TERCEIRIZAÇÃO
15.1. CONCEITO:
15.2. OBJETIVIDADE:
Com referência a definição de atividade fim, o que deverá ser entendido e o que
interessa de fato é que o trabalho seja prestado por pessoa física ou jurídica idônea, seja em
razão da especialização dos serviços, seja em razão da necessidade destes por pouco tempo,
sem fraude à legislação protetora trabalhista art. 9º e 444 da CLT, e isto, sem a
dependência ou subordinação direta no entendimento de Irany Ferrari – in Coop. do
Trabalho – LTR – pág. 36.
15.4. ATIVIDADE-MEIO:
Como afirma o prof. Virgílio Péries, a distorção ocorre quando os donos das
empresas querem terceirizar serviços permanentes, essenciais para o funcionamento da
empresa. Nesse caso caracterizaria o vínculo empregatício, porque o empresário deveria
sim, é contratar as pessoas de que necessita permanentemente.
- Liberdade de contratar;
Tal fato decorreu do não entendimento das novas técnicas de administração que
privilegiaram a excelência, onde não poderia prevalecer a exploração de mão-de-obra.
O artigo 197 admite a execução dos serviços de saúde através de terceiros, e por
pessoa física ou jurídica de direito privado.
O Artigo 199, dispõe que a assistência à saúde é livre à iniciativa privada, com
preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos (Cooperativas), mas a sua
participação se fará de forma complementar ao SUS.
Não se poderá esquecer que no caso específico de gestão administrativa quem cria
e mantém os diferenciais competitivos é a empresa tomadora dos serviços, e entendamos,
nenhuma empresa terá interesse de colocar informações estratégicas e confidenciais nas
mão dos outros.
RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA
Contudo deve-se lembrar que os Juizes não têm atendido por medida de cautela o
pedido de exclusão do feito da empresa tomadora, só o fazendo quando dá sentença no
processo.
15.8. FORMAS DE TERCEIRIZAÇÃO
- serviços de limpeza;
- refeitório dos empregados;
- segurança do patrimônio;
- serviços jurídicos;
- serviços médicos e odonto;
- processamento de dados da folha de pagamento;
- administração de Recursos Humanos;
- transporte de funcionários;
- manutenção geral e predial;
- frota de veículos;
- distribuição de produtos;
- administração de relações trabalhistas e sindicais;
- informática;
- portaria;
- telefonia;
- vendas;
- consultoria financeira;
- contabilidade;
- publicidade;
- oficina mecânica;
- correspondência;
- assessoria de imprensa;
- engenharia-projetos;
- recrutamento e seleção;
- serviços de malote;
- serviços gráficos;
permite que a empresa volte toda a sua atenção apenas para sua
atividade central, chamada de atividade-fim, ou objetivo específico;
reduz sensivelmente os encargos trabalhistas e sociais da empresa com
economia de custos, de contratação e treinamento;
ocorre a redução substancial do quadro de empregados;
simplifica a estrutura da empresa;
elimina parte da operações não essenciais da empresa, liberando o
capital para aplicação em melhorias do processo produtivo, adquirindo
novas tecnologias e novos produtos;
concentração de mais recursos na área produtiva, com o conseqüente
melhoramento da qualidade e competitividade do produto;
redução de controles, porquanto libera o pessoal de supervisão para
outras atividades produtivas;
liberação de recursos para aplicação em outras tecnologias;
permite a intensificação da especialização;
permite uma maior agilização nas tomadas de decisões;
otimiza o uso de espaços colocados em disponibilidade;
diminui o nível hierárquico;
gera melhoria na administração do tempo;
aumenta a lucratividade;
racionaliza as compras;
reduz perdas;
fomenta a produtividade;
pulveriza a ação sindical;
desmobiliza os movimentos grevistas;
simplifica a estrutura da empresa;
permite uma melhor distribuição de renda com a criação de mais
empregos em empresa novas.
DESVANTAGENS
Essas desvantagens só poderiam ser admitidas numa parceria mal executada com
empresas idôneas, não voltadas para uma eficiente prestação de serviços, incapazes de
somar diferenciais tecnológicos para o tomador dos serviços.
Está baseado numa desigualdade entre o empregado e empregador, daí uma maior
proteção à pessoa do trabalhador. A interpretar uma condição ou cláusula contratual o juiz
sempre atentará para o princípio da proteção ao hipossuficiente, resolvendo a contrariedade
a favor do empregado ou reconhecendo a relação de emprego quando verificar presente
suas características de pessoalidade e subordinação.
Assim a realidade dos fatos sempre irá prevalecer sobre a aparência ou simulação
de contratos civis. Seu fundamento é a boa-fé do prestador dos serviços, decorrente da
desigualdade das partes, que pode gerar práticas abusivas praticadas na locação de serviços.
2) RISCOS NA TERCEIRIZAÇÃO
Para entender porque todo ato visando fraudar as leis trabalhistas é considerado
nulo de pleno direito, basta entender à natureza das normas trabalhistas, que são normas
imperativas que estão acima dos interesses das partes, se impõe as partes, não podendo ser
desprezadas pela vontade das partes, é obrigatório seu cumprimento. Nada pode ser tratado
contra a lei, que é de ordem pública e de aplicação imediata, já que a lei e de interesse
social, isto é, visa o interesse da coletividade, e esta acima dos interesses individuais.
3) MEDIDAS PREVENTIVAS
fazer avaliação dos recursos internos e deixar nas mãos de terceiros as áreas
que não sejam estratégicas para a empresa;
o prestador de serviços não pode ser subordinado da empresa contratante;
não pode haver submissão de uma parte à outra;
não pode ser estabelecido pelo contratante o como fazer, pois gera a presunção
do vínculo empregatício; podendo, neste caso, ser definido o que fazer, onde,
por que e quando;
estabelecer no contrato as condições que deseja ver cumpridas (desde que
essas condições não fixem o “como fazer”);
contratante e contratada devem ter plena liberdade de desempenhar suas
atividades no processo de terceirização de modo a garantir a sobrevivência e o
aperfeiçoamento da parceria;
evitar empresas prestadoras de serviço que tenham na contratante o seu único
cliente, uma vez que isso gera uma relação de dependência econômica,
operacional e de supervisão, podendo ser entendido que há uma subordinação
entre elas;
solicitar da empresa prestadora de serviço informações que permitam ter um
conhecimento claro do seu perfil;
conhecer detalhadamente as atividades-fim de ambos (prestadora de serviço e
tomadora) para evitar a presunção de vínculo empregatício;
evitar detalhar ou amarrar as cláusulas contratuais, para garantir a autonomia
decisória do prestador – a descrição detalhada transforma a empresa contratada
numa espécie de departamento disfarçado da empresa contratante, mostrando
claramente que há um supervisor;
incluir no contrato uma cláusula prevendo o risco do tomador vir a ser
interpelado judicialmente por uma obrigação trabalhista não cumprida pelo
prestador, devendo ficar expresso que, em caso dessa ocorrência, a empresa
contratante acionará na esfera civil o prestador para que haja ressarcimento dos
prejuízos;
especificar no contrato as obrigações da empresa, inclusive com cronograma
dos serviços a serem prestados;
verificar a idoneidade do terceiro;
manter no local da prestação de serviço o terceiro a sua ficha de registro,
cartão de ponto e exame médico para acompanhamento da empresa;
verificar, mensalmente, se o terceiro está pagando os salários com
regularidade e recolhendo o FGTS e INSS;
se um dos empregados terceirizados sair, checar se estão sendo cumpridas
todas as obrigações legais elo terceiro.
Terceirizar atividades-meio, terceirizar é fazer PARCERIA.
Escolher empresas idôneas, legalmente constituídas e ESPECIALIZADAS.
Culpa “in iligendum” - Atuante no mercado - Verifique e analise seus
balancetes - Sua política de pessoal - Visite clientes e suas instalações.
Não terceirizar com Micro-Empresas e Sociedade Civil instituídas por ex-
empregados, a fim de evitar presunção de fraude ao art. 9º da CLT.
Observar Enunciado 331 do TST: Subordinação - Pessoalidade - Atividade
meio - Especialização.
Gerenciar as atividades do prestador do serviço apenas fazendo
AVALIAÇÃO, da experiência, da tecnologia e da qualidade, jamais tentar
dirigir o serviço dizendo como fazer, o que demonstra SUBORDINAÇÃO.
Não terceirizar serviços mesmo que relativos a atividade-meio, utilizando ex-
empregados. Ex.: Rescinde o contrato de trabalho de determinados
empregados e os incentiva a criarem uma empresa para prestação de serviços
com caráter de exclusividade e às vezes de pessoalidade. Cuidado com
reconhecimento do vínculo empregatício.
- Subordinação;
- Pessoalidade;
- Atividade Meio;
- Especialização do Contratado e Idoneidade Técnica Financeira.
1) Cartão de ponto
2) Ficha de registro
3) Exames médicos periódicos e admissionais
4) Depósitos de FGTS (cópia)
5) Guias
6) Redimensionamento da CIPA - Portaria SSMT - n. 33 de 27/10/93
NR-5 - Portaria 3.214/79
7) Redimensionamento do SESMET - Portaria n. 08 de 01/06/93
NR-4 - Portaria 3.214/79
CLÁUSULA PRIMEIRA
A CONTRATADA se compromete a efetuar, sob sua inteira e exclusiva responsabilidade, e
nas dependências da CONTRATANTE, os serviços discriminados no documento n. 01
Anexo, por ambas as partes rubricado e que passa a fazer parte integrante do presente
documento.
PARÁGRAFO SEGUNDO
A indicação dos trabalhadores encarregados de executar as tarefas será feita pela
CONTRATADA e, durante todo o tempo de serviços, seus empregados trajarão uniforme
adequado e completo, com crachá de identificação por ela subscrito onde constará,
explicitamente, além de sua razão social, o nome do servidor, seu número de registro na
empresa e o respectivo horário do trabalho, bem como utilizarão os EPI's necessários ao
afastamento dos agentes nocivos à saúde.
CLÁUSULA SEGUNDA
Os EPI's (Equipamentos de Proteção Individual), serão fornecidos, mediante protocolo de
entrega, pela CONTRATADA, que fiscalizará e exigirá a utilização dos mesmos pêlos seus
funcionários.
PARÁGRAFO PRIMEIRO
A CONTRATADA se obriga a fazer uma análise prévia de todas as áreas da
CONTRATANTE, para apurar quais apresentam os agentes nocivos à saúde, bem com qual
o EPI adequado a eliminar a insalubridade.
PARÁGRAFO SEGUNDO
Para a análise referida 110 parágrafo anterior, poderá a CONTRATADA
se utilizar do pessoal habilitado da CONTRATANTE, como também
apreciar os laudos periciais já elaborados e sob guarda desta.
CLÁUSULA TERCEIRA
Pêlos serviços prestados, a CONTRATANTE pagará mensalmente à
CONTRATADA a importância de R$ 2.500,00 ( Dois mil e quinhentos
reais) para 47 funcionários. . .
CLÁUSULA QUARTA
O pagamento relativo à Cláusula Terceira deverá ser efetuada até o 1° (Primeiro) dia útil do
mês subsequente à realização do serviço, mediante a apresentação por parte da
CONTRATADA da respectiva NF/Fatura.
PARÁGRAFO PRIMEIRO
A-GQNTRATADA se obriga ainda, para o recebimento da parcela devida pela execução
dos serviços, a apresentar as guias de recolhimento dos encargos previdenciários
devidamente quitados, ficando condicionado também que o pagamento só se efetivará
mediante a comprovação da quitação dos encargos sociais.
CLÁUSULA QUINTA
O presente contrato será reajustado sempre que ocorrer aumento do salário da categoria
profissional a qual pertencem os funcionários da CONTRATADA, determinado por ato do
Governo Federal, acordo, convenção ou dissídio coletivo, bem como, sentença normativa.
CLÁUSULA SEXTA
O presente instrumento é celebrado, a título experimental, por 03 (três) meses, n contar da
assinatura do mesmo.
PARÁGRAFO ÚNICO
Vencido o referido prazo, o contrato passa a ser por tempo indeterminado, podendo, no
entanto, ser rescindido por qualquer uma das partes, desde que haja um prévio aviso por
escrito com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, não dando direito a nenhuma das
partes, a qualquer tipo de indenização, compensação ou vantagem ressalvo o disposto nas
Cláusulas 12a. e 13a.
CLÁUSULA SÉTIMA
Á CONTRATADA se obriga a executar os serviços ora contratados, sendo que eventuais
serviços complementares ou não especificados neste instrumento deverão ser executados
após a formalização de termo aditivo contratual, com a especificação do preço e das
condições de pagamento e de execução dos serviços.
CLÁUSULA OITAVA
Executar tão-somente os serviços contratados, ficando vedada, portanto, sua participação
em serviços de outra natureza. .
O pessoal destinado à prestação do serviço deverá
CLÁUSULA NONA
Pica a cargo da CONTRATADA todos os materiais e equipamentos que se fizerem
necessários para a execução dos serviços mencionados no ANEXO l.
CLÁUSULA DÉCIMA
A CONTRATADA se obriga a providenciar a desratização e desintetização da
CONTRATANTE sem que para tanto, haja qualquer reajuste das parcelas mensais.
______________________________
FLIP BRASILEIRA DE ALIMENTOS
_______________________________
EMPRESA RIO BONITO LTDA
As Cooperativas devido a lei 5.764, art. 4º, são sociedades de pessoas e não de
capital como as demais sociedades civis, são, por isso, de natureza civil, não sujeitas à
falência, e constituídas para atender aos interesses dos associados.
INSCRIÇÃO DE COOPERADO
SOCIEDADE COOPERATIVA
Outro dado importante, é que na cooperativa não existe aquela dicotomia capital e
trabalho própria do Direito do Trabalho, pois não haveria o capital gerando poder
econômico sobre o cooperado, nem o objetivo do lucro, decorrente da exploração do
trabalho alheio, portanto não há que se falar em patrão e nem em lucro, e dai, porque o
trabalho prestado pelos cooperados prescindiram da tutela das leis trabalhistas.
1) Ao cooperado
2) Ao tomador:
a) Imposto de Renda
a.2) poderá haver restituição do imposto retido, desde que a Cooperativa prove
impossibilidade de sua compensação.
Segundo o art. 6º, itens III e IV, do Decreto 611 de 21/7/92, são segurados
obrigatórios da Previdência Social:
- como empresário - o associado de cooperativa eleito para o cargo de direção na
sociedade Cooperativa.
O art. 9º, letra “b” do Decreto 611 de 21/07/92, considera a cooperativa como
empresa, mas a recente Lei nº9.876, de 86/11/99, com vigência após 90 dias, alterou a lei
8.212, de 24/7/91, no seu artigo 22, estabelecendo a contribuição destinada a Seguridade
Social de 15% sobre o valor dos serviços à cargo da empresa tomadora do serviço.
Art. 22 ……………………………………………………………
Art. 30.
………………………………………………………………....
Enquanto nas empresas constituídas sob forma de sociedades civis com fins
lucrativos, a prestação dos serviços é feita por empregados dessas empresas, sujeitos a
Consolidação das Leis do Trabalho, nas Cooperativas de Trabalho a prestação de serviços é
praticada por cooperados que, de acordo com o art. 442 parág. único da CLT., não tem
vínculo empregatício com a Cooperativa, nem tão pouco com os tomadores de serviços
daquela.