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Alagoinhas – Bahia
2022
FACULESTE - FACULDADE DO LESTE MINEIRO
CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM DOCÊNCIA DO ENSINO
SUPERIOR E TEOLOGIA
Alagoinhas - Bahia
2022
DEDICATÓRIA
Aos colegas, pelas trocas de experiências, pelo convívio, pelas alegrias e incertezas,
por todos esses momentos vividos juntos e partilhados.
Por fim, a todos que de alguma forma me ajudaram a vencer mais uma etapa da
minha vida.
“A tarefa não é tanto ver aquilo
que ninguém viu, mas pensar
o que ninguém ainda pensou
sobre aquilo que todo
mundo vê.”
(Arthur Schopenhauer)
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................................7
1. A IGREJA NA ERA MEDIEVAL ................................................................................9
1.1 Patrística ................................................................................................................10
1.2 Escolástica ............................................................................................................11
1.3 Filósofos da idade média .....................................................................................12
1.4 A igreja e a política ...............................................................................................15
2. A IGREJA NA ERA MODERNA ..............................................................................19
2.1 Características.......................................................................................................21
2.2 Iluminismo..............................................................................................................24
2.3 Principais pensadores ..........................................................................................25
03. A IGREJA NA ERA PÓS MODERNA ...................................................................28
3.1 Pensadores pós modernos ..................................................................................30
3.2 Modernidade Sólida versus Modernidade Liquida (Zygmunt Bauman) ........33
CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................................36
REFERÊNCIAS .............................................................................................................38
RESUMO
INTRODUÇÃO
Nesse trabalho será abordado o tema “A Igreja Cristã Frente aos Desafios dos
Três Principais Períodos Históricos da Humanidade”, para tanto, busca-se fazer uma
análise sobre a trajetória da igreja cristã no decorrer dos três períodos mais
importantes da história, sendo eles: o período medieval, o período moderno e o
período pós moderno, ressaltando os diversos desafios enfrentados por esta
instituição religiosa, além de pontuar os percalços singulares da atualidade.
Assim, em primeiro lugar buscaremos examinar os pensamentos da época
medieval, ressaltando o contexto religioso, com os desafios a serem enfrentados pela
igreja cristã, logo depois faremos uma análise do pensamento moderno e os desafios
enfrentados pela instituição religiosa naquele período e, posteriormente, faremos uma
análise do período pós moderno com seus principais pensadores e seus reflexos na
igreja contemporânea.
O primeiro capítulo retratará a igreja frente os desafios da era medieval, tendo
em vista sua fusão com o estado, bem como seus reflexos. Já o segundo capítulo
tratará do posicionamento sólido da igreja como representante de Deus na terra, com
sua verdade absoluta e sua legitimação no mundo. Enquanto no terceiro capítulo será
apresentado ao leitor a relativação da verdade e a liquidez das coisas.
Destarte, pode-se afirmar que essa monografia tem como objetivos fazer uma
reflexão dos desafios da igreja cristã em sobreviver durante as três transições culturais
mais evidente, principalmente, na pós modernidade, tendo em vista, que tem como
manual de fé a Bíblia como livro imutável, ou seja, um livro milenar, com seus dogmas
positivados de forma sagrada, visto que no período hodierno se vivencia uma
pluralidade de ideias em que a verdade se tornou relativizada.
Desse modo, essa pesquisa se justifica pela necessidade cogente de saber
como a igreja cristã, uma instituição milenar, com um manual fixo, consegue se manter
viva diante das constantes transformações sociais, haja vista, que tal instituição
continua no gráfico crescente. Para se buscar responder essa inquietação foi-se
lançado mão da pesquisa exploratória, através de levantamento bibliográfico e
cientifico.
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Cabe lembrar que a igreja sofreu nesse período ferrenha perseguição pelo
império Romano, embora tal império fosse politeísta, entretanto, como os cristãos
resistia ao sincretismo, acreditando que sua religião era a única certa, portanto. devia
adorar a Jesus Cristo como único e suficiente senhor das suas vidas. Sendo assim
não aceitavam nenhum outro deus.
Diante disso, por cerca dos três primeiros séculos a perseguição chegou a ser
sangrenta, tendo em vista, a existência de vários assassinatos comandados por
imperadores romanos como por exemplo: Nero, Domiciano, Trajano, Marco Aurélio,
Severo, Décio, Valeriano e Diocleciano. Entretanto como apesar dos homicídios em
massa dos cristãos o número só crescia o imperador Constantino proclamou liberdade
de culto aos cristãos, portanto tivemos o Edito de Milão também conhecido como Edito
da tolerância no ocidente pelo imperador Constantino e no ocidente pelo imperador
Licínio.
Sendo assim, posteriormente a perseguição inverteu, isso, devido ao imperador
Teodósio impor através de decreto que todos os cidadãos devias, a partir de então,
observar a religião cristã, logo os considerados pagãos passaram, agora, a serem
perseguidos.
1.1 Patrística
É notório que sobre a corrente filosófica denominada patrística, trata-se de uma
vertente de pensamento que pontuou o período da transição entre o era da
antiguidade e a era da idade média, ainda é possível afirmar que tal corrente filosófica
fora desenvolvida pelos primeiros padres da igreja católica, tendo em vista, que nessa
época não existia a igreja protestante.
Desse modo, fica evidenciado que estamos falando do espaço de tempo
compreendido entre os séculos V e lX, assim, diante desse contexto entende-se a
existência da efervescência das bases teóricas baseadas na bíblia sagrada, tendo em
vista a busca por acostar a filosofia ao conhecimento religioso. Portanto;
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Houve, de certa forma, uma aliança entre a religião cristã e a filosofia. Como
isto foi possível? Foi, porque o cristianismo, mesmo sem se confundir com
uma filosofia, procurou, desde seus primeiros tempos, ser uma religião que
não se furtava ao diálogo com a razão. (VASCONCELOS,2014, p.14)
Por isso que é possível através de um olhar criterioso nos discursos desse
filosófico percebe-se que tal padre bebeu do espirito de Platão para construção da sua
filosofia cristã, haja vista, que nas suas filosofias é possível encontrar o dualismo
platônico, principalmente, no quesito da representatividade da alma como um instituto
superior hierarquicamente ao corpo, sendo assim, o corpo passa a ocupar um lugar
de inferiorização, tendo em vista, sua conexão com o pecado.
1.2 Escolástica
Já a filosofia escolástica perpassou pelo princípio da junção entre a filosofia
aristotélica, a fé e a razão para explanar os rudimentos teológicos, portanto, sabe-se
que tal corrente filosófica ocorreu no período entre os séculos lX e XVll. Desse modo,
percebe-se o florescimento de uma progressão social, tendo em vista, que se passa
a percebe que o conhecimento pode ser transmitido.
Diante desse novo contexto social, surgem as universidades, com isso
percebe-se o incremento do uso da razão no cristianismo, assim buscando aderi a fé
a razão, de tal modo, que teve como principal filosofo São Tomás de Aquino, que usou
como base em seus discursos o pensamento de Aristóteles, alinhando a racionalidade
com a fé. Portanto fica perceptível que:
Quanto a Tomás de Aquino filosofo que atuou no século Xlll, período que foi
marcado com o florescimento das universidades pela implementação do método
escolástico e pelo advento de Aristóteles, afirmava a independência da filosofia com
a teologia, afirmação essa que de certo modo contrariava a teoria de Agostinho. Ainda
assim:
Uma tal compreensão mais científica e menos ideológica da Idade Média
parece ainda encontrar algumas resistências entre nós. Mesmo em ambiente
acadêmico, não é incomum a identificação daquilo que é designado como
medieval com algo retrógrado, ultrapassado ou, de alguma forma, pejorativo.
(VASCONCELOS, 2014, p. 101)
Devido a esse novo contexto a igreja tornou-se uma instituição rica, organizada
e detentora de poder político. Com isso deixando evidenciado seu grande acumulo de
riquezas, além de se tornar proprietária de grandes extensões de terras.
Diante disso, essa instituição religiosa na idade média já possuía sua
organização hierárquica estabelecida com padres e sacerdotes, bispos e tendo o papa
como chefe maior da igreja. Assim, essa instituição tinha como uma das suas linhas
missionária converter as pessoas que as denominava bárbaros e integrá-los ao
império romano subjugando ao poder do império.
Portanto, diante desse importante papel para Roma a igreja passou a assumir
funções administrativas dos novos territórios avalizando sua existência como uma
unidade religiosa além de se posicionar politicamente e culturalmente em uma
sociedade desassociada e desinformada.
O Papa não pode ser julgado por ninguém; a Igreja Romana nunca errou e
nunca errará até o final dos tempos; A Igreja Romana foi fundada apenas por
Cristo; só o Papa pode depor e empossar bispos; só ele pode convocar
assembleias eclesiásticas e autorizar a Lei Canônica; só ele pode revisar
seus julgamentos; só ele pode usar a insígnia imperial; pode depor
imperadores, pode absolver vassalos de seus deveres de obediência; todos
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Como a igreja acumulou fortunas, controlando inclusive boa parte dos territórios
feudais, embora pregasse a efemeridade dos bens materiais, assim diante desse
contexto, outorgou o princípio do celibato diante do crescente acumulo de bens,
visando manter a preservação do patrimônio da instituição, motivo esse que provocou
sérios descontentamentos internos.
Diante disso, houve o florescimento de diversas ordens religiosas, afetando,
inclusive, de forma significativa o clero, ainda que se saiba trata-se de pessoas que
foram treinadas para servir aos trabalhos eclesiásticos, ainda assim foi percebido uma
divisão em dois seguimentos distintos entre esse grupo especifico de religiosos, dando
com isso origem ao clero secular e ao clero regular.
Desse modo, o clero secular passou a administrar os bens da igreja, além de
representar a igreja nas questões políticas e o clero regular passou a se preocupar,
tão somente, com as ordens religiosas, direcionando sua pretensão para as questões
espirituais e os valores cristãos.
Além disso, a igreja também dominava o público letrado da época, tendo em
vista, a predominância do analfabetismo populacional na época, portanto, essa
instituição possuía grandes bibliotecas em mosteiros com grandes obras do mundo
clássico e oriental, como os tratados filosóficos de São Tomás de Aquino e de Santo
Agostinho que bebiam do espirito de pensadores da antiguidade.
Entretanto, cabe também pontuar que embora a igreja fosse detentora de
grande poder econômico e de influência, ainda assim, pode-se se ver nesse período
a presença de seitas e heresias, além de ritos pagãos, organizações que não
reconhecia a soberania da igreja institucionalizada interpretando os textos bíblicos de
forma autônoma.
Sendo assim verifica-se desde então o florescimento de rupturas na igreja
como, por exemplo, “O Cisma do Oriente” em 1054 que ocasionou enorme protrusão
interna na igreja cristã, fator esse, que dera origem a igreja bizantina, fator que
separou de forma clara a igreja dirigida pelo papa, e Roma e a igreja dirigida pelo
patriarca, em Constantinopla.
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Enfim pode-se afirmar que tal divisão se deu por causa de divergências
perpetradas por cristãos, embora se saiba da existência de duas linhas de
pensamentos nessa ocasião, mas também vale salientar que tal acontecimento se
deve a questões de disputa política e econômica visíveis na região do mediterrâneo.
Diante desse contexto, no que se reporta a questão religiosa, pode-se pontuar
algumas práticas da igreja de Constantinopla que foram abominadas pela igreja de
Roma como, por exemplo, o monofisismo e a iconoclastia.
Assim se sabe que o monofisismo teve sua origem na escola teológica de
Alexandria que tinha como olhar único sobre a natureza de Cristo, ou seja, acreditava
que ele tinha tão somente a natureza divina, contrariando a visão da igreja ocidental
que acreditava na existência da natureza humana e divina de Cristo, além disso não
aderia a questão da trindade. Já o movimento iconoclasta se hostilidade a questão da
adoração a imagens, afirmando a necessidade de se destruir os ídolos religiosos.
Em suma, entende-se que a igreja atravessou o período medieva de modo
satisfatório, ainda que tenha tido alguns dissabores, tendo em vista, que o gráfico de
membros continuava em aclive, além do aumento significativo do poder econômico e
da importância política.
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Assim, nesse novo contexto social emerge uma nova classe social chamada
de burguesia formada por comerciantes e banqueiros, além disso, houveram também
outros surgimentos sociais como o aperfeiçoamento da imprensa, fator que foi
decisivo na confecção de obras escritas possibilitando inclusive a tradução da bíblia
para outras línguas possibilitando tanto a religiosos como a ateus a interpretar esse
livro sem mediação dos líderes religiosos.
Foi nesse período que aconteceu a reforma religiosa da igreja católica, tendo
como ápice o ataque do monge da ordem agostiniana Martinho Lutero, religioso
graduado em artes e professor de teologia da Universidade de Wittenberg, fato esse
ocorrido no ano de 1517 com a crítica principal voltada as questões das vendas de
indulgências pela igreja. Fator esse que deu origem ao protestantismo, portanto, pode-
se afirmar que:
Entende-se por “protestante” ou “protestantismo” todo o conjunto de
instituições religiosas surgidas em conseqüência da Reforma Religiosa do
século XVI nas suas principais vertentes que são a luterana e a calvinista e
que procuram manter os princípios básicos que formam o princípio
protestante da liberdade: a justificação pela fé, a “sola scriptura”, o livre
exame da Bíblia e o sacerdócio universal de todos os crentes. (JÚNIOR,
1998, p.01)
2.1 Características
Nesse contexto verifica-se como principais características dessa ruptura com a
era medieval na área econômica como a decadência do sistema feudal e o
florescimento do sistema capitalista de produção, já na área política observou-se o
nascimento do Estado Moderno, na área social com o surgimento da burguesia e a
racionalização do homem moderno, contrariando o predomínio religioso.
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papas como Júlio lll, Paulo lV , Pio V e Sisto V , haja vista a realização nesse período
de vinte e cinco sessões.
No contexto fica perceptível que diante da renovação da igreja com a reforma
protestante acendeu a reação da igreja já institucionalizada com a convocação da
contrarreforma, promovendo com isso um tipo de apoio teológico, militar e político na
igreja católica confrontado veemente o protestantismo.
Sabe-se que esse litigio religioso culminou em com a cruel guerra dos trinta
anos que destroçou com metade da Europa, portanto afirma-se que tal guerra foi uma
das mais brutais e sangrentas da história europeia, tendo em vista, a adesão de várias
nações em tal ato desumano.
Assim nesse contexto de violência a peste alastrou-se pelo sacro Império tendo
em vista a grande dizimação de seres humanos, com isso houve redução significativa
da população. Tal conflito foi tão nefasto que não há estimativa precisa sobre a
quantidades de mortos nesse conflito religioso entre católicos e protestantes, apenas
sabe-se que varia de quatro milhões a quinze milhões de vítimas.
Sendo assim verifica-se que essa guerra de cunho religioso teve duração de
três décadas tendo tão somente seu final no ano de 1648 com o tratado Paz de
Vestfalia, portanto estabelecendo limites de territórios e fronteiras políticas e religiosas
entre católicos e protestantes.
2.2 Iluminismo
É sabido que a chamada idade moderna didaticamente faz-se referência a um
espaço de tempo de quatro séculos, ou seja, do século XV ao século XVlll, embora se
tenha esse último século como o período que houve o ápice do racionalismo, pelo
advento do renascimento cientifico e cultural no século XV e no século XVl.
que tal corrente teve seu início na França que se percebia como um país iluminado.
“Processo este, que levou à dissolução dos mitos e a substituição da imaginação pelo
saber racional e científico.” (MELO:DONATO, 2011, p. 247)
Entretanto tal corrente de pensamento iluminista não se resumiu, tão somente,
a França, mas avançou florescendo de forma significativa e com isso mais duas
correntes, a britânica e a americana ou estadunidense ganharam visibilidade, diante
disso, pode-se afirmar que o iluminismo é resultado de três correntes.
Embora saiba-se que o iluminismo francês foi a corrente que mais se
popularizou norteando de fato a era moderna pelo progresso e avanços científicos,
além do uso da racionalidade. Ainda que se perceba nesse período influencias do
racionalismo clássico como o pregado por Descartes.
de ser a única regra de fé. Assim não se admitindo mais a afirmação de uma única
verdade, pois aflorou a convicção de que o importante é não prejudicar o próximo,
independentemente da religião.
Portanto, a igreja no contexto atual, enfrenta o desafio em manter os seus
preceitos bíblicos pela necessidade de ampliar sua visão de mundo, sem, contudo,
perder o olhar no seu manual de fé para poder cumprir o propósito da sua existência.
Sendo assim, diante de uma reflexão mais apurada, verifica-se a formação de
uma sociedade que se autodenomina inteligente perpassando por uma situação de
adaptação, que de forma gradativa, pode provocar um encarceramento através da
linguagem, tendo em vista, que tudo deve passar pelo campo das ideias
manipuladoras, o que pode ser verificada através de uma janela do discurso que foi
denominada janela de overton. Tendo em vista que:
No entanto ainda tem um filosofo que não poderia deixar de mencionar aqui,
tendo em vista que ele até mesmo designou um outro nome para se referir a esse
momento histórico, sendo assim, Zygmunt Bauman denominou o período pós
moderno como modernidade liquida, dando um novo viés para esse período.
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Diante dessa perspectiva o polonês afirma que esse novo desenho social
desenvolve o individualismo a fluidez e a volatilidade das relações sociais, portanto a
sociedade fica presa a rapidez das coisas bem como a instabilidade, relacionando a
impossibilidade da manutenção das estruturas do liquido que se amolda e adquire
forma a depender do recipiente. “A identidade não possui mais raízes, o seu
procedimento principal é agora a ancoragem. A âncora é mais versátil do que a raiz,
pois não existe nenhum comprometimento e lealdade. Basta apenas içá-la e partir
para outro porto.” (FRAGOSO, 2011, p. 115)
Destarte a única certeza que permanece é a convicção que tudo pode mudar a
qualquer momento, assim nada tem sentido definitivo. Portanto nesse novo contexto
há a pregação que a vida tem que ser levada com mais liberdade com menos dogmas
de amarrações sociais, pela permissividade de que tudo deve ser experimentado sem
julgamentos.
Entretanto, verifica-se que embora se tenha tanta liberdade, ainda assim não
representa garantia de felicidade, tendo em vista, que para cada atitude recai de forma
inquestionável uma consequência. Haja vista, a percepção que nesse contexto
também é aflorado a insegurança, o medo diante da ausência de empatia e
sensibilidade. Dessa forma há quem afirme que tal liberdade seja ilusória.
Sendo assim, pode-se afirmar que ocorreu uma ruptura no movimento anterior
denominada agora como modernidade sólida, tendo em vista o advento da
modernidade liquida que visou derreter os sólidos construídos no movimento anterior,
portanto, tal movimento representou a volatilidade das coisas, a pluralidade de
verdades, tendo em vista a fugacidade do sentimento de pertencimento, haja vista que
nada mais é feito para durar.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto, pode-se afirmar que refletir sobre a trajetória da igreja cristã
representa uma corroboração com os estudos já realizados sobre as religiões em seus
processos históricos, ressaltando sua competência de ressignificação no
desenvolvimento de novas estratégias para se manter viva.
Assim, se observou as constantes adaptações da instituição cristã com seus
agentes durante as transformações sociais, sem, todavia, esquecer dos seus
princípios para poder se manter de forma ativa diante da sociedade que a compõe.
Sendo assim, ficou perceptível que a igreja cristã enfrentou grandes desafios
durante sua trajetória pelos três principais períodos históricos da humanidade, dessa
forma, verificou-se grandes problemas vivenciados por essa instituição religiosa no
período medieval, tendo inclusive que resolver problemas relacionados a questão da
fixação dos preceitos religiosos.
Como também no período moderno em que se verificou transformações
sociais, com o advento do racionalismo e separação entre igreja e estado, além de
enfrentar problemas internos como o grande cisma na igreja, episódio que dera origem
a uma nova religião chamada de protestantes, pela criticidade das liturgias católicas
existentes.
Mas enfim, pode-se afirmar que, na hodiernidade, a igreja está enfrentando uns
dos piores momentos em relação a perpetuação dos seus dogmas religiosos, tendo
em vista, a questão da relatividade das coisas e a pluralidade de verdades que
contrapõem com a doutrina positivada no manual cristão, denominado de bíblia
sagrada.
Assim, verifica-se que a igreja cristã está lutando para sobreviver frente aos
grandes desafios da pós modernidade pela inserção de uma nova teologia que atenda
aos anseios sociais., sem, contudo, enveredar pelo inevitável hedonismo e
secularismo. Tendo em vista que assim como é perceptível no contexto atual o desejo
pelo transcendente, ao mesmo tempo ver-se o desprendimento e oposição ao modelo
ortodoxo cristão.
Enfim, percebe-se uma busca incansável pelo homem pós moderno em
desenvolver um novo paradigma que consiga agregar, de forma satisfatória, os
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antigos dogmas religiosos, que estão positivados na bíblia sagrada com os novos
preceitos da modernidade liquida, promovendo assim, uma nova cosmovisão do
transcendente.
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REFERÊNCIAS
SILVA, Odair Vieira da. A Idade Moderna e a Ruptura Cultural com a Tradição
Medieval: Reflexões sobre o Renascimento e a Reforma Religiosa. Revista
Científica Eletrônica do Curso de Licenciatura em Pedagogia, 2017. Disponível em:
http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/P4zxYBJG5YWskHR_
2018-3-17-11-31-51.pdf. Acesso em: 21 jan. 2022.