Você está na página 1de 13

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

EXTENSÃO DE NACALA-PORTO

Acub Varinde
Anifa Kalu
Geraldo Tarcísio
Issufo Bah
Regina Rodolfo

DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS NA QUAL IMPEDEM A


SANÇÃO DA ANULABILIDADE

Nacala-Porto,2023
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
EXTENSÃO DE NACALA-PORTO

Acub Varinde
Anifa Kalu
Geraldo Tarcísio
Issufo Bah
Regina Rodolfo

DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS NA QUAL IMPEDEM A


SANÇÃO DA ANULABILIDADE

Trabalho a ser apresentado na Universidade Católica de


Moçambique, na Extensão de Nacala-Porto, como requisito
parcial de avaliação contínua da cadeira de TGDC Ⅱ, lecionada
pelo docente: Diamantino Elias

Nacala-Porto,2023
Índice
1. Introdução............................................................................................................................ 4
CAPITULO 2: DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO ........................................................... 5
2.1 PRELIMINARES ............................................................................................................. 5
2.2 Ineficácia dos Negócios Jurídicos..................................................................................... 5
2.3 Invalidade dos Negócios Jurídicos ................................................................................... 7
CAPITULO 3: ANULABILIDADE .......................................................................................... 8
3.1 Anulabilidade – Invalidades Relativas ............................................................................. 8
Conclusão ................................................................................................................................. 12
Referencias Bibliográficas ........................................................................................................ 13
1. Introdução

No âmbito da Teoria Geral do Direito Civil II, O tema “dos negócios jurídicos sobre quais
impedem a sanção da anulabilidade” prepara a abordagem legal das invalidades - anulabilidade.

O negócio jurídico é onde declara a vontade de um acto lícito, no qual as partes interessadas
concordam em regramento de condutas. É composto de manifestação de vontade com
finalidade de negocio, devera em regra geral criar, adquirir, transferir, modificar ou extinguir
direitos.

O plano de validade do negócio jurídico não pode ser confundido com o plano de eficácia, acto
válido é aquele que está de acordo com a lei. Acto inválido é aquele que está em
desconformidade com a lei. A lei dita a validade do negócio jurídico. A invalidade mais grave
é a chamada nulidade, o acto é nulo. Se a invalidade é menos grave, o acto é anulável.

O acto nulo já é nulo de pleno direito, e o acto anulável está esperando alguém pedir pra
anular. Se não pedirem a anulação, convalesce o acto anulável. O acto nulo pode e deve ser
declarado de ofício pelo juiz. Ele não convalesce, e pode ser declarado a qualquer tempo. Ele
não pode ser confirmado ou ratificado, diferentemente do acto anulável que não pode ter
atuação de ofício pelo juiz, a parte precisa requerer a anulação. Se as partes não requererem
no prazo que a lei dá o acto anulável convalesce.

É nossa intenção analisar as diversas posições que foram sendo manifestadas por diferentes
autores em busca de uma resposta mais segura e consensual, apreciando as soluções que
entendem que melhor se afiguram nesta matéria.

O nosso estudo tem como objetivo demonstrar os pressupostos da invalidade e ineficácia de um


negócio jurídico, neste sentido, faremos uma análise a anulabilidade, tendo em conta,
principalmente, as disposições constantes do Código Civil.

Esta pesquisa utilizará uma abordagem qualitativa, envolvendo revisão bibliográfica, análise de
jurisprudência, comparação entre diferentes sistemas jurídicos e estudo de casos, também é
explicativa, quanto aos objetivos, e finalmente é bibliográfica no que concerne aos
procedimentos técnicos.

4
CAPITULO 2: DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO

2.1 PRELIMINARES

Para o Código, há defeito no negócio jurídico quando este padece de deficiência nos elementos
constitutivos capaz de permitir sua anulação, seja por erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão
ou fraude contra credores. Da mesma deficiência ressente-se o negócio praticado por agente
relativamente incapaz.

O defeito se passa, portanto, no terreno da validade do negócio jurídico, ou seja, na sua aptidão,
ou não, para produzir os efeitos jurídicos visados pelo agente. Quando o negócio se acha
completamente despido de força para gerar tais efeitos diz-se que ocorre nulidade; e quando
os efeitos são produzidos, mas com risco de serem inviabilizados por provocação de quem se
viu prejudicado pela prática viciada, o que se dá é a sua anulabilidade. Isto é, o negócio não é
nulo, porque uma vez consumado entra a produzir seus naturais efeitos.1

Para o Código, como se vê, o negócio é válido ou inválido. Se é válido, apresentar-se-á em


condições de produzir todos os efeitos jurídicos deles esperados. Se é inválido, ou não produzirá
efeito algum (nulidade), ou poderá ser ulteriormente privado de seu efeito (anulabilidade).
Enfim, o sistema adotado resume-se a ter como base o binômio “validade-invalidade", no plano
geral, e o acanhado confronto entre “nulidade” e “anulabilidade", no plano restrito da
invalidade.
Há nessa sistemática uma confusão, intolerável para o grau atual de desenvolvimento da ciência
do direito, entre “invalidade” e “ineficácia", porque na vetusta ótica do Código, não há como
negar efeito, no todo ou em parte, a um negócio jurídico como o praticado sob a fraude senão
imputando-lhe a mácula da invalidade, ou seja, tratando-o como ato nulo ou anulável.

2.2 Ineficácia dos Negócios Jurídicos

A ineficácia do negócio jurídico, em sentido amplo, traduz a situação na qual os negócios se


encontram quando não produzam todos os efeitos que deveriam produzir.2

1
Humberto Theodoro Junior. Dos efeitos dos negócios jurídicos no novo código civil. Revista da Faculdade da
Universidade de Direito Federal de Minas Gerais. Pp. 93.
2
BOAVIDA, Mafalda Luísa Condelipes. Teoria Geral do Direito Civil II: Negócios jurídicos e exercícios. Faculdade
de Direito de Lisboa. 2019/2020. p. 98
5
Um acto é ineficaz sempre que não produza todos ou parte dos efeitos que a categoria a que
pertence esta, em abstrato, apta para produzir.3
Sendo performativo, como é o negócio jurídico, a sua essência – efeitos conformes ao
significado – é afetada se tal conformidade nπo se verificar. A desconformidade resulta de
algum elemento perturbador, intrínseco ou extrínseco, impeditivo da aplicação das regras
constitutivas da eficácia

Ineficácia não equivale necessariamente α falta total de efeitos. No seu sentido mais amplo, a
ineficácia de um ato jurídico verifica-se sempre que os efeitos próprios do acto não se
verifiquem4no todo ou em parte, que não se verifiquem logo ou que já não se verifiquem. A
ineficácia é compatível com a produção de outros efeitos derivados do próprio ato ou acto com
efeitos derivados da ineficácia do acto.

As situações de eficácia correspondem a dois grandes grupos:


i. Invalidade: quando os efeitos do negócio não produzem efeitos, porque ele tem um
vício genético ou uma desconformidade com a lei, que existem no momento de
celebração do negócio; a consequência pode ser:
 Nulidade: equivale a um status rei – um estado próprio do negócio; temos uma precisao
genérica de impugnação; equivale a uma regra civil geral;
 Anulabilidade: traduz-se num status personae – uma característica especifica de um
dos intervenientes, ao qual e reconhecida uma permissão especifica de impugnação;
equivale a uma categoria residual;

ii. Ineficácia em sentido estrito: reportam-se aos casos em que os efeitos do negócio não
se produzem por foca de circunstâncias externas ao negócio;
 Inoponibilidade do negócio a terceiros;
 Impugnabilidade do negócio.

3
ALMEIDA, Carlos Ferreira. Invalidade, inexistência e ineficácia. Faculdade de Direito da Universidade Nova de
Lisboa. VOLUME I, n0. 2, 2017. Pp 11
4
Galgano (2007), p. 351 apud ALMEIDA, Carlos Ferreira (2017), p. 11
6
2.3 Invalidade dos Negócios Jurídicos

Etimologicamente “invalidade, derivado de “invalidar”, que se origina do latim invalidus


(fraco, ineficaz), exprime a condição daquilo que não é válido, que não produz nenhum efeito”,
ou seja, “a invalidade exprime um juízo negativo de valor, de desconformidade entre o negócio,
como valor, e a ordem jurídica, também como valor. Invalidade é desvalor do acto”5.

A invalidade dos negócios jurídicos é uma consequência decorrente da inobservância de


preceitos legais, morais e das próprias leis da natureza, que o tornam inapto à produção dos
efeitos jurídicos esperados, conforme leciona Pedro Pais de Vasconcelos estabelecendo
correlação entre ilegalidade, imoralidade e impossibilidade.

“Os actos e negócios jurídicos são acções humanas jurígenas inseridas no


âmbito da autonomia privada. Como tais, estão sujeitas a um juízo de mérito
em que é sindicada a sua possível desconformidade ou mesmo
incompatibilidade com a Lei, a Moral e a Natureza. A incompatibilidade entre
o acto ou o negócio jurídico e os preceitos da lei imperativa (ilegalidade) os
valores éticos que regem o sistema (imoralidade), ou as leis da natureza
(impossibilidade) acarreta a invalidade. O negócio jurídico inválido não
alcança criar direito, não gera direito interpretativo, não põe em vigor uma
regulação negocial. Pelo contrário, é tido como simples facto jurídico, de cujas
consequências jurídicas constitui mero suporte inerte. As consequências
jurídicas do negócio inválido não são já aquelas que os seus autores lhe
quiseram atribuir, mas antes as que a lei determina.”6

A invalidade nem sempre tem a natureza de sanção para um comportamento. Tal sucede, sim,
se o comportamento for ilícito (ilegalidade material, violação da ordem publica, simulação),
mas não se verifica quando a invalidade seja originada pela proteção em função da capacidade
jurídica (menor, interdito, pessoa jurídica) ou da plena liberdade de decisão (incapacidade
acidental, erro/obstáculo). Nalgumas destas situações, a invalidade afeta também quem tenha
agido em plena conformidade com o direito.

5
op. cit. - VASCONCELOS, Pedro Pais de – Teoria Geral do Direito Civil - pag. 641/642
6
ibid. - p. 631.
7
A lei prevê duas modalidades de invalidade:
i. Nulidade
ii. Anulabilidade

CAPITULO 3: ANULABILIDADE

3.1 Anulabilidade – Invalidades Relativas

A anulabilidade do negócio jurídico visa tutelar privados, através da concessão do direito


potestativo para anular o negócio. Enquanto a anulabilidade não for invocada, o negócio produz
os seus feitos, embora sujeito a resolução dada a eficácia retroativa da anulação. Enquanto não
for anulado o negocio e valido.

A anulabilidade e uma realidade subjetiva: tem a ver com a posição específica do sujeito,
equivalendo a um status personae. Ela traduz, na esfera do sujeito, um direito potestativo de
impugnar certo negócio. As circunstâncias que permitem tal impugnação são fixadas em
abstrato, podendo dizer respeito a qualquer uma das partes do negócio – existem excepções.

A expressão anulabilidade tem origens na impugnabilidade de Savigny (Anfechtbarkeit -


impugnabilidade, de fechten, correspondente ao latim pugnare, de pugnus), e seu surgimento
possui origens autónomas com relação às nulidades, não se configurando como versões menos
graves destas ou “meras” nulidades relativas. Seu núcleo importante estaria na in integrum
restitutio dos pretores.7

Foi então Savigny quem “descobriu” as anulabilidades modernas ao elencar hipóteses em que
os fatos jurídicos não produzissem todos os efeitos que, em princípio, lhe corresponderiam,
detidos através da in integrum restitutio ou da ação de rescisão dos franceses. Assim, caso o
fato jurídico não produzisse todos os seus efeitos, ocorreria nulidade ou ineficácia plena. Já, se
a invalidade fosse não-plena, haveria anulabilidade.8

7
op. cit. – CORDEIRO, António Menezes – a confirmação nos negócios jurídicos – p. 74/75. apud JÚNIOR,
Rafael Mercadante (2018)
8
ibid. – p. 76/77. Apud JÚNIOR, Rafael Mercadante (2018).
8
Considerada, de outro modo, como uma evolução frente a nulidade por seu caráter conservativo
mais acentuado, as anulabilidades permitem que o negócio produza seus efeitos e seja
considerado válido até que alguém suscite a sua invalidação.

“O negócio anulável, não obstante a falta ou vício de um elemento interno ou formativo,


produz os seus efeitos e é tratado como válido, enquanto não for julgada procedente
uma ação de anulação; exercido, mediante esta ação, o direito potestativo de anular,
pertencente a uma das partes, os efeitos do negócio são retroativamente destruídos.”9

Regime da Anulabilidade
 A anulabilidade só pode ser invocada por pessoas cujo interesse a lei estabeleça;
 Só pode ser invocada num determinado prazo (1 ano a contar da cessação do vicio); se
não for invocada, o negocio e sanado do vicio;
 A anulabilidade e sanada por confirmação: pode haver declaração do beneficiário para
continuar o negócio jurídico;
 A anulabilidade tem efeitos retroativos.

Em relação a retroatividade, esta não e aplicável nos casos de execução continuada (ex:
arrendamento). Note-se também que, este efeito tem de ser temperamentado com o princípio a
boa-fé, especialmente quando envolvidos de boa-fé a título:
 Oneroso – inopunivel;
 Gratuito

Devemos ainda mencionar a “cisão das anulabilidades”, conforme lições de António Menezes
Cordeiro, dividindo-as em comuns e privilegiadas, esclarecendo que “a anulabilidade é uma
realidade subjectiva: tem a ver com a posição específica do sujeito, equivalendo a um status
personae [...] que traduz na esfera do sujeito um direito potestativo de impugnar certo
negócio.”10

9
op. cit. - PINTO, Carlos Alberto da Mota – Teoria geral do direito civil - p. 610. apud JÚNIOR, Rafael
Mercadante (2018).
10
op. cit. - CORDEIRO, António Menezes – Da confirmação no direito civil – p. 106. apud JÚNIOR, Rafael
Mercadante (2018).
9
Seria então possível distinguir as anulabilidades quando as circunstâncias que permitem as
impugnações, que são previstas abstratamente, podem dizer respeito a ambas as partes, caso de
anulabilidade comum, ou quando o legislador quebra a isonomia por razões de “desproteção
pessoal (caso do menor) ou social”, conferindo o direito de impugnação a apenas um dos
intervenientes na relação, caso de anulabilidade privilegiada.
São citados nas lições acima os exemplos de “actos de menores não representados, que apenas
podem ser anulados a requerimento do progenitor que exerça o poder paternal, do tutor e do
administrador de bens, a requerimento do menor, no ano subsequente à maioridade”, ou seja,
anulabilidades estabelecidas pelo legislador em benefício de certas categorias de pessoas, como
também no caso do promitente alienante nos casos dos contratos promessas.
São exemplos de anulabilidades comuns a ambos os sujeitos negociais as hipóteses de erro,
coação, dolo, que aproveitam a quaisquer dos contratantes da compra e venda, da locação e do
mandato

3.2 Distinção entre a nulidade e anulabilidade


O que distingue a nulidade da anulabilidade são, no essencial três coisas:

i. Legitimidade para a invocação:


o A nulidade pode ser invocada por qualquer interessado, que nem precisa de ser parte
do contrato: basta nele ter um interesse.
A nulidade pode ser declarada oficiosamente pelo tribunal: pode o próprio tribunal
declarar o contrato como nulo, nπo tem de ser outro a invocar a nulidade.
o A anulabilidade só pode ser invocada pelas pessoas em cujo interesse a lei a estabelece.
A anulabilidade tem em causa o interesse de determinadas pessoas, pelo que faz sentido
que só elas possam fazer uso da proteção da anulabilidade.
Ex: faco um contrato em erro – o contrato Θ anulável para minha proteção, como tal só eu
posso arguir a anulabilidade.

ii. Tempo em que a invocaτπo pode ser feita


o A nulidade pode ser invocada a qualquer tempo: não há qualquer limitação temporal.
o A anulabilidade tem de ser invocada no prazo de um ano a contar desde a cessação do
vício : se passar este prazo já não pode ser invocada.

10
Ex: Celebro um contrato em erro sobre uma coisa que estou a comprar. Daqui a 6 meses
descubro isso: o prazo conta a partir dai.
Enquanto o contrato não estiver concluído (cumprido), pode invocar‐se a anulabilidade a todo
o tempo. Se a situação não esta consolidada faz sentido que se possa voltar atras.
Ex.1: celebro um contrato que esta sem ser cumprido durante 2 anos: durante esse tempo posso
invocar a anulabilidade

iii. Consequências da nao invocacao:


o Se um contrato é nulo é sempre nulo. Quando o tribunal declara a nulidade não esta a
inovar nada, esta a reconhecer algo que pré-existe: aquele contrato nπo produziu nem
poderá produzir quaisquer efeitos. A decisao é puramente declarativa.
o Perante a situação de anulabilidade o contrato produz efeitos ate ao momento em que
uma pessoa com legitimidade e dentro do prazo venha invocar a anulabilidade. Se essa
pessoa não o fizer dentro do prazo o contrato vai permanecer e produzir todos os efeitos
como se a invalidade não existisse.

A invocação é a circunstância, num determinado momento, depois de celebrado um contrato,


em que uma das partes vem dizer que o contrato é inválido por determinado motivo e que por
isso não deve produzir efeitos.
A confirmação é o ato pelo qual o interessado confirma o contrato que celebrou anteriormente.
A partir desse momento o contrato deixa de ter qualquer vício: o vício é sanado.
Ex: Celebro um contrato em coaτπo, mas mesmo assim é-me desejável, posso confirma‐lo para
que o vício termine e a invalidade seja sanada.

A invalidade é sanada pelo decurso do prazo ou pela confirmaτπo do negócio.


A nulidade, pelo contrário, como não produz quaisquer efeitos: nunca se pode sanar nem
confirmar. Essa confirmação seria impossível exatamente porque a nulidade pode ser invocada
por qualquer interessado.

11
Conclusão

Em conclusão, a anulabilidade no contexto do direito dos negócios jurídicos é um conceito que


se distingue da nulidade em vários aspectos essenciais. Ela protege os interesses de
determinadas partes envolvidas em um contrato, concedendo-lhes o direito de impugnar o
contrato com base em vícios específicos, como erro, coação ou dolo. No entanto, essa
impugnação só pode ser feita pelas pessoas em cujo interesse a lei estabelece e dentro de um
prazo limitado, geralmente um ano a partir da cessação do vício.

Ao contrário da nulidade, que pode ser declarada a qualquer momento e por qualquer pessoa
com interesse no contrato, a anulabilidade permite que o contrato produza efeitos até que
alguém com legitimidade e dentro do prazo requisite sua anulação. Além disso, a anulabilidade
pode ser sanada pela confirmação das partes, o que significa que o contrato pode ser validado
se as partes decidirem fazê-lo.

Portanto, a principal diferença entre nulidade e anulabilidade reside na forma como essas
invalidades são tratadas: a nulidade é absoluta e torna o contrato inválido desde o início,
enquanto a anulabilidade é relativa e permite que o contrato seja válido até que alguém a
conteste dentro dos limites estabelecidos pela lei.

12
Referencias Bibliográficas

Artigos:
JUNIOR, Humberto Theodoro. Dos efeitos dos negócios jurídicos no novo código
civil. Revista da Faculdade da Universidade de Direito Federal de Minas Gerais
ALMEIDA, Carlos Ferreira. Invalidade, inexistência e ineficácia. Faculdade de Direito
da Universidade Nova de Lisboa. VOLUME I, nº. 2, 2017.
JÚNIOR, Rafael Mercadante. Conversão dos negócios jurídicos nulos. Universidade
Autónoma de Lisboa. Janeiro de 2018.

Legislação:
Código Civil Moçambicano.

13

Você também pode gostar