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PSICOLOGIA
SANTANA DE PARNAÍBA
2023
ADNA PERES FERREIRA NASCIMENTO RA: N051124
KAREN SABADINE COELHO RA: N0774680
LARYSSA ALVES FERREIRA RA: G736FGB
LILIAN GOMES SILVA RA: T934CB1
MISSILENE RAMOS DO NASCIMENTO RA: G785746
VANESSA LIMA SANTANA RA: G745BH6
TRABALHO DE COMPLEMENTO DA
MATÉRIA DE HISTÓRIA DA PSICOLOGIA,
APRESENTADO AO CURSO DE
PSICOLOGIA, DA UNIVERSIDADE PAULISTA
PARA FECHAMENTO DE NOTAS
SANTANA DE PARNAÍBA
2023
“A sabedoria começa na reflexão”
(Sócrates)
Surgimento da Psicologia como Ciência
O presente trabalho aborda questões advindas da Baixa Idade Média,
compreendido entre os séculos XI e XV, até o marco histórico da psicologia como
ciência, datado no século XIX. Para a psicologia intitular-se como ciência foi preciso
conhecimento de si, que é resultante de condições históricas.
“Durante a Idade Média, era relativamente difícil explicar como era possível
ser responsabilizado por pecar se a pessoa não era livre e apenas cumpria os
planos de Deus, como responsabilizá-la?” (SANTI, 1998, p. 19). Nessa época, havia
pouca atividade intelectual, a concepção do “eu” não era possível, tampouco a
privacidade ou o isolamento.
Com a Expansão Marítima do mundo ocidental, a Baixa Idade Média
testemunhou o ápice do feudalismo e o seu declínio. Com o fortalecimento do
comércio e as transformações políticas, econômicas e culturais, marca-se o fim da
“Idade das Trevas” e do sistema feudal, e o início da Idade Moderna e do
capitalismo mercantil, datado entre os séculos XV até XVIII.
Idade Moderna
Deste modo, o homem busca por meio de regras, estruturar uma forma de ser
e seu propósito, e como consequência surge a percepção da Subjetividade Privada:
os indivíduos são livres, independentes, e donos do seu próprio destino. “Essa
escolha implica em uma construção da identidade, e exige um esforço brutal, quase
sobre-humano; o homem deve dominar a dispersão que o mundo é” (SANTI, 1998,
p. 19).
Ao pensarmos em arte, na Idade Média, o ser humano era visto apenas como
instrumento da criação divina. As assinaturas tornam-se incluídas nas obras no
Renascimento, trazendo à arte a expressão de seus artistas. Decerto que Leonardo
da Vinci e Michelangelo foram artistas de inúmeros talentos, refletiam sobre os
astros, anatomia humana, e a partir dessa visão, o homem abre-se para um novo
mundo.
A relação do homem com o mundo trouxe a multiplicidade, o conhecimento
de novas civilizações, costumes, hábitos e línguas. A feira renascentista trazia
diversas novidades de vários lugares, desde alimentos básicos de cozinha, até
circulação de mercadorias e intercâmbio de bens. Diante dos costumes distintos dos
seus, surgem duas atitudes básicas:
Nicolau Maquiavel julga o mundo como egoísta e mau. Em sua obra “O Príncipe”
descreve prescrições sobre como governar. O governante é instruído a criar
alianças como única forma de estabelecer uma unidade de dispersão.
Os homens têm menos escrúpulos em ofender quem se faz amar do que
quem se faz temer, pois o amor é mantido por vínculos de gratidão que se
rompem quando deixam de ser necessários, já que os homens são
egoístas; mas o temor é mantido pelo medo do castigo, que nunca falha.
(MAQUIAVEL, 1532, p.31).
Há pelo menos duas vertentes do Ceticismo: uma diz respeito ao Fideísmo, que
vai ditar a fé como posição de superioridade em relação à razão, reforçando a
insignificância do homem perante Deus, e a outra vertente, Ceticismo Radical afirma
que é insustentável crer em alguma referência absoluta.
Ainda no seguimento dessa segunda vertente crítica a qual Montaigne faz parte,
destaca-se Erasmo de Rotterdam, autor da famosa obra “Elogio da Loucura”. Nessa
obra desconstrói valores que até então eram tidos como óbvios e desnaturaliza
costumes considerados naturais sob tom de humor, expondo as hipocrisias.
Aproximadamente, entre o século XVI ao XVII, surge uma obra importante escrita
por Shakespeare intitulada “Hamlet”. Repleta de monólogos que expressam a
interioridade, uma característica fundamental da Modernidade. Hamlet, o
personagem principal, demonstra profunda recusa em ser manipulado e exercer o
papel que lhe foi designado, ele opta por priorizar a si mesmo, se distanciando do
coletivo. A partir disso, temos um exemplo de autocrítica e também da construção do
homem na Modernidade.
Um dos fundadores da Modernidade é o filósofo René Descartes. Ele escreveu
“O Discurso do Método”, uma obra de grande importância, escrita no século XVII e
que surge a partir de um momento de fragilidade do movimento do Ceticismo, diante
da necessidade de encontrar referências confiáveis e racionais.
Durante o século XVIII, o “eu” deixa de ser tomado como totalidade e surge o
estabelecimento dos espaços público e privado. Este foi o período no qual o espaço
outrora “excluído” emerge como “mundo íntimo”, passando a ser considerado.
Neste século, o “eu” é encoberto por um véu e a missão é revelá-lo. O “eu” passa
a ser uma máscara que encobre a verdade. A vida urbana e civilizada é acusada de
afastar o homem de sua verdadeira natureza, porém, essa é uma natureza
idealizada.
Neste contexto, o Romantismo nasce como uma crítica ao Iluminismo por seu
racionalismo. Esse movimento se estende do final do século XVIII até o século XIX
e ressalta que a essência humana está em sua natureza passional.
Com a separação do público e privado, tivemos uma suposição que tudo o que
mostramos em público era o que tínhamos de bom e o que era feito no privado
mostrava uma ideia de algo excluído da sociedade. Porém, surge um novo
pensamento que aquilo que mostramos no público é uma imagem falsa e o privado
corresponde a quem somos de verdade.
Isso significa que a razão deve abster-se de questões que ultrapassem em muito
seu alcance, por exemplo, a existência de Deus, da alma ou da liberdade. Podemos
discutir interminavelmente sobre tais assuntos e nunca chegaremos a uma
conclusão, este movimento é infinito.