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VÍCIOS DE VONTADE / CONSENTIMENTO

Erro é um estado de espírito positivo: a falsa percepção da realidade.


Ignorância estado de espírito negativo: total desconhecimento do declarante a respeito das
ERRO OU circunstâncias do negócio.
IGNORÂNCIA18
O erro, entretanto, só é considerado como causa de anulabilidade do negócio jurídico se for:
a) essencial (substancial); b) escusável (perdoável)

Artifício malicioso empregado por uma das partes ou por terceiro com o propósito de prejudicar
outrem, quando da celebração do negócio jurídico.
Quando o vendedor elogia exageradamente o seu produto, realçando em demasia suas
qualidades, não atua maliciosamente. (DOLUS BONUS). A despeito disso, fica claro que a indicação
DOLO19 de qualidades inexistentes ou a afirmação de garantias inverídicas extrapolam o limite do razoável,
podendo configurar publicidade enganosa, sujeitando o infrator a sanções administrativas, civis e
criminais.
O dolo, para invalidar o ato, deve ser principal — atacando a causa do negócio em si —, uma vez que
o acidental, aquele que não impediria a realização do negócio, só gera a obrigação de indenizar.

Entende-se como coação capaz de viciar o consentimento toda violência psicológica apta a influenciar
a vítima a realizar negócio jurídico que a sua vontade interna não deseja efetuar.
a) física (“vis absoluta”);
b) moral (“vis compulsiva”)
A coação física é aquela que age diretamente sobre o corpo da vítima. A doutrina entende que este
tipo de coação neutraliza completamente a manifestação de vontade, tornando o negócio jurídico
COAÇÃO20 inexistente, e não simplesmente anulável.
Na coação física MORAL o sujeito é pressionado a adotar uma conduta, mas ele tem a opção de não seguir a
orientação e suportar as consequências, por mais duras que sejam. A doutrina também a chama de violência
relativa. (errada) 2012 - MPE-RJ
A coação absoluta é vício do consentimento e torna anulável. (errada) 2014 - TRF - 2ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL
A coação absoluta (física) torna o negócio nulo, pois há total ausência de vontade. Já a coação relativa (moral)
torna o negócio anulável, pois existe um consentimento, mas ele está viciado. (certa) 2016 - PROCURADOR MUNICIPAL

Configura-se quando o agente, diante de situação de perigo conhecido pela outra parte, emite
declaração de vontade para salvaguardar direito seu, ou de pessoa próxima, assumindo obrigação
ESTADO DE PERIGO21 excessivamente onerosa.
Identifica-se, no caso, uma especial hipótese de inexigibilidade de conduta diversa, ante a iminência
de dano por que passa o agente, a quem não resta outra alternativa senão praticar o ato.

18
Manual de Direito Civil, Vol. Único, p. 222, 5ª ed., 2021. Rodolfo Pamplona e Pablo Stolze.
19
Manual de Direito Civil, Vol. Único, p. 224, 5ª ed., 2021. Rodolfo Pamplona e Pablo Stolze.
20
Manual de Direito Civil, Vol. Único, p. 228, 5ª ed., 2021. Rodolfo Pamplona e Pablo Stolze.
21
Manual de Direito Civil, Vol. Único, p. 236, 5ª ed., 2021. Rodolfo Pamplona e Pablo Stolze.
SEÇÃO I: DO ERRO OU IGNORÂNCIA
Entende-se por erro a falsa percepção dos fatos, que leva o agente a realizar conduta que não efetuaria, se conhecesse a verdade.
(certa) 2010 - MPE-MG

Art. 138. São ANULÁVEIS os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de ERRO SUBSTANCIAL que
poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.
2010 - MPE-GO / 2010 - PGE-RS / 2017 - PGE-AC / FCC - 2018 - PROCURADOR MUNICIPAL

 São nulos ANULÁVEIS quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência
normal, em face das circunstâncias do negócio. (errada) FCC - 2009 - DPE-PA
 Ocorrerá defeito no negócio jurídico quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa
de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio; assim, considera-se substancial o erro quando, sendo de direito e não implicando
recusa à aplicação da lei, for ele o motivo único ou principal do negócio jurídico. (certa) CESPE - 2012 - DPE-SE
 São nulos ANULÁVEIS os atos emanados de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das
circunstâncias do negócio. (errada) FCC - 2013 - DPE-AM
 São nulos ANULÁVEIS os negócios jurídicos quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por
pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio. (errada) 2014 - MPE-MA
Não se admite, outrossim, a alegação de erro por parte daquele que atuou com acentuado grau de displicência. O direito não deve amparar
o negligente. Ademais, a própria concepção de homem médio deve levar em consideração o contexto em que os sujeitos estão envolvidos. Afinal,
a compra de uma joia falsa pode ser um erro escusável de um particular, mas muito dificilmente de um especialista em tal comércio.22
Mário adquiriu um pequeno sítio em área próxima ao Município de Água Branca do Amapari, onde pretendia realizar cultivo agrícola para o
sustento de sua família. Entretanto, após a conclusão do negócio, veio a descobrir que o imóvel se encontra em uma área de reserva permanente,
de modo que não poderá utilizar o imóvel da maneira como deseja. Neste caso, existem elementos para afirmar que o negócio pode ser anulado
por erro essencial. (certa) FCC - 2018 - DPE-AP

Art. 139. O erro é SUBSTANCIAL quando:


2010 - MPE-GO / FCC - 2010 - TJ-MS – JUIZ / 2010 - TJ-PR – JUIZ / CESPE - 2012 - DPE-SE / 2013 - PC-GO - DELEGADO DE POLÍCIA / 2013 - TJ-SC - JUIZ / FUNDEP - 2014 - TJ-MG - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO /
FUNDEP - 2014 - DPE-MG / 2016 - MPE-SC / FCC - 2018 - PROCURADOR MUNICIPAL / FCC - 2020 - TJ-MS - JUIZ SUBSTITUTO

I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais;

II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha
influído nesta de modo relevante;

III - sendo de DIREITO e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico.

.
 O erro é considerado substancial quando concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade,
desde que tenha influído nesta de modo relevante. (certa) 2010 - PGE-GO
 No negócio jurídico, uma das hipóteses que caracteriza como substancial o erro é quando concerne à identidade ou à qualidade essencial da
pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante. (certa) 2011 - TJ-RO - JUIZ SUBSTITUTO
 Ocorrerá defeito no negócio jurídico quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa
de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio; assim, considera-se substancial o erro quando, sendo de direito e não implicando
recusa à aplicação da lei, for ele o motivo único ou principal do negócio jurídico. (certa) CESPE - 2012 - DPE-SE
 O erro de direito, atendidos os pressupostos legais, pode ser substancial. (certa) 2012 - TJ-DFT – JUIZ
 São nulos ANULÁVEIS os atos emanados de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das
circunstâncias do negócio. (errada) FCC - 2013 - DPE-AM
 O erro de direito não é cogitado, no Código Civil, como situação que possa caracterizar a anulabilidade da manifestação de vontade. (errada)
2014 - TRF - 2ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL

 São nulos ANULÁVEIS os negócios jurídicos quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por
pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio. (errada) 2014 - MPE-MA
Uma pessoa que se casa sem conhecer o cônjuge incorre no risco de descobrir depois do casamento fatos que dizem respeito às qualidades
essenciais do outro, das quais não tinha conhecimento e que lhe são insuportáveis. Na lei civil essa figura é qualificada de erro substancial quanto
às qualidades da pessoa, que se diferencia do VÍCIO REDIBITÓRIO porque o vício é ERRO OBJETIVO SOBRE A COISA e o ERRO SUBSTANCIAL
SOBRE AS QUALIDADES DA PESSOA É JUÍZO SUBJETIVO. (certa) 2013 - PC-GO - DELEGADO DE POLÍCIA
O vício redibitório e o erro substancial são distintos uma vez que no primeiro o vício oculto pertence ao objeto adquirido, ao passo que no
segundo, o vício é da manifestação da vontade. (certa) FCC - 2018 - DPE-MA

Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão determinante.

22
Manual de Direito Civil, Vol. Único, p. 222, 5ª ed., 2021. Rodolfo Pamplona e Pablo Stolze.
 O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão determinante. (certa) 2010 - PGE-GO
 O falso motivo somente vicia a declaração de vontade quando for, expressamente, sua razão determinante. (certa) 2011 - PGE-PR
 O falso motivo possibilita a anulação do negócio jurídico quando expresso, na declaração de vontade, como fato determinante. (certa) FCC - 2016
- PROCURADOR MUNICIPAL

 O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão determinante. (certa) 2016 - MPE-PR

Art. 141. A transmissão errônea da vontade por meios interpostos é ANULÁVEL nos mesmos casos em que o é a declaração
direta.

Art. 142. O ERRO de indicação da PESSOA ou da COISA, a que se referir a declaração de vontade, NÃO viciará o negócio quando,
por seu contexto e pelas circunstâncias, se puder identificar a coisa ou pessoa cogitada.
2010 - MPE-GO / FCC - 2010 - TJ-MS – JUIZ / 2012 – PGFN / FUNDEP - 2014 - TJ-MG - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO

 Em sede de defeitos do negócio jurídico expressa a lei civil que o erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a declaração de
vontade, não viciará o negócio quando, por seu contexto e pelas circunstâncias, se puder identificar a coisa ou pessoa cogitada. (certa) 2013 -
MPE-SC

 O erro de indicação da pessoa ou da coisa a que se referir a declaração de vontade viciará o negócio, mesmo se, por seu contexto e pelas
circunstâncias, for possível identificar a coisa ou pessoa cogitada. (errada) VUNESP - 2018 - PC-BA - DELEGADO DE POLÍCIA
 O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a declaração de vontade, não viciará o negócio quando, por seu contexto e pelas
circunstâncias, se puder identificar a coisa ou pessoa cogitada. (certa) FUNDEP - 2021 - MPE-MG

Art. 143. O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de vontade.


2011 - PGR - PROCURADOR DA REPÚBLICA / FUNDEP - 2014 - TJ-MG - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO

 É hipótese de anulabilidade de negócio jurídico contrato de locação que contém erro no cálculo do valor do aluguel. (errada) 2011 - MPE-SP
 Por não ser considerado erro acidental, o erro de cálculo serve como fundamento para invalidar o negócio jurídico. (errada) CESPE - 2012 - TJ-AC
- JUIZ SUBSTITUTO

 O erro de cálculo não invalida o negócio jurídico; ele apenas autoriza a retificação da declaração de vontade. (certa) 2016 - TRF - 3ª REGIÃO - JUIZ
FEDERAL SUBSTITUTO

 O erro de cálculo vicia o negócio, retirando-lhe todos os efeitos. (errada) FUNDATEC - 2016 - PROCURADOR MUNICIPAL

Art. 144. O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, se
oferecer para executá-la na conformidade da vontade real do manifestante.
2010 - MPE-GO / 2010 - TJ-PR – JUIZ / FUNDEP - 2014 - TJ-MG - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO /

 O erro de indicação da pessoa ou coisa, a que se refere a declaração de vontade, não viciará o negócio quando se puder identificar a coisa
ou a pessoa cogitada. (certa) FCC - 2010 - TJ-MS - JUIZ
 Em se tratando de erro, este não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, se
oferecer para executá-la na conformidade da vontade real do manifestante. (certa) 2013 - PC-PR - DELEGADO DE POLÍCIA
 O erro não invalida o negócio jurídico quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na
conformidade da vontade real do manifestante. (certa) 2016 - TRF - 3ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO

SEÇÃO II: DO DOLO

Art. 145. São os negócios jurídicos ANULÁVEIS por dolo, quando este for a sua causa.
 Os negócios jurídicos eivados pelo dolo são nulos. (errada) CESPE - 2016 - PC-PE – DELEGADO

Ex.: Devido a dificuldades financeiras, Andrei teve de penhorar antigo relógio deixado de herança pelo seu falecido pai. O bem foi repassado a
terceiro, deixando Andrei com um grande sentimento de culpa pelo ocorrido. Contudo, durante um almoço, Andrei vê o relógio que julga ser
aquele que pertenceu ao seu genitor na posse de Marcus, seu colega de trabalho. Informando ao colega detalhes da história familiar e que possui
a relojoaria como hobby, devido ao aprendizado que teve com seu pai, relojoeiro de profissão, Andrei questiona Marcus “se este venderia o relógio
que era do seu pai pelo valor X”, o que é aceito pelo vendedor, que silencia tratar-se de peça que jamais pertenceu a família de Andrei, fato que
vem a ser constatado pelo mesmo três semanas após a aquisição. O adquirente sentiu-se lesado por ter pago preço que considera desproporcional
pelo bem, o qual não iria adquirir em razão da ausência de identidade do objeto adquirido. Trata-se de hipótese de anulabilidade do negócio
jurídico por dolo substancial praticado de forma omissiva por Marcus. (certa) FCC - 2012 - DPE-PR - DEFENSOR PÚBLICO
Ex.: Mateus em contato telefônico com uma empresa X, consentiu que ela lhe enviasse um contrato de publicidade para destacar sua empresa
em um determinado site. Segundo as informações repassadas via telefone foi a de que Mateus pagaria R$ 15,00 (quinze reais) mensais durante
12 (doze) meses. Estabelecido o negócio jurídico, Mateus recebeu o contrato via email, assinou e encaminhou a empresa, não tendo percebido
que a referida Empresa procedera, intencionalmente a substituição do valor inicialmente avençado para cada parcela, fazendo constar o importe
de R$ 150,00 (cento e cinquenta reais) por mês. Diante da situação posta, Mateus poderá anular o negócio jurídico, por encontrar-se defeituoso,
na figura do dolo, pois a empresa X se utilizou de expediente astucioso, a fim de que Mateus assinasse o contrato, levando-o a crer que as
condições pactuadas via contato telefônico estariam mantidas. (certa) 2018 - PC-PI - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL
Art. 146. O dolo ACIDENTAL SÓ OBRIGA à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria
realizado, embora por outro modo.
 O dolo acidental anula o negócio jurídico. (errada) FCC - 2010 - TJ-MS - JUIZ
 O dolo acidental ou dolus incidens não é causa de anulação do negócio jurídico. (certa) 2012 - TJ-DFT – JUIZ; 2012 - MPE-PR
 O dolo pode gerar a indenização por perdas e danos caso seja acidental. (certa) 2014 - PGE-AC
 O dolo acidental torna anulável a manifestação de vontade dele derivada. (errada) 2014 - TRF - 2ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL
 O erro acidental não acarreta a anulação do negócio jurídico. (certa) 2016 - TRF - 4ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO
 O dolo acidental só obriga à satisfação de perdas e danos; o dolo é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por
outro modo. (certa) 2016 - TRF - 4ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO
 O dolo acidental não anula o negócio jurídico e, portanto, não gera direito à indenização. (errada) FCC - 2019 - DPE-SP
 O dolo, como defeito do negócio jurídico se for acidental só enseja perdas e danos. (certa) FUNDATEC - 2021 - PGE-RS
Ex. O sujeito declara pretender adquirir um carro, escolhendo um automóvel com cor metálica, e, quando do recebimento da mercadoria,
enganado pelo vendedor, verifica que a coloração é, em verdade, básica. Neste caso, não pretendendo desistir do negócio, poderá exigir
compensação por perdas e danos. Diferente, seria, porém, a situação em que ao sujeito somente interessasse comprar o veículo se fosse da cor
metálica — hipótese em que este elemento faria parte da causa do negócio jurídico. Nesse caso, tendo sido enganado pelo vendedor para adquirir
o automóvel, poder-se-ia anular o negócio jurídico com base em dolo. 23

Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra
parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria celebrado.
 Configura erro substancial OMISSÃO DOLOSA, o silêncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja
ignorado, desde que se prove que sem ele o negócio não se teria celebrado. (errada) 2012 - PGE-PA
 O silêncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, nos negócios jurídicos bilaterais,
constitui omissão culposa DOLOSA, provando-se que, sem ela, o negócio não teria sido celebrado, ou o seria de outro modo. (errada) VUNESP -
2018 - PC-BA – DELEGADO

 Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado
constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria celebrado. (certa) FUNDEP - 2021 - MPE-MG
Ex. Setúbal Mourinho de Oliveira, imigrante recém-chegado ao Brasil, pretendia adquirir um bem imóvel para instalar sua indústria e comércio
de produtos alimentícios. Consultou diversos jornais até que encontrou Aristides, que lhe ofereceu uma casa em um certo bairro da cidade. Setúbal
lhe afirmou que pretendia a aquisição de um bem imóvel para instalar sua empresa, e o negócio se concluiu dias depois. Setúbal não pôde se
instalar como pretendia, pois a Prefeitura do Município esclareceu que naquela zona residencial isso não era possível. O negócio é passível de
anulação por restar configurada a omissão dolosa. (certa) 2013 - PC-PR - DELEGADO DE POLÍCIA

Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse
ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos
da parte a quem ludibriou.
 Pode também ser anulado por dolo de terceiro, ainda que a parte a quem aproveite dele não tivesse ou devesse ter conhecimento; de todo
modo, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou. (errada) FCC - 2009 -
DPE-PA

 O ser humano comete erros em suas ações. Quando, no entanto, ele é induzido por outrem a praticar o ato que não planejava, há dolo de
terceiro, justificando a anulação do ato jurídico. (certa) 2010 - MPE-MG
 Subsiste o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro, sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento,
devendo o autor da coação responder pelas perdas e danos ao coacto. (certa) 2012 - TJ-DFT – JUIZ
 O dolo de terceiro enseja a anulação do negócio jurídico, independente do conhecimento das partes contratantes. (errada) FCC - 2012 - DPE-SP
 O dolo provoca a nulidade dos negócios jurídicos, exceto quando praticado por terceiro. (errada) FCC - 2012 - DPE-SP
 Verificando-se que o negócio jurídico está viciado em razão de dolo de terceiro, sem conhecimento da parte a quem aproveite o dolo, impõe-
se a anulação do negócio, respondendo o terceiro pela integralidade dos prejuízos causados a quem, induzido por erro, celebrou o ato
negocial. (errada) 2013 – MPDFT
 O dolo deve PODE ser sempre próprio não comportando o dolo de terceiro. (errada) 2014 - PGE-AC

 O dolo do terceiro afeta o negócio apenas se o beneficiário tivesse conhecimento do mesmo. (errada) FUNDATEC - 2021 - PGE-RS

Art. 149. O dolo do representante LEGAL de uma das partes só obriga o representado a responder civilmente até a importância
do proveito que teve;

23
Manual de Direito Civil, Vol. Único, p. 226, 5ª ed., 2021. Rodolfo Pamplona e Pablo Stolze.
se, porém, o dolo for do representante CONVENCIONAL, o representado responderá SOLIDARIAMENTE com ele por perdas e
danos.
2010 - MPE-GO / 2012 - PGFN

 Em se tratando de representação legal, na hipótese em que o representante age com dolo em relação ao outro contratante, o Código Civil
em vigor predica que aquele responderá sozinho e integralmente pela perdas e danos causados ao último. (errada) 2010 - MPE-BA
 De acordo com o Código Civil, o dolo do representante legal ou convencional de uma das partes só obriga o representado a responder
civilmente até a importância do proveito que tiver. (errada) CESPE - 2011 - TJ-PB – JUIZ
 Em se tratando de negócio jurídico marcado por dolo acidental imputável a representante convencional ou legal, o representado não poderá
ser responsabilizado civilmente além do proveito que tiver auferido. (errada) 2011 - MPDFT
 O dolo do representante legal de uma das partes obriga o representado a responder civilmente perante a outra parte, independente do
proveito que houver auferido. (errada) FCC - 2012 - DPE-SP
 Haverá responsabilidade solidária por perdas e danos do representante legal CONVENCIONAL
e do representado quando o dolo for do primeiro.
(errada) FUNDEP - 2014 - DPE-MG

 O dolo do representante convencional de uma das partes obriga o representado a responder solidariamente com ele por perdas e danos;
(certa) 2016 - MPE-PR

 O dolo do representante legal CONVENCIONAL enseja solidariedade do representado. (errada) FUNDATEC - 2021 - PGE-RS

Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o negócio, ou reclamar indenização.
 O negócio jurídico será nulo VÁLIDO de pleno direito se ambas as partes procederem com dolo. (errada) FCC - 2009 - DPE-PA
 O dolo recíproco impede a anulação do negócio jurídico. (certa) 2012 - TJ-DFT – JUIZ
 O dolo recíproco enseja a anulação do negócio jurídico e a respectiva compensação das perdas e ganhos recíprocos. (errada) FCC - 2012 - DPE-
SP

 Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma delas poderá alegá-lo para anular o negócio ou reclamar indenização. (errada) CESPE - 2012
- DPE-SE

 É nulo VÁLIDO o negócio jurídico em que ambas as partes agem reciprocamente com dolo, podendo, nessa situação, qualquer dos contratantes
requerer a anulação do ato negocial, desde que se responsabilize pelos danos causados ao outro contratante e a terceiro de boa-fé. (errada)
CESPE - 2013 - STM - JUIZ-AUDITOR SUBSTITUTO

 Se em um negócio jurídico, ambas as partes agem com dolo, ainda assim podem invocar o dolo da outra parte para pleitear a anulação da
avença. (errada) CESPE - 2016 - PC-PE – DELEGADO
 Se ambas as partes agirem com dolo, os prejuízos se compensam até os seus respectivos limites. (errada) FUNDATEC - 2021 - PGE-RS

SEÇÃO III: DA COAÇÃO


Coação é toda ameaça ou pressão exercida sobre um indivíduo para forçá-lo, contra a sua vontade, a praticar um ato ou realizar
um negócio jurídico. (certa) 2010 - MPE-MG
A coação é causa de anulabilidade do negócio jurídico. (certa) FCC - 2009 - DPE-MT
 São nulos ANULÁVEL os negócios jurídicos realizados sob coação que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua
pessoa, à sua família, ou aos seus bens. (errada) FCC - 2009 - DPE-PA
 É nulo ANULÁVEL o ato jurídico se resultante de coação. (errada) 2010 - TRF - 4ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL
 É nulo ANULÁVEL o negócio jurídico celebrado por vício resultante de coação. (errada) FCC - 2011 - PGE-MT
 São anuláveis os atos jurídicos praticados por coação relativa. (certa) 2011 - PGE-PR
 São nulos os atos praticados sob coação ou em fraude contra credores. (errada) FCC - 2013 - DPE-AM
 O negócio jurídico celebrado mediante coação é absolutamente nulo, não sendo suscetível de confirmação. (errada) VUNESP - 2013 - TJ-SP – JUIZ
 A coação gera nulidades ANULABILIDADE. (errada) FUNDATEC - 2021 - PGE-RS
Um enfermo, detentor de boa situação financeira e colecionador de relógios valiosos, cujos preços alardeava, contratou um cuidador que,
depois de ganhar a confiança do patrão, e na ausência da família deste, exigiu que lhe vendesse por R$ 1.000,00 um relógio avaliado em R$
15.000,00, sob a ameaça de trocar os medicamentos que ministrava, agravando a saúde do doente, que já piorara, podendo levá-lo à morte. Um
mês depois, adquirido o relógio pelo valor exigido, abandonou o emprego. Esse negócio jurídico poderá ser anulado por coação, no prazo
decadencial de quatro anos, contado do dia em que ela cessar. (certa) VUNESP - 2018 - TJ-SP - JUIZ SUBSTITUTO

Art. 151. A COAÇÃO, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e
considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o JUIZ, com base nas circunstâncias, decidirá
se houve coação.
2010 - TJ-SC – JUIZ / 2010 - MPE-BA / FGV - 2012 - PC-MA - DELEGADO DE POLÍCIA
 A coação , para viciar a declaração de vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua
pessoa, a sua família, ou aos seus bens, não ocorrendo coação quanto a pessoa não pertencente a família do paciente. (errada) 2010 - PGE-GO
 Somente os negócios jurídicos comutativos podem ser anulados por coação, não sendo viável pretender, sob esse fundamento, obter a
anulação de negócios jurídicos benéficos. (errada) 2011 - MPE-PR

Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as
demais circunstâncias que possam influir na gravidade dela.
 Em caso de anulabilidade de negócio jurídico por coação moral, é vedado ao juiz, sob critério subjetivo, considerar circunstâncias
personalíssimas do coato que possam ter influído em seu estado moral, pois deve levar em conta o ser humano médio. (errada) CESPE - 2009 -
TRF - 1ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL

 A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua
pessoa, à sua família, ou aos seus bens. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias,
decidirá se houve coação. (certa) 2012 - PGFN
 A coação, para viciar o negócio jurídico, deve incutir ao paciente temor de dano iminente à sua pessoa, à sua família, aos seus bens ou a
terceiros, devendo ser levados em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde e, no temor referencial, o grau de parentesco. (errada) VUNESP -
2018 - PC-BA - DELEGADO DE POLÍCIA

Art. 153. NÃO se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, NEM o simples temor reverencial.
 Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito. (certa) 2012 - TJ-PR – JUIZ
 O temor reverencial, que exclui a coação, é o receio de desgostar pessoas a quem se deve respeito hierárquico. (errada) 2012 - PGR - PROCURADOR
DA REPÚBLICA

 Para que se considere a coação como defeito do negócio, levam-se em conta o sexo, a idade e a desproporção de altura e peso entre coator
e coagido. O simples temor reverencial também é considerado atividade coatora. (errada) 2013 - PC-PR - DELEGADO DE POLÍCIA
 Considera-se coação a ameaça do exercício normal de um direito e o temor reverencial. (errada) VUNESP - 2016 - PROCURADOR MUNICIPAL
 O temor reverencial equipara-se à coação quanto aos efeitos jurídicos decorrentes de sua caracterização. (errada) FCC - 2018 - PROCURADOR
MUNICIPAL

 A ameaça do exercício normal de um direito, quando gera temor ao paciente, é considerada coação. (errada) CESPE - 2022 - DPE-RS

Art. 154. VICIA o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que
aproveite, e esta responderá SOLIDARIAMENTE com aquele por perdas e danos.
 Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro. (certa) FCC - 2010 - TJ-MS – JUIZ
 A coação exercida por terceiro vicia o negócio jurídico, se da coação tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta
responderá solidariamente com o terceiro por perdas e danos. (certa) FUNDEP - 2021 - MPE-MG

Art. 155. SUBSISTIRÁ o negócio jurídico, se a COAÇÃO decorrer de terceiro, sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou
devesse ter conhecimento; mas o autor da coação responderá por todas as perdas e danos que houver causado ao coacto.
 A teor do Código Civil em vigor, a coação moral, quando exercida por terceiro, invariavelmente enseja a anulação do negócio jurídico. (errada)
2010 - MPE-BA

 Em matéria de coação de terceiro, a lei não autoriza a anulação do negócio jurídico, pelo coato, se o sujeito, a quem a declaração beneficia,
não tinha nem podia ter conhecimento do mencionado vício. (certa) 2011 - MPDFT
 A coação por terceiro somente anula o negócio jurídico se dela tiver, ou devesse ter, conhecimento a parte a quem aproveite. (certa) 2012 -
MPE-PR

 Subsiste o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro, sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento,
devendo o autor da coação responder pelas perdas e danos ao coacto. (certa) 2012 - TJ-DFT – JUIZ
 A coação por terceiro somente anula o negócio jurídico se dela tiver ou devesse ter conhecimento a parte a quem aproveite. (certa) 2016 - TRF -
4ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO

 A coação exercida por terceiro estranho ao negócio jurídico torna-o nulo. (errada) CESPE - 2016 - PC-PE - DELEGADO DE POLÍCIA
 O negócio jurídico celebrado com coação é nulo mesmo que a coação seja praticada por terceiro. (errada) FCC - 2019 - DPE-SP
 Caso a parte que aproveite da coação, não tivesse ou devesse ter conhecimento, o negócio jurídico subsistirá, mas o autor da coação
responderá por todas as perdas e danos que houver causado ao coacto. (certa) FUNDEP - 2021 - MPE-MG

SEÇÃO IV: DO ESTADO DE PERIGO


É nulo o negócio jurídico quando viciado por estado de perigo. (errada) 2009 - PC-DF - DELEGADO DE POLÍCIA
 São anuláveis os negócios jurídicos quando praticados em estado de perigo. (certa) FCC - 2009 - DPE-PA
 Considera-se anulável o negócio jurídico realizado em estado de perigo. (certa) FCC - 2011 - TJ-PE – JUIZ
 É nulo o negócio jurídico realizado em estado de perigo. (errada) FGV - 2013 - TJ-AM - JUIZ
Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de
grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.
FCC - 2009 - DPE-MT / VUNESP - 2009 - TJ-SP – JUIZ / 2009 - TJ-RS – JUIZ / 2009 - PC-PA - DELEGADO DE POLÍCIA / 2010 - TJ-SC – JUIZ / 2011 - PGE-PR

Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias.
III JORNADA DE DIREITO CIVIL – ENUNCIADO 148: Ao “estado de perigo” (art. 156) aplica-se, por analogia, o disposto no § 2º
do art. 157.
.
 Caso o declaratário desconheça o grave dano a que se expõe o declarante ou pessoa de sua família, não ficará caracterizado o estado de
perigo. (certa) CESPE - 2010 - DPE-BA
 Anula-se o negócio pela configuração do estado de perigo, ainda que a outra parte não tenha dele conhecimento. (errada) CESPE - 2011 - TRF - 1ª
REGIÃO - JUIZ FEDERAL

 Estado de perigo e lesão são causas de anulabilidade que se diferenciam, dentre outros aspectos, porque a lesão se refere à iminência de
dano patrimonial, enquanto o estado de perigo exige a ocorrência de risco pessoal. (certa) 2012 - PGE-AC
 Quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume
obrigação excessivamente onerosa, configura-se estado de perigo. (certa) VUNESP - 2012 - TJ-RJ – JUIZ
 No estado de perigo, considerado como defeito do negócio jurídico, é correto afirmar que para sua configuração, é imprescindível o
conhecimento do risco de grave dano por ambas as partes. (certa) VUNESP - 2014 - PC-SP - DELEGADO DE POLÍCIA
 Para a configuração do estado de perigo, deve ser demonstrado o dolo de aproveitamento. (certa) FUNDEP - 2017 - MPE-MG
 Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa pertencente ou não à sua família, de
grave dano conhecido ou não pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa. (errada) VUNESP - 2018 - PC-BA - DELEGADO DE POLÍCIA
 É anulável, pela configuração de estado de perigo, o negócio jurídico praticado pelo agente que se encontra com fundado temor de dano
iminente aos seus bens. (errada) FCC - 2018 - DPE-RS
 O ato de assumir obrigação excessivamente onerosa, premido pela necessidade de salvar-se ou a pessoa de sua família, de grave dano
conhecido pela outra parte, estado de perigo, sujeito ao prazo decadencial de 4 anos para sua desconstituição, contado da data da celebração
do negócio jurídico. (certa) VUNESP - 2018 - PGE-SP
 No estado de perigo, o ato jurídico é praticado independentemente do dolo de aproveitamento e do perigo de dano grave. (errada) 2018 - MPE-
BA

 O estado de perigo pode restar configurado, independentemente do dolo de aproveitamento da outra parte. [adaptada] (errada) VUNESP - 2019 -
PROCURADOR MUNICIPAL

Ex.: André, em situação de risco de morte, concordou em pagar honorários excessivos a médico-cirurgião que se encontrava de plantão, sob
a promessa de que o procedimento cirúrgico imediato lhe salvaria a vida. O referido negócio está viciado pela ocorrência de estado de perigo e o
dolo de aproveitamento por parte do médico é essencial à sua configuração. (certa) CESPE - 2010 – DPU
Ex.: Ao ver que sua embarcação naufragava, Mévio, avistando Caio em outro barco, prometeu-lhe quantia vultosa para que ele o salvasse.
Trata-se do defeito do negócio jurídico denominado estado de perigo, pois, no caso em apreço, alguém premido da necessidade de salvar-se de
grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa. (certa) 2009 - PC-RJ - DELEGADO DE POLÍCIA
Ex.: Pedro, ao chegar com seu filho gravemente doente em um hospital particular, concordou em pagar quantia exorbitante para submetê-lo a
cirurgia, ante a alegação do médico de que o tempo necessário para levar a criança a outro hospital poderia acarretar-lhe a morte. Nessa situação
hipotética, caracteriza-se, como causa de invalidação do negócio, o estado de perigo, porquanto o pai se encontrava em situação de extrema
necessidade. (certa) CESPE - 2011 - TJ-ES - JUIZ SUBSTITUTO
Ex.: Hugo, ao descobrir que sua filha precisava de uma cirurgia de urgência, emite ao hospital, por exigência deste, um cheque no valor de
cem mil reais. Após a realização do procedimento, Hugo descobriu que o valor comumente cobrado para a mesma cirurgia é de sete mil reais.
Agora, está sendo cobrado pelo cheque emitido e, não tendo a mínima condição de arcar com o pagamento da cártula, procura a Defensoria
Pública de sua cidade. Diante desta situação, é possível buscar judicialmente a anulação do negócio com a alegação de vício do consentimento
chamado de estado de perigo. (certa) FCC - 2016 - DPE-BA

SEÇÃO V: DA LESÃO

Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação
manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
2010 - PGE-GO / 2010 - PGE-RS / 2011 - PGE-PR / 2012 – PGFN / FCC - 2012 - DPE-PR / CESPE - 2012 - TJ-AC - JUIZ SUBSTITUTO / VUNESP - 2012 - TJ-RJ – JUIZ / CESPE - 2012 - DPE-AC / 2015 - PGE-PR / VUNESP
- 2018 - PGE-SP

 A lesão permite a resolução do negócio pela superveniência de onerosidade excessivamente desproporcional. (errada) 2009 - TJ-SC – JUIZ
 A desproporção superveniente entre as prestações relativas ao negócio jurídico constitui elemento indispensável para a caracterização do
vício de lesão. (errada) 2009 - PC-DF - DELEGADO DE POLÍCIA
 Se cabalmente comprovada a inexperiência do contratante, configura-se a lesão, mesmo que a desproporcionalidade entre as prestações das
partes seja superveniente. (errada) CESPE - 2010 – AGU
 A lesão caracteriza-se pela superveniência, em negócio jurídico, de fato que torne manifestamente desproporcionais as prestações. (errada)
CESPE - 2010 - MPE-SE
 Para que se caracterize lesão ao negócio jurídico, a desproporção entre a obrigação assumida pela parte declarante e a prestação oposta
deve ser mensurada no momento da constituição do negócio. (certa) CESPE - 2010 - DPE-BA
 É nulo o negócio jurídico celebrado por vício resultante de lesão. (errada) FCC - 2011 - PGE-MT
 É prevista, no Código Civil, a nulidade de pleno direito do contrato celebrado com o vício de lesão. (errada) CESPE - 2011 - TRF - 1ª REGIÃO - JUIZ
FEDERAL

 A lesão, como defeito interno de consentimento, se configura quando há desproporção entre as prestações assumidas pelas partes, verificada
ao longo da execução das obrigações ajustadas, surgindo excessiva onerosidade em virtude de fatos supervenientes à celebração do
contrato. (errada) 2011 – MPDFT
 O negócio jurídico viciado pela lesão é considerado nulo. (errada) 2012 - TJ-RS - JUIZ
 Quando determinada pessoa, sob premente necessidade ou por inexperiência, obriga-se a prestação manifestamente desproporcional ao
valor da contraprestação, ocorre lesão. (certa) CESPE - 2013 - TRF - 5ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL
 A coação LESÃO vicia a declaração de vontade quando visa à obtenção de lucro exagerado de uma das partes, que se vale da inexperiência ou
da necessidade econômica da outra, que se obriga à prestação desproporcional ao valor da prestação oposta, em frontal ofensa à
comutatividade dos contratos. (errada) CESPE - 2013 - STM - JUIZ-AUDITOR SUBSTITUTO
 São atos negociais anuláveis aqueles viciados por lesão. (certa) 2013 - MPE-MS
 A inexperiência exigida para a configuração do instituto da lesão deve necessariamente significar imaturidade ou desconhecimento em relação
à prática de negócios jurídicos em geral. (errada) 2014 - PGE-MS
 O estado de perigo LESÃO consiste na situação em que alguém, por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao
valor da prestação oposta. (errada) 2015 - MPE-BA
 Age em estado de perigo LESÃO o indivíduo que toma parte de um negócio jurídico sob premente necessidade ou por inexperiência, assumindo
obrigação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta ferindo o caráter sinalagmático do contrato. (errada) CESPE - 2016 - PC-
PE - DELEGADO DE POLÍCIA

 A ocorrência de lesão num negócio jurídico não se configura quando a pessoa se obrigar à prestação manifestamente desproporcional ao
valor da prestação oposta apenas porque é inexperiente. (errada) 2017 - MPE-SP
 Quando alguém obtém lucro exagerado, desproporcional, aproveitando-se da situação de necessidade real e notória do outro contratante,
configura-se o vício do negócio jurídico denominado lesão. (certa) CESPE - 2018 - PGE-PE
 A lesão pode restar configurada independentemente do dolo de aproveitamento da outra parte, ao contrário do estado de perigo que pressupõe
o conhecimento da outra parte a respeito da situação que configura o vício. (certa) VUNESP - 2019 - PROCURADOR MUNICIPAL
 A lesão pode anular o negócio jurídico ainda que a desproporção das prestações se manifeste posteriormente à celebração do negócio.
(errada) FCC - 2019 - DPE-SP

 Configura-se o estado de perigo LESÃO quando alguém, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente
desproporcional ao valor da prestação oposta. (errada) FUNDEP - 2021 - MPE-MG

Ex.: João, premido pela necessidade de conseguir dinheiro para purgar a mora referente a alugueis e encargos da casa em que reside e evitar
o despejo, vendeu uma joia de família a Ricardo, por R$5.000,00, embora o seu preço de mercado seja de aproximadamente R$50.000,00.
Posteriormente, não conseguindo desfazer amigavelmente o negócio realizado, propõe ação para anular a venda da joia. De acordo com as
informações apresentadas, o defeito do negócio jurídico é a lesão. (certa) FGV - 2013 - TJ-AM – JUIZ
Ex.: Por ocasião de forte seca na região centro-oeste, Manoel passou a vender água potável a preço cinco vezes superior ao que praticava
anteriormente. Temendo perder produção de soja, Jair celebrou vultoso contrato, adquirindo grande quantidade de água pelo preço cobrado por
Manoel. O negócio celebrado entre Manoel e Jair é anulável, em razão de vício denominado lesão. (certa) FCC - 2014 - PROCURADOR MUNICIPAL
Ex.: Sob premente necessidade financeira, João vende a Luís imóvel por um terço do valor de mercado. Tal negócio é anulável, pelo vício
denominado lesão, podendo ser convalidado pela vontade das partes. (certa) FCC - 2014 - DPE-PB
Ex.: Pedro, recém-chegado a Rio Branco, adquiriu de Ana um apartamento na cidade e, posteriormente, descobriu que havia pagado, pelo
imóvel, valor equivalente ao dobro da média constatada no mercado, uma vez que desconhecia a real situação imobiliária local e tinha pressa em
adquirir um apartamento para abrigar sua família. Nessa situação hipotética, o negócio poderá ser anulado, uma vez que apresenta o vício de
consentimento denominado lesão. (certa) CESPE - 2017 - DPE-AC
Ex.: Nonato ficou desempregado e deixou de pagar as prestações do financiamento de sua única casa. Na iminência de ter a sua residência
leiloada e sem outro local para morar com a família, Nonato procurou Raimundo e a ele vendeu o seu veículo por R$ 5.000; o valor de mercado do
veículo era R$ 25.000 e Raimundo sabia da desesperada situação financeira de Nonato. Três anos depois, Nonato procurou a Defensoria Pública
com o intuito de reaver o seu veículo. O negócio jurídico realizado por Nonato e Raimundo é anulável pelo vício de consentimento da lesão.
(certa) CESPE - 2018 - DPE-PE

Ex.: Egídio descobre que sua esposa Joana está com um câncer. Ao iniciar o tratamento, o plano de saúde de Joana se recusa a cobrir as
despesas, em razão da doença ser preexistente à contratação. Em razão disso, o casal coloca à venda um imóvel de propriedade do casal com
valor de mercado de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) por R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), visando obter, de forma rápida, valores
necessários para o pagamento do tratamento de saúde de Joana. Raimundo, tomando ciência da oferta da venda do imóvel de Egídio e Joana, não
tendo qualquer intenção de auferir um ganho exagerado na compra e nem causar prejuízo aos vendedores, apenas aproveitando o que considera
um excelente negócio, compra o imóvel em 01.01.2015. Em 02.01.2018, Egídio e Joana ajuízam uma ação judicial contra Raimundo, na qual
questionam a validade do negócio jurídico. O negócio jurídico é anulável. Em razão da doença de Joana, o casal estava numa situação que os
levou à conclusão de um negócio jurídico eivado pelo vício da lesão que pode ser desconstituído; caso Raimundo concorde em suplementar o
valor anteriormente pago, o negócio pode ser mantido. (certa) VUNESP - 2018 - TJ-RS - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO
Ex.: Para ajudar a custear o tratamento médico de seu filho, José resolveu vender seu próprio automóvel. Em razão da necessidade e da
urgência, José estipulou, para venda, o montante de 35 mil reais, embora o valor real de mercado do veículo fosse de 65 mil reais. Ao ver o
anúncio, Fernando ofereceu 32 mil reais pelo automóvel. José aceitou o valor oferecido por Fernando e formalizou o negócio jurídico de venda.
Conforme o Código Civil, essa situação configura hipótese de lesão, sendo o negócio jurídico anulável. (certa) CESPE - 2019 - TJ-PR - JUIZ SUBSTITUTO
Ex.: Verificando a condição culturalmente baixa de José Roberto, lavrador em Ribas do Rio Pardo, Glauco Silva adquire sua propriedade agrícola
por R$ 500.000,00, quando o valor de mercado era o de R$ 2.000.000,00. A venda se deu por premente necessidade financeira de José Roberto.
Essa situação caracteriza lesão, pela manifesta desproporção entre o valor do bem e o que foi pago por ele, em princípio anulando-se o negócio
jurídico, salvo se for oferecido suplemento suficiente por Glauco Silva, ou se este concordar com a redução do proveito. (certa) FCC - 2020 - TJ-MS -
JUIZ SUBSTITUTO

Para o reconhecimento de lesão no negócio jurídico, desnecessário que a parte, beneficiada com a respectiva lesão, demonstre
ciência de que a manifestação de vontade do lesado se deu por necessidade ou inexperiência. (certa) 2013 - TRF - 3ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL
III JORNADA DE DIREITO CIVIL – ENUNCIADO 150: A lesão de que trata o art. 157 do Código Civil não exige dolo de
aproveitamento.
 Ocorre a lesão quando uma pessoa, em premente necessidade ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional
ao valor da prestação oposta, exigindo-se, para a sua configuração, ainda, o dolo de aproveitamento, conforme a doutrina majoritária. (errada)
CESPE - 2014 - PGE-BA

 A lesão de que trata o art. 157 do Código Civil exige dolo de aproveitamento. (errada) 2018 - MPE-MS

§ 1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico.
 Na lesão, os valores vigentes no momento da celebração do negócio jurídico deverão servir como parâmetro para se aferir a proporcionalidade
das prestações. (certa) CESPE - 2016 - PC-PE – DELEGADO
 A desproporção entre as prestações das partes que celebram negócio jurídico deve ser apreciada e avaliada segundo os valores vigentes no
momento em que uma das partes percebe a desproporção. (errada) 2017 - MPE-SP

§ 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a
redução do proveito.*
2016 - TRF - 3ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO

* Segundo o ENUNCIADO CJF 148, a referida regra (§2º) é aplicável ao casos de Estado de Perigo.
 A lesão é defeito que surge concomitantemente à realização do negócio e enseja-lhe a anulabilidade, mas, ainda assim, permite- se a revisão
contratual para evitar a anulação e aproveitar-se, desse modo, o negócio. (certa) CESPE - 2009 - TRF - 1ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL
 Verifica-se a lesão quando, sob necessidade premente, uma pessoa se submete à desproporcional idade manifesta do valor da prestação
oposta, valendo o negócio se a parte favorecida anuir com a redução do proveito. (certa) 2011 - MPE-PB
 A lesão é causa de anulabilidade do negócio jurídico apenas se a parte favorecida pelo desequilíbrio do contrato não concordar em restabelecer
o equilíbrio contratual. (certa) 2012 - PGE-AC
 Sob premente necessidade financeira, João vende a Luís imóvel por um terço do valor de mercado. Tal negócio é anulável, pelo vício
denominado lesão, podendo ser convalidado pela vontade das partes. (certa) FCC - 2014 - DPE-PB
 O negócio jurídico não será anulado pela lesão se a parte favorecida concordar com a redução do proveito. (certa) FUNDEP - 2014 - DPE-MG
 Nas hipóteses de lesão previstas no Código Civil, pode o lesionado optar por não pleitear a anulação do negócio jurídico, deduzindo, desde
logo, pretensão com vista à revisão judicial do negócio por meio da redução do proveito do lesionador ou do complemento do preço. (certa)
VUNESP - 2014 - TJ-RJ - JUIZ SUBSTITUTO

 A lesão não invalida o negócio jurídico se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.
(certa) 2016 - TRF - 3ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO

 A lesão, como defeito do negócio jurídico, ocorre quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação
manifestamente desproporcional, admitindo-se a revisão quando oferecido o suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com
a redução do proveito. (certa) FUNDEP - 2017 - MPE-MG
 A anulação do negócio jurídico poderá ser evitada se a parte favorecida ofertar suplemento suficiente à outra parte ou se a parte favorecida
concordar com a redução do proveito obtido. (certa) 2017 - MPE-SP
 Se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito, segundo os valores vigentes ao tempo
em que foi celebrado o negócio jurídico, não se decretará a anulação do negócio, nos casos de lesão. (certa) VUNESP - 2018 - PC-BA – DELEGADO DE
POLÍCIA

 A lesão sempre conduzirá à anulação da avença, por se tratar de situação jurídica que não admite sua convalidação. (errada) FCC - 2018 -
PROCURADOR MUNICIPAL

 A lesão pode anular o negócio jurídico ainda que a desproporção das prestações se manifeste posteriormente à celebração do negócio.
(errada) FCC - 2019 - DPE-SP

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