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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

O Pensamento Político da Idade Média

Carlitos Alberto Diança, Código:708221822

Nampula, Outubro, 2022


Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

O Pensamento Político da Idade Média

Carlitos Alberto Diança, Código:708221822

Trabalho 1 de carácter avaliativo a ser


apresentado na Disciplina de História das
Instituições Políticas I, turma K, curso de
Licenciatura em Ensino de História,
regime Híbrido, 1º ano, 2º semestre,
leccionada pelo docente:

Tutor: Mestre, Luis D. Alberto

Nampula, Outubro, 2022


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Índice

I. Introdução............................................................................................................................... 4

1.1. Objectivo geral do trabalho: ........................................................................................ 4

1.2. Objectivos específicos do trabalho: ............................................................................. 4

1.3. Metodologia: ................................................................................................................ 4

II. PENSAMENTO POLÍTICO DA IDADE MÉDIA .............................................................. 5

2.1. Santo Agostinho (354-430 d.C) ....................................................................................... 5

2.1.1. Pensamento Político de Santo Agostinho.................................................................. 5

2.2. São Tomás de Aquino (1225-1275) ................................................................................. 7

2.2.1. Pensamento Político de São Tomás de Aquino ......................................................... 7

III. Conclusão ............................................................................................................................ 9

IV. Referências bibliográficas ................................................................................................. 10


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I. Introdução

A derrocada da sociedade antiga representada pela desintegração do Imperio Romano escravista


no seculo V e a ascensão do cristianismo podem ser apontadas como os acontecimentos mais
significativos que se processaram na historia da Europa Ocidental. A organização social era
estratificada em segmentos representativos com rigidez relativa: elite clerical (o alto e baixo
clero), os guerreiros (nobreza feudal, cavaleiros) e os trabalhadores (camponeses livres, servos,
escravos e outros). Nesta vertente este trabalho tem como tema: O Pensamento Político da
Idade Média.

É de referir que o trabalho goza da seguinte estrutura:

I. Introdução;
II. Desenvolvimento do trabalho;
III. Conclusão;
IV. Referências Bibliográficas.

1.1. Objectivo geral do trabalho:

 Analisar o pensamento político da idade média tendo a concepção de Santo Agostinho


e Tomás de Aquino.

1.2. Objectivos específicos do trabalho:

 Descrever o Santo Agostinho;


 Discutir acerca do pensamento político da idade média baseando aos pensamentos de
Santo Agostinho;
 Descrever Tomás de Aquino;
 Discutir acerca do pensamento político da idade média baseando aos pensamentos de
Tomás de Aquino.

1.3. Metodologia:

Para a realização do presente trabalho de pesquisa, usou – se a técnica de consulta bibliográfica


em que as obras consultadas serão apresentadas no final deste trabalho.
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II. PENSAMENTO POLÍTICO DA IDADE MÉDIA

2.1. Santo Agostinho (354-430 d.C)

A queda do Império Romano no Ocidente em 476, vai originar o surgimento e a expansão do


Cristianismo, é neste período de profunda alterações no domínio das ideologias e das doutrinas
políticas, que aparece o Santo Agostinho, considerado o primeiro grande filósofo cristão e que
chegou a ser Bispo de Hipona.

Santo Agostinho viveu no período do Feudalismo, a Idade Média tem no Feudalismo uma
estrutura social, política, económica e religiosa, onde as relações estabelecidas eram de
vassalagem, onde o rei era o senhor mais poderoso. A sociedade feudal era bastante
hierarquizada e a nobreza era detentora de grandes extensões, além de poder arrancar os
impostos pelos camponeses.

O Clero, por sua vez, era constituído pelos mebros da igreja Católica que detinha o poder
espiritual. A igreja era o representante de Deus na Terra, e influenciava o modo de pensar, as
formas de comportamento. Detinha também o poder económico porque detinha inúmeras terras.
Neste período quem detinha mais terras, também tinha mais poder, e todos os poderes jurídico,
económico e político estavam concentrados nas mãos dos senhores feudais.

Concluindo, o Estado Medieval caracterizou-se pela expansão do cristianismo, pela enorme


revolução agrária, pelo surgimento das universidades. Perdeu um pouco do poder politico em
favor das estruturas intraestaduais e supraestaduais (o papado – que representava a conveniente
encarnação do poder espiritual e temporal, o papa como representante de Jesus Cristo na Terra),
tais como o feudalismo (domínios dos senhores feudais, detinham porções de terra, com poderes
de natureza política, militar, judicial, fiscal, fazendo parecer as vezes estar-se e perante Estados
dentro do próprio Estado.

2.1.1. Pensamento Político de Santo Agostinho

Possivelmente, o mais destacado pensador cristão da Patrística e de toda a primeira fase da


Idade Media foi Santo Agostinho. Sua obra reproduz uma síntese admirável da cultura clássica
antiga com o legado judaico-cristão através da interpretação paulimista. Alem disso, na sua
juventude, antes de sua conversão ao Cristianismo (relatada em sua Confissões), recebeu
influencias do neoplatonismo (Plotino), do cetismo e do maniqueísmo, relevando-se ao longo
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de sua vasta produção (acima de 200 cartas, mas de 500 sarmões e 223), um profundo e
eloquente filosofo-teologo. Santo Agostinho, foi fortemente influenciado pelo pensamento de
Platão. No seu pensamento ele apresenta o modelo de duas cidades, a cidade de Deus e a
Terrena. A cidade de Deus, iria reunir os eleitos, aqueles que vivem de acordo com a lei de
Deus, estes conseguiriam alcançar a paz e a justiça, o amor perfeito e a realização pessoal.
Enquanto que a cidade Terrena era o reino do satanás, em permanente conflito, sem harmonia,
vivia-se num Estado turbulento. (WOLKMER, 2001, p. 17).

Entendia ele, que as duas cidades estavam em permanente conflito, o Estado devia tentar
alcançar a cidade de Deus. Era um pessimista antropológico. E duvidava da capacidade de
generação do homem.

Segundo WOLKMER (2001, p. 19) Seus trabalhos mais conhecidos e de forte presença em
todo o pensamento medieval foram: As Confissões e a Cidade de Deus. Em suas celebres
Confissões, Santo Agostinho narra a trajetória de sua infância, juventude, formação intelectual,
relações com a progenitora Mónica e fundamentalmente sua conversão e Auto penitencia diante
das seduções, devassidões e incertezas do mundo pagão.

Num segundo momento ele aborda a questão da autoridade política, e entende que esta é uma
dádiva de Deus, daí que ele entenda que o dever de obediência é absoluto na relação
governados/governantes. Não compete aos homens discutir se os governantes são bons ou
maus, ou se as formas de governo são justas ou injustas. Entendia ele que a paz era um bem
supremo na cidade, contudo este facto não impede uma guerra justa, isto é, se a cidade de Deus
fosse atacada, eles tinham o direito de se defender. (JORGE, 2016).

Segundo ALMEIDA (2021), no 3º momento ele debruça-se sobre a relação entre a Igreja e o
Estado, as relações entre o poder eclesiástico e o poder civil são concebidos de forma separada
e independente; ele considerava perigoso a ingerência do poder civil sobre o poder eclesiástico,
e vice-versa. Neste pensamento de Santo Agostinho, não se vislumbra a supremacia papal.

Em seu livro maior, A cidade de Deus, escrito entre 412 e 427, procura defender o cristianismo
da acusação feita pelos pagãos de ter sido responsável, ao abandonar a protecção dos Deus
antigos, pela tomada e sangue de Roma, feita por Alarico. Santo Agostinho argumenta que a
fragilidade e a desgraça do Imperio Romano frente aos godos e devia muito mais a dissolução
dos costumes e ao culto do politeísmo. (WOLKMER, 2001, p. 18).
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Concluindo, Santo Agostinho, debruçou-se sobre o problema da ordem e segurança, ordem e


justiça, o valor fundamental da paz, fez a distinção entre a paz justa e a paz injusta, tinha uma
concepção negativa do homem, uma visão repressiva do Estado, recusa o progresso histórico e
a evolução do mundo, para ele o homem era o foco de um mau comportamento.

2.2. São Tomás de Aquino (1225-1275)

Segundo JORGE (2016) São Tomás de Aquino era filho de nobres, o pai pertenceu a corte de
Frederico II, padre dominicano, estudou na Universidade de Nápoles e depois em Paris, onde
se doutorou aos 35 anos. As convicções filosóficas e políticas de São Tomás de Aquino foram
fortemente condicionadas pela sua concepção cristã, teocêntrica do mundo e da vida, bem como
pela assimilação e cristianização da filosofia aristotélica e pelos elementos da nova situação
histórica, étnica, social e política que caracterizaram a Escolástica nos séculos XII e XIII.

2.2.1. Pensamento Político de São Tomás de Aquino

Uma nova etapa da Idade Media na Europa Ocidental se descortina entre os seculos XI e XIV.
O seculo XI começa a registar uma certa crise e declínio do feudalismo, novas ordens religiosas
são criadas, a Igreja Romana passa por A Igreja Romana passa por profunda reforma, tendo
passado pelo Cisma do Oriente (a Igreja oriental) e pela disputa conhecida como a questão das
investiduras. (WOLKMER, 2001, p. 20).

São Tomás de Aquino, fez a síntese entre o cristianismo e o pensamento aristotélico. Foi um
autor jusnaturalista, que defendia a existência de uma ordem única na natureza, criada pela
providência divina, especialmente no homem e sua provisão. Os aspectos do seu pensamento
resumem-se me: Existência de leis criadas por Deus onde diz que Deus criou o mundo e o
homem de acordo com as leis do universo. (Guia do estudante, 2017)

De acordo com ALMEIDA (2021), existem as seguintes leis:

a) Lei Dívina – estas são as normas reveladas directamente pela divindade pelas escrituras
e estas normas são superiores à todas as outras, mas não são suficientes para reger a vida
da cidade;
b) Lei Natural – é a participação da lei eterna na criatura, o mesmo que dizer que são
normas ditadas pela razão divina enquanto cognoscíveis pela razão humana, isto é, era
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preciso procurar fazer o bem, e evitar fazer o mal (concepção tomista – o bem deve ser
feito e o mal evitado);
c) Lei eterna – é a lei promulgada por Deus, e que tudo ordena, em tudo está, tudo rege. A
Lei Eterna é uma directriz para tudo, é uma ordem imperativa, é regente do todo, a partir
da razão divina que a tudo inspira. Isto é, é a lei geral criada para todos os seres do
universo;
d) Lei Humana – é o complemento ou particularização da lei natural, “toda a lei criada pelo
homem, só teria natureza de lei, se estiver em consonância com a lei natural, só seria
justa, só seria justa se não contrariasse a natureza”.

Ainda que se tenha consagrado como o teólogo e filosofo, Santo Tomas de Aquino não deixou
de ser também um competente pensador politico que ao seguir e trazer para o cristianismo as
formulações aristotélicas da natureza politica do homem, discorre com profundidade sobre uma
teoria do poder, do Estado e do bem comum, uma teoria da natureza das leis, uma teoria da
resistência a injustiça e por fim, uma teoria das formas de governo. Nesse ponto, suas principais
ideis politicas aparecem com destaque na monumental Suma Teológica e no ensino inacabado
Do Reiono do Governo dos Principes ao Reide Chipre. Na verdade sua obra é numerada, as a
Suma Teológica, (Summa Theologia) expressão a sistematicidade de uma ciência filosófica e
teológica, fonte inspirada de grande parte da idade media crista e do inicio dos tempos
modernos. (WOLKMER, 2001, p. 21).
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III. Conclusão

Como se procurou descrever neste trabalho, o período medieval na Europa abarca um largo
tempo, convencionalmente fixado entre a queda do império Romano no seculo V. Portanto,
culmina-se que Santo Tomás de Aquino foi influenciada por Aristóteles e Averróis, sua filosofia
é de suma importância para a Igreja Católica até os dias atuais. Durante o Concílio de Trento,
sua obra foi colocada no altar ao lado da Bíblia, sendo considerada fundamental para o combate
e a refutação do protestantismo. Uma de suas ideias centrais é a rejeição do absoluto
antagonismo entre a razão e a fé. Para Aquino, existiriam as “verdades da fé”, atingíveis apenas
por meio da revelação cristã, às quais não poderemos chegar através da razão. Porém, nem todas
as verdades seriam alcançadas desse modo, existindo também as “verdades naturais teológicas”.
Sendo a razão obra de Deus, poderíamos alcançar essas verdades tanto pela fé como pela razão.
A fé e a razão seriam, muitas vezes, rios que desembocam num mesmo oceano.
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IV. Referências bibliográficas

ALMEIDA, R. (04 de Maio de 2021). O Pensamento Político de Santo Agostinho. Obtido em


16 de outubro de 2022, de Blog de Filosofia: https://fasbam.edu.br/2018/05/04/o-
pensamento-politico-de-santo-agostinho/

Guia do estudante. (15 de agosto de 2017). Santo Tomás de Aquino. Obtido em 16 de outubro
de 2022, de Guia do estudante: https://guiadoestudante.abril.com.br/especiais/santo-
tomas-de-aquino/

JORGE, B. (29 de fevereiro de 2016). o pensamento político da idade média. Obtido em 16 de


outubro de 2022, de Blogspot: https://iurecondendo.blogspot.com/2016/02/o-
pensamento-politico-da-idade-media.html

WOLKMER, A. C. (25 de dezembro de 2001). O pensamento politico medieval: Santo


Agostinho e Santo Tomas de Aquino. Revista Critica Jurídica numero 19. São Paulo,
Brasil: Biblioteca Jurídica Virtual del Instituto de Investigaciones Juridicas de la
UNAM. Obtido em 16 de outubro de 2022, de http://biblio.juridicas.unam.mx

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