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27 de Julho de 2023

Negócio Jurídico Inexistente


Publicado por Camila Cunha
Data de publicação: 22/05/2017, 17:37:13
Atualizado em: 18/03/2022, 10:11:41

Da invalidade

Existem três tipos de invalidade, sendo a primeira a inexistên-


cia, a segunda a nulidade e a terceira a anulabilidade.

Com relação à inexistência do negócio jurídico pode-se dizer


que é segundo o legislador é um simples fato inidôneo a produ-
ção de consequências jurídicas, como exemplo, considera-se a
compra de um imóvel no qual o preço não havia sido fixado, ou
seja, existe o objeto e o consentimento, porém há a falta de um
elemento essencial, portanto juridicamente esse ato simples-
mente não se configura, ou seja, não carece ser declarada a sua
invalidade por decisão judicial já que o ato nunca chegou a exis-
tir. Ou seja, o ato jurídico inexistente é “O NADA”, a lei não o
regula, pois não existe a necessidade de se regular o nada.

Já em relação à nulidade, é a imperfeição da vontade, seja por-


que emana de um incapaz ou porque sua declaração se inquinou
de alguns vícios como (erro, dolo, coação), ou até porque na cri-
ação desse negócio jurídico não houve boa fé, ou seja, houve a
intenção de prejudicar outrem com esse ato. O ato jurídico
chega a existir, porém não foram observados os requisitos es-
senciais, impedindo-o de produzir os efeitos que lhes são devi-
dos. A nulidade está prescrita em lei, estando contidos os requi-
sitos no art. 166 do Código Civil de 2002.

Na anulabilidade o negócio jurídico não o considera nulo em es-


sência, mas sim anulável, visto que reconhecida alguma irregu-
laridade de seu objeto, intenção etc. As disposições sobre esta se
encontram no artigo 171 do atual Código Civil.

A anulabilidade não pode ser confundida com a nulidade visto


que são totalmente diferentes, sendo que anulabilidade se re-
mete ao âmbito privado da pessoa prejudicada e a nulidade pro-
vém do âmbito da Ordem Púbica, do consentimento público, do
alcance geral, decretada no próprio interesse da coletividade. A
anulabilidade (nulidade relativa) pode ser sanada a qualquer
momento, sendo suprida pelo juiz a favor dos interesses das
partes, tendo portando uma solução.

Do Negócio Jurídico Inexistente

O negócio é inexistente quando lhe falta algum elemento estru-


tural. O elemento estrutural ou essencial são indispensáveis
para a existência do ato e que lhe formam a substância (declara-
ção de vontade nos negócios em geral); a coisa, o preço e o con-
sentimento. Ato inexistente, portanto, é aquele que falta um ele-
mento essencial à sua formação, não chegando a constituir um
negócio jurídico, sem existência legal.

Os elementos essenciais se subdividem em: gerais, que são co-


muns a todos os negócios (declaração de vontade); e particula-
res, que são específicos para algum negócio (a coisa, o preço,
consentimento, etc.).
Os negócios jurídicos apresentam uma tricotomia, uma relação
entre três tópicos: existência, validade e eficácia. No plano da
existência, não se fala sobre a validade ou sua eficácia, o negocio
simplesmente existirá ou não. Para que ele exista, todos os seus
elementos estruturais devem estar presentes. Se faltar algum
suporte fático, o negócio é inexistente. Exemplo: o casamento
celebrado por autoridade incompetente, como um delegado de
policia, por exemplo, é considerado inexistente. Ele se trata de
um nada jurídico. A existência é dos elementos, visto que os ele-
mentos são tudo que integram a essência de alguma coisa e
nada é sem sua real essência.

A validade trata dos requisitos para que o negócio jurídico atinja


seu fim. Portanto, para que se analise a validade, o negócio jurí-
dico já deve existir, já deve ter seus elementos estruturais. Se o
negócio jurídico não cumprir os requisitos, ele será inválido, po-
rém ainda existirá.

A eficácia trata dos efeitos que o negócio jurídico produz. Ele


deve existir para produzir efeitos, podendo ele ser válido ou in-
válido, porém, se feito de má-fé, por exemplo, poderá ser
anulado.

O negócio jurídico inexistente é uma concepção teórica positi-


vada em alguns códigos como o francês e o português, não in-
cluída no Código Civil brasileiro. Porém em nosso código tem a
utilidade de distinção, com rigor lógico, do ato nulo e anulável.
O ato inexistente não produz efeitos jurídicos, pois vai contra o
que os requisitos previstos em lei determinam, como por exem-
plo, ir contra a vontade das partes. Além disso, a invalidade é
posterior à existência, pois só é válido ou inválido o que existe.

Conclusão
Às vezes, a aparência material do ato apresenta evidências que
enganam, justificando-se a propositura de ação para discutir e
declarar sua inexistência. Para efeitos práticos, tal declaração
terá as mesmas consequências da declaração de nulidade.

Em suma pode ser considerada a nulidade absoluta a mais apro-


ximada do negocio jurídico inexistente, pois no final as duas não
produzem efeitos no mundo jurídica sendo a diferença explicita
que o negocio jurídico inexistente não chega a nem a existir,
pois para o direito civil ele é considerado o nada, já o nulo abso-
luto existe porem não produz efeitos no mundo jurídico.

Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/artigos/negocio-juridico-inexistente/461106029

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