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DEPARTAMENTO DE LETRAS
INTRODUÇÃO A FILOSOFIA
Itabaiana - SE
2019
RIVAN MENEZES GAMA
Itabaiana – SE
2019
A ideia de deus por Santo Agostinho e Tomás de Aquino:
Para agostinho nunca foi questionada a existência de Deus. O que lhe inquietava era
o que é Deus. Ele ignorava se Deus era ou não o governador de todas as coisas,
desconhecendo o caminho que leva até o Deus, ele mesmo afirmara em suas confissões:
Por isso nunca deixei de acreditar na vossa existência, a pesar de ignorar o que
éreis e desconhecer que os governos das coisas humanas vos pertencem. (...),
porém, sempre acreditei que existíeis e cuidáveis de nós, não obstante ignorar o
que de via pensar da vossa substância, ou que caminho nos levaria ou
reconduziria a Vós (AGOSTINHO, 1984).
A partir do momento que o homem conhece Deus, seja através da fé que ele prega,
ou pela razão que demonstra tal conhecimento, está em sua memória a chave para reavivar
um reencontro e assim lembrar-se dele, e conhecer o Belo de forma verdadeira
(AGOSTINHO, 1984).
Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova! Tarde demais eu te amei!
Eis que habitavas dentro de mim e eu te procuravas do lado de fora! Eu,
disforme, lançava-me sobre as belas formas das tuas criaturas. Estavas
comigo, mas eu não estava contigo. Retinham-me longe de ti as tuas
criaturas, que não existiram se em ti não existissem. Tu me chamaste, e
teu grito rompeu a minha surdez. Fulguraste e brilhaste e tua luz
afugentou a minha cegueira. Espargiste tua fragrância e, respirando-a,
suspirei por ti. Eu te saboreei, e agora tenho fome e sede de ti. Tu me
tocaste, e agora estou ardendo no desejo de tua paz (AGOSTINHO, 1984,
p.295).
No trecho descrito acima, Agostinho estava unido a Deus com todo seu ser, sem
mais questionamentos e tinha agora vida plena. Porém em sua mente ainda se passava a
lembrança de que por trinta anos buscara Deus fora de si, embora Deus estivesse dentro
dele todo este tempo. Assim, continuava a invocar deus, para ele o criador de toda a beleza:
Com isso, pelos motivos que mencionamos, constatamos em nosso íntimo, segundo
Agostinho, o que nos é superior. Desta forma, encontramos Deus. Isso posto, ao menos em
âmbito natural, não importa se a presença do Divino em nós se dê apenas pela iluminação
de regras internas, o fato é que, se provada uma vez a existência de algo superior a nossa
razão, é comprovada demonstrativamente, a existência de Deus.
Agora quanto o que pensava e afirmava, Tomás de Aquino, dizia que a existência de
Deus não parece ser tão evidente, o mesmo diz que: “como não conhecemos a essência de
Deus, esta proposição não é evidente para nós” (Suma Teológica I, q.2, a.1. RESP.).
Tomás entende que Deus é ato puro de existir, sendo simples e não composto de
nada. Primeiramente Tomás busca expressar que em Deus não existe um corpo. O próprio
Tomás (Suma Teológica I, q.3, a.1, RESP.), sobre essa questão, assim afirma que: “É
preciso dizer de modo absoluto: Deus não é um corpo”. E para completar, Tomás afirma ao
dizer da impossibilidade de em Deus existir uma composição de matéria e forma, dizendo
que: “É impossível haver em Deus alguma matéria. 1. Porque a matéria é o que está em
potência. Já se demonstrou que Deus é ato puro” (Suma Teológica I, q..3, a.2, RESP).
Tomás ainda discorre sobre a participação no ser. Para ele, Deus é o ser e não um
ente por participação. Caso Deus fosse um ente por participação ele não seria um ente por
essência. “Se [Deus] não fosse seu próprio ser, Ele seria um ente por participação, e não por
essência. Não seria então o primeiro ente, o que é um absurdo. Logo, Deus é o seu ser, e
não apenas sua essência” (TOMÁS DE AQUINO, Suma Teológica I, q.3, a.4, RESP)
Por fim, é notável que Tomás de Aquino realiza um esforço racional para solucionar
o problema da existência e da essência de Deus. O modo como Tomás responde a esse
problema é bastante coerente com todo o seu pensamento.
REFERÊNCIAS
AQUINO. Suma Teológica. Trad. Aimom- Marie Roguet et al. São Paulo: Loyola, 2001.
v. I.