidos e importantes
instrumentos legais que visam coibir e punir os agressores, bem como, representam um potente
instrumento de enfrentamento às violências contras mulheres, porém essas medidas precisam
acontecer de forma conjunta com os demais setores da sociedade, representando um intenso e
continuado processo de mobilização, educação, capacitação que estimulem mudanças de atitude,
reconstrução desse imaginário social que naturaliza e reproduz as violências, o racismo, o sexismo e
todas as demais formas de opressão da humanidade e em particular das mulheres negras. Como bem
sistematizou o Instituto Patrícia Galvão. “Invisibilidade Mata” e eu complemento o “Racismo
Mata”.
Neste sentido esse trabalho serve também como um grito que precisa ecoar em todas as
direções, reafirmando que as leis não podem permanecer como letras mortas e sim precisam está
presentes, vivenciadas/os e defendidas/os por cada cidadã/cidadão brasileiras/os na luta constante
por um País, um Estado, uma Cidade de Salvador mais igualitária e justa.

Referências
CASTRO, Regina de, ROCHA, Luciene, O. A Questão da Violência Doméstica e as Mulheres
Negras. 3ª Edição; Cartilha Protegendo as Mulheres da Violência Doméstica; 2006. Fórum
Nacional em Direitos Humanos.

CRESHAW, Kimberlé. Documento para o Encontro de Especialistas em Aspectos da


Discriminação Racial relativos ao Gênero; Estudos Feministas; 2002; p. 177.

Feminicício: #invisibilidademata/ organização Débora Prado, Marisa Sanemetsu. Fundação Rosa


Luxemburg. São Paulo: Instituto Patrícia Galvão, 2017.

Lei nº 11.340/2006. Lei Maria da Penha; Presidência da República. Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm . Acesso em: 14/06/2017.

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MACHADO, Lia Zanotta. Violência Doméstica contra as Mulheres no Brasil: Avanços e Desafios
ao seu combate. 3ª Edição; Cartilha Protegendo as Mulheres da Violência Doméstica; 2006. Fórum
Nacional em Direitos Humanos.

WAISELFISZ, Julio Jacob. Mapa da Violência 2015 – Homicídios de Mulheres no Brasil; 1ª


edição; ONU Mulheres; Brasília – DF; 2015.

Violence against black women: invisible chains of racism

Astract: The article Violence Against Black Women: Invisible Chains of Racism seeks to reflect
and problematize the interfaces between domestic and family violence, institutional and symbolic
violence, experienced by black women from Salvador / Bahia. This discussion will include reports
of situations experienced by black women, systematization of the professional experiences of the
author of this work, as well as speeches from listening in spaces that make up the network of
attention to women in situations of violence. Taking into account the concept of violence against
women, advocated by Law 11.32006, Lei Maria da Penha, the data of the map of violence of 2015,
pointing out the contradictions between the Law and the real difficulties of women to access the
network , Due to the violence impregnated in the social imaginary, in the naturalization of the
violence against the black women, mainly promoted by agents executor of these services. This
reflection will reveal aspects of daily life that act as invisible chains of racism that make it difficult
to overcome the situation of violence against black women, and also to call attention to the need of
the State and other institutions of the network of attention to women in situation Of violence in
returning their eyes to their action as a starting point in confronting and overcoming violence
against women.
Keywords: Women. Racism. Violence.

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