Você está na página 1de 2

Notas de aula – A ideia de justiça em Santo Agostinho

- Santo Agostinho é o maior representante da patrística (sec. II – VII)

- Influência do maniqueísmo – doutrina que atribuía realidade substancial tanto


ao bem como ao mal.

- Influência do neo-platonismo de Plotino – espiritualidade de Deus e a


negatividade do mal.

- Principais obras: a Cidade de deus, da vida beata, da ordem, Da alma,


Confissões, Sobre a imortalidade da alma, do livre arbítrio, da natureza do
bem, Da trindade, Da mentira, Da natureza do bem, Da mentira entre várias
outras.

- Justiça, conhecimento e capacidade - Não são todos que têm a capacidade


de conhecer e realizar o justo. Aquele que conhece deve governar, direcionar a
vida de quem é incapaz de se determinar.

- Autoritarismo, bem e justiça – relação entre pai e filho

- Critica a igualdade. A doutrina Agostiniana parte do pressuposto de que os


homens são diferentes, de que um é capaz de conhecer e outros não, de que
há sábios e ignorantes,. E portanto o sábio deve direcionar a vida do ignorante.
- Cidade de Deus e Cidade dos homens – A cidade de Deus deve guiar a
cidade dos homens.

- Cisão entre poder religioso e poder politico.

“Nesse sentido é que se pode identificar em seu pensamento uma forte tendência à
aceitação de uma espiritualização do poder temporal. Essa corresponde à intervenção
dos chefes espirituais sobre os destinos do povo, exatamente para conduzi-los em
direção à pax aeterna. Com isso não se quer dizer senão que o poder político deve
estar subordinado ao poder divino, ou seja, deve estar de acordo com o poder divino,
interpretado pelos seus legítimos representantes. Tendo a política humana esse
compromisso com o divino, o Estado passa a ser, portanto, o meio para a realização da
lei eterna (..) Tem-se, pois, que a politica humana deve refletir o anseio de perseguir a
junção eterna das almas com Deus, daí o compromisso teocrático do Estado na teoria
agostiniana” (BITTAR, Eduardo; ALMEIDA Guilherme Assis de. Curso de filosofia do
direito. São Paulo: Atlas, 2002, p. 190).

- Liberdade e Livro Arbítrio. A origem do mal.

“Duas condições são (..) exigidas para fazer o bem: um dom de Deus, que é a graça, e
o livre arbítrio. Sem o livre arbítrio, não haveria problemas; sem graça, o livre arbítrio
não iria querer o bem ou, se quisesse, não poderia realiza-lo. A graça portanto, não
tem efeito de suprimir a vontade, mas sim torna-la boa, pois se havia transformando em
má. Esse poder de usar bem o livre arbítrio é precisamente a liberdade. A possibilidade
de fazer o mal é inseparável do livre arbítrio, mas o poder de não faze-lo é a marca da
liberdade – e encontrar-se confirmado na graça a ponto de não poder mais fazer o mal
é o grau supremo a liberdade. Assim, o homem que está mais completamente
dominado pela graça de cristo é também o mais livre: liberatas vera est christo servire”.
(GILSON, Étienne. A filosofia da idade média. São Paulo: Martins Fontes,1998, p. 155)

Você também pode gostar