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Aula 6: Defeitos
dos Atos Jurídicos
CAPÍTULO 03
AULA N. 06
b) Vejamos, agora, os defeitos leves – São os que não atingem o ato de forma
definitiva, considerados tais os listados no art. 171, ou seja, a incapacidade
relativa do agente, os vícios do consentimento (erro, dolo, coação), o estado
de perigo, a lesão e a fraude contra credores, além de outros, previstos na
legislação de maneira difusa.
Relativamente incapazes, como já vimos, são os maiores de 16 e menores de
18 anos; os ébrios habituais e os viciados em outros tóxicos incapacitantes; os
que não consigam expressar sua vontade e os pródigos.
Os vícios do consentimento são aqueles defeitos que se verificam quando o
agente declara sua vontade de maneira defeituosa. São vícios ou defeitos da
vontade do agente. Os vícios do consentimento são o erro, o dolo e a coação.
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Em princípio, admitem correção. São leves.
O primeiro é o erro – É o mais elementar dos vícios do consentimento. Quando
o agente, por desconhecimento ou falso conhecimento das circunstâncias, atua
de modo que não seria de sua vontade, caso conhecesse a verdadeira situação,
diz-se que procede com erro.
O erro deve ser escusável e cognoscível.
O erro pode ser substancial, ou essencial, e acidental.
Chama-se erro substancial ou essencial aquele que interessa à natureza do ato,
a seu objeto e suas características, e às qualidades da pessoa a quem se refere
o negócio.
O erro acidental, por sua vez, ocorre quando o verdadeiro objeto ou sujeitos a
que se refere o ato puderem ser identificados, apesar de indicados de forma
errônea. A regra é que o erro acidental não vicia o ato, sendo ele válido.
O erro pode também consistir em motivo frustrado (falso motivo), quando
incidir nos motivos de fato que induzam as partes a contratar. Como regra, não
constitui vício, a não ser que o motivo de fato seja a razão determinante ou
condição para que se realize o ato.
O erro admite retificação.
O outro vício é o dolo – Consiste em práticas ou manobras ardilosas,
maliciosamente levadas a efeito por uma parte, a fim de conseguir da outra
emissão de vontade que lhe traga proveito, ou a terceiro. Geralmente, temos a
figura do dolo ligada ao erro. Uma pessoa age com dolo, levando a outra a
erro.
Para que se configure o dolo, são necessários três requisitos. O primeiro é a
intenção de obter um proveito, às custas de outrem (a vítima ou paciente), sem
se importar se esta pessoa será ou não prejudicada. O segundo diz respeito aos
artifícios fraudulentos utilizados pela parte que age com dolo. Estes devem ser
graves. Finalmente, o terceiro requisito de configuração do dolo reside no fato
de que deve ser ele o motivo determinante da realização do ato.
O dolo pode ser essencial, acidental, positivo ou negativo.
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Essencial é o dolo que determina a própria declaração de vontade. Sem ele, o
ato não ocorreria. Com ele, o ato ocorre, mas eivado de defeito.
Já o dolo acidental é aquele que não determina a declaração de vontade. Ocorre
quando, a seu despeito, o ato se teria praticado, embora por outro modo.
Logicamente que não se considera defeito.
Será positivo o dolo quando realizado por meio de ações, como falsas
declarações.
Negativo é o dolo se decorrer de omissão, por exemplo, quando uma das partes
se calar a respeito de defeito da coisa.
O terceiro vício é a coação, que é a violência empregada por uma parte, a fim
de forçar a outra à consecução de ato jurídico. A violência pode ser física ou
moral.
A coação será coação resistível ou irresistível.
O outro grupo de defeitos é o dos vícios sociais – São defeitos que afetam o
ato jurídico por torná-lo desconforme ao Direito. Aqui, a vontade é perfeita,
mas os efeitos são nefastos à sociedade; portanto, contrários ao Direito.
Dois são os vícios sociais: a simulação e a fraude contra credores.
A simulação consiste em celebrar um ato que aparentemente produz um efeito,
mas, na realidade, produz outro.
De qualquer forma, a simulação só levará à anulação do ato se for lesiva a
terceiros.
A simulação pode ser absoluta ou relativa.
Por fim, a fraude contra credores é a manobra engenhosa levada a efeito com
o fito de prejudicar credores.
Para que a fraude torne o ato anulável, não é necessário que se prove o
consilium fraudis, ou seja, não há necessidade de se provar a participação do
adquirente na má-fé do devedor-alienante. Esta se presume.
A fraude pode ser a título gratuito ou oneroso.
Para promover a anulação dos atos fraudulentos, o credor dispõe da ação
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reipersecutória, também denominada ação pauliana.
Outra modalidade de fraude é a fraude de execução ou fraude à execução. A
diferença entre a fraude contra credores e a fraude de execução é que nesta, o
devedor já está sendo acionado por seus credores, quando o ato fraudulento é
praticado, enquanto na fraude contra credores, ainda não está sendo acionado.
O ato fraudulento é ineficaz, ou seja, não produz efeitos perante os credores.
Nas hipóteses de fraude de execução, não é necessária a ação pauliana; o ato
fraudulento é, simplesmente, ineficaz perante os credores.
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Profº César Fiuza
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