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TRESPASSE”
RESUMO
PALAVRAS CHAVE
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CEO NA EMPRESA “DISTRIBUDORA DO VANDIN” |PARCEIRA DA EMPRESA “CERVEJARIA NOVA EXTRELA”
2
FACULDADE DE DIREITO DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM - ES
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CURSANDO PÓS GRADUAÇAO NA INSTIUIÇÃO DE ENSINO A DISTÂNCIA - EDUCAMINAS
exemplificativos, que tenham por natureza endossar e/ou auxiliar o disposto no
Título III do Código Civil, dada sua exímia e importante aplicabilidade, tratando-
se dos dispositivos elencados, essenciais para o negócio jurídico perfeito, que
traz em apenas oito artigos a regulamentação dos Estabelecimentos, “sendo
TODO COMPLEXO DE BENS ORGANIZADO, para exercício de empresa por
empresário, ou por sociedade empresária”. Em verdade, emerge preocupação
pertinente à escassez de estudos, considerando exaustiva pesquisa
bibliográfica através dos ilustres e famosos doutrinadores, ampla
jurisprudência, e, em todo ordenamento jurídico brasileiro. A busca deu-se por
materiais que complementem e tenham a intenção objetiva de clarificar, a
exemplo, o que diferencie este contrato dos demais materiais de natureza
singular, exaustivamente explorados na jurisprudência, e utilizados, sendo o
próprio Código que o estabelece, responsável por elencar institutos
complementares, tratando-se a Lei Seca a maior fonte de pesquisa, contando
o ordenamento jurídico com poucos textos exemplificados, que traduzam
dúvidas e aplicabilidade. Tal preocupação, se dá especialmente no
considerável impacto social, empresarial e comercial deste contrato, elaborado
sob o que rege o Código civil e seus não completamente suficientes e salutares
dispositivos, concedendo especialmente largos caminhos que podem levar a
invalidade ou nulidade do negócio jurídico decorrente da falta ou imperfeição
de um ou de alguns de seus elementos ou requisitos fundamentais e
essenciais, sendo, por isso, necessário primeiro ater-se à estrutura regular,
para depois identificar e classificar as anormalidades, que lhe conferem um
aspecto irregular.
É de fato, matéria extraordinária disposta na legislação e em atenção aos
motivos supracitados, recai demasiada preocupação especialmente na
formulação de contratos jurídicos decorrentes da matéria em questão, que
foram inseridos neste trabalho acadêmico, que possuía como premissa
somente a elaboração de um trabalho acadêmico normal, objetivando nota
parcial à especialização em Inteligência Comercial e de Mercado, cujo texto
inicial contava somente sobre a especificação e principais elementos do
Trespasse, denotando elementos até então triviais, na aplicação de diversos
contratos regidos pela Legislação vigente, tratando alguns contratos denotados
de certa exaustão no que tange à jurisprudência. Contudo, após vasta e
exaustiva busca de matérias contendo somente a intenção de enriquecer o
proposto, a cerca deste Contrato, ante ao exposto, considerável foi a
importância de ao menos citar e brevemente explanar o que figuram os atos
jurídicos nomeados Arrendamento Comercial e a Cessão de Exploração. Em
verdade, e em confissão prudente, este item - “1. Aspectos Gerais”- foi inserido
após a construção praticamente total do presente projeto, externando a
preocupação de finalidade concreta e amplamente necessária no que a Lei
dispõe sobre as diferenças entre tais aspectos legais, com vistas a facilitar a
construção de atos processuais, que figurem corretamente o que propõe a
mesma Lei, figurando a infeliz preocupação de elaboração de contratos de
natureza similares , bem como vícios na elaboração contratual, pela
constituição de um contrato de singela elaboração, porém, de estrito uso,
menção e, escassa matéria complementar, como se a intenção fosse ocultar
tal dispositivo. Porém, quando necessário há a sua utilização e regramento
legislativo na elaboração de peça em fase recursal por Tribunais, como a
Ementa contendo alusão a este será disposta no item que trata sobre as
consequências jurídicas. Passemos ao estudo deste importante meio de
estabelecimento empresarial, bem como a legislação que elucida seu corpo,
em especial a transferência de titularidade, de entendimento e manuseio
simples, tratando sua matéria de negócio jurídico de elaboração simples e
especialmente, meio impeditivo de dissolução do contrato por vício formal.
Acrescenta-se a clara intenção de evitar, ou, tratando-se a simplicidade do que
dispõe tal contrato e a legislação a ela disposta, de fácil entendimento e
aplicabilidade, onde juristas o utilizem corretamente, evitando questionamentos
na elaboração do corpo deste contrato, vício formal e dissolução do contrato.
Contudo, dispensada mais de horas de pesquisas profundas, tal legislação é,
utilizada por Tribunais, a exemplo de como “para fins de pré-questionamento,
ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o
Tribunal Superior considere existentes erro, omissão, contradição ou
obscuridade. Embargos de declaração conhecidos, mas não acolhidos, pela 7ª
Turma Cível, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, tratando-se
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. VÍCIOS
NÃO CONSTATADOS, Publicado recentemente, em 14/06/2023.
Acrescenta, ainda, que o estabelecimento deve ser considerado para todos os efeitos
uma universalidade de fato, ou seja, um conjunto de bens reunidos pela vontade do
empresário (CC, art. 90) Miguel (2000) afirma que “predomina, hoje, na doutrina
brasileira o entendimento de que o estabelecimento empresarial é uma universalidade
de fato, sendo as demais teorias incompatíveis com a legislação nacional”.
Entretanto, Gonçalvez Neto (2008) destaca que o aviamento e a clientela podem estar
agregados ao estabelecimento, projetando-o para além de seus bens. Isso significa
considerar o estabelecimento em movimento, revelando-o como um feixe de relações
jurídicas complexas que envolvem seu funcionamento. Finaliza que o estabelecimento
pode ser considerado como (i) um conjunto de bens apto para o desempenho de uma
determinada atividade, quanto (ii) esse mesmo conjunto de bens no desenvolver da
atividade para a qual ditos bens estão predispostos a servir, tendo nesta última
concepção uma universalidade de direito. Portanto, a forma como o negócio se perfaz
é que irá indicar se o estabelecimento constitui uma universalidade de fato ou de
direito.
2. TRESPASSE
4
LIMONGI FRANÇA, R. Manual de direito civil, p. 261.
5
BETTI, Emílio. Teoria geral do negócio jurídico, p. 317.
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MENDONÇA, Carvalho de J. X. Tratado de Direito Comercial Brasileiro
Todavia, para a compreensão desse tipo de contrato, é essencial o entendimento do
conceito de estabelecimento comercial. Esse conceito é apresentado pelo artigo 1.142
do Código Civil, conforme apresentado abaixo:
Nesse sentido, esse tipo de contrato é responsável por alienar todo o complexo de
bens organizado e essenciais para o funcionamento daquela empresa.
Por tal razão, o empresário ou sociedade empresária que não possuir bens suficientes
para cobrir seu passivo só poderá alienar, eficazmente, seu estabelecimento se:
Os credores podem se opor ao trespasse, casos seus créditos não sejam garantidos
e, caso o empresário não observe o posicionamento destes quanto à proibição da
transação, poderá ser decretada a falência, principalmente se não comprovar que
possuir bens suficientes para pagar o passivo. Além disso, a venda será tida como
ineficaz perante a massa falida, podendo o estabelecimento ser reivindicado, em favor
da coletividade de credores, prejudicando o adquirente (Lei de Falências e
Recuperação de Empresas, arts. 507, VIII, 94, III8, C, e 129, VI9).
Ademais, realizado o trespasse e para que o mesmo acarrete efeitos perante terceiros
(erga omnes) será necessário:
- registro e averbação;
A averbação deverá ser procedida junto ao Registro Público das Empresas Mercantis,
a cargo das Juntas Comerciais, ou seja, deverá ser feita a margem da inscrição do
empresário ou sociedade empresarial.
Saliente-se que a ausência de averbação não invalida o negócio ou ato jurídico entre
as pessoas que participaram, mas não produzirá efeitos erga omnes enquanto não for
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LEI Nº 11.101, DE 9 DE FEVEREIRO DE 2005.Regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do
empresário e da sociedade empresária Art. 50. Constituem meios de recuperação judicial, observada a
legislação pertinente a cada caso, dentre outros: VIII – redução salarial, compensação de horários e redução da
jornada, mediante acordo ou convenção coletiva;
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Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:
III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial:
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar
com bens suficientes para solver seu passivo;
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Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante conhecimento do estado de
crise econômico-financeira do devedor, seja ou não intenção deste fraudar credores:
VI – a venda ou transferência de estabelecimento feita sem o consentimento expresso ou o pagamento de
todos os credores, a esse tempo existentes, não tendo restado ao devedor bens suficientes para solver o seu
passivo, salvo se, no prazo de 30 (trinta) dias, não houver oposição dos credores, após serem devidamente
notificados, judicialmente ou pelo oficial do registro de títulos e documentos;
procedida a averbação. No caso da recuperação judicial, os credores tomam
conhecimento do trespasse quando da aprovação do plano de recuperação, logo, a
averbação é para cumprir a forma, muito mais do que dar ciência aos mesmos do
trespasse. O prazo de averbação é de 30 (trinta) dias (CC, artigo 1.151,parágrafo 1º10),
sendo que os efeitos da mesma só irão retroagir à data da celebração e produzir
efeitos relativamente aos credores após a publicação do ato na imprensa oficial do
Estado. A publicação é importante, porque é a partir dela que todos os prazos se
iniciam.
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Art. 1.151. O registro dos atos sujeitos à formalidade exigida no artigo antecedente será requerido pela
pessoa obrigada em lei, e, no caso de omissão ou demora, pelo sócio ou qualquer interessado.
§ 1 o Os documentos necessários ao registro deverão ser apresentados no prazo de trinta dias, contado da
lavratura dos atos respectivos.( LEI Nº 10.406, DE 10 de 10 de janeiro de 2002 Institui o Código Civil)
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Art. 1.146, CC. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à
transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente
obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da
data do vencimento.
2.2.3) Nas outras hipóteses de sucessão empresarial, a responsabilidade do
adquirente por obrigações do alienante decorre da lei trabalhista e tributária, não se
exigindo nesses casos a regular contabilização da dívida para fins de
responsabilização do adquirente em relação a esses passivos.
2.2.7) Neste caso, a previsão legal (CTN, art. 133) é de que a pessoa natural
ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de
comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a
respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome
individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido,
devidos até a ata do ato:
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Art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de
trabalho dos respectivos empregados. (Consolidação das Leis Trabalhistas)
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Regra do Direito Civil: “A solidariedade não se presume” (CC, art. 265)
inoponíveis também os termos do contrato de trespasse, que apenas eventualmente
podem fundamentar o direito de regresso.
Trata-se de regra especial, semelhante à prevista no art. 1.14815 do Código Civil, por
meio da qual são dispensadas as formalidades previstas para a cessão de crédito
comum.
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Art. 1.149. A cessão dos créditos referentes ao estabelecimento transferido produzirá efeito em relação aos
respectivos devedores, desde o momento da publicação da transferência, mas o devedor ficará exonerado se
de boa-fé pagar ao cedente .
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Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-rogação do adquirente nos contratos
estipulados para exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros
rescindir o contrato em noventa dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer justa causa,
ressalvada, neste caso, a responsabilidade do alienante.
Para Mamede (2008) o Código estabelece como regra geral uma vedação ao
restabelecimento, entendido como o ato do titular do estabelecimento empresarial
atuar no mesmo ramo econômico, com o que passa a concorrer com o adquirente.
Para Mamede (2008), o Código Civil não reflete limitação à liberdade de concorrência,
mas, pelo contrário, implica no dever de concorrência leal. O que se faz é estabelecer
limites precisos à proibição de restabelecimento, para que não haja disputa,
principalmente da clientela antes pertencente ao alienante, que por força do trespasse
poderá se transferir ao adquirente, bem como para evitar o enriquecimento indevido
do alienante que já teria lucrado com a alienação do estabelecimento, logo, não
poderia continuar a lucrar com a mesma clientela.
3. DO CONTRATO
Nesse sentido, esse tipo de contrato é responsável por alienar todo o complexo de
bens organizado e essenciais para o funcionamento daquela empresa.
3.1 Das Formalidades do Contrato de Trespasse
Além disso, para que esse contrato seja efetivamente realizado e produza seus
efeitos, é preciso que o alienante e o adquirente atentem aos requisitos trazidos pela
lei, como veremos a seguir.
I) Os requisitos são:
a) A realização de um contrato escrito;
De acordo com o artigo 1.144 do Código Civil, “o contrato que tenha por
objeto a alienação, o usufruto ou arrendamento do estabelecimento, só
produzirá efeitos quanto a terceiros depois de averbado à margem da inscrição
do empresário, ou da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas
Mercantis, e de publicado na imprensa oficial.”
O objetivo desse requisito é trazer validade e publicidade ao ato para que o possível
credor tenha conhecimento acerca da alienação daquele estabelecimento. Importante
ressaltar que, para microempresas e empresas de pequeno porte é dispensada a
publicação na imprensa oficial.
A anuência dos credores poderá ocorrer por meio de uma concordância expressa ou
tácita da realização do contrato.
Nesse caso, deverá ser analisado se o empresário devedor, aquele que vende o
estabelecimento, dispõe de bens o suficiente para garantir o pagamento das dívidas
deixadas no estabelecimento.
3.3 Efeitos do Contrato
4. CONCLUSÃO
Observar contas a pagar e direitos dos credores é essencial para evitar transtornos
após a aquisição, bem como para garantir ao adquirente a propriedade sobre o
estabelecimento.
Ora, se vendeu o estabelecimento e recebeu o preço, por óbvio que não deve
concorrer diretamente com quem adquiriu sob pena de enriquecimento ilícito.
De qualquer forma, o adquirente deve se resguardar em todos os sentidos no contrato
de trespasse e, se for o caso, realizar diligências através de profissionais
especializados, com o intuito de garantir o sucesso em relação aos novos rumos do
negócio adquirido.
5. Referências Bibliográficas
1983.
CAMPINHO, Sérgio. O direito de empresa à luz do novo Código Civil. 5. ed. Rio de
Janeiro. Renovar,
2005
131:174-81
CHECOLI, Paulo. Direito de empresa no novo Código Civil. São Paulo: Pillares, 2004.
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. 2ª ed. São Paulo. Saraiva, 2009.
GONÇALVES NETO, Alfredo de Assis. Direito de Empresa. .São Paulo: Revista dos
Tribunais,
2008.
MAMEDE, Gladeston. Empresa e Atuação Empresarial. São Paulo: Atlas, 2008.