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TEOLOGIA SISTEMÁTICA I
TEONTOLOGIA
INTRODUÇÃO À TEONTOLOGIA
[John A. Battle]
Existem diversas crenças a respeito da existência de Deus
Crenças que negam a existência de algum Deus (realmente e/ou
praticamente)
Ateísmo – Não existe nenhum deus, nenhum ser sobrenatural.
O universo consiste apenas de matéria e energia. Nada deve
ser adorado.
Agnosticismo – É impossível determinar a existência ou não-
existência de algum ser divino. Portanto, não somos
responsáveis de adorar qualquer suposto deus
Crenças que considerem Deus e o universo como um em essência
Panteísmo – Deus é todas as coisas, e toda a realidade é Deus. Deus não
é uma personalidade ou qualquer entidade separada do universo.
Dinamismo – Deus é uma força vital ou energia que domina o universo
e direciona todas as coisas
Crenças que consideram Deus como separado do universo
Politeísmo – Existem vários deuses com poderes sobrenaturais. Eles
devem ser adorados. Eles direcionam ou influenciam os eventos no
universo
Animismo – A natureza está repleta de espíritos pessoais que causam os
diversos acontecimentos naturais.
Idolatria – os espíritos dos deuses habitam em alguns objetos
fabricados por homens, ou são alcançados mediante esses objetos
Henoteísmo – enquanto existem muitos deuses, o devoto seleciona um
dentre eles para adoração, considerando esse deus como superior aos
demais.
Dualismo – existem dois deuses sobre o universo, que são iguais em poder,
e no entanto podem opor-se um ao outro.
Deísmo – Existem apenas um Deus. Esse Deus criou o universo regido por
leis e o deixou seguir o seu curso sem interferência.
Teísmo finito – Há um único Deus ativo no universo. Embora sobrenatural,
ele não é infinito. Há limites ao seu poder ou tempo.
Teologia do processo – há um único Deus ativo no universo. Ele realmente
muda com o tempo e se torna mais poderoso, no entanto não onipotente.
Teísmo Cristão – Existe um único Deus, que se revelou ao homem mediante
Jesus Cristo e na Bíblia. Ele existe em três pessoas, o Pai, o Filho e o Espírito
Santo.
A intuição humana da existência de Deus
Existem ideias inatas sobre a existência de Deus – De fato, a ideia da
existência da Divindade é uma crença de toda a raça humana no seu
estado natural.
Calvino afirmou que Deus plantou no coração do ser humano duas coisas
que a queda não destruiu: semen religionis [semente da religião] e
sensus divinitatis [senso de um Ser Divino].
Nenhum ser humano vem ao mundo sem a semente da religião nem sem
o senso da existência de um Ser Divino (Rm 1.18-22; At 17.24-31)
Provas racionais da existência de Deus – Grudem, TS, p.99
As primeiras tentativas de demonstrar a existência de Deus derivam da
filosofia.
As provas naturais da existência de Deus são apresentadas na forma de
quatro principais argumentos:
Argumento ontológico: Deve existir um ser “maior do que que qualquer
coisa que se possa imaginar”. Deus é esse ser.
Argumento moral: O ser humano tem senso do certo e do errado, e da
necessidade da justiça. Portanto, deve existir um Deus que seja a fonte do
certo e do errado e que vá algum dia impor a justiça a todas as pessoas”.
Argumento cosmológico: No universo toda coisa tem uma causa. O
próprio universo deve ter uma causa. Deus deve ser a causa do universo.
Argumento teleológico: A ordem que existe no universo exige um Deus
inteligente que planejou seu funcionamento.
O QUE É DEUS?
Exercício
1. Relacione 10 passagens do NT que mostram uma distinção clara dos
membros da Trindade
2. Relacione 10 passagens do NT evidenciando a divindade de Jesus
3. Relacione 10 passagens do NT evidenciando a divindade do Espírito santo
4.3 As relações entre as Três Pessoas da Trindade
As três Pessoas da Trindade são iguais em sua essência, possuem os
mesmos atributos, mas exercem funções distintas dentre da
divindade.
Trindade Ontológica
A Trindade ontológica tem a ver com o que Deus é, ou seja, com sua
essência ou natureza.
Do ponto de vista ontológico, distinguem-se três tipos de relações na
Divindade: (1) a paternidade de Deus, (2) a geração do Filho pelo
Pai, e (3) a processão do Espírito Santo do Pai e do Filho.
Paternidade
Deus é Pai eternamente
Nunca houve época em que a primeira pessoa da Trindade não
tenha sido Deus, o Pai. Nunca Ele veio a tornar-se o que não era
antes.
O Pai não é gerado, o Filho sim é gerado, mas não no sentido de ser
criado no tempo como as criaturas o são.
O Filho veio da essência do Pai eternamente. Em contraste com o
Filho, o Pai é não-gerado.
Eternamente Deus é Pai, nunca se deve pensar que “um dia ele veio
a ser Pai”, como acontece com os seres finitos e temporais.
Filiação
Esse atributo pessoal é única e exclusivamente relativo ao Filho não
ao ser divino completo.
Somente ele é Filho do Pai, não o Espírito. Ele é o Filho eterno de
Deus.
Nunca houve um tempo em que o Filho não fosse Filho. Ele não veio
a ser Filho no tempo. Ele é Filho desde sempre.
O Filho é eternamente gerado da essência do Pai. Ele não veio à
existência como as outras criaturas.
EXERCÍCIO: Relacionar textos bíblicos em apoio à geração e filiação
do Filho
Processão
O atributo de proceder do Pai e do Filho é propriedade pessoal do
Espírito, não da totalidade do ser divino.
O Espírito Santo procede (ou é espirado) tanto do Pai (Jo 15.26)
como do Filho (Jo 16.7).
As Escrituras falam algumas vezes do Espírito Santo como Espírito de
Deus, mas também como o Espírito do Filho (Jo 15.26)
Observação: A afirmação da processão do Espírito do Filho foi a
causa principal da divisão entre a Igreja ocidental e a igreja oriental,
em 1054 AD; pois, esta última sustentava que o Espírito Santo
apenas a procedia do Pai, negando que procedesse também do
Filho.
Trindade Econômica
A palavra economia diz respeito ao modo como as coisas são feitas pelas
pessoas da Trindade.
Enquanto as pessoas da Trindade são consubstanciais e iguais em poder e
glória, elas têm funções dentro da Trindade que fazem com que uns sejam
subordinados a outros, desde a eternidade.
1 Co 8.6
Ef 2.18
Com base nesses versículos, podemos observar claramente que o Pai é a fonte
e o fim de todas as coisas; o Filho é o agente mediante o qual a vontade do Pai
se cumpre; o Espírito Santo é o meio ou instrumento mediante o qual o Pai e o
Filho cumprem a vontade do Pai.
Essa ordem se verifica em toda obra de Deus, incluindo a criação, providência e
redenção.
O Pai é visto como a pessoa que decreta, planeja, estabelece os
propósitos e comanda tudo quanto a divindade intenta fazer.
O Filho é subordinado ao Pai. Ele é enviado pelo Pai e obedece ao Pai.
Ele está sob a autoridade funcional do Pai (Jo 14.24; 7.29; 14.16,31;
17.2).
O Espírito Santo foi enviado pelo Filho (Jo 16.7) e pelo Pai (Jo 14.26) e
faz somente aquilo que o Filho tem designado (Jo 16.13,14).
Todavia, a obra da criação (Gn 1.1; Jo 1.3; Gn 1.2 e Jó 33.5); da
providência (Jo 5.17; Hb 1.3; Is 40.13,14); e da redenção (1 Pe 1.2; Ef 1.1-
14) é uma obra trinitária. Todas as pessoas da Trindade são partícipes de
toda a obra divina.
4.4 Concepções falsas acerca da Trindade
Monarquianismo modalista ou Sablianismo
Deus é somente um em essência e em pessoa
Deus se revelou de três modos diferentes e agiu de três
modos diferentes
Pai, Filho e Espírito Santo não são três pessoas, mas
modos de manifestação ou modos de revelação do Ser de
Deus: Pai na criação; Filho na encarnação; Espirito na
regeneração e na santificação
Monarquianismo dinâmico
Deus é essencialmente um e uma única pessoa.
O Logos e o Espírito não são pessoas divinas distintas.
O Espírito é um atributo impessoal em Deus, o poder de Deus.
O Filho não e ontologicamente Deus, ele recebe o poder de
Deus no seu batismo, sendo assim elevado a uma categoria
divina.
Jesus é adotado como Filho de Deus. Originalmente Jesus era
um mero homem. A divindade de Jesus é uma divindade de
honra, de adoção e não uma divindade de essência.
Arianismo
Deus somente é sem começo, não-gerado, não-originado.
Deus não foi eternamente Pai. Houve um tempo em que ele era só.
Deus veio a ser Pai somente quando ele criou o Filho.
O Filho é originado, o unigênito, o primogênito. O Filho, portanto,
teve um começo. Antes de sua geração, ele não existia.
O começo do Filho foi uma criação a partir do nada, antes da
existência do mundo material. Ele foi criado pelo poder e pela
vontade do Pai.
Embora criado, o Filho veio de cima. Ele veio a tornar-se o criador do
Espírito e do universo físico.
Portanto, o Filho não é verdadeiramente Deus.
Macedonianismo
A questão do macedonianismo tem a ver com a divindade do
Espírito Santo.
Atanásio havia afirmado que o Espírito Santo era homoousios (da
mesma essência) com o Pai, de que não era uma criatura do Filho
como ensinaram os arianos, mas que era inseparável do Pai e da
mesma substância dele.
V - OS NOMES DE DEUS
VI – OS ATRIBUTOS DE DEUS
Heber Campos
INTRODUÇÃO
Já foi estabelecido que Deus pode ser conhecido porque
Ele se revelou especialmente nas Escrituras. Nas
Escrituras, o Ser de Deus nos é revelado mediante os seus
atributos manifestados nos relacionamentos que Ele tem
com a sua criação.
Portanto, o meio de se conhecer a natureza do Ser Divino
é estudar os seus atributos nas Escrituras.
6.1 O QUE É DEUS? – Catecismo Menor de Westminster
Deus é um Espírito, infinito, eterno, e imutável em seu
ser, sabedoria, poder, santidade, justiça, bondade, e
verdade.
Como está óbvio, não existe outro modo de definir o
Ser de Deus senão mediante a enumeração dos seus
atributos. Daí a importância e a necessidade do estudo
dos atributos de Deus.
6.2 O QUE SÃO OS ATRIBUTOS?
Eles são as “qualidades”, “propriedades”, “virtudes” ou
“perfeiçoes” de uma pessoa em particular ou de um ser.
Sendo Deus um Ser, Ele possui qualidades ou características
que fazem com ele seja o que é. Os atributos não são alguma
coisa acrescida a Deus, mas são qualidades inerentes
essenciais dele.
Segundo Berkhof, atributos de Deus são “as perfeições
atribuídas ao Ser Divino nas Escrituras, ou as que são
visivelmente exercidas por Ele nas obras da Criação,
Providência e Redenção”.
6.3 RELAÇÃO ENTRE O SER E OS ATRIBUTOS DE DEUS
Deus se revela nos seus atributos.
Os atributos não são meros nomes sem significado,
nem partes separadas de um Deus composto.
Os atributos são qualidades essenciais, sem as quais
Deus não pode ser o que é, nas quais o Ser Divino se
revela e mediante as quais é identificado.
Não se pode separar a essência de Deus dos seus
atributos. Os atributos não são algo adicionado à
essência de Deus.
É possível definir o Ser de Deus?
Uma vez que Deus é incompreensível, Ele não pode
ser definido como se define qualquer outro ser ou
coisa.
A única maneira de definir o Ser de Deus é fazer
uma descrição parcial de algumas características
essenciais que conhecemos acerca dele, i.e., de seus
atributos.
6.4 OS ATRIBUTOS DE DEUS REVELAM O SEU SER
Da simplicidade do Ser de Deus se deduz que Deus e seus
atributos são um só.
Como Deus não é um ser composto, os seus atributos não
podem ser tidos como partes que entram na sua composição.
Os atributos de Deus são o próprio Deus segundo ele se nos
revela. A essência de Deus se encontra em cada um dos seus
atributos.
Não se pode dissociar Deus de seus atributos. Os atributos
são verdades determinativas do Ser Divino, são qualidades
inerentes do Ser de Deus.
6.5 OS ATRIBUTOS DE DEUS REVELAM O SEU CARÁTER
Os atributos de Deus revelam como Deus é, como é o
seu caráter.
As Escrituras nos revelam o que Deus julgou suficiente
que soubéssemos ao seu respeito.
Todas as informações que as Escrituras dão acerca de
Deus são verdadeiras, pois correspondem à realidade.
Todavia, uma vez que Deus é infinito, o que as
Escrituras nos dizem acerca dele não é exaustivo.
6.6 DEUS É COGNOSCÍVEL MAS INCOMPREENSÍVEL
Rever os conceitos de cognoscibilidade de Deus e de
incompreensibilidade de Deus, já estudados.
6.7 CLASSIFCAÇÃO DOS ATRIBUTOS DE DEUS
Os atributos de Deus foram classificados de diversas
maneiras na história da teologia sistemática.
Atributos Naturais e Morais – os naturais são atributos
como auto-existência, simplicidade e infinidade que não
dependem da vontade de Deus. Os morais são atributos
como bondade, verdade, misericórdia, justiça,
santidade, que caracterizam Deus como um ser moral.
Objeção – todos os atributos são naturais em Deus e
fazem parte de sua onstituição
Atributos Absolutos e Relativos – os primeiros se
referem à essência de Deus considerado em si
mesmo (auto-existência, imensidão, eternidade,
etc.); os últimos correspondem à essência de Deus
com relação à criação (onipresença, onipotência,
etc.)
Objeção – embora os atributos absolutos existissem
em Deus antes da criação do mundo, eles tem algo a
ver com a criação, pois fazem parte de Deus.
Atributos Imanentes (intransitivos) e Emanentes
(transitivos) – os primeiros não se projetam nem
operam fora da essência divina (imensidão,
simplicidade, eternidade, etc.); os últimos irradiam e
produzem efeitos externos a Deus (onipotência,
benevolência, justiça, etc.)
Objeção – se alguns atributos fossem estritamente
imanentes seria impossível conhece-los.
Atributos Incomunicáveis e Comunicáveis – os
primeiros são aqueles que não encontram nenhuma
analogia no ser humano, e tem a ver com o Ser
Absoluto de Deus (auto-existência, imensidão,
simplicidade, etc.), apontando para a parte oculta de
Deus; os últimos são os que têm alguma analogia nos
seres humanos. Eles são transmitidos, em algum grau
aos seres humanos, e têm a ver com o Ser Pessoal de
Deus (poder, amor, bondade, justiça, etc.) apontando
para a parte revelada de Deus.
Essa é a classificação adotada neste estudo
6.8 OS ATRIBUTOS INCOMUNICÁVEIS DE DEUS
DEFINIÇÃO
Os atributos incomunicáveis são aqueles que distinguem
Deus como Deus, sendo ímpar naquilo que é e faz. Esses
atributos são a marca distintiva do Altíssimo que o torna
absolutamente inigualável.
Eles são exclusivos de Deus e não há nenhuma
correspondência aos mesmos na criatura.
Esses atributos não podem ser transferidos aos seres
humanos, pois a finitude destes impede que as possuam.
De fato, o finito não pode compreender o infinito.
Esses atributos são chamados incomunicáveis
porque indicam que de nenhum modo podemos ver
traços deles na nossa personalidade.
Portanto, os atributos incomunicáveis pertencem
exclusivamente a Deus e apresentam a singularidade
de Deus.
Na sequência serão estudados cinco atributos
incomunicáveis de Deus: Espiritualidade,
Independência, Infinidade, Imutabilidade, Unidade.
Os Atributos Incomunicáveis de Deus
Espiritualidade de Deus
Em João 4.24, o Senhor Jesus disse à mulher samaritana: “Deus é Espírito” – isso significa
que Ele não tem natureza corpórea como os homens.
Existem diversos modos de existência de um espírito
Espírito humano – as almas dos homens são chamados “espíritos” (Ec 12.7)
Espírito de Cristo – não é a terceira Pessoa da Trindade, mas da alma do Redentor
(Jo19.30; Lc24.39)
Os anjos (Hb 1.13,14)
Apesar de os anjos, assim como Deus, existirem sem corpo material, a espiritualidade de
Deus é de natureza totalmente diferente da dos anjos; pois Deus
É um espírito puríssimo; alguns anjos pecaram.
É infinito; os anjos são criaturas finitas.
É onipresente, os anjos não.
É onipotente, os anjos não.
É é onisciente, os anjos não, etc.
Por isso,
Deus é um Ser incorpóreo – Ele não tem forma, não é mensurável
espacialmente, nem possui qualquer tipo de aparência . Daí a
proibição de se fazer imagem que o representem (Êx 20.3-5). Deus
pode assumir formas temporárias (teofanias) para comunicar-se com
os homens; todavia, elas não são formas essenciais de Deus.
Deus é um ser Invisível (1Tm 1.17) – Ser invisível é uma das
características da espiritualidade. Por ser Espírito, Deus é invisível.
Portanto, é impossível para o ser humano ver a Deus, porque Ele não
pode ser percebido pelos sentidos visuais. Será que na glória os salvos
verão a Deus?
Deus é um Ser Imortal (1Tm 1.16), i.e. a sua essência não está sujeita à
degradação (o ser humano é mortal física e espiritualmente; mas é
imortal no sentido de que a morte não é o fim de sua existência).
Deus é um ser simples - i.e. Ele é unitário, não um ser composto
de diversos elementos; seus atributos não podem ser separados
de sua substância; eles são apenas aspectos de sua natureza
divina.
Deus é uma unidade indivisível. Ele sempre foi e sempre
será o mesmo Deus em todos os seus atributos.
Outras criaturas espirituais não possuem a mesma
simplicidade de natureza, pois embora sendo simples
substâncias, muitas de suas características podem mudar;
pois tais características são acidentes e não atributos de
sua essência.
A Bíblia fala da imutabilidade de Deus e de sua unidade
que Lhe são singulares.
Independência ou Auto-existência ou Aseidade de Deus
Deus nunca veio à existência por vontade alheia nem por sua própria
vontade (se não, sua vontade viria antes de Ele ser). Ele, simples e
eternamente, é. O homem existe porque foi criado, mas Deus é. É a ssim
que Ele se apresentou a Moisés:
“E Deus disse a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de
Israel: EU SOU me enviou a vós”. (Êx 3.14)
Deus existe por si mesmo e sempre foi da maneira como é, não
necessitando de nada e de ninguém além de si próprio. Sua existência
tem como fundamento sua natureza e não sua vontade.
A natureza de Deus exige que Ele seja auto-existente, porque todas as
coisas vieram a existir pela sua vontade (Ap 4.11)
A independência de Deus pode ser vista sob diversos prismas:
Deus é independente na sua existência – tudo no universo tem uma
causa, exceto Deus.
Ele não teve começo, Ele é o Criador incriado. Por isso, Deus se apresenta a
Moisés como “Eu sou o que sou” (Êx 3.13-15)
Deus não é autocausado nem auto-originado. Ele é eterno, não tem começo nem
fim.
Deus é independente no seu relacionamento – Deus é absolutamente
independente.
Ele não precisa relacionar-se com ninguém além de si próprio. Eternamente
sempre viveu relacionando-se consigo mesmo antes de criar o mundo.
Sempre se relacionou como o Ser Tripessoal que é: Pai, Filho e Espírito Santo.
Ele criou o mundo porque quis, no entanto, o mundo noa era necessário para a
existência de Deus.
Deus é independente nos seus pensamentos – não podemos
compreender a mente de Deus; apenas podemos conhecer alguma
coisa do que Ele está fazendo, a partir do que Ele nos revela (Rm
11.33,34)
Deus é independente na formulação dos seus planos – ninguém jamais
foi conselheiro de Deus em todas as coisas que Ele planejou fazer. Toda
a história humana é a realização dos desígnios do Senhor, sendo os
seres humanos plenamente responsáveis pelos seus atos (Is 40.13,14; Sl
33.10,11)
Deus é independente na execução de sua vontade – Deus executa todas
as coisas segundo o conselho de sua vontade. Não podemos impedir
que sua vontade seja feita, por Ele ser Todo-Poderoso (Dn 4.35; Ef
1.5,11; Rm 9.19)
Infinidade de Deus – 27/9/16
Quando se fala da Infinidade de Deus, refere-se à impossibilidade de se
medir ou quantificar as características do Ser divino.
Não há limites para Deus. A infinidade de Deus se refere a todos os seus
atributos.
A infinidade de Deus é aquela perfeição por meio da qual ele fica livre
de todas as limitações.
A infinidade de Deus deve conceber-se como intensiva e não como uma
extensão ilimitada, como se Deus se expandisse por todo o universo.
A Infinidade de Deus pode ser vista de duas maneiras: com relação ao
tempo (eternidade); com relação ao espaço (Imensidão ou onipresença)
A Imensidão ou onipresença de Deus
Deus preenche o espaço, não apenas o nosso universo (espaço-tempo),
mas também todos os universos que possam ou que pudessem existir.
Significa que Deus está presente na plenitude de sua Pessoa e de seus
atributos em todo ponto do universo.
Referências bíblicas:
1 Rs 8.27
Sl 139.7-10
Is 57.15
Jr 23.23-24
At 7.48-49
At 17.27-28
A Eternidade de Deus
É um dos atributos mais difíceis de serem entendidos porque o ser humano
está preso ao tempo e ao espaço.
O atributo da eternidade, quando relacionado ao tempo, não significa que
Deus vive por muito tempo e sempre viverá, mas que Ele é o mesmo sempre.
Deus é a própria eternidade. A eternidade de Deus não é nada mais do que a
duração de Deus, e a duração de Deus não é nada mais do que Sua existência
sem fim. A eternidade de Deus não tem começo nem fim.
Sl 90.2; 102.25-27
Hc 1.12
Jo 1.1-3
Jo 17.5
1Tm 1.17
Ap 1.8
Imutabilidade de Deus
A imutabilidade de Deus é aquela perfeição da qual Deus se despoja de toda
mudança não somente em seu Ser, mas também em seus decretos, promessas e
atributos – Heber, p.188
A imutabilidade de Deus está intimamente relacionada à sua imensidão e
eternidade.
Segundo Hodge (TS, p.294-5), como Ser infinito e absoluto, auto-existente e
absolutamente independente, Deus é exaltado acima de todas as causas de
mudança, e ainda acima da possibilidade de mudança.
Deus é absolutamente imutável em sua essência e atributos. Ele não pode aumentar
nem diminuir. Não está sujeito a nenhum processo de desenvolvimento, nem de
evolução do ego.
Seu conhecimento e poder nunca podem ser maiores nem menor. Ele nunca pode
ser mais sábio ou mais santo, nem mais justo ou mais misericordioso do que sempre
foi e sempre será.
Deus é imutável em seus planos, decretos, propósitos, promessas, atributos.
A imutabilidade de Deus é mencionada em diversas passagens das
Escrituras:
Nm 23.19
1Sm 15.29
Jó 42.2
Sl 33.11
Sl 102.26-27
Pv 19.21
Is 14.24,27
Is 46.8-11
Ml 3.6
Hb 6.17
Hb 13.8
Tg 1.17
As aparentes mudanças em Deus
A despeito de não haver nenhuma mudança na sua natureza, nos seus
atributos, nos seus decretos e nas suas promessas, não podemos dizer que
Deus é inamovível em tudo o que faz nem que Ele é um Ser estático.
As Escrituras mostram muitas vezes que Deus muda de atitude para com o
homem. Por exemplo, Deus muda de atitude quando as suas promessas
são condicionadas à obediência dos seres humanos.
Portanto, uma melhor e mais abrangente definição da imutabilidade de
Deus é a proposta por Grudem: “Deus é imutável em seu ser, suas
perfeições, seus propósitos e suas promessas; todavia, Deus age, e ele o
faz de modo diferente em resposta a diferentes situações”.
Como entender passagens que falam do arrependimento de Deus?
Criação do homem – Gn 6.6-7
Escolha de Saul como rei – 1Sm 15.10-11
Diante do arrependimento de uma nação – Jr 18.8-10
Destruição de Nínive – Jn 3.10
Essas aparentes mudanças ou “arrependimentos” em Deus não indicam que Deus
alterou alguma coisa em seu ser, propósitos, atributos ou promessas.
Pode tratar-se de antropomorfismos e antropopatismos, i.e. descrições das ações e
dos sentimentos de Deus em termos humanos ou de uma perspectiva humana.
Está clara em vários textos que o arrependimento atribuído a Deus não tem o
mesmo sentido que o arrependimento atribuído aos homens.
Por exemplo, o ser humano pode se arrepender de uma decisão errada, o que não é
possível para um Deus onisciente. Portanto, no mínimo, existe um arrependimento
de Deus que não é da mesma natureza que o arrependimento dos seres humanos.
Pode tratar-se de uma mudança, não do Ser e sim, da providência de Deus com
relação às suas criaturas, baseada numa mudança de atitude por parte das criaturas.
Unidade de Deus [Grudem, TS, p.125]
A Unidade de Deus pode ser definida da seguinte maneira: “Deus nãos está dividido em
partes; porém percebemos atributos diversos de Deus enfatizados em momentos diferentes”.
Esse atributo é também denominado Simplicidade divina, sendo a palavra simples
empregado no sentido de “não complexo” ou “não composto de partes” e não no sentido
popular de “fácil de compreender” ou “simplório”.
Quando as Escrituras falam dos atributos de Deus, jamais destaca um deles como mais
importante que os restantes. Não devemos conceber Deus como uma espécie de coleção dos
vários atributos reunidos.
Deus em si mesmo é uma unidade, uma pessoa integral, unificada e completamente
integrada, infinitamente perfeita em todos os seus atributos.
Simultaneamente, Deus é inteiramente (100%) amoroso, inteiramente (100%)
misericordioso, inteiramente (100%) justo, etc. Deus não é mais justo em determinado
período da história e mais amoroso em outros período.
A doutrina da unidade divina deve nos acautelar de destacar qualquer dos atributos de Deus
como mais importante do que os outros.
6.9 OS ATRIBUTOS COMUNICÁVEIS DE DEUS
6.9.1 Atributos Intelectuais
O Conhecimento de Deus – [onisciência]
A Sabedoria de Deus
A Veracidade e Fidelidade de Deus
6.9.2 Atributos Morais
A Bondade de Deus
O Amor de Deus
A Paciência de Deus
A Misericórdia de Deus
A graça de Deus
A Santidade de Deus
A Justiça de Deus
ATRIBUTOS INTELECTUAIS
CONHECIMENTO DE DEUS – ONISCIÊNCIA
“Deus conhece plenamente a si mesmo e todas as coisas reais e
possíveis num ato simples e eterno” - Grudem
O conhecimento de Deus abrange todo o universo físico e espiritual:
Jó 28.24; 38.17-21, 36-38; 39.1-2; Sl 147.4-5; Is 40.12-14; Mt 10.29-
30; At 15.17b-18
O conhecimento de Deus inclui todas as nossas vidas, todos os
nossos atos e pensamentos: Sl 33.13-15; 56.8; 94.9-11; 139.1-4, 11-
12, 15-18; Pv 5.21; 15.3,11; Jr 1.5; Hb 4.13; 1 Jo 3.20
O Conhecimento de Deus abrange todos os acontecimentos possíveis
ou eventuais: 1Sm 23.9-13; Mt 11.21
SABEDORIA DE DEUS
“Dizer que Deus tem sabedoria significa dizer que ele sempre
escolhe as melhores metas e os melhores meios para alcançar essas
metas” – Grudem
Deus é formalmente conhecido com Sábio: Jó 12.13; Sl 104.24; Rm
16.27; 1 Co 1.21,27,29
A Sabedoria de Deus está revelada em sua criação: Sl 104.24; Pv
8.22-31
A Sabedoria de Deus se revela na vida de cada um de nós: Rm
8.28,29
A Sabedoria de Deus está revelada especialmente na redenção: Rm
11.33
VERACIDADE E FIDELIDADE DE DEUS
“A veracidade divina implica que ele é o Deus verdadeiro, e que todo o
seu conhecimento e todas as suas palavras são ao mesmo tempo
verdadeiros e o parâmetro definitivo da verdade” – Grudem
O termo fidedignidade, que significa “veracidade” ou “confiabilidade”, é
às vezes usado como sinônimo da veracidade divina.
Ele é o Deus verdadeiro: Jr 10.10-11; Jo 17.3; 1Jo 5.20
O seu conhecimento é verdadeiro: Jó 37.16; ver outros versículos acima
Suas palavras são verdadeiras e o parâmetro definitivo da verdade: Deus
é confiável e fiel nas suas palavras e promessas: Nm 23.19; 2Sm 7.28; Pv
30.5; Jo17.17; Hb 6.18
Implicações: A Palavra de Deus é nossa “Corte Suprema”; devemos imitar
a veracidade de Deus (Cl 3.9-10; Ef 4.25)
ATRIBUTOS MORAIS
BONDADE DE DEUS
“A bondade de Deus é sua disposição favorável para com toda a sua criação” -
Heber Campos
Bondade para com as criaturas em geral: Jó 38.41; Sl 36; 104.10-23; 145.8,9, 15-
17; Mt 6.26
Bondade para com os homens: Sl 36.7,8; Jonas 4.6-11; Mt 5.45; At 14.17
Bondade de Deus para com os angustiados e aflitos – Misericórdia: Ex 33.19;Dt
4.28-31; 2Sm 24.14; 2Co 1.3; Rm 9.15; Hb 4.16; Tg 5.11; 1Pe 1.3
Bondade de Deus para com os que só merecem castigo – Graça: Rm 3.23-24;
4.16; Ef 2.4-9
Bondade de Deus no sustar por determinado tempo a punição daqueles que
persistem no pecado – Paciência: Ex 34.6; Nm 14.18; Sl 86.15; Rm 2.4; 9.22; 1Tm
1.16; 1Pe 3.20
Implicações – Devemos imitar a Deus nesses atributos
O AMOR DE DEUS - Heber Campos, p.262-73
A PACIÊNCIA DE DEUS - Heber Campos, p.274-287
A MISERICÓRDIA DE DEUS - Heber Campos, p.288-301
A GRAÇA DE DEUS - Heber Campos, p.302-321
A SANTIDADE DE DEUS - Heber Campos, p.322-338
A JUSTIÇA DE DEUS - Heber Campos, p.339-64
6.9.3 Atributos da Soberania de Deus
A Soberania de Deus
A soberania de Deus indica o total domínio do Senhor sobre toda a sua
vasta criação.
Como soberano que é, Deus exerce de modo absoluto a sua vontade, sem
ter que prestar contas a qualquer vontade finita.
A soberania de Deus consiste em sua onipotência, expressa em relação ao
mundo criado, mormente no tocante à responsabilidade moral das criaturas
diante dele.
Executando o seu plano eterno para a criação inteira e para os homens,
Deus exerce autoridade absoluta, amoldando todas as coisas e todos os
acontecimentos à semelhança do que o oleiro faz com o mesmo monte de
barro amassado.
Nas Escrituras, Deus é apresentado como aquele que faz a sua vontade, e esta é a
causa última de todas as coisas que há no mundo.
Deus, não somente tem decisões, mas faz vir à existência todas as coisas no mundo,
assim como preserva e governa tudo aquilo que criou.
Tudo existe por causa da sua vontade, e tudo vem a existir pelo seu poder. Tudo
vem dele e depende dele.
Infelizmente, o Deus das Escrituras tem sido um desconhecido de boa parte dos
cristãos da atualidade.
O Deus que é pregado em muitos púlpitos e ensinado nas escolas dominicais, e lido
em grande parte dos livros evangélicos, não é o Deus das Escrituras, mas sim uma
projeção do sentimentalismo humano.
Trata-se de um Deus, cuja vontade pode ser resistida, cujos desígnios podem ser
frustrados e cujos propósitos podem ser derrotados. Esse não é o Deus das
Escrituras.
O Deus das Escrituras é soberano; Ele exerce seu governo absoluto sobre o universo,
de fato e de verdade. – Heber, p.365
As Escrituras comprovam a soberania universal e
absoluta de Deus em diversas passagens. Seguem
algumas:
1Cr 29.10-12
2Cr 20.6
Jó 23.13; 42.2
Sl 33.11; 103.19; 115.3; 135.6
Rm 8.28; 11.36
Ef 1.11
A Vontade soberana de Deus
Definição
A vontade de Deus pode se referir tanto à sua capacidade de
determinação própria; à regra de vida que Ele traçou para as suas
criaturas racionais ou à expressão do seu prazer ou do seu deleite.
Características - A vontade de Deus:
É essencial nele, i.e., é inseparável dele
É eterna como qualquer outro atributo dele
É poderosa, i.e., não pode ser resistida
É imutável, porque tudo que é essencial em Deus não muda
É eficaz (trata-se da vontade decretiva de Deus, a qual não pode ser
contrariada por ninguém) – Is 14.24,27
É originada exclusivamente nele, nada fora dele origina essa vontade
É livre e soberana
Distinções aplicadas à vontade de Deus
Apesar de existir apenas uma vontade em Deus, ela pode ser percebida
sob várias óticas, nas Escrituras.
A vontade decretiva e a vontade preceptiva de Deus
A vontade decretiva é aquela por meio da qual Deus ordena ou decreta tudo
aquilo que decide que tem de acontecer, mediante a sua agência direta ou
indireta e irrestrita de suas criaturas racionais. Nenhuma criatura tem
participação nesse tipo de decisões divinas. Ela é irresistível. Pode ser secreta
ou revelada.
Base bíblica:
Is 46.9-11; 53.10
Dn 4.35
Mt 26.42
Ef 1.1,5,11
Fp 2.13
A vontade preceptiva
A vontade preceptiva é a norma de conduta estabelecida por Deus para
todas as suas criaturas morais, sejam elas crentes ou não. Nessa vontade
Deus prescreve o que devemos fazer. Essa vontade nem sempre é feita.
Desde Adão, temos desobedecido à vontade preceptiva de Deus.
Base bíblica:
Mt 7.21
Rm 2.17,18
1 Ts 5.18
1 Pe 2.15
OBSERVAÇÃO
A vontade decretiva (geralmente secreta) sempre se cumpre; a vontade
preceptiva ou revelada é frequentemente desobedecida.
A vontade de prazer e a vontade de propósito
A vontade de prazer – é aquela que expressa o prazer ou
deleite de Deus em coisas que ele gostaria que acontecessem
na vida dos homens, mas que nem sempre acontecem. Ela
expressa a natureza constitucional de Deus. Esse desejo, que
nem sempre é satisfeito, é constitucional e não pode ser
negado nele.
Exemplos
Ez 18.23
Lc 13.34
1 Tm 2.4
2 Pe 3.9
A vontade de propósito – indica o que Deus gostaria que acontecesse, mas
que não depende de uma obediência do homem para acontecer.
Exemplos
Nos exemplos anteriores, o desejo constitucional de Deus de que todos
sejam salvos nem sempre é realizado.
Por razões desconhecidas de nós, Deus determina não satisfazer ou
realizar seu próprio desejo de prazer.
De fato, está nas mãos de Deus salvar o pecador. É ele quem efetua a
regeneração do pecador e o ressuscita espiritualmente. Salvar o pecador
é obra da soberania dele.
No entanto, embora todos mereçam sua justa condenação, ele resolveu
salvar alguns e deixar outros. Essa é sua vontade de propósito, a qual não
anula sua vontade de prazer, que lhe é constitucional, i.e., o seu desejo de
que todos sejam salvos.
A vontade secreta e a vontade revelada de Deus
Os materialistas (muitos dos quais são ateus) crêem na criação a partir da
matéria (ex materia)
O PANTEISMO
Os panteístas reivindicam que a criação sai de Deus (ex Deo); uma extensão do
próprio Deus.
MATERIALISMO: criação a partir da matéria
A visão materialista da criação defende que a matéria (ou energia física) é eterna.
Há duas subdivisões na visão da “criação a partir da matéria”:
A que envolve um Deus (p.e. o platonismo)
A que não envolve um Deus (p.e. o ateísmo; a criação naturalista; a evolução
naturalista)
Platonismo: Deus criou a partir da matéria preexistente
A matéria é eterna, i.e., o material básico do universo sempre existiu.
“Criação” significa formação e não origem, i.e., Deus não origina a matéria; Ele
simplesmente organiza a matéria que sempre existiu.
O “Criador” é um formador e não um produtor; Criador não significa “originador de
tudo que existe” mas “construtor”. Portanto, Deus é o Arquiteto do universo material
e não a Fonte.
Consequência: Deus não é o Soberano sobre todas as coisas, pois existe algo eterno
fora dele, a matéria.
Ateísmo: a matéria é eterna
A matéria é eterna
Não há necessidade de um Criador; Deus não existe.
Os seres humanos não são imortais; não há mente, só cérebro; o pensamento é uma
reação química do cérebro. Para os materialistas menos rígidos, quando o corpo
morre, a alma morre também; quando a matéria desintegra, a mente também acaba.
Os seres humanos não são únicos. Eles são da mesma espécie que os animais, só
diferem deles em grau de evolução.
Exemplo de teoria ateísta
A teoria do Big Bang - Edgar Allan Poe (1809-1849)
Segundo a teoria do big bang, o universo atual resultou da explosão instantânea de
uma partícula, uma espécie de “célula-mãe” do universo”, cujo tamanho era menor
do que um átomo.
OBSERVAÇÃO: A igreja Católica Romana concorda com a teoria do Big Bang, mas afirma ser
Deus o causador do Big Bang.
Criação Naturalista
A criação naturalista acredita que não há Criador (no sentido teísta) fora do
mundo.
Existe apenas uma inteligência criativa dentro do universo.
Exemplo dessa visão: a Teoria do Design Inteligente
A palavra “design” significa desenho, projeto, plano, tipo de construção ou
planejamento.
A Teoria do Design Inteligente (TDI) se propõe detectar a informação
encontrada no design da natureza e a maneira como é transmitida; ela procura
detectar empiricamente se o design observado na natureza é produto de uma
inteligência organizada ou um produto do acaso.
A Teoria do Design Inteligente (TDI) é uma teoria científica desprovida de
qualquer compromisso religioso. Ela se limita a estudar o design encontrado
na natureza, sem se importar se existe ou não um designer.
OBSERVAÇÃO: Os criacionistas científicos identificam esse designer como criador
(uma Inteligência presente no universo) que nada tem a ver com o Criador Teísta
(um Deus Pessoal que se revela na Bíblia).
Evolução Naturalista
A evolução naturalista postula que não há Deus envolvido na criação.
As coisas emergiram por processos puramente naturais.
Exemplos
O Darwinismo
O Neo-darwinismo
Sl 19.1: “Os céus manifestam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras
das suas mãos”
De fato, a criação é uma doutrina importante da Bíblia: a primeira declaração da Bíblia se refere
a ela (Gn 1.1)
A base bíblica para a criação
A palavra criar (bara) é usada com relação a três grandes acontecimentos em Gênesis 1: a
criação da matéria (Gn 1.1), os seres vivos (Gn 1.21) e os seres humanos (Gn 1.27)
A origem da matéria
“No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1)
As coisas vieram à existência pelo poder e a palavra de Deus (Hb 1.2; 2Co 4.6)
“pela palavra do Senhor foram feitos os céus [...]Porque falou, e tudo se fez” (Sl 33.6,9)
“Ele é antes de todas as coisas” e “nele foram criadas todas as coisas” (Cl 1.16,17)
“Sem ele nada do que foi feito se fez” (Jo 1.3)
[...] Porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas” (Ap 4.11)
Deus é Espírito (Jo 4.24); invisível (Jo 1.18; 1Tm 1.17); incorpóreo (Lc 24.39). Mas, o universo
que ele criou é visível e material (Hb 11.3); isso, inclui o corpo humano que foi formado do
pó da terra (Gn 2.7)
A matéria foi criada por Deus e não de Deus (ex Deo).
“E, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto a ti,
antes que houvesse mundo” – Jo 17.5
Uma vez que Deus existia antes a criação, a criação deve ter-se originado do nada
exceto Deus. Essa é a criação ex nihilo (do nada). Essa criação original é também
designada creatio prima; a criação produzida com base nessa criação original é
designada creatio secunda.
A criação original não resultou do manuseio de alguma matéria pre-existente,
mas de um ato imediato da vontade de Deus.
“Os céus por sua palavra se fizeram, e, pelo sopro de sua boca, o exército
deles” – Ps 33.6
“Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de
maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem” – Hb 11.3
Na visão teísta da criação, há uma diferença absoluta entre o Criador e a
criação.
No panteísmo, Deus é para o mundo o que o mar é para as gotas de
água que estão nele.
No teísmo, Deus é para o mundo o que o pintor é para a pintura.
Criador Criação
Incriado Criado
Infinito Finito
Eterno Temporal
Imutável Mutável
CONCLUSÕES
1 - A criação teve um começo.
Quando o teísta afirma que Deus criou “do nada”, ele não quer dizer que
“nada” era algum tipo de algo invisível e imaterial que Deus usou para
fazer o universo material.
Nada significa absolutamente nada, quer dizer, só Deus existia e
totalmente mais nada.
A criação ex nihilo significa que Deus não usou qualquer coisa quando
Ele criou o universo.
3 - A criação do nada não é a criação pelo nada
O teísmo acredita que o universo veio a ser (existir) do nada, mas só por
Alguém (Deus); não afirma que nada produziu algo.
Para o teísmo, a criação do nada não significa criação pelo nada.
Alguém que usou absolutamente nada causou a criação inteira para
entrar em existência “pela palavra do seu poder”
Gn 1.3,6,9,11,14,20,24,26
Hb 1.3
Tabela comparativa
TEORIA DA EVOLUÇÃO
Origem da teoria da evolução
É chamada de teoria da evolução a ideia de como a natureza
veio a formar-se.
Evolução significa desdobramento ou desenvolvimento.
Desde que Charles Darwin publicou A Origem das Espécies por meio da Seleção
Natural, em 1859, um debate se estabeleceu dentro do cristianismo sobre a
compatibilidade do evolucionismo com o ensino histórico bíblico e teológico das
origens.
Surgiram dois grupos;
Evolução teísta
Criacionismo, divido em dois
Criacionismo da terra jovem, ou criacionistas da ordem
Criacionismo da terra velha ou madura, ou criacionista progressistas
Emergiu um terceiro grupo criacionista
O Movimento do Desígnio Inteligente, ou criacionismo científico
Um dos propósitos do movimento é proporcionar uma alternativa científica à
macroevolução naturalista, livre da linguagem bíblica e religiosa, mas que
reconhece uma mente inteligente como originadora do universo e tudo que
nele se encontra, sem ser o Deus da Bíblia
Evolução teísta
A evolução teísta é a crença de que Deus usou a evolução como meio de
produzir as formas de vida física neste planeta, inclusive a vida humana.
A maioria dos evolucionistas teístas defende pelo menos dois atos da criação:
A criação da matéria do nada
A criação da primeira vida
Depois, disto, supostamente, todos os outros seres vivos, inclusive os
seres humanos, surgiram por processos naturais ordenados por Deus
desde o princípio.
Certos evolucionistas teístas afirmam que Deus criou a primeira alma
diretamente no primata já evoluído para torná-lo humano e segunda a
imagem de Deus.
Os católicos romanos adotam o evolucionismo teísta; alguns cientistas
evangélicos também.
Discordâncias entre as Escrituras e a teoria da evolução
A BÍBLIA DIZ A TEORIA DA EVOLUÇÃO DIZ
A CRIAÇÃO FOI PLANEJADA COM UM PROPÓSITO A NATUREZA EVOLUIU POR ACIDENTE OU ACASO
COISAS VIVAS FORAM CRIADAS SEPARADAMENTE, TODAS AS COISAS VIVAS ORIGINARAM-SE DE UMA
CADA UMA SEGUNDO A SUA ESPÉCIE FORMA VIVA SIMPLES ATRAVÉS DA EVOLUÇÃO
O HOMEM FOI UMA CRIAÇÃO ESPECIAL DIFERENTE O HOMEM É SOMENTE MAIS UM ANIMAL QUE
DOS ANIMAIS (FALA, ESCRITA, ARTE, PRODUÇÃO, EVOLUIU DE CRIATURAS SEMELHANTES A
ETC. SÃO PECULIARES AO HOMEM) PRIMATAS
O TRABALHO DA CRIAÇÃO FOI COMPLETADO POR A EVOLUÇÃO TEM CONTINUAMENTE PRODUZIDO
DEUS EM SEIS DIAS NOVAS ESPÉCIES DE COISAS VIVAS ATRAVES DO
TEMPO, O QUE AINDA HOJE ACONTECE
A NATUREZA FOI CRIADA PERFEITA, MAS TORNOU- A NATUREZA TEM-SE TORNADOMELHOR E MAIS
SE DETERIORADA PORQUE ADÂO DESOBEDECEU A PERFEITA POR MUDANÇAS EVOLUTIVAS
DEUS