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FILOSOFIA TEORIAS

2° ANO CONTRATUALISTAS:
HOBBES E O PODER
PROFESSORA: ABSOLUTO DO
CLARA SOARES ESTADO
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AAS [1] Soberania: O Estado
soberano é o que tem a
O fortalecimento do Estado moderno levou posse de um território no
ao absolutismo real. Desde o século XVI as qual o comando sobre seus
monarquias se fortaleceram na Inglaterra, na habitantes se faz pela
centralização do poder.
Espanha e no século XVII na França. Nesse caso, a força torna-se
um poder legítimo e de
O poder absoluto foi sustentado pela teoria do direito divino direito.
dos reis, defendia na França pelo bispo e teólogo Jacques-
Bénigne Bousset e na Inglaterra por Robert Filmer. No
entanto, com a secularização do pensamento político, os
filósofos procuravam o fundamento racional do poder
soberano[1], para legitimá-lo sem recorrer à intervenção
Daí a temática recorrente do contrato
divina ou a qualquer fundamentação religiosa.
social dos filósofos Thomas Hobbes, John
Locke e Jean-Jacques Rousseau.
Os filósofos contratualistas
partiam da hipótese do estado Segundo os contratualistas, a
legitimidade do poder não se funda
de natureza, em que o mais no divino, mas na
indivíduo viveria como dono representatividade e no consenso.
exclusivo de si e dos seus
poderes. Esses pensadores O que buscavam era a origem do Estado.
queriam compreender o que Não se trata de uma abordagem histórica,
teria justificado abandonar de modo que seria ingenuidade concluir
um fictício estado de natureza que a “origem” do Estado referia-se ao seu
para constituir o Estado “começo”. O termo deve ser entendido no
sentido lógico, e não cronológico, como
político, mediante contrato,
princípio do Estado, ou seja, como sua
bem como discutir que tipo de “razão de ser”. O ponto crucial não é a
soberania deveria resultar história, mas a legitimidade da ordem
desse pacto. social e política, a base legal do Estado.
HOBBES E O PODER
ABSOLUTO DO ESTADO
Thomas Hobbes (1588-1679),
inglês de família pobre,
conviveu com a nobreza, de
quem recebeu apoio e
condições para estudar.

Sua principal obra para o


pensamento político foi o livro
“Leviatã”. Essa figura bíblica
de um monstro cruel e
invencível representa o poder
do Estado absoluto.
A TEORIA HOBBESIANA
Vejamos agora como Hobbes entende o estado de
natureza, que tipo de pacto preconiza e que soberania
reivindica.

Para Hobbes, no estado de natureza, o ser humano


tem direito a tudo:

“O direito de natureza, a que os autores


geralmente chamam jus naturale, é a liberdade
que cada homem possui de usar seu próprio poder,
da maneira que quiser, para a preservação de sua
própria natureza, ou seja, de sua vida; e,
consequentemente, de fazer tudo aquilo que seu
próprio julgamento e razão lhe indiquem como
meios adequados a esse fim” (HOBBES, T.
1974,p.82).
Ora, enquanto perdura esse estado de
coisas, não é possível segurança nem paz
alguma.

A situação dos indivíduos deixados a si


próprios é de anarquia, que geral
insegurança, angústia e medo. Os interesses
egoístas predominam e cada um torna-se
um lobo para o outro (Exemplo: Na série The
Last of Us ou qualquer outra sobre zumbis
etc).

As disputas provocam a guerra de todas


contra todos, com graves prejuízos para a
indústria, o desenvolvimento da ciência e o
conforto dos indivíduos.
O CONTRATO SOCIAL
Para Hobbes, o indivíduo reconhece a
necessidade de: A nova ordem é, portanto, celebrada mediante
“renunciar a seu direito a todas as um contrato, um pacto, pelo qual todos
coisas, contentando-se, em relação aos abdicam de sua vontade em favor de “um
outros homens, com a mesma homem ou de uma assembleia de homens,
liberdade que aos outros homens como representantes de suas pessoas”.
permite em relação a si mesmo”
(HOBBES, 1974, p.83).

A renúncia à liberdade só tem sentido Desse modo, por não ser sociável por natureza,
com a transferência do poder a o ser humano o será por artifício: o medo e o
determinada pessoa ou pessoas. A desejo de paz levam os indivíduos a fundar um
transferência mútua de direitos, estado social e a autoridade política,
voluntariamente, é o que se chama abdicando de seus direitos em favor do
contrato. soberano.
A SOBERANIA
A transmissão do poder dos
Para Hobbes, o poder do
indivíduos ao soberano deve ser
soberano deve ser absoluto,
total, caso contrário, por pouco
isto é, ilimitado.
que seja conservada a liberdade
natural, instaura-se de novo a
guerra.
Cabe ao soberano julgar sobre o bem
e o mal, o justo e o injusto; e
ninguém pode discordar dele, pois E, se não há limites para a ação do
tudo o que o soberano faz é governante, não é sequer possível ao
resultado do investimento da
súdito julgar se o soberano é justo ou
autoridade consentida pelo súdito.
injusto, tirano ou não, pois é contraditório
dizer que o governante abusa do poder:
não há poder quando o poder é ilimitado.
Vale aqui desfazer o mal- O importante é que, uma vez
entendido comum pelo qual instituído, o Estado não seja
Hobbes é identificado como contestado: ser absoluto
defensor do absolutismo real. significa estar “absolvido” de
Na verdade, para ele, o Estado qualquer constrangimento.
pode ser monárquico, quando Portanto, o indivíduo abdica da
constituído por apenas um liberdade ao dar plenos
governante, como pode ser
poderes ao Estado a fim de
formado por alguns ou muitos,
proteger sua própria vida e a
por exemplo, uma assembleia.
propriedade individual.
O poder do Estado é Quando, afinal, o próprio
exercido pela força, pois Hobbes pergunta se não
só a iminência do castigo é muito miserável a
pode atemorizar os condição de súdito
indivíduos. “Os pactos diante de tantas
sem a espada não são
restrições, conclui que
mais que palavras”, diz
nada se compara à
Hobbes.
condição desregrada de
indivíduos sem senhor ou
às misérias da guerra
Investido de poder, o civil.
soberano poder
prescrever leis, escolher
conselheiros, julgar,
fazer a guerra e a paz,
recompensar e punir.
(ENEM MEC/2020/Aplicação Digital)
O fim último, causa final e desígnio dos homens, ao introduzir uma restrição sobre si
mesmos sob a qual os vemos viver nos Estados, é o cuidado com sua própria
conservação e com uma vida mais satisfeita; quer dizer, o desejo de sair da mísera
condição de guerra que é a consequência necessária das paixões naturais dos homens,
como o orgulho, a vingança e coisas semelhantes. É necessário um poder visível capaz
de mantê-los em respeito, forçando-os, por medo do castigo, ao cumprimento de seus
pactos e ao respeito às leis, que são contrárias a nossas paixões naturais.
HOBBES, T. M. Leviatã. São Paulo: Nova Cultural, 1999 (adaptado).
Para o autor, o surgimento do estado civil estabelece as condições para o ser humano
A)aderir à organização política, almejando o estabelecimento do despotismo.
B) obter a situação de paz, com a garantia legal do seu bem-estar.
C)assegurar o exercício do poder, com o resgate da sua autonomia.
D)internalizar os princípios morais, objetivando a satisfação da vontade individual.
E)aprofundar sua religiosidade, contribuindo para o fortalecimento da Igreja.
(ENEM MEC/2013/2ª Aplicação)
Hobbes realiza o esforço supremo de atribuir ao contrato uma soberania absoluta e
indivisível. Ensina que, por um único e mesmo ato, os homens naturais constituem-se
em sociedade política e submetem-se a um senhor, a um soberano. Não firmam
contrato com esse senhor, mas entre si. É entre si que renunciam, em proveito desse
senhor, a todo o direito e toda liberdade nocivos à paz.
CHEVALLIER, J. J. As grandes obras políticas de Maquiavel a nossos dias. Rio de Janeiro:
Agir, 1995 (adaptado).
A proposta de organização da sociedade apresentada no texto encontra-se
fundamentada na
A)imposição das leis e na respeitabilidade ao soberano.
B)abdicação dos interesses individuais e na legitimidade do governo.
C)mobilização do povo e na autoridade do parlamento.
D)alteração dos direitos civis e na representatividade do monarca.
E)cooperação dos súditos e na legalidade do poder democrático.
(ENEM MEC/2015)
A natureza fez os homens tão iguais, quanto às faculdades do corpo e do espírito, que,
embora por vezes se encontre um homem manifestamente mais forte de corpo, ou de
espírito mais vivo do que outro, mesmo assim, quando se considera tudo isto em
conjunto, a diferença entre um e outro homem não é suficiente considerável para que
um deles possa com base nela reclamar algum benefício a que outro não possa
igualmente aspirar.
HOBBES, T. Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
Para Hobbes, antes da constituição da sociedade civil, quando dois homens desejavam
o mesmo objeto, eles
A)consultavam os anciãos.
B)recorriam aos clérigos.
C)apelavam aos governantes.
D)entravam em conflito.
E)exerciam a solidariedade.

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