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Alagoinhas – Bahia
2022
FACULDADE ALPHAVILLE
CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E
PROCESSUAL CIVIL
Alagoinhas - Bahia
2022
DEDICATÓRIA
Aos colegas, pelas trocas de experiências, pelo convívio, pelas alegrias e incertezas,
por todos esses momentos vividos juntos e partilhados.
Por fim, a todos que de alguma forma me ajudaram a vencer mais uma etapa da
minha vida.
“Eu não troco a justiça pela soberba.
Eu não deixo o direito pela força.
Eu não esqueço a fraternidade
pela tolerância.
Eu não substituo a fé pela
superstição,
a realidade pelo ídolo.”
[ Rui Barbosa ]
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 7
1. BREVE REFLEXÃO SOBRE DEFEITOS DO NEGÓCIO JURIDICO ................... 11
1.1 A incidência do erro como um vicio de consentimento . Error! Bookmark not
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2. DESMONTANDO O CONCEITO DOS DEFEITOS JURIDICOS
INTENCIONAIS .................................................... Error! Bookmark not defined.
2.1 Dolo como vicio de consentimento .................. Error! Bookmark not defined.
2.2 Coação como defeito juridico .......................................................................... 21
3. PROTEÇÃO JURIDICA PERPETRADA PELO NOVO CÓDIGO CIVIL ......... Error!
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3.1 Estado de Perigo: uma obrigação demasiadamente onerosa ...................... 27
3.2 Lesão como fator preponderante de nulidade................................................30
3.3 Invalidade do negócio juridico ......................................................................... 33
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 35
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 36
RESUMO
INTRODUÇÃO
Desse modo, pode-se afirmar que esse trabalho busca perpassar pela
configuração dos vícios de consentimento nos negócios jurídicos, tendo em vista
a questão das mudanças ocorridas no novo Código Civil que fora celebrado no
ano de 2002, para tanto busca-se analisar os possíveis defeitos jurídicos que
pode existir em um contrato celebrado.
Ainda cabe ressaltar a existência dos vícios sociais como defeito jurídico,
entretanto aqui por questões didáticas será reportado apenas aos vícios de
consentimentos que podem ser percebidos através da simples constatação da
análise de negócios jurídicos celebrados que não respeita a livre vontade do
agente. Tendo em vista que:
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Assim sendo, pode-se afirmar que não existe diferença entre erro e
ignorância, pois a distinção acontece simplesmente de forma doutrinária
pautando o erro como o desconhecimento de forma parcial enquanto a
ignorância é tida como o desconhecimento total, porém os efeitos na prática não
diferem.
Desse modo:
Nesse sentido, pode-se até afirmar que para se ter um negócio jurídico
em uma situação anulatória é preciso ser substancial, escusável e real, assim
nesse caso verifica-se a necessidade de se ponderar nos citados quesitos,
portanto no instituto substancial recai sobre o fato da incidência da causa do
negócio jurídico que se pratica, visto que sem a qual o negócio jurídico não teria
sido realizado, ou seja, o fato da existência de uma compra de um objeto com a
crença de ser outro ou ser de outra constituição, mas ainda:
Enquanto a coação é tida como um certo tipo de pressão, seja física, seja
psicológica, portanto, “Cabe recuperar aqui a distinção tradicional entre vis
absoluta e vis compulsiva. A primeira é a violência física, em que o agente é
literalmente forçado a assina, falar ou sinalizar, de qualquer forma, a sua
declaração. ” (OLIVEIRA et al, 2011, p. 625)
Assim sendo, “A vis compulsiva é que caracteriza a coação defeito do
negócio jurídico, diante da pressão exercida para que concorde, a declaração é
perturbada, mas sem que haja a total aniquilação da vontade. ” (OLIVEIRA et
al, 2011, p.625)
Desse modo, fica evidente que a coação tem por finalidade obrigar a
vítima a praticar atos jurídicos indesejáveis, ou seja, forçada a realização de
negócio jurídico, cuja classificação pode-se também receber o nome de: coação
absoluta e de coação relativa ou moral.
Sendo assim, “Exige-se ainda, para caracterizar a coação que vicio do negócio
jurídico, que o dano ameaçado seja iminente e considerável. Iminente seria o
dano prestes a acontecer e que, portanto, não haveria como evitá-lo, a não ser
celebrando o negócio indesejado. (OLIVEIRA et al, 2011, p. 627)
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Portanto, cabe dizer que o dolo é tido como um tipo de conduta eivada de
malicias por uma das partes ou até mesmo de uma terceira pessoa com
finalidade diversa dos basilares legais, portanto capaz de conduzir o outro a erro
fazendo despontar na parte uma vontade desfavorável, ou seja enganando-o.
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Nesse aspecto tem-se o Novo Código Civil com a previsão desse defeito
jurídico e suas possíveis consequências como pode ser visto no artigo 186 que
preceitua dizendo assim, “Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito. ”
Assessorado pelo artigo 171 que preceitua:
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou
quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for
a sua causa.
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Ainda cabe pontuar que além dos possíveis efeitos jurídicos que pode
advir desse tipo de vicio de consentimento há também de se mencionar a
questão das consequências nocivas ao psicológico da vítima, já que se trata de
um tipo de ameaça aos direitos individuais do sujeito.
Nessa esteira, em análise a um caso concreto, pode-se aqui fazer menção
ao acórdão também do Tribunal de justiça do Rio Grande do Sul, que acabou
por entender a existência de coação moral exercida por uma certa igreja
evangélica sobre uma determinada fiel para que esta dizimasse, ou seja, fizesse
doações em prejuízo ao patrimônio, portanto, considerado como um vício de
consentimento.
Assim, apontando a inaceitabilidade da prestação do dizimo em
decorrência de sanções religiosas através de discursos subliminares
ameaçador, portanto para melhor compreensão vejamos o acordão:
Portanto, pode-se afirmar que esse vício jurídico tem seu florescimento
pautado na questão da existência de uma grande necessidade, como também
pode ser decorrente de inexperiência do agente que é seduzido a realizar uma
relação negocial inteiramente desproporcional, assim causando-lhe real
prejuízos financeiros a uma das partes.
Nesse aspecto pode-se pontuar dois tipos de requisitos que gera a lesão,
o subjetivo e o objetivo, assim como requisito subjetivo tem-se a questão da
possibilidade de existência de uma deficiência ou um certo desequilíbrio
psicológico por parte de um dos agentes que compõem a constituição do negócio
jurídico ou até mesmo impulsionado por uma pressagia necessidade econômica,
enquanto o requisito objetivo desponta na desproporção entre as prestações.
Desse modo, percebe-se que o novo Código Civil admite a lesão como
um vício de consentimento no intuito de gerar anulabilidade quando enxerga a
existência desse instituto e para tanto, analisa-se se está pautado na extrema
necessidade ou na inexperiência de uma das partes envolvidas em um negócio
jurídico acrescido por uma evidente desproporcionalidade.
Nesse sentido o Novo Código Civil no seu artigo 156 conceitua esse
instituto da seguinte forma, dizendo que “ Configura-se o estado de perigo
quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua
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Por fim, a nulidade pode ser reconhecida a qualquer tempo (art. 169,
2ª parte, do Código Civil). Esta é a chamada “imprescritibilidade do ato
nulo”. O Código Civil de 1916, omisso, gerava controvérsia. Havia o
entendimento predominante na época no sentido de que a nulidade
prescrevia em vinte anos (prazo residual de prescrição), já que a
prescrição (assim como a nulidade) também é tema de ordem pública.
O Código Civil de 2002 adotou a corrente minoritária à época do código
anterior, prevendo a sua imprescritibilidade. Por conta disso, há
entendimento doutrinário no sentido de que o reconhecimento da
nulidade é imprescritível, mas os reflexos patrimoniais decorrentes da
nulidade prescrevem. Assim, se o sujeito pleiteia a nulidade de contrato
cumulado com perdas e danos, as perdas e danos prescrevem. Esse
entendimento tende a ser dominante na jurisprudência, de forma a
preservar a mínima segurança jurídica nas relações privadas.
(FERREIRA, (2014?), p. 03)
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Nesse sentido o Código Civil possui artigos que falam sobre a questão da
nulidade, como pode ser visto no artigo 166 e no artigo 167. Assim no artigo 166
está positivado que:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
NETO, Paulo Byron Oliveira Soares. Direito Civil: Atos, Fatos e Negócios
Jurídicos. Disponível em
https://paulobyron.jusbrasil.com.br/artigos/448747103/direito-civil-atos-fatos-e-
negocios-juridicos. Acesso em: 11/11/2022.
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OLIVEIRA, Marina Santos; TEBAR, Wilton Boigues Corbalan. Para uma Nova
Interpretação do Erro. Programa de Iniciação Científica 2015. Disponível em:
http://intertemas.toledoprudente.edu.br/index.php/ETIC/article/viewFile/5064/47
57. Acesso em: 12/11/2022.
VEIGA, Paulo Bernardo Cunha Pereira da. A Lesão no Código Civil de 2002.
Monografia de Ciências Jurídicas, Curitiba 2016. Disponível em:
https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/45873/21.pdf?sequence=1&i
sAllowed=y. Acesso em: 07/11/2022.