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Para Hobbes a guerra não é o problema, pois traz alguns benefícios, mas a guerra civil não gera
nenhum benefício, somente perdas, uma situação de anarquia. Ele pensa como o estado deve
estar construído, para um funcionamento adequado e como garantir a legitimidade do estado.
A igreja representa a legitimação do poder, havia uma subordinação do rei a essa legitimação
divina, Hobbes corta essa relação, a legitimação vem de baixo, independente da religião, uma
relação de compromisso entre o estado e a sociedade, possuindo regras e não pode ser
rompida, o pior crime é a guerra civil.
Atacar antes de ser atacado por medo ou desconfiança no estado de natureza é algo aplicado
nos dias de hoje por Putin ao atacar a Ucrania. Os movimentos extremistas também se
baseiam nessa lógica do medo e ameaça, onde a um inimigo ameaça seu estilo de vida (ex:
movimento bolsonarista). Esses inimigos são criados com o intuito de gerar medo.
Como ser racional, de acordo com Hobbes, é procurar uma saída dessa situação conflitante,
criando regras/estado, organizando um estado, uma solução coletiva, saindo de um estado de
caos, abdicando do seu direito de fazer o que quiser, gerando um pacto, um contrato social.
Pacto entre os indivíduos, não entre o estado. O poder soberano não está comprometido com
o pacto, não está subordinado ao pacto, pois é criado pelo pacto, o que da origem ao
soberano, estando acima das leis, que controla o estado.
O estado, na visão de Hobbes é um homem artificial, uma força que vai agregar todos os
poderes soberanos de cada um
Ao fundar um contrato social, criamos um soberano que nos tira de um estado de natureza
conflitante, os indivíduos cedem ao soberano o poder de decidir as regras, o que é justo ou
injusto, o que pode e não pode, o poder de punir. Pacto de obediência, que é fundamental
para estabelecer a legitimidade desse estado/soberano. Exercendo essa força, não por poder,
mas por legitimidade, e esse mesmo poder é resultado de um consenso na sociedade.
Mudança radical no momento de Hobbes, onde a legitimidade do soberano vinha pela força e
pelo direito divino e se você tiver força para derrubar o rei, eu posso. Dentro das ideias do
Hobbes, você não pode derrubar o rei, porque ele está no comando, não por força, mas por
legitimidade, ele possui uma função consensuada com a sociedade, e pelo contrato, você
entregou todo seu poder ao soberano, não possuindo força para tirá-lo do poder.
Ter direitos e buscar a paz não são leis do estado, o direito é aquilo que vem quando você
nasce e a paz é fruto da racionalidade
Se mantem a liberdade mesmo com o surgimento do estado, mas o individuo também está
sujeito a punição do estado quando faz algo que não é permitido, delimitando aquilo que é
certo ou errado, servindo para garantir a sua segurança, garantindo a ordem interna e evitar
ameaças externas. Até mesmo ideias contrarias e questionamentos precisam ser punidas pelo
estado para que isso não evolua para uma guerra civil
A propriedade por Hobbes não é algo que você consegue conquistar ou manter, é aquilo que o
estado te permite ter, podendo confiscar os seus bens
Jusnaturalismo: lógica em que o homem é um ser racional/ Hobbes fala que o individuo nasce
com direitos naturais, e esses direitos independem do estado. O estado serve para garantir
esses direitos naturais, diferente do soberano em Maquiavel, que a função do soberano é a
dominação, tudo que ele faz é para garantir essa dominação.
Lei determina como a coisa deve ser/acontecer e depende onde você se encontra, o direito é
aquilo que você carrega independente o lugar que esteja
Hobbes fala que o estado pode ser exercido não só por um rei absolutista, mas também por
um grupo de pessoas ou até uma democracia (que no caso ele acha que não irá funcionar)
Para viver de forma plena, você precisa do estado garantindo a sua segurança. Nem sempre o
soberano estará correto e nada poderá ser feito, pois renunciou aos seus poderes a favor do
estado. Porém, o soberano/estado não pode governar para si com egoísmo, precisa entender
os interesses dos indivíduos.
Hobbes considera ilegítimo fazer a troca de soberanos, pois no primeiro soberano você já
depositou todos os seus poderes, não possuindo força alguma para transferir/eleger um novo
soberano/estado sendo considerado até mesmo um vilão. O pacto é voluntário, e qualquer
resistência a decisão do soberano é algo injusto. Só é possível ocorrer uma resistência quando
o estado condena a morte.
Se um estado conquista outro estado, o pacto/contrato passa a valer para o novo soberano,
continuando a perpetuar o pacto pré-estabelecido. Quem detém o poder é o soberano,
transferindo autoridade/poder a outras pessoas, autorizando as pessoas executarem esse
poder (burocracia estatal) e executar a vontade do soberano. Eles não têm soberania, mas sim
autoridade.