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IFSP Piracicaba (Sociologia)

Estado e Direito

Professor: Bruno
Lacerra
Thomas Hobbes: O Medo e a Esperança
Thomas Hobbes: O Medo e a Esperança

WestPort,
Malmesbury -
Inglaterra

- Filósofo, matemático,
teórico, político e
preceptor de famílias
de nobres.
- Filósofo do Absolutismo

- Jusnaturalismo (normas e regras da


consciência humana)

- Forneceu argumentos importantes


para a unidade do Estado, reforço do
poder e manutenção da sociedade civil

- Filosofia Política necessária devido à


possibilidade iminentes crises

Thomas Hobbes (sem data) de


John Michael.
A necessidade do Estado soberano

Imaginem vivermos na seguinte situação: temos o direito a


tudo, “[...] a liberdade que cada homem possui de usar seu
próprio poder, da maneira que quiser, para a preservação
de sua própria natureza, ou seja, de sua vida; e,
consequentemente, de fazer tudo aquilo que seu próprio
julgamento e razão lhe indiquem como meios adequados a
esse fim.”

Quais as consequências da vida


com essas características?
Viveríamos sem segurança, nem paz. A situação seria de
grande confusão, que gera insegurança, angústia e medo.
Os interesses egoístas predominariam e cada um se
tornaria um lobo para o outro. As disputas provocariam
guerras de todos contra todos que prejudicariam a
indústria, agricultura etc.

ESTADO DE NATUREZA
Estado de Natureza e Estado de Guerra

Para Hobbes no Estado de Natureza a guerra de todos contra


todos é que vigora. Ela é consequência óbvia da disputa infindável
entre os seres humanos. É um Estado de matança permanente.
Nas palavras de Hobbes, “o homem é lobo do próprio homem”.

Qual a solução encontrada


para essa situação?
Estado de Natureza e Estado de Guerra

Os homens são iguais por natureza quanto a sua capacidade de obter o que desejam. O
conflito surge quando dois desejam algo que só um pode desfrutar.

No Estado de natureza não há presença do Estado ou de leis que regulem as ações


humanas e determinem o justo e o injusto. Há então um estado de guerra no qual todos
têm direito a tudo com o intuito de preservar a própria vida.

Para garantir a vida, é razoável que se ataque o outro antecipadamente.

A sociedade civil surge devido ao


medo que os homens tem uns dos
outros neste estado de natureza, a
sociedade é o meio pelo qual são
garantidos os interesses
particulares, na qual a segurança é
instituída.

Guernica – Pablo Picasso 1937


Solução para o Estado de Natureza

A partir da ideia de Estado de guerra de todos contra todos, nasce a teoria de que
o homem deve renunciar ao seu estado natural e se submeter a um acordo comum
civil, sob a proteção do Estado (poder soberano)

O CONTRATO SOCIAL

Segundo Hobbes, a criação do contrato social é uma solução artificial


para a sociedade política, para a situação de guerra em que viciamos
no Estado de Natureza. Para criá-lo o indivíduo teve que transferir
seu poder de governar a si próprio para um terceiro – o Estado –
para que esse governasse a todos, impondo ordem, segurança e
direção à conturbada vida social.
O caráter artificial do
contrato social

Hobbes defende, que o homem


não é sociável por natureza. É
exatamente por isso que o ser
humano precisa estabelecer algo
artificial (não natural), a saber, o
contrato social. O medo e o
desejo de paz levam os indivíduos
a fundar um estado social e a
autoridade política, abdicando de
seus direitos em favor do
soberano.
O ESTADO

 O Leviatã é o monstro legendário que ilustra a figura artificial do


Estado, criada para substituir o estado de natureza

Para Hobbes, o
poder era a base
da política e
deveria estra nas
mãos do monarca
A soberania do Estado

Qual a característica
do poder legítimo
resultante do
acordo? Que tipo de
soberania o pacto
garante?

Para Hobbes o poder do soberano deve ser absoluto, isto é,


ilimitado. A transmissão do poder dos indivíduos – pelo pacto
social – deve ser total, caso contrário, corre-se o risco de cair
no Estado de Guerra (Estado de natureza) novamente.
Ao soberano cabe

Julgar sobre o bem e o


mal, o justo e o injusto
(justiça)

Ninguém pode
discordar dele, pois
tudo o que o soberano
faz é resultado da
autoridade concedida
a ele pelos súditos

Se não há limites para a ação do governante, não é sequer possível ao súdito julgar
se o soberano é justo ou injusto, tirano ou não, pois é contraditório dizer que o
governante abusa do poder: não há abuso quando o poder é ILIMITADO
A LEI E O SOBERANO

 Paz = obediência pacífica dos civis

 Soberano submetido apenas às leis


naturais (preservação da vida)

 Moeda de troca: VIDA

 Pacto de União é irrevogável

 Soberano é a lei magna, sua palavra é


incontestável

 Lex (direito) e Jus (justiça) se diferem

 Objetivo final:
MANUTENÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL
CONCLUSÕES E PERCEPÇÕES

Hobbes não defende somente o absolutismo real. Na verdade, o


Estado, segundo ele, pode ser governado por uma pessoa ou por um
grupo de pessoas.

O absolutismo que ele defende é do Estado: uma vez instituído não


pode mais ser contestado. Absolutismo secular.

O poder do Estado é exercido pela força, pois só a iminência do


castigo pode amenizar os indivíduos. Por isso Hobbes afirma: “Os
pactos sem a espada não mais do que palavras”
CONCLUSÕES E PERCEPÇÕES

“ Thomas Hobbes é o grande teórico, o mais lúcido e o mais


consequente, o mais radical, sutil e temerário, da unidade do
poder estatal.”

(Norberto Bobbio)
Capa da primeira
edição do Leviatã
(1651) de Thomas
Hobbes. Ilustração
de Abrahan Bosse.

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