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01.

O filósofo inglês Thomas Hobbes elaborou sua filosofia política com a intenção de
mostrar como a constituição do Estado pelos indivíduos estabeleceria a paz e cessaria
o que ele chamou de o “estado de guerra de todos contra todos”. Ele afirmou que: “A
única maneira de instituir um tal poder comum, capaz de os defender das invasões dos
estrangeiros e dos danos uns dos outros, garantindo-lhes uma segurança suficiente para
que, mediante o seu próprio labor e graças aos frutos da terra, possam alimentar-se e
viver satisfeitos, é conferir toda sua força e poder a um homem, ou a uma assembleia de
homens, que possa reduzir todas as suas vontades por pluralidade de votos, a uma só
vontade.”
(HOBBES, T. Leviat㸠XVII, apud FIGUEIREDO, V. B. (org.)
Seis filósofos na sala de aula, v. 2. São Paulo:
Berlendis & Vertecchia, 2007, p. 57).

Sobre a filosofia política de Hobbes, assinale o que for correto.

01) A noção de “estado de guerra de todos contra todos” proposta por Hobbes concorda
com a definição de Aristóteles de que o homem é um “animal político”.
02) O Estado concebido por Hobbes é representativo, isto é, cada cidadão se
reconhece como autor dos atos que o governante pratica em nome de todos os
governados.
04) O soberano não pode estar sujeito às leis civis, pois, se estivesse, seria necessário
um juiz, acima do soberano, que pudesse julgá-lo.
08) As vontades de todos os cidadãos devem ser reduzidas à vontade única do
soberano. Hobbes não admite a divisão entre os poderes executivo, legislativo e
judiciário, como ocorre nos Estados democráticos modernos.
16) Para Hobbes, a justiça consiste no cumprimento do pacto estabelecido pela
comunidade, e não há nada que seja naturalmente justo ou injusto.

02. Em uma situação hipotética da saída dos homens do estado de natureza, o pacto social,
firmado por um grupo de indivíduos, implica a renúncia ao direito individual absoluto, o
qual será transferido para um soberano encarregado de promover a paz, e que merecerá
desse grupo a obediência total – salvo na situação em que esse soberano se tornar
impotente para a manutenção da paz e da prosperidade.

Essas afirmações estão contidas no pensamento político de um filósofo contratualista


moderno. Assinale a alternativa que nomeia o filósofo em questão.

a) Jean-Jacques Rousseau
b) Jean Bodin
c) John Locke
d) Thomas Hobbes

03. Texto I
Até aqui expus a natureza do homem (cujo orgulho e outras paixões o obrigaram a
submeter-se ao governo), juntamente com o grande poder do seu governante, o qual
comparei com o Leviatã, tirando essa comparação dos dois últimos versículos do capítulo
41 de Jó, onde Deus, após ter estabelecido o grande poder do Leviatã, lhe chamou Rei
dos Soberbos. Não há nada na Terra, disse ele, que se lhe possa comparar.
HOBBES, T. O Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
Texto II
Eu asseguro, tranquilamente, que o governo civil é a solução adequada para as
inconveniências do estado de natureza, que devem certamente ser grandes quando os
homens podem ser juízes em causa própria, pois é fácil imaginar que um homem tão
injusto a ponto de lesar o irmão dificilmente será justo para condenar a si mesmo pela
mesma ofensa.
LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. Petrópolis: Vozes, 1994.

Thomas Hobbes e John Locke, importantes teóricos contratualistas, discutiram aspectos


ligados à natureza humana e ao Estado. Thomas Hobbes, diferentemente de John Locke,
entende o estado de natureza como um(a)
a) condição de guerra de todos contra todos, miséria universal, insegurança e medo da
morte violenta.
b) organização pré-social e pré-política em que o homem nasce com os direitos naturais:
vida, liberdade, igualdade e propriedade.
c) capricho típico da menoridade, que deve ser eliminado pela exigência moral, para que
o homem possa constituir o Estado civil.
d) situação em que os homens nascem como detentores de livre-arbítrio, mas são feridos
em sua livre decisão pelo pecado original.
e) estado de felicidade, saúde e liberdade que é destruído pela civilização, que perturba
as relações sociais e violenta a humanidade.

04. Para Thomas Hobbes, os seres humanos são livres em seu estado natural, competindo
e lutando entre si, por terem relativamente a mesma força. Nesse estado, o conflito se
perpetua através de gerações, criando um ambiente de tensão e medo permanente. Para
esse filósofo, a criação de uma sociedade submetida à Lei, na qual os seres humanos
vivam em paz e deixem de guerrear entre si, pressupõe que todos renunciem à sua
liberdade original. Nessa sociedade, a liberdade individual é delegada a um só dos
homens que detém o poder inquestionável, o soberano.
Fonte: MALMESBURY, Thomas Hobbes de. Leviatã ou matéria, forma e poder de um
estado eclesiástico e civil. Trad. João Paulo Monteiro; Maria Beatriz Nizza da
Silva. São Paulo: Editora NOVA Cultural, 1997.

A teoria política de Thomas Hobbes teve papel fundamental na construção dos sistemas
políticos contemporâneos que consolidou a (o)
a) Monarquia Paritária.
b) Despotismo Soberano.
c) Monarquia Republicana.
d) Monarquia Absolutista.
e) Despotismo Esclarecido.

05. Sem leis e sem Estado, você poderia fazer o que quisesse. Os outros também poderiam
fazer com você o que quisessem. Esse é o “estado de natureza” descrito por Thomas
Hobbes, que, vivendo durante as guerras civis britânicas (1640-60), aprendeu em
primeira mão como esse cenário poderia ser assustador. Sem uma autoridade soberana
não pode haver nenhuma segurança, nenhuma paz.
Fonte: LAW, Stephen. Guia Ilustrado Zahar: Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

Considere as afirmações:

I. A argumentação hobbesiana em favor de uma autoridade soberana, instituída por


um pacto, representa inequivocamente a defesa de um regime político monarquista.
II. Dois dos grandes teóricos sobre o estado de natureza”, Hobbes e Rousseau,
partilham a convicção de que o afeto predominante nesse “estado” é o medo.
III. Um traço comum da filosofia política moderna é a idealização de um pacto que
estabeleceria a passagem do estado de natureza para o estado de sociedade.

Está(ão) correta(s)
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas III.
d) apenas I e II.
e) apenas II e III.
06. Thomas Hobbes afirma que “Lei Civil”, para todo súdito, é

a) “construída por aquelas regras que o Estado lhe impõe, oralmente ou por escrito, ou
por outro sinal suficiente de sua vontade, para usar como critério de distinção entre o
bem e o mal”.
b) “a lei que o deixa livre para caminhar para qualquer direção, pois há um conjunto de
leis naturais que estabelece os limites para uma vida em sociedade”.
c) “reguladora e protetora dos direitos humanos, e faz intervenção na ordem social para
legitimar as relações externas da vida do homem em sociedade”.
d) “calcada na arbitrariedade individual, em que as pessoas buscam entrar num Estado
Civil, em consonância com o direito natural, no qual ele – o súdito – tem direito sobre
a sua vida, a sua liberdade e os seus bens”.

07. No Leviatã, o filósofo Thomas Hobbes (1588-1679) afirma: “Este poder soberano pode
ser adquirido de duas maneiras. Uma delas é a força natural, como quando um homem
obriga os seus filhos a submeterem-se e a submeterem os seus próprios filhos à sua
autoridade, na medida em que é capaz de os destruir em caso de recusa. Ou como
quando um homem sujeita através da guerra os seus inimigos à sua vontade,
concedendo-lhes a vida com essa condição. A outra é quando os homens concordam
entre si em se submeterem a um homem, ou a uma assembleia de homens,
voluntariamente, confiando que serão protegidos por ele contra os outros. Esta última
pode ser chamada uma república política, ou por instituição. À primeira pode chamar-se
uma república por aquisição”
(HOBBES, T. Leviatã, cap. XVII. In: MARÇAL, J. (org.). Antologia de Textos
Filosóficos. Curitiba: SEED-PR, 2009, p. 366). A partir do trecho citado,
assinale a(s) alternativa(s) correta(s).

01) República por aquisição é o poder soberano adquirido pela força natural, como o
poder de destruir em caso de desobediência.
02) República política é consequência dos acordos e pactos firmados entre os homens
voluntariamente.
04) Os vencedores de uma guerra criam uma república por instituição.
08) Os homens livres, ao pactuarem em assembleia, adquirem uma república.
16) Instituir e adquirir são formas dos processos políticos originários das repúblicas.

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