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CABO FRIO
2024
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CABO FRIO
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INTRODUÇÃO
Nesse trabalho será analisado os negócios jurídicos, entendo por sua vez que os
negócios jurídicos se definem como atos bilaterais ou plurilaterais com a capacidade de
estabelecer, modificar, preservar ou extinguir relações jurídicas. Sua validade está
condicionada ao cumprimento de determinados requisitos legais, tais como a
capacidade das partes envolvidas, a licitude, possibilidade e determinabilidade do
objeto, além da observância da forma prescrita ou não proibida em lei.
Pontes de Miranda, explica:
1. ELEMENTO DE FORMA
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contrato de hospedagem, a utilidade consiste, em essência, no alojamento temporário e a sua função típica é a
hospitalidade retribuída. Não há o que se confundir entre a relação negocial de hotelaria e o contrato de locação de
bem imóvel. 5. Não é devida a leitura da hospedagem como uma obrigação de dar, porquanto não se depreende dela,
para fins tributários, unicamente uma locação da unidade habitacional pelo preço vertido na diária. A interpretação
constitucional da materialidade tributária prevista no art. 156, inc. III, da Constituição da República, não se limita à
classificação obrigacional derivada da dogmática civilista. De acordo com o entendimento do Supremo Tribunal
Federal, o ISS incide sobre atividades que representam tanto obrigações de fazer quanto obrigações mistas, que
também incluem uma obrigação de dar. 6. É inadequado o decote da base de cálculo do Imposto sobre Serviços de
qualquer Natureza com a finalidade de excluir a parcela referente à locação da unidade habitacional, porque a
circulação econômica de serviço vertida no contrato de hospedagem tem caráter singular, justificando-se a partir de
sua visualização unitária, logo é inviável a cisão apriorística de modo a retirar da base imponível desse imposto
municipal a fração relativa à locação da unidade habitacional. Desse modo, é assente a orientação jurisprudencial
segundo a qual todas as parcelas que integram o preço do serviço de hotelaria compõem a base de cálculo do ISS.
7. Ação direta de inconstitucionalidade conhecida e julgada improcedente.
2. ELEMENTO DE AGENTE
No contexto do Direito, o agente é de fato aquele que pratica o ato jurídico. Ele é a
pessoa física ou jurídica que realiza uma ação ou manifestação de vontade que tem
consequências jurídicas. O agente é uma parte fundamental em qualquer transação ou
situação jurídica, sendo responsável por expressar sua vontade de forma consciente e
voluntária, dentro dos limites estabelecidos pela lei. Seja em contratos, doações,
testamentos ou outras situações jurídicas, o agente desempenha um papel central na
formação e execução dos atos jurídicos.
Cristiano Chaves de Farias, Felipe Braga Netto, Nelson Rosenvald, dezem sobre:
Os autores resumem de forma sucinta e precisa o papel do agente no contexto dos atos
jurídicos. Ao destacar que o agente é aquele que, além de possuir capacidade legal,
também tem a intenção de realizar uma ação, ela enfatiza a importância da vontade e
da competência do indivíduo na formação dos efeitos jurídicos de um ato.
desprovida de força vinculante, em sentido técnico. Nesses termos, os fundamentos adotados pela Corte não se
estendem, de forma automática, a outros processos em que se discuta matéria similar. Sem prejuízo disso, o acórdão
embargado ostenta a força moral e persuasiva de uma decisão da mais alta Corte do País, do que decorre um elevado
ônus argumentativo nos casos em se cogite da superação de suas razões.
3.ELEMENTO OBJETO
No livro "Curso de Direito Civil", Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho
refletem:
EMENTA Agravo regimental. Petição. Colaboração premiada. Fatos que envolvem senadores da
República e investigado sem prerrogativa de foro junto à Suprema Corte. Compartilhamento de
termos de depoimento do colaborador premiado com juízo de primeiro grau. Medida que importou
em cisão das investigações relativamente ao agravante. Inadmissibilidade. Imbricação de condutas.
Indícios da existência de um liame probatório entre os fatos, ou mesmo de continência (art. 77, I.
CPP). Necessidade de se preservarem a racionalidade e a higidez das investigações. Recurso
provido para se determinar que o agravante permaneça sob a jurisdição direta do Supremo Tribunal
Federal, sem prejuízo de posterior reanálise pelo Relator da possibilidade de desmembramento. 1.
Como já decidido pelo Supremo Tribunal Federal, o desmembramento do feito em relação a
imputados que não possuam prerrogativa de foro “deve ser a regra, diante da manifesta
excepcionalidade do foro por prerrogativa de função, ressalvadas as hipóteses em que a separação
possa causar prejuízo relevante” (Inq nº 2.903/AC-AgR, Pleno, Relator o Ministro Teori Zavascki,
DJe de 1º/7/14). 2. O agravante foi mencionado pelo colaborador premiado, em quatro termos de
colaboração, por fatos supostamente ilícitos que também envolvem titulares de prerrogativa de foro
junto ao Supremo Tribunal Federal. 3. Como assentado no voto condutor do HC nº 127.483/PR,
Pleno, de relatoria do Ministro Dias Toffoli, DJe de 4/2/16, “[a] colaboração premiada é
um negócio jurídico processual, uma vez que, além de ser qualificada expressamente pela lei
como ‘meio de obtenção de prova’, seu objeto é a cooperação do imputado para a investigação e
para o processo criminal, atividade de natureza processual, ainda que se agregue a
esse negócio jurídico o efeito substancial (de direito material) concernente à sanção premial a ser
atribuída a essa colaboração”. 4. A colaboração premiada, como meio de obtenção de prova,
destina-se à “aquisição de entes (coisas materiais, traços [no sentido de vestígios ou indícios] ou
declarações) dotados de capacidade probatória”, razão por que não constitui meio de prova
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3. ELEMENTO DE VONTADE
enquanto a vontade externada é aquela manifestada através das palavras ou ações que
expressam essa intenção.
A interpretação dessas vontades deve ser feita de acordo com a boa-fé objetiva, um
princípio fundamental do Direito Civil que exige que as partes ajam de forma honesta,
leal e razoável em suas relações jurídicas. Isso significa que não basta analisar apenas
o que foi expresso ou declarado pelas partes, mas também é necessário considerar as
circunstâncias envolvidas e os objetivos que razoavelmente seriam esperados por um
observador imparcial.
quanto obrigações mistas, que também incluem uma obrigação de dar. 6. É inadequado o decote
da base de cálculo do Imposto sobre Serviços de qualquer Natureza com a finalidade de excluir a
parcela referente à locação da unidade habitacional, porque a circulação econômica de serviço
vertida no contrato de hospedagem tem caráter singular, justificando-se a partir de sua visualização
unitária, logo é inviável a cisão apriorística de modo a retirar da base imponível desse imposto
municipal a fração relativa à locação da unidade habitacional. Desse modo, é assente a orientação
jurisprudencial segundo a qual todas as parcelas que integram o preço do serviço de hotelaria
compõem a base de cálculo do ISS. 7. Ação direta de inconstitucionalidade conhecida e julgada
improcedente.
CONCLUSÃO
Destacamos que esses atos estão sujeitos a uma série de requisitos legais, incluindo a
capacidade das partes envolvidas, a licitude do objeto e a observância da forma prescrita
em lei. Além disso, a validade do negócio requer consentimento válido e a preservação
dos princípios da boa-fé e da função social do contrato.
A interpretação dos negócios jurídicos vai além da simples análise do texto legal; ela
demanda uma compreensão profunda do contexto em que são realizados. Renomados
civilistas, como Cristiano Chaves, Felipe Braga Neto e Nelson Rosenvald, enfatizam a
importância da autonomia da vontade, ressaltando que a consciência dos efeitos do ato
é mais relevante do que a compreensão da sua juridicidade.
Em suma, a análise dos negócios jurídicos requer uma abordagem holística, que leve
em conta não apenas os aspectos formais, mas também os valores e princípios
subjacentes ao ordenamento jurídico. Essa compreensão é essencial para garantir a
efetividade dos contratos, promover a justiça nas relações privadas e contribuir para o
desenvolvimento de uma sociedade pautada na segurança jurídica e na equidade.
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Beviláqua, Clóvis. Teoria Geral do Direito Civil. 6. ed., Rio de Janeiro: Freitas Bastos,
2000.
Chaves de Farias, Cristiano, et al. Manual de Direito Civil – Volume Único. 4ª ed., rev.,
ampl. e atual. Salvador: Ed. JusPodivm, 2019. Miranda, Pontes de. Tratado de Direito
Privado: parte geral. 3. ed., São Paulo: Revista dos Tribunais, 2018.
Farias, Cristiano Chaves de; Netto, Felipe Braga; Rosenvald, Nelson. Manual de Direito
Civil – Volume Único. 4ª ed., rev., ampl. e atual. Salvador: Ed. JusPodivm, 2019.
Pontes de Miranda, Francisco Cavalcanti. Tratado de Direito Privado: parte geral. 3. ed.,
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2018.
Supremo Tribunal Federal (STF). ADI 3089 / DF. Relator: Min. Sepúlveda Pertence.
Julgamento em 01/06/2005. Disponível em:
http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?incidente=2501222.
Acesso em: 26 de abril de 2024.