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Santo Agostinho viveu no período do Feudalismo, a Idade Média tem no Feudalismo uma
estrutura social, política, económica e religiosa, onde as relações estabelecidas eram de
vassalagem, onde o rei era o senhor mais poderoso.
A sociedade feudal era bastante hierarquizada e a nobreza era detentora de grandes extensões,
além de poder arrancar os impostos pelos camponeses.
O Clero, por sua vez, era constituído pelos mebros da igreja Católica que detinha o poder
espiritual. A igreja era o representante de Deus na Terra, e influenciava o modo de pensar, as
formas de comportamento. Detinha também o poder económico porque detinha inúmeras
terras.
Neste período quem detinha mais terras, também tinha mais poder, e todos os poderes
jurídico, económico e político estavam concentrados nas mãos dos senhores feudais.
O Poder Espiritual (de Deus) se sobrepunha ao Poder Temporal (dos homens), sendo o Papa
considerado o rei dos reis, detentor do poder espiritual na Terra.
Santo Agostinho, foi fortemente influenciado pelo pensamento de Platão. No seu pensamento
ele apresenta o modelo de duas cidades, a cidade de Deus e a Terrena.
A cidade de Deus, iria reunir os eleitos, aqueles que vivem de acordo com a lei de Deus, estes
conseguiriam alcançar a paz e a justiça, o amor perfeito e a realização pessoal.
Enquanto que a cidade Terrena era o reino do satanás, em permanente conflito, sem harmonia,
vivia-se num Estado turbulento.
Entendia ele, que as duas cidades estavam em permanente conflito, o Estado devia tentar
alcançar a cidade de Deus.
Num segundo momento ele aborda a questão da autoridade política, e entende que esta é uma
dádiva de Deus, daí que ele entenda que o dever de obediência é absoluto na relação
governados/governantes.
Não compete aos homens discutir se os governantes são bons ou maus, ou se as formas de
governo são justas ou injustas. Entendia ele que a paz era um bem supremo na cidade,
contudo este facto não impede uma guerra justa, isto é, se a cidade de Deus fosse atacada, eles
tinham o direito de se defender.
No 3º momento ele debruça-se sobre a relação entre a Igreja e o Estado, as relações entre o
poder eclesiástico e o poder civil são concebidos de forma separada e independente; ele
considerava perigoso a ingerência do poder civil sobre o poder eclesiástico, e vice versa.
Neste pensamento de Santo Agostinho, não se vislumbra a supremacia papal.
São Tomás de Aquino era filho de nobres, o pai pertenceu a corte de Frederico II, padre
dominicano, estudou na Universidade de Nápoles e depois em Paris, onde se doutorou aos 35
anos.
São Tomás de Aquino, fez a síntese entre o cristianismo e o pensamento aristotélico. Foi um
autor jusnaturalista, que defendia a existência de uma ordem única na natureza, criada pela
providência divina, especialmente no homem e sua provisão.
a) Lei Dívina – estas são as normas reveladas directamente pela divindade pelas
escrituras , e estas normas são superiores à todas as outras, mas não são suficientes para reger
a vida da cidade.[2]
b) Lei Natural – é a participação da lei eterna na criatura, o mesmo que dizer que são
normas ditadas pela razão divina enquanto cognoscíveis pela razão humana, isto é, era preciso
procurar fazer o bem, e evitar fazer o mal(concepção tomista – o bem deve ser feito e o mal
evitado).
c) Lei eterna – é a lei promulgada por Deus, e que tudo ordena, em tudo está, tudo rege. A
Lei Eterna é uma directriz para tudo, é uma ordem imperativa, é regente do todo, a partir da
razão divina que a tudo inspira. Isto é, é a lei geral criada para todos os seres do universo.
d) Lei Humana – é o complemento ou particularização da lei natural, “toda a lei criada pelo
homem, só teria natureza de lei, se estiver em consonância com a lei natural, só seria justa, só
seria justa se não contrariasse a natureza”.
São Tomás avança que o homem só encontra a sua realização na cidade. Defende que o
Estado é o bem comum. Só o Estado é a sociedade perfeita, não no sentido de uma perfeição
absoluta igual a de Deus, mas mas no sentido em que se basta a si própria, que possui todas as
virtudes para satisfazer as necessidades do homem. O bem comum, o bem da comunidade, é
pois o objetivo do Estado, e pressupõe que cada um dos homens possa, não apenas viver, mas
viver bem.
São Tomás de Aquino avança com a doutrina da origem popular do poder, e defende que o
poder tem uma origem divina, e que só através do povo é que o poder pode ser transferido
para os governantes.
Aceita a classificação de Aristóteles das formas de governo, e apresenta a tirania como a pior
destas formas, e defende que a melhor forma era a monarquia, e avança um governo misto,
concebido por Aristóteles e construído por Políbio e Cícero, em que se conjuga a monarquia
com a aristocracia e o poder popular.