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Muriaé/MG
2020
Rogério Dias Monteiro
Muriaé/MG
AGRADECIMENTO
Meu agradecimento é em especial a Deus por me permitir chegar até aqui, por
me fazer forte o suficiente para acreditar em um sonho e o torna-lo realidade apesar
de todas as dificuldades.
A Fé e a perseverança nunca faltaram ao longo do caminho.
A todos os professores que fizeram parte da minha graduação no curso de
Bacharelado em Teologia, por todo saber que me foi transmitido.
“Nós nos tornamos mesmos através
dos outros” (Lev Vygotsky)
OS DESAFIOS DA IGREJA NO SÉCULO XXI
RESUMO
1
Graduando em Bacharelado em Teologia – Universidade Estácio de Sá. E-mail:
rogemon75@gmail.com.
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Professor orientador– Universidade Estácio de Sá.
ABSTRACT
The main objective of this article is to present considerations relevant to some of the
challenges faced by the Church in the 21st century. The research method undertaken
follows a qualitative nature, with bibliographic research. The theme is broad and is not
intended to exhaust the debate, but to bring the analysis of one of the fundamental
aspects to influence the rescue of ethics, morals and commitment to the word of God.
In chapter I, the subject about Church: Origin and meaning, where the term Church, is
deeply rooted in Christianity, which expresses a religious philosophy based on the
Bible, on the belief in an omnipotent God and the highest exponent of the doctrine,
Jesus himself, will be addressed. Christ. Chapter II gives a brief history of the Church,
the development of the Imperial, Roman Church, Protestant Reformation and Counter-
Reformation. Chapter III discusses the Church and the changes over the century, the
Church's perspectives for the 21st century and the Church today. It was possible to
conclude from this bibliographic analysis, that the Church has never been involved in
so many challenges and crucial questions, as it is today. The society based on
productivity and living at an accelerated pace does not dedicate itself to religion and
the Church as before. Thus, under this approach, it is believed that the greatest
challenge faced by the Church in the 21st century, precisely this, is to be able to
maintain the focus of its faithful, competing with an increasingly appealing and
seductive external world in the most varied aspects. of human desires.
1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................8
2. DESENVOLVIMENTO............................................................................................10
2.1 CAPITULO I - IGREJA: ORIGEM E SIGNIFICADO.............................................10
2.2 CAPÍTULO II - BREVE HISTÓRICO DA IGREJA..................................................12
2.2.1 O Desenvolvimento da Igreja Imperial...................................................................13
2.2.2 O Desenvolvimento do poder na Igreja Romana..................................................14
2.2.3 A Reforma Protestante e Contra-Reforma............................................................16
2.3 CAPÍTULO III: A IGREJA E SUAS TRANSFORMAÇÕES AO LONGO DOS
SÉCULOS......................................................................................................................19
2.3.1 Perspectivas de uma Igreja para o Século XXI.....................................................21
2.3.2. A Igreja na Atualidade...........................................................................................22
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................... 26
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................28
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1. INTRODUÇÃO
Sabemos que a religião se constitui como uma das expressões mais antigas e
universais da alma humana, e, de acordo com Jung (1978, p.7), “[...] além de um
fenômeno sociológico ou histórico, é também um assunto importante para grande
número de indivíduos”.
Os primeiros relatos que remetem a uma ideia conceitual de religião, são
originados na antiga Mesopotâmia, contudo, há que se considerar que os povos
daquela região foram os primeiros a promover narrativas escritas sobre seu modo de
vida, o que não quer necessariamente dizer que tenham sido os pioneiros em um
contexto religioso.
Os povos dispersos pelo globo terrestre, exibem culturas e organizações sociais
diversas, e em praticamente todas as culturas é comum vislumbrar um aspecto religioso
que seja influente no modo de vida das pessoas.
Muitas vezes o conceito de “religião” é associado quase que de forma exclusiva
a uma idéia de fé e crença sobre alguma entidade/divindade, que neste contexto
encontra-se num plano superior de evolução e/ou poder, de modo que o coletivo social
almeje estar em consonância com este ícone referencial.
Entretanto, a religião tem um caráter ainda mais amplo, sistematicamente
alicerçado sobre padrões sociológicos, afetuosos, hierárquicos, entre outros fatores,
que por fim, unem-se à questão da fé e da crença, para produzir um padrão que permita
expressar essa “religiosidade” de forma organizada, entendível e que possa ser
reproduzida individual ou coletivamente por todos aqueles que conhecerem seus
princípios e práticas e adotarem como parte de sua cultura.
O ponto comum sobre a importância da religião para o ser humano, desponta
sempre sob a perspectiva do sagrado, envolto em contextualizações carregadas de
misticismo e expressões dogmáticas de fé, percebendo os fenômenos como
manifestações do divino. Embora nem todas as religiões exibam uma organização
conceitual semelhante, dadas as peculiaridades de cada sociedade e o tempo em que
se organizaram neste contexto, este trabalho visa abordar e discutir alguns desafios
enfrentados pela Igreja no século XXI, tendo como base a filosofia do cristianismo, que
é maior representatividade religiosa global e predominante no hemisfério sul.
9
Dentro da temática, cabe ressaltar que tal qual o conceito de religião ainda cause
confusões quanto ao entendimento, o mesmo ocorre com o tocante à terminologia de
“Igreja”, que por muitos é visto como o templo físico, edificado para abrigar e reunir os
fiéis, porém, do ponto de vista sociológico, “Igreja” é o próprio conjunto de religiosos
que professam a mesma fé e seguem a mesma doutrina, ou seja, é o corpo de fiéis que
se apresenta de forma organizada e institucionalizada.
O presente trabalho tem como objetivo fazer uma reflexão sobre os desafios
enfrentados pela igreja nos dias atuais. Para isso, optou-se pela metodologia de revisão
bibliográfica no levantamento da situação do problema e para a discussão ampliada, a
partir da perspectiva do papel transformador e influenciador da igreja. O tema é amplo
e não tem a finalidade de esgotar o debate, mas trazer a análise de um dos aspectos
fundamentais para influenciar no resgate da ética, moral e comprometimento com a
palavra de Deus.
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2. DESENVOLVIMENTO
posteriormente viria a ser o seu império. A visão consistia numa cruz luminosa, que lhe
declarava a vitória a partir da sustentação daquele símbolo. Depositando sua fé neste
momento de inspiração, passou a defender e fazer da cruz a sua principal bandeira,
revolucionando a prática religiosa com esta conversão iniciada a partir da coroa.
Em 323 AD, Constantino tornou-se de fato o Imperador, e o Cristianismo foi então
favorecido, uma vez que um dos homens mais poderosos do mundo da época, estava
inspirado pela nova doutrina e sua simbologia. Templos antigos foram reformados e
outros novos construídos, dedicados aos cultos e doutrinas cristãs, e igrejas surgiam
por toda a extensão do império e a direção destes ficava a cargo do novo Clero que se
formava, deixando para trás os templos que antes eram administrados e mantidos pelo
Estado.
O modo de viver da sociedade foi drasticamente revolucionado, punições como
a crucificação deixaram de existir, atrocidades como o infanticídio e os torneios de
gladiadores foram combatidos e extintos. Foi instituído o descanso dominical, para que
as pessoas pudessem dedicar este dia aos cultos religiosos. Houve uma reorganização
social e uma evolução da civilidade, baseada na humanização das relações
interpessoais, adotada pela filosofia e ensinamentos de Cristo.
Embora a abertura do império ao Cristianismo tenha sido determinante em sua
expansão e reconhecimento público ao redor do mundo, também houveram percalços
durante sua implementação, pois a política do Estado se entrelaçava com os interesses
do clero em promover a nova religião e acordos e alianças eram feitos e refeitos a todo
tempo, contudo, nem sempre eram bons para a Igreja.
A primeira cruzada foi anunciada pelo papa Urbano II, era composta de 275000
dos melhores guerreiros, para combater os Sarracenos que tinham invadido
Jerusalém. Após grande batalha Jerusalém foi reconquistada. A Segunda
Cruzada foi convocada em virtude das invasões dos Sarracenos às províncias
adjacentes ao reino de Jerusalém. Sob a influência de Luiz VII da França e
Conrado III da Alemanha, um grande exército foi conduzido em socorro dos
lugares reconhecido como santos. Enfrentara grandes dificuldades, mas
obtiveram vitória. A terceira Cruzada foi dirigida por Ricardo I “Coração de
Leão", da Inglaterra e outros como; Frederico Barbarroxa, Filipe Augusto.
Barbarroxa morrera afogado e Filipe desentendeu-se com Ricardo I e voltou
para França. A coragem de Ricardo I, sozinho, não foi suficiente para conduzir
seu exército para Jerusalém. Contudo fez um acordo para que os cristãos
tivessem direito a visitar o santo sepulcro (DISCIPLINAS TEOLÓGICAS, 2011).
A Igreja Católica vinha, desde o final da Idade Média, perdendo sua identidade.
Os pensamentos e interpretações individualistas do alto clero pendiam para
gastos com luxo e posses materiais, deixando a verdadeira missão cristã de
lado, especialmente do ponto de vista do catolicismo, que até então era a
própria expressão do cristianismo. Muitos personagens do clero estavam em
busca de satisfação pessoal, burlando as normas e votos religiosos e
agarrando-se a uma vida mundana, deixando de lado a missão de conduzir os
fiéis pelos caminhos de Deus (HISTÓRIA LUSITANA, 2011).
A Igreja dos dias atuais, está inserida num contexto em que houve uma
ruptura com a cultura de valores éticos, moral e espirituais. Isso revela a face
perversa do mal que afeta a sociedade como um todo, e que acaba tentando
afetar também a cultura da igreja do Senhor (Romanos 12:2). Ainda é
possível verificar que o atual contexto histórico de sociedade é evidenciado
por uma geração sem referência, sem reverência e sem limites, relativista,
narcisista, hedonista, céticos e ao mesmo tempo moralistas (JM NOTÍCIA,
2011).
Que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens
amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos,
desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, Sem afeto natural,
irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os
bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que
amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela.
Destes afasta-te (2 TIMÓTEO 3: 1-5).
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se a partir desta análise bibliográfica, que a Igreja nunca se viu envolta
em tantos desafios e questões cruciais, como atualmente.
A era da informação trouxe consigo dilemas sobre a liberdade individual e o livre
arbítrio. O que impede o indivíduo de experimentar outra religião, caso a atual não
satisfaça seus anseios?
Esta simples pergunta, coloca duas proposições em tela: A de que a crença em
Deus continua a mesma, porém a doutrina que norteia a interação entre o humano e o
sagrado pode ser diferenciada, mais compreensível, mais afetuosa, mais ou menos
rígida em seus preceitos e etc. e a segunda premissa é de que o ser humano atual,
tende primordialmente a atender à sua demanda pessoal, ou seja, não se sentindo bem
em uma Igreja, migra-se para outra, e assim por diante, até que encontre a que mais se
adequa ao seu modo de vida.
Essa vasta gama de denominações e pequenos “ajustes doutrinários” acabam
por promover uma grande confusão filosófica entre cristãos, que por muitas vezes
passam a tratar conceitos filosóficos como verdades universais e imutáveis ou
inflexíveis, causando discordâncias fundamentalistas que acabam convergindo em
segregação religiosa.
Em contraponto, ainda pior que essa confusões doutrinárias e migrações
institucionais, é a onda de evasão ou independência religiosa que se deslancha na
atualidade. É cada vez mais comum ver pessoas que preferem viver sua religiosidade
e crenças de forma individualizada e privada, não proferindo ou associando uma
religião.
No Brasil, a Igreja pioneira no protestantismo foi a Assembléia de Deus,
constituindo o maior contingente de cristãos, depois da Igreja católica. A Assembléia de
Deus é amplamente difundida em todas as regiões do país e dentre o conglomerado de
Igrejas adeptas da reforma protestante, ela continua a ser a maior em número de fiéis
no Brasil.
Notoriamente conhecida por manter uma doutrina de moral bastante
conservadora e infundir em seus fiéis um nível de engajamento bastante elevado, a
Igreja enfrenta problemas com o moderno estilo de vida da sociedade. A era da
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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Desafios atuais para teologia. São Paulo: Paulus, 2011. Disponível em: Acesso em:
10 jun. 2018.
ELIADE, Mircea. O Sagrado e o Profano: A essência das religiões. São Paulo: Martins
Fontes, 1996.
JUNG, C. G. Psicologia e religião. V. 11/1 [Trad. Pe. Dom Mateus Ramalho Rocha]
Petrópolis: Vozes, 1978.
LOPES apud Antônio Tadeu Ayres. Reflexos da Globalização Sobre a Igreja Ed. 1,
Cpad,1998, p. 6.
NICHOLS, Robert Hastings. História da Igreja cristã. São Paulo, SP: Casa editora
presbiteriana 1992.